Passei os seguintes dias a me excruciar sobre o caso. Será que eu deveria tomar mais cuidado com minhas interações com o David? Mas é um absurdo ele ter ciúme da pessoa que é um irmão pra mim! Eu não mudaria o comportamento com minha família biológica por ele!

Alguns dias depois, eu recebi uma ligação:

— Mel, onde você tá?

— Hã?! Lucas? Por que você quer saber?!

— Tu tá em casa?

— Não, Lucas. Se você faz questão de saber, tô na casa do David! — falei isso e desliguei, imaginando que ele estivesse ligando por mero controle sobre mim.

Mas eu estava enganada. Alguns minutos depois, tocaram o interfone.

— Melissa, querida, o Lucas tá aí! — disse a mãe do David.

— O QUÊ?! — Eu e David gritamos juntos.
Fomos até a porta.

— Oi, amor. Eu disse que queria te ver... Ah, oi, David...

— Você veio aqui sozinho lá de Porto Alegre?!

— Não, eu vim de Londrina, tava na casa de um amigo. Ele veio comigo, aliás. — apontou para o amigo que acenou dentro do carro.

— Ai, Lucas... que dizer pra você? — Abracei e dei um beijo rápido nele.

— Lucas! Bruninho! — a mãe do David, disse, olhando pro carro — quanto tempo! Vamos entrar!