A vontade de desvendar o segredo do universo acabou por contagiar alguns funcionários da editora, inclusive do setor de vendas. Kanji arcaico tornou-se assunto recorrente entre os colegas de Yokozawa e aquilo o irritava um bocado.

“Esse mangá é como uma trepanação literária. Está fazendo os adolescentes pesquisarem e buscarem todo o tipo de informação”, Henmi debatia com uma jovem, com ares de sabichão. Nas mãos, dois chaveirinhos dos personagens de Greda Princess, edição limitada, que lhe deram grande trabalho para comprar.

“Estais mais perto de desvendar o segredo, Henmi-san?”, a moça soou verdadeiramente interessada, lendo anotações numa folha de papel.

“Bem... então...”, ele não pareceu muito disposto a admitir sua incapacidade em matar a charada.

Pois foi a gota d’água para Yokozawa. Ele levantou-se da cadeira, foi até a dupla e puxou tanto a folha das mãos da menina quanto os chaveirinhos das mãos de Henmi.

“Se tens tempo pra balelas, aplica-o em fazer teu trabalho. Ou pensas que a osmose resolverá as pendencias?!”

“Sinto muito”, o casalzinho reverenciou de leve, correndo para seus lugares. Henmi olhou lamentoso para os chaveiros, já pensando em como os recuperaria.

Yokozawa resmungou e analisou o papel sem querer.

Aquelas anotações...