Caso 47 - Segredos de um Crime Vol. 1 escrita por Caroline Rodrigues


Capítulo 6
Capítulo 5




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A estrada da rota 276 era tão vazia que me daria a impressão de ser assombrada. A tarde fria e nublada ajudava a dar o ar melancólico e assombrado que só costumamos ver em filmes. Já se passava das duas da tarde e, tanto eu quanto Stephen mal tivemos tempo de colocar algo no estômago antes de partir rumo ao sanatório. O prédio do Sanatório ByBerry ficava ao final da Av. ByBerry - daí o nome do lugar, o que me fez pensar que quem o nomeou não tinha lá muita criatividade - e passar pela rota 276 era necessário para chegar até lá. Não havia muitas casas na região, boa parte do lugar era formado por vários hectares de terra demarcados por cercas de madeira gasta. Os terrenos com casas construídas e habitadas tinham a grama aparada e bem cuidada, porém quando pegamos a Avenida, os terrenos  bem cuidados deram lugar a terrenos de grama alta, e árvores cortadas. O lugar ficava no final da avenida, quase no último pedaço de terra. Conforme Stephen foi diminuindo a velocidade do carro, fui observando mais os arredores. Sem vizinhos próximos, movimentação quase nula na avenida se levar em conta de que não se via nenhum carro próximo. Um ótimo lugar para matar alguém sem que percebam. Stephen estacionou o carro de frente para o portão do lugar.

— Que lugar medonho - Stephen se pronunciou quando pulamos para fora o veículo.

— Com toda certeza. - anui olhando para o lugar. O prédio lembrava uma das casas de fazendas do novo engenho de 1800. Era todo de concreto e pintando de um tom de vermelho envelhecido, seus dois andares eram ornamentados por várias janelas, onde persianas azuis impediam que se visse o que tinha dentro. O jardim parecia ter sido aparado recentemente, mas não era o mais bem cuidado que eu já havia visto. O portão de ferro estava trancado por grossas correntes e uma placa de “Fechado”. O nome do lugar poderia ser visto a metros de distância, graças a um enorme letreiro adjacente ