O cheiro de frutos do mar espalhava-se, desde a panela, por toda a saleta dos fundos. Azulado, o reflexo nos óculos redondos antecedia uma expressão deslumbrada. Mãos firmes e habilidosas sustentavam, com singular naturalidade, o colar flutuando no ar, conforme a análise minuciosa estendia-se por minutos.

“Com esta obra prima fazes-me parecer reles sucateiro”. Murmurou ao levantar os olhos, exibindo seu sorriso travesso. Imediatamente compreendendo o desejo da moça, retirou um envelope da escrivaninha e entregou-lhe.

Sorrisos foram substituídos pelo pesar da despedida. “Não mais voltarás, certo"? Naríia limitou-se a negar com a cabeça. “Oh, querida amiga, sentirei tua falta”.