Ele era um pirata. Era isso, e mais um bocado de coisas. Tolo, covarde, marcado, fraco. Tantos adjetivos, e tinha tanto ódio deles. Porque no fundo ele sabia que eram fatos, mas ainda assim machucavam.

E machucava também ver ela e não a ter.

Diferente dele, Katara era uma sereia. Era doce, e pensava no bem dos outros. Daria sua vida para proteger alguém, e ele, no máximo, tiraria uma vida para ter o que queria. Talvez não fosse tão diferente do pai assim.

Mas ele continuava sendo um pirata. Mesmo que não tivesse mais seu navio, e agora, não fosse mais um renegado.

Zuko era um pirata porque se apaixonou por uma sereia, logo, ele era um pirata tolo. Só caçadores tolos se apaixonavam por suas presas.

Sua sereia doce. Sua querida Katara. Que de sua não tinha nada. Mas foi a única que procurou entendê-lo, mesmo que depois só passou a odiá-lo mais. A única que tentou curá-lo, porém, no fim usou sua única esperança em outro.

Outro, cujo, era o motivo de seus pesadelos. Aang. Como tinha ódio do avatar. O causador de toda sua dor. E mesmo assim, no fim, Zuko ajudou ele.

Zuko nunca teve esperanças de viver sua vida com Katara. Ele sabia que no fim ela seria do Aang, e ele, da Mei. Mas ainda sim doía. Pensar como poderia ter sido mais feliz ao lado de sua sereia.

Zuko era um pirata, e Katara era sua sereia. E como nas histórias, o pirata nunca consegue capturar seu maior tesouro.