Habits of My Heart. escrita por Natty Lightwood


Capítulo 3
Capitulo 02.


Notas iniciais do capítulo

Hello babes, bem-vindas a mais um capítulo.

Gostaria de dedicar esse capitulo a linda Marcia Veloso por sua belíssima recomendação a história, muito obrigado pelo o carinho querida, e fico muito feliz que tenha gostado.

A todos uma otima leitura.

musica: uncover - zara larsson.



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Ninguém vê, ninguém sabe

Nós somos um segredo, não podemos ser expostos
É como isso é, é como isso será
Longe dos outros, perto um do outro.

 

 

Felicity Smoak.

— Agora que já sabe de tudo sobre mim precisa ir embora – Acenou me puxando do sofá com uma fina impaciência. – Você não quer ser minha amiga, mas sim xeretar sobre minha história, então eu vou lhe poupar tempo, e pedir mais uma vez que saia e não volte mais. Eu não um cara ruim, mais também não sou o melhor.

— Espera.... – Suspirei saindo do seu aperto áspero e tentando acalmar meu coração divido pela a rejeição. – Sei muito bem que tudo que você disse, não é exatamente verdade. Primeiro passo; sou desconhecida e você não se abriria tão facilmente assim comigo. – Sorri fazendo-o fechar a cara novamente. Eu precisava ganhar algum terro, diferente da sua grosseria, eu era uma mulher confiante e não desistiria facilmente. Ele é apenas um homem ferido que pensa que a escuridão é seu refúgio.

— Respondi todas as suas perguntas, então tínhamos um trato, depois disso você apenas iria embora para finalmente me deixar em paz. – Acusou com esclarecimento tosco, revirei os olhos porque ele não estava sendo fácil e aquilo já estava começando a me irritar. – Sabe Felicity.... Todos me chamam de assassino porque Helena não era muito de se abrir com as pessoas, passou muito tempo insolada aqui, eu não a matei é tudo que precisa saber. – Suspirou com pesar. – Não preciso da opinião de ninguém para viver, tenho minha própria vida e quero mantê-la assim, distante de todos. – Ele me olhou com pesar antes de desviar o olhar.

— Eu sei que sim, mas nessa história ainda tem suas pontas soltas, não quero que você fique na escuridão porque não consegue seguir em frente, todos nós temos demônios do passado, mas precisamos expulsa-los para encontrar a luz. – Fiz aspar com os dedos, ele me olhou como se eu fosse louca, ou que eu tinha um desejo enorme pela a morte. – Mesmo assim....

— Chega! – Interrompeu cansado. – Você fala demais, melhor ir embora, antes que eu cogite a ideia de amordaça-la e joga-la no meu calabouço. – Voltou a me puxar para a saída da mansão. – Não volte mais, nunca mais. – Ordenou deixando-me na escada voltando a fechar a porta com força. Borbulhei de raiva fuzilando a porta com se por meus olhos saíssem raios lasers e a partisse ao meio.

Malvado, babaca, idiota, sádico, homem das cavernas, tirano, chato— xinguei irritada. – Não tenho medo de você, se acha que a solidão é um caminho certo para recomeçar, você está sendo muito burro, quer ficar ai? Pois bem, fique seu.... seu.... bruto. 

Tudo que escuto de volta é apenas um silencio frio, ele pode ser tudo isso que eu disse, mas de algum modo ele me despertar um senso incomum de proteção, algo que nunca sentir tão forte por meu próprio irmão. Sei que os segredos de Oliver são dele, mas no fundo eu queria estar aqui para conforta-lo, sei que está apenas ferido com tudo que viveu todos esses anos, eu não sei o que eu faria se eu perdesse todos aqueles que amo. Ele usa de todas as formas para afastar-se de todo mundo, por mim eu o ajudaria de todas as formas possíveis, mesmo que ele não quisesse. Gemo olhando para meu pé inchado e avermelhado, tudo a minha volta não passa de floresta fechada, não chegaria muito longe andando e já estava anoitecendo, desse ponto não possui sinal de telefone o que volta a dificultar tudo, mesmo assim eu não teria medo. Me arrastei pelas a escada chegando a estrada vazia, cada passo meu, era uma dor filha da mãe.

— Droga! – Praguejo em dor. Me apoio na árvore respirando fundo, o mais fundo que eu consigo, eu queria expulsar a dor, mas claro que eu estava ferrada. E Harry chutaria minha bunda no fim das contas. – Não vou muito longe. – Refleti olhando para o longo caminho de volta para a cidade e pior de tudo; ninguém me ajudaria pelo percurso vazio. Me afastei da árvore voltando a me arrastar com cuidado, meus olhos marejaram, mais sou forte o bastante para seguir em frente, engoli as lagrimas. Quando eu pensei que tudo tinha acabado, em um movimento rápido eu já não estava mais andando e sim nos braços de alguém, eu quase gritei de susto, mas o cheiro amadeirado invadiu minhas narinas e me relaxou instantaneamente. Ergui o olhar em surpresa para encontrar os olhos azuis de Oliver o estranho malvado sexy. Sorri perto do seu rosto, ele realmente era um homem bonito, seus olhos azuis estavam em desconfiança com aperto forte em meu corpo o que me aqueceu plenamente e me fez relaxar ainda mais.

— Trate isso como uma caridade e não comece a tagarelar no meu ouvido. – Disse defensivo voltando o olhar para a estrada. De perto eu podia notar que seus cabelos tinham um brilho, tanto seu cabelo como sua barba exigiam um corte. – Não quero ser acusado por seus amiguinhos, por ter recusado socorro a princesinha da cidade. – Ralhou seco. Revirei os olhos e mordi o lábio para não sorri, afinal todos me tratavam como uma princesa, não pelo o fato de ser mimada, mas por ajudar todas as pessoas ao meu modo.

— Você não tem um carro ou outro tipo de locomoção? – Franzi o cenho com ele começando a caminhar comigo nos braços, como se eu não pesasse nada.

— Não. – Respondeu atônito.

— Então.... Você me levou ao hospital assim? – Pergunto incrédula.

— Não é tão pesada como imagina, Felicity – Bufa entediado, me sacudindo um pouco, bati a minha mão no seu peito duro, ele olhou para mim brevemente, mas eu jurei notar um sorriso onde ele soube disfarça muito bem, voltando a sua postura de grosso homens das cavernas.

— Obrigado – sorri chamando sua atenção. – Por ter me levado para o hospital e não ter....

— Matado você? – Rosnou querendo me pôr no chão. Oh! Homem possesso dos infernos. Me encolhi em seus braços sem querer sentir dor no tornozelo novamente ou muito menos me livrar daqueles enormes braços quentes. Fiz uma cara de cachorrinho quando cai da mudança.

— Por não ter me deixado morrer, e ter andando isso ao meu socorro, então obrigado Oliver. – Afirmei ou gritei olhando em seus olhos com a voz doce descendo o olhar para seus lábios entre abertos, tem algo nele que me enfeitiçava mesmo com toda sua tirania. Com receio ele voltou a me ergue novamente nos braços. – Vejo que você não teve culpa de nada Oliver, não importa qual foi a história. Talvez eu nem queira saber mais.

— Diga isso a todos aqueles que me vem com um assassino frio. – Disse desconfortável. – Não deposite esperanças em mim garota, posso ser sombrio e não preciso de um ombro amigo para chorar. Eu sobrevivi todos esses anos.

— Todos podem mudar, basta apenas querer se livrar das sombras que tenta nos acolher. – Dei de ombros enroscando seu pescoço com um braço deitando em seu ombro livre deixando-o surpreso. – Não tenha medo grandão! Posso ajudar você a se livrar da sua escuridão, basta apenas me deixar entrar. – Sorri fechando os olhos inalando seu perfume amadeirado e acolhedor. O que isso fazia de mim? Uma louca que escolheu ser amiga de um homem estranho que é acusado por todos de ter matado sua noiva? Foda-se. Eu poderia ser uma louca, mas eu ajudaria Oliver de todas as maneiras, ele querendo ou não. – Você sabe, nós podemos provar que ela não foi morta por você, caso ela tenha morrido mesmo. – Comecei a tagarelar por vários minutos, mas Oliver permaneceu calado. Depois do que parecia ser eras, ele sussurrou como uma oração.

— Ela não morreu, ela foi embora para nunca mais voltar. – Se essa era mais uma das suas verdades.... Meu coração doeu, porque o mundo de Oliver Queen tinha muita dor, e ele estava me levando consigo, mesmo que não fosse seu desejo. Ele pareceu tenso incialmente, seus músculos ficaram rígidos e um silêncio se alastrou entre nós, que era apenas quebrado por sua respiração profunda, batidas do seu coração, pisadas fortes sobre as pedras pequenas e o som da floresta ao nosso redor. E as lagrimas que eu não chorei por minha dor física, eu chorei por ele, em silencio.

(.....)

— Pronto! – Anunciou despertando-me do sono em que me mantive em seus braços quentes. Abri os olhos encarando o céu escuro com estrelas brilhantes, estava bonito.

— Você andou muito. – Noto saindo do seu colo me sentindo vazia. – Obrigado, Oliver.

— Nosso trato! Não volte mais. – Disse sem reservas com aceno seco tentando se afastar sem esperar minha resposta. Antes que ele se afastasse de fato segurei sua mão livre deixando-o tenso sentindo uma eletricidade percorrer de mim para ele. Aquilo me chocou e seu olhar caiu sobre minha mão como se ele tivesse sentido aquilo também. 

— Não posso prometer nada. – Sorri só para provoca-lo com aperto leve em sua mão. – Sabe eu posso ser malditamente insistente quando quero.

— Não volte – Ordenou perto o bastante para me aquecer sem ao menos me tocar. Seu hálito era de hortelã com canela. – Não volte – repetiu com um sopro suave tocando a ponta do meu nariz, seus olhos azuis estavam um pouco obscuros, soltando minha mão ele saiu em passos largos perdendo-se de vista em meio as sombras. 

— Você não manda em mim, Oliver Queen. – Estalei a língua dando de ombros com sorriso sarcástico, subindo as escadas da minha casa vagarosamente. Inspirei profundamente ao colocar a mão na maçaneta.

Helena não morreu, Helena foi embora, então isso queria dizer que ela estava viva, e que tinha que ser encontrada, Oliver precisava de justiça, eu faria isso por ele se necessário, eu sou a melhor hacker do país, vou achar a cadela, onde ela se meteu eu irei encontrá-la.

 

— Felicity louca Smoak— berrou Harry irritado com seu celular em mãos assim que pus os pés na sala. – Preciso prender você em casa com algemas ou uma coleira? – Fuzilou-me com olhar cor de mel completamente em chamas. Ele estava bastante furioso. 

— Não Harry! Não precisa. – Suspirei cansada seguindo para o sofá onde eu pudesse me despojar completamente.

— Onde você estava? – Cruzou os braços sobre o peito com uma irritação assassina. – Não sei como você consegue ser mais louca do que nossa mãe. – Acrescentou com raiva. Refleti longamente para lhe dar uma resposta adequada sobre meu sumiço e nossa mãe, mas como não desejo falar da loira que nos deixou, resolvi brincar com ele.

— Com Oliver Queen, o herdeiro da mansão Queen, aquele que todos chamam de assassino. – Respondi animada tirando meus sapatos. Harry passou a mão no rosto e me olhou incrédulo, com alguns minutos em silencio ele soltou uma gargalhada histérica.

