Ninja Insincera X Samurai Preguiçoso escrita por Yamashine


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Acho que em alguma outra fic minha eu cheguei a dizer que não pretendia fazer uma fic de GinTsu. Não lembro o motivo (se é que tinha um). Enfim, quero dizer que no final do ano passado, um desafio chamado #TheLovers foi lançado numa comunidade do Amino (um aplicativo) e eu participei. Pois bem, eu não resisti e acabei escrevendo uma fic deles dois. Eu decidi postá-la aqui assim como fiz com outras one-shots que postei lá antes. Já aviso que a história possui uma realidade um pouco diferente da original. Eu não transformei os personagens em estudantes, se é o que estão pensando (nada contra). Bom, espero que essa pequena mudança não atrapalhe. Deixo meu obrigado antecipado para quem for ler.



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Ao perceber o quanto a população foi protegida por facções de ninjas e samurais durante décadas, o Shinsengumi teve a ideia de escolher a maior e melhor de cada uma delas para transformá-las em departamentos de segurança. As escolhidas foram a facção Hyakka, por ter muitos shinobis habilidosos, e a Jouishishi, graças a sua grande quantidade de espadachins experientes. As famílias Mochizuki e Sakata fundaram e lideraram esses grupos durante gerações. Além da união ter deixado as coisas mais organizadas, os integrantes desses departamentos puderam ser devidamente reconhecidos e beneficiados por seus feitos. Atualmente, Tsukuyo Mochizuki e Gintoki Sakata eram os chefes deles.

"Há momentos em que eu não consigo acreditar que me tornei alguém tão importante do nada", falava Gintoki para si mesmo enquanto observava seus subordinados fazerem a patrulha. "Por ser o filho mais novo, nunca pensei que algum dia poderia me tornar o líder, mas pouco tempo depois de suceder nossa mãe, ele se foi. Como eu era o único filho sobrando... Bom, pelo menos agora nós recebemos benefícios e as pessoas nos veem com mais respeito. Somos vistos como a facção de samurais mais poderosa. Aqueles ratos do governo finalmente fizeram algo que valeu a pena."

Ele tinha uma vida tranquila até seu irmão mais velho falecer ao ter um ataque cardíaco. Aos vinte e cinco anos, o caçula decidiu entregar a empresa que fundou, a Yorozuya, nas mãos de seus fiéis companheiros Kagura e Shinpachi, para ocupar o cargo. De um dia para o outro o jovem havia se tornado o novo chefe dos Jouishishi.

"Eles estão aqui", apontando discretamente para a casa onde havia ladrões escondidos, Tsukuyo sussurrou para sua equipe. "Quero oito cercando as laterais e quatro entrando pelo telhado."

Não muito longe dali, o Departamento de Segurança Hyakka trabalhava em uma missão que recebeu. As poucas mudanças causadas pelo acordo feito com o Shinsengumi não incomodaram a líder, no entanto, saber que um certo homem de cabelo prateado também teve sua facção escolhida a deixou bem incomodada.

"Fiquei sabendo que os Jouishishi estão patrulhando bem perto daqui", resmungou a kunoichi em voz baixa para que ninguém a ouvisse. "Aquele  inútil deve estar só olhando os outros trabalharem. Não sei o que viram de bom nele."

Desde a infância, Tsukuyo já tinha ideia das responsalidades que a aguardavam. Sempre foi muito cobrada por seu pai quando ainda era vivo e chefiava os Hyakka. Por ser a irmã mais velha das três filhas, seu futuro como sucessora estava garantido.

Por conta de um desentendimento no passado, as famílias Mochizuki e Sakata nunca mais se deram bem. Havia se tornado quase uma tradição os pais repassarem a história acompanhada por críticas negativas e sem fundamentos para seus filhos. Como a kunoichi levava tudo aquilo bem a sério, ela era a que mais demonstrava desgosto por Gintoki e sua família. No caso dele, ficar ouvindo a mesma coisa o tempo todo o deixava muito entediado, e por consequência disso, ele caía no sono sempre que entravam no assunto. Toda vez que encontrava a loira e fazia alguma brincadeira, mesmo não estando com más intenções, acabava apanhando dela.

"Eu poderia estar lendo uma Jump, mas estou aqui", mesmo estando ali sem  fazer nada, o samurai murmurou.

"Bom trabalho, pessoal", disse a ninja ao ver que mais uma missão foi concluída.

O tempo foi se passando, e sem perceber, Gintoki começou a se interessar por Tsukuyo. Mesmo que ela fosse agressiva e arrogante, o rapaz foi capaz enxergar seus pontos positivos, como a sua responsabilidade, autoconfiança e habilidade para lutar. No início ele achou que tudo não passava de admiração, mas depois começou a notar que seus sentimentos só aumentavam. O chefe do Departamento de Segurança Jouishishi se viu apaixonado por sua inimiga.

"O que será que está acontecendo comigo? Quem em sã consciência se apaixonaria por alguém daquele jeito? E daí que ela tem todas aquelas qualidades?", na mente de Gintoki, essas palavras ecoavam. "Ela só sabe me tratar com ignorância e me bater quando tento ser legal. Eu sei que já fiz umas piadas meio pesadas e mereci apanhar, mas é óbvio que fui tratado com violência por outro motivo..."

Uma luta que acontecia todos os anos entre os chefes das facções Hyakka e Jouishishi para decidir quem seria o melhor do ano estava próxima. Gintoki não soube o que fazer quando se lembrou daquilo. O homem que assistiu sua mãe e seu irmão lutando, agora seria assistido. Sua vida de espectador havia acabado.

