Foi estranho.

Primeiro sentiu que a dor que sempre estava presente se aumentava aos poucos, de forma que teve que parar debaixo de uma das árvores do parque em que caminhava para tomar fôlego.

Apoiou uma de suas pequenas mãos no tronco grosso e fechou os olhos, a outra mão indo de encontro ao estômago quando se dobrou para tentar aguentar a dor forte que não conseguia controlar, mas sabia de onde vinha. Não gritou ou chorou, apenas forçou a mandíbula e esperou.

Talvez não devesse ter esperado, porque quando a dor sumiu pareceu levar junto tudo que ainda lhe sobrava dentro do corpo.

Pensou que talvez devesse fazer uma mortalha para si mesma, ou pelo menos para a parte de si que havia sido arrancada naquele instante. Porém, o peso do besante em seu bolso era difícil de ignorar.

Tirou-o do bolso para encará-lo, as pernas fracas pela dor anterior fazendo Ariel sentar no chão para observá-lo. Continuava igual de aparência, mas algo nele a fez franzir o cenho e aproximá-lo do rosto, curiosa com as palavras que pareciam ter se formado.

“Oh.” Foi o que conseguiu pensar ao conseguir ler o que agora adornava o besante.

Ariel.