— Você está ficando mais louca do que a mamãe. – Bufou outra risada sentando ao meu lado afundando o estofado. – Olha eu sei que você está saindo com Ray.... Não me importo com isso, a vida é sua, ele me parece ser um cara legal como o pai dele foi um dia, não precisa mentir sobre isso Felicity. Sei que você está morrendo de saudades dele por estar viajando, mas ele volta logo, então não precisa ficar perambulando como uma andarilha doida pela a cidade. – Sorriu de canto com uma covinha até fofa.

— Okay. – Franzo o cenho encarando sua expressão despojada. Então ele não acreditou no que eu acabei de dizer? Melhor para mim, para depois ele não achar que estou mentindo. – Eu não estava perambulando. – Nego com aceno negativo.

— Felicity não adianta mentir para mim, sou seu irmão mais velho e o único – disse com carinho. – Agora ande, tome um banho e durma um pouco.... Você parece uma mendiga. – Revirou os olhos dando-me um beijo estalado na testa seguindo para as escadas com um cantarolado irritante. – Cait ligou, disse que precisou resolver alguma coisa na casa do magricelo Allen. – Informou com uma careta. Barry nunca foi nada a mais do que um magricelo para Harry, afinal Barry tem o coração da garota e ele não. – Boa noite! – Acenou por fim.

— Harry. – Chamo com receio. Como ele não acreditou que eu estava mesmo com Oliver, então não tinha do que temer, se um dia ele descobrisse, surtaria, mas acho que não faria nada a respeito, pela vida ser minha e não dele. Com os olhos curiosos ele me encarou.

— Sim? – Ergueu uma sobrancelha em questão com meu silencio alastrante.

— Pode me levar para cima? – Abri os braços como uma menina de cinco anos querendo colo. – Estou com o pé doendo muito para subir todos esses degraus e você é minha única chance de chegar até meu quarto.

— Sempre dengosa como BeneCat – revirou os olhos, voltando até mim. Bem próximo ele me ergueu no colo com leveza e seguiu pelas as escadas com a respiração pesada. 

— Sou pesada para você? – Solto lembrando de como Oliver disse que eu não era pesada e que conseguia andar bastante até me deixar em casa ou no hospital.

— Depende – reflete por um momento me colocando no chão do quarto. – Não chegaria com você nem na esquina, você é baixinha e com curvas que muitas teriam inveja, querida. – Beijou minha testa.

— Frouxo – ralho com uma risada baixa. 

BeneCat, seu bastardo gordo, saia já de cima da minha bolsa favorita! – Gritou nervoso passando por mim como um raio. – Sua bola de pelo ambulante e fedorento, maldita hora em que resolvi traze-lo para casa. – Rosnou tirando meu bichano de cima da bolsa deixando-o em cima da cama.

— Pode ir Harry, e pare de maltratar meu gato, você está sendo insensível com os sentimentos do meu Bene. – Apontei para a saída. – Sei me virar sozinha a partir de agora. – Estalei os dedos com desdém.

— Sabe mesmo? – Sorriu com sarcasmo. – Ultimamente você está.... Mais estranha do que o normal – observou alisando o seu queixo quadrado sem resquício de barba com olhar cor de mel em plena desconfiança. – Só não me diga que você está gravida – arregalou os olhos em acusação. 

— Não! Saia do meu quarto Harry, você diz que estou louca, quando você não está dizendo coisa com coisa. – Apontei mais uma vez para saída começando a empurra-lo porta fora com nervosismo. – Não estou gravida. – Afirmei em descrença.

— Não estou pronto para ser tio garota, trate de se cuidar. – Fez uma careta indo para seu quarto. Fechei a porta e deslizei por ela, com um longo suspiro entediado, Bene pulou da cama e veio até mim com miados exagerados deitando no meu colo com ronronado baixo. Passei a mão por todo seu pelo branco deixando-o todo arrepiado, seus olhos azuis me fitaram serenos. Sorri erguendo-o próximo a mim.

— Bene, você acha que devo voltar a vê-lo? – Ergui uma sobrancelha. – Se sim? Solte um miado e se não? Fique calado – ordenei com alguns segundos ele miou lambendo a patinha. – Okay – pisquei com uma risada soltando-o devagar no chão para ir tomar um banho relaxado.

Enquanto a agua molhava toda minha pele eu refletia sobre tudo que acontecia desde que Oliver voltou para sua mansão, o que ele tinha feito durante todos esses anos? Qual de fato era seu passado? Diferente do que as pessoas pensavam, ele não era um assassino para mim, mas sim alguém torturado pelo o passado, e melhor... por onde ele andou quando Helena desapareceu? Porque não ficou e provou sua inocência? Balancei a cabeça sabendo que tudo aquilo seria uma dor de cabeça, e que muito em breve todos saberiam que o herdeiro voltou.

Sozinho seria uma definição mais simples para ele como um lobo sem alcateia renegado por todos. Com longos minutos depois sai do banheiro voltando para o quarto vestindo uma roupa de dormi confortável, não sentia fome, queria apenas descansar o corpo e principalmente a mente.

(.....)

— Cait você não iria para o show dos Jones com Barry? – Questionei confusa dando uma mordida na maçã, encostada no balcão da minha cozinha. 

— Barry precisou viajar com Joe para resolver umas pendências da polícia só volta na segunda – explicou guardando minhas compras com uma fina irritação, Barry nunca estava lá por ela, sempre tinha algo empatando os dois, e isso a machucava, estava escrito nos seus olhos.

— Pode ir comigo, Cait – sugeriu Harry brotando do chão em meio a nossa conversa o que me ocasionou um pequeno susto, reprendi o mesmo com o olhar, o que ele não deu a mínima.

— Não Harry, muito obrigado. – Acenou Cait em negativa ignorando o charme do meu irmão que fechou a cara. – Claro que não vou com você a lugar nenhum.

— Não sei o que você viu naquele batatinha frita— ralhou meu irmão com acidez revirando os olhos, passando as mãos nos cabelos loiros e os arrepiando. – Sou um macho alfa e ele é apenas um cachorro sem dono.

— Ele é meu tipo, você não. Está claro, então processe, supere e siga em frente com suas vadias. Não é assim que você vive todas as noites? Com uma mulher diferente na cama. – Rebateu Cait com raiva. Se virando para a dispensa terminado de colocar as compras na mesma, mordi a maça novamente sem querer me meter na conversa desses dois. Aquilo mais parecia casos de famílias. Uma coisa meio Snow vs. Smoak.

— Faz alguma coisa! – Praguejou em gestos na minha direção.

— Não – mostrei a língua enquanto ele sai da cozinha como um raio soltando fogo pelo os ouvidos e narinas pisando duro no chão.

 – Inferno maldito, espero que aquela salsicha tenha uma dor de barriga quando ele estiver com você, Caitlin.

— E eu espero que seu pinto caia, enquanto você estiver com outra vadia, seu bastardo linguarudo! – Exclamou Cait estrondosamente. – Faz cinco anos e Harry não aprende – berrou irritada. – Transei com você bêbada seu idiota, na faculdade a muito anos atrás, está na hora de você superar isso.

— Você gostou, sua ingrata, e não aguentou manter as mãos longe de mim enquanto eu fazia amor com você na praia a dez metros dos nossos amigos, atrás daquela rocha, e não me diga que foi efeito do álcool porque você implorou. – Rebateu ruidosamente meu irmão, do andar de cima. – Você não estava bêbada, foi apenas meia cerveja. – Escutei seu sorriso irônico. Lancei um olhar para Cait que fechou a cara, corando lindamente como um tomate.

— Estava sim – afirmou tremula olhando para mim que neguei socorro para ela, afinal eu não iria entrar nessa guerra, mas ser ouvinte estava animando meu dia. – Harry vai para o inferno! – Grunhiu.

— Só se você for comigo – devolveu derrubando algo. – Merda! – Gemeu alto com dor, aquilo me alarmou um pouco, porque ele tinha problemas de cicatrização e era necessária uma injeção para acelerar seu processo de cura, afinal ele era lindo mais não perfeito. Fiquei em silencio esperando as ações a seguir.

— Você está bem? – Perguntou Cait nervosa. Ela sempre remendou meu irmão quando ele não podia se salvar sozinho. Lancei para ela um olhar de “Já Cait? ”.

— Estou bem, foi só um corte na mão, ainda vou sobreviver para tornar a vida de vocês um inferno. – Estalou mais suave. – Não precisa se preocupar doutora, seus pensamentos sempre são na batatinha frita mesmo – arranhou. Nossa que golpe baixo. – Eu mesmo posso cuidar da minha mão. – Disse meloso. Harry utilizando do seu charme como sempre dá certo.

Três, dois, um. Contei mentalmente.

— Me preocupo com todos, seu idiota – acompanhei Cait com olhar enquanto ela subia as escadas rapidamente. Harry sempre vencia com a voz melosa e um charme estonteante. Cait podia amar Barry, mas quem ela zelava e cuidava todos esses anos era de fato do meu irmão. Ela podia não admitir e negar vergonhosamente, mas eles tinham algo em comum, uma conexão e quando Cait transou com o mesmo usou da bebida como desculpa no outro dia, onde de bêbada não tinha nada, eu sempre soube disso, ela apenas tinha bebido apenas um gole de cerveja na época.

— Precisa de mim? – Gritei com uma risada já sabendo a resposta.

— Não – dispensou Harry. Revirei os olhos para sair de casa, desci as escadas e acabei esbarrando em alguém sem querer. 

— Desculpa – gemo focando no mesmo. – Tommy?

— Cheguei irmãzinha – sorriu sarcástico tirando os óculos de sol me abraçando como um urso, tentei corresponder mais o aperto forte não deixou.

— Quando voltou? – Insisti confusa tentando respirar. Então ele se afastou e arrumou meus cabelos devido o abraço amigável.

— Hoje – respondeu mantendo o sorriso Colgate. – Não vai me dar boas-vindas? – Abriu os braços ainda com sorriso. De novo Tommy? Esses homens dessa cidade tinham algum tipo de problema.

— Vou – revirei os olhos abraçando-o forte novamente. – Seja bem-vindo, maninho. – Sorri deixando um beijo casto em seu rosto macio.

Thomas Merlyn, prefeito de Queen Creek nossa cidade localizada no estado americano do Arizona, nos condados de Maricopa e Pinal. Homem alto de cabelos negros, pele pálida e olhos bem azuis como o céu. Ele me considera sua irmã postiça desde que seu pai se casou com minha mãe onde saíram para Las Vegas em uma lua de mel sem fim. Harry não gosta de Tommy chama ele de babaca político. Eu o chamo de maninho só para provocar o Harry, o que era legal quando estávamos todos juntos, Tommy também tem uma queda por Caitlin, o que torna Harry mais possesso do que já é.

— Você cresceu – disse me analisando com todo seu carisma contagiante, talvez por isso todas as mulheres dessa cidade votaram nele, na verdade ele recebeu todos os votos e apenas um contra que eu não precisava saber que foi do Harry.

— Não cresci – Bufei. – Você saiu em viagem apenas duas semanas Tommy, não tem como eu ter mudado nesse curto período. – Comentei com uma risada.

— Mais cresceu – insistiu.

— Tudo bem, Tommy – dei umas tapinhas em seu peito em concordância. – Cadê sua namorada Laurel?

— Foi para casa dela, diz ela que estava cansada da viagem – deu de ombros com uma careta. – Como anda as coisas por aqui?

— Em seus devidos lugares – começamos a andar pela a rua. Mais logo fomos parados por vizinhos que cumprimentava o então prefeito, com questionamentos deixando Tommy mais louco do já era, como; limpar o terreno baldio antes que empestasse de ratos e baratas, um temporal vem por ai, é necessário deixar todos em alarme, e todos aqueles problemas que só ele poderia resolver. E assim seguia a sessão de planejamento público. Despedi do mesmo deixando-o com Alex seu analista político. Respirei o ar puro e segui para a cafeteria da Betty.

— O de sempre – pedi para Marie uma das atendentes. Deslizei pelo banco vazio, abrindo o catálogo onde eu já tinha em mente os meus pedidos, com alguns minutos senti meu lado esquerdo se aquecer com a presença de Ray. 

— Felicity, minha pequena borboleta – murmurou dando-me um beijo inesperado, pressionando seus lábios com os meus. Ele sabia que eu odiava essa coisa de pequena borboleta, mas mesmo assim ele insistia em chamar. – Senti tanto sua falta – sorriu se afastando para me olhar nos olhos.

— Quando você voltou? – Questionei surpresa soltando o ar. 

Ray tinha saído para uma pequena viagem de negócios para Londres por isso fechou a loja e me deu um mês de férias como bônus. O que eu não me opus a nada. Tínhamos dado um tempo, por isso não fui com o mesmo a essa viagem. Agora que ele voltou as coisas ainda pareciam estranhas.

— Ontem à noite – respondeu pedindo um café forte como sempre o desejado por ele. – Não se preocupe, só vou voltar a abrir a loja na segunda, pode continuar em suas férias pelo o resto da semana. – Sorriu enquanto eu o encarava inexpressiva. Seus olhos negros tinham um brilho mais ofuscante.

— Sim. Sim – gaguejei entrelaçando meus dedos sobre a mesa com a postura um pouco curvada. – Então.... – Ele interrompeu com outro beijo demorado pressionando seus lábios com mais suavidade, aquilo me aqueceu um pouco.. o que me fez corresponder com delicadeza. Ergui minha mão livre para acariciar seu rosto. Porem quando toquei sua pele já não era lisa, mas sim um pouco áspera por causa da barba um pouco grande. Seus lábios quentes me deixavam mais ansiosa, seu cheiro amadeirado adentrava minhas narinas como algo surreal, minhas mãos procuraram seus cabelos que não eram mais curtos, mas sim muito maior entre meus dedos. Abri os olhos lentamente para encarar um par de olhos azuis oceanos quase felinos que sorria amorosamente para mim, e aquilo me fez perder o folego, ele era mais lindo quando sorria. Oliver....

— Felicity – chamou Ray apagando a visão de Oliver a minha frente. Sua expressão era confusa e enigmática. Aqueles belos olhos azuis sumiram, dando-me apenas os escuros. – Sei que sentiu saudades.... Mas você está diferente – sussurrou desconfiado. 

Claro Ray, eu não beijei você, mas sim Oliver Queen, estranho sexy que todos chamam de assassino, se Ray ao menos soubesse de um terço disso, se sentiria decepcionado e magoado com sua companheira ou talvez ex traidora companheira, desejando ardentemente outro homem.

— Desculpe.... Era só saudades mesmo – afirmei trêmula com sorriso forçado. – Como foi sua viagem? – Resolvi contorna meus sentimentos a procura da realidade.

Eu estava sonhando acordada, por alguém que nem ao menos desejava minha presença em seu território. O que estava acontecendo comigo? Onde diabos eu estava me metendo?


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Notas finais do capítulo

Então.... não deixe comentar, eu adoraria ouvir o que vocês tem a dizer sobre Habits.

leitores de Elite Queen, essa semana tem capitulo. beijocas e otima semana.



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