Gibbs deixou Tony dormindo no sofá e foi ficar com Abby no quarto. Ele colocou a mão em sua testa e ficou feliz.

— Finalmente a febre passou. – Disse Gibbs sentando ao seu lado.

Gibbs percebeu que Abby dormia tranquila e resolveu dar um beijo em sua testa. Ele queria voltar a agência. Ziva e Vance haviam resolvido tudo a respeito de Emily e a estavam trazendo para Washington. Gibbs estava indeciso sobre contar ou não para Abby que ele sabia que a garotinha era filha dele.

Gibbs sacudiu Tony que acordou rapidamente ao perceber que era Gibbs quem o chacoalhava.

— Ah. Chefe. – Disse Tony. – Estou acordado chefe. – Tony levantou em um pulo do sofá. – Desculpa. Acho que peguei no sono.

— Tenho que ir à agência pegar a filha de Abby. – Disse Gibbs. – Mas se você dormir quem vai cuidar da Abby.

— Estou acordado chefe. – Disse Tony.

— Anda com problemas para dormir Tony? – Perguntou Gibbs.

— Com tantos casos aparecendo e essa coisa da Abby tenho pouco tempo para dormir. – Disse Tony.

— Fique com a Abby lá no quarto. – Disse Gibbs. – Na poltrona ao lado da cama. – Disse Gibbs.

— Claro chefe. – Disse Tony.

Gibbs saiu e Tony subiu ao quarto. Ele entrou e se lembrou do momento que eles tiveram. Abby estava dormindo e ele não se aproveitaria disso. Tony ignorou a ordem de Gibbs e deitou-se ao lado de Abby na cama de Gibbs.

— Acho que se o chefe souber disso ele vai me matar. – Disse Tony baixinho.

Abby acordou de repente e levantou da cama. Ela não se lembrava de quase nada sobre o que aconteceu.

Tony havia pegado no sono quando Abby soltou um grito de dor. Ele abriu os olhos e viu Abby no chão e levantou correndo.

— Abby. Deveria ter me chamado. – Disse Tony colocando Abby no colo e a levando para a cama. – O que houve?

— Eu fui pegar meu celular e não consegui colocar meu pé na frente do outro. – Disse Abby.

— Deixa eu ver isso. – Tony pegou o pé dela e percebeu que ele estava inchado. – O que aconteceu?

Tony deixou Abby e pegou um dos remédios para dor que haviam sido receitados.

— Aqui. – Disse Tony dando uma pílula para Abby tomar. – Acho que isso vai fazer você ficar sem dor.

Abby tomou o remédio e se acalmou. Tony pegou o celular e iluminou a planta do pé dela. Viu um pequeno furo nele. Ele estranhou aquilo.

— Abby. O que é esse furo no seu pé? – Perguntou Tony. – Abby? – Ele a chamou quando ela não respondeu. Ele ainda olhava para o pé dela então voltou a olhar para a moça dormindo na cama.

Tony não entendeu como Abby pegou no sono de repente. Ele discou o número de Ducky.

— Autópsia. – Disse Ducky ao atender o telefone.

— Ei. Ducky. Sou eu. Tony. – Disse Tony. – Há algo no pé de Abby que eu não havia visto antes.

— O que é? – Perguntou Ducky.

— Um furo pequeno bastante para um chip. – Disse Tony.

— Um chip? – Perguntou Ducky.

— Sim. Um chip rastreador. – Disse Tony. – Como não vimos isso antes?

— Não faço idéia Tony. – Disse Ducky. – E como descobriu?

— Abby quis levantar, mas quando apoiou o pé ela caiu. – Disse Tony. – Dei um dos remédios para dor e ela adormeceu de novo.

— Bem. Esse é efeito do remédio. – Disse Ducky. – O corpo reage melhor quando está dormindo. Não precisa se preocupar com isso Tony. – Tranquilizou Ducky. – O que me preocupa é esse chip.

— Porque? – Perguntou Tony.

— Se é um chip rastreador precisamos retirá-lo e ver o que ele faz ali. – Disse Ducky. – Mas no momento estou ocupado. Você deverá fazer isso Anthony.

— Como farei isso? – Perguntou Tony.

— O efeito do remédio também causa anestesia local então você pode fazer um pequeno corte. – Disse Ducky. – Vou te ajudar Tony pelo telefone mesmo.

— Ok. – Disse Tony.

— Pegue algo pequeno para cortar aproximadamente dez centímetros. – Começou Ducky. – Não esqueça de ter gaze para controlar o sangramento. Cortou Tony?

— Sim Ducky. – Respondeu Tony.

— Agora pegue uma pinça e pegue o chip com cuidado. – Disse Ducky.

— Ok. Peguei. – Disse Tony.

— Estanque o sangramento Tony com uma agulha e uma linha. – Disse Ducky.

— Não tem linha cirúrgica aqui. – Disse Tony.

— Tem linha de roupas? – Perguntou Ducky.

— O quê? – Perguntou Tony.

— Linha de roupas. De costura. O sangramento precisa ser estancado Tony antes dela acordar ou ela não vai acordar. – Disse Ducky.

— E se ela pegar uma infecção? – Perguntou Tony.

— Se tiver álcool pegue esterilize e depois faça Dinozzo. – Disse Gibbs do outro lado da linha.

— Chefe? Você estava aí o tempo todo? – Perguntou Tony.

— Ducky me enviou um torpedo e eu cheguei o mais rápido que consegui. Agora pegue o álcool em cima do armário do quarto. – Disse Gibbs.

— Ok. Já peguei. – Disse Tony

— Agora esteriliza e costura antes que ela perca sangue demais. – Disse Ducky.

Tony costurou e colocou o chip na palma da mão.

— Vou mandar o McGee pegar. – Disse Gibbs.

Tony se sentou ao lado de Abby na cama. Ela ainda dormia. McGee chegou para recolher o chip.  Encontrou Tony dormindo ao lado de Abby. Estranhou a cena.

Ele balançou Tony que acordou.

— Hein? O que? – Disse Tony acordando.

— O que você está fazendo Tony? – Perguntou McGee.

— Só estava dormindo. – Respondeu Tony.

— Na cama do Gibbs? – Perguntou McGee.

— Tive que fazer um pequeno procedimento na Abby. – Disse Tony. – E cai no sono aqui mesmo.

— Tenha cuidado se o Gibbs descobrir ele vai te demitir. – Disse McGee. – Me dê o chip.

McGee pegou o chip e saiu.