Eu sei de tudo, de tudo. Mas não, não sabia. Não sabia do esforço de se levantar toda manhã e encarar o porteiro. Não sabia do desgaste da passagem do tempo. Não sabia das vitórias, de seus momentos de glória.

Mas das derrotas, ah, dessas sabia. De cada queda e tropeço.

Estava lá na sua abstinência, sussurrando tentações.

Estava lá nos seus momentos de vício, empurrando mais um gole, mais uma garrafa. Acendendo um outro cigarro.

Estava lá quando preferia deixar de existir, desistir de uma vez por todas.

— O que quer de mim? — balbuciei.

Mas era conspícuo o silêncio.