"Lutar com ela? Isso não é só desnecessário e cansativo, é algo que eu não consigo me ver fazendo também... Já sei, vou fugir quando o dia chegar."

A​pós pensar muito, essa foi a única ideia que passou pela cabeça dele.

Por mais que ninguém tivesse notado, a situação de Tsukuyo estava bem parecida. Devido à sua personalidade tsundere, a ninja "não conseguia entender" o seu coração. Sua insinceridade consigo mesma só complicava as coisas. Contudo, isso não mudava o fato de que a moça também prentedia não comparecer no dia da própria luta.

"Eu nunca tive dificuldade pra bater naquele cara. Por que agora estou hesitante? Sem contar que é a minha primeira luta, então seria mais aceitável eu estar ansiosa e empolgada... Será que estou com receio de perder? Já o vi lutando e devo admitir que mesmo sendo a preguiça em pessoa, ele consegue ser muito bom... É forte, esforçado e dedicado quando quer ser... B-bem, faz sentido eu me sentir assim e querer fugir."

Embora sua face um tanto corada estivesse dizendo mais alguma coisa, foi somente isso que ela falou em seus pensamentos.

Quando o dia chegou, uma multidão de pessoas se reuniu para assistir a luta que sempre acontecia numa praça do Distrito Kabuki. Outras atrações também estavam confirmadas, porém, aquela era a principal. Como todos pareciam os pressionar, ambos os chefes se sentiram obrigados a levar aquilo adiante e acabaram indo ao evento.

"O que eu estou fazendo aqui?!", perguntou Gintoki para si mesmo como se estivesse gritando por dentro.

"Droga, eu acabei vindo!", exclamou Tsukuyo em pensamento.

Mesmo sem nenhuma vontade de lutar, os dois começaram.

"Você poderia pegar mais leve?", com uma risada meio assustada, o rapaz pediu. "Parece até que vai me matar."

"Só um idiota como você pediria ao oponente para baixar a guarda", com um tom de voz ignorante, mas inseguro, a moça rebateu.

Era como se os gritos da multidão os incentivasse e ao mesmo tempo os ajudasse a esconder o que realmente estavam sentindo. Todos ali sabiam que aquele evento nasceu de uma briga que aconteceu no passado entre os Mochizuki e os Sakata. Mesmo que muitos dissessem que não havia mais rancor e que as lutas se tornaram apenas um divertimeto, não havia sequer uma pessoa que não pudesse sentir o clima pesado no ar. Gintoki e Tsukuyo até podiam ver o ódio nos olhos de seus parentes, o que era bem pior. As duas famílias mal piscavam enquanto assistiam.

Assim como ela não queria mais machucá-lo, ele não aguentava mais fazê-la sangrar. O samurai queria demonstrar seus verdadeiros sentimentos de alguma forma. Depois de pensar muito naquilo,  ele acabou tomando uma atitude inesperada. O rapaz aproveitou a aproximação de Tsukuyo, a puxou e a beijou, surpreendendo a todos que estavam presentes.

"Consegui!", o jovem comemorou em pensamento. "Mesmo que ela me bata depois disso e me odeie ainda mais, eu vou me desculpar e sair daqui satisfeito!"

Ele sabia que a possibilidade de levar um coça da loira e dos demais era grande, mas também não acreditava que suas palavras fossem surtir algum efeito em um momento como aquele, por isso arriscou. As pessoas não conseguiam acreditar no que estavam vendo. Obviamente, ela também ficou surpresa, entretanto, a mesma cedeu ao beijo logo em seguida. Uns ficaram indignados, já outros até gostaram daquele desfecho.

"Então era é isto... Eu só não queria enxergar...", disse a ninja com certa timidez após se afastar. "Fiquei tentando me enganar, mas no fim, tive que aceitar que meu sentimento por você havia se tornado o oposto de ódio."

"Eu pretendia pedir desculpas depois, só que ao em vez de me responder com mais porrada, você retribuiu", Sakata sussurrou no ouvido da moça. "Neste caso, acho que não vou precisar fazer isso."

"I-idiota...", disse ela já ficando completamente vermelha.

Dali pra frente tudo seria diferente entre os ninjas Hyakka e os samurais Jouishishi. Graças aos dois, as famílias se reconciliaram e puderam viver em harmonia depois de muito tempo.

Um ano se passou e o evento tornou a acontecer, mas, daquela vez, os oponentes estavam casados e realmente foram lutar por diversão. Durante a luta, todos notaram que nenhum dos lados queria ceder, portanto, decidiram considerar como um empate.

"Tsukuyo, eu amo você", olhando fixamente nos olhos de sua mulher e com a voz ofegante, o samurai disse.

Quase sem fôlego, mas com força para gritar restando, a loira exclamou para disfarçar a vergonha: "Ca-cala a boca! Se pensa que no ano que vem vou deixar você ganhar só porque disse isso, está muito enganado! Eu é que vou vencer!". 

Não tinha jeito, ele teria que lidar com a forma estranha dela corresponder seu afeto, e ela teria que se acostumar com a frases de amor respentinas dele. Pelo que todos podiam ver, isso não seria um problema para o casal.


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Notas finais do capítulo

Fico por aqui com MAIS UMA FIC DE GINTAMA. | Até um possível próximo encontro entre nós novamente.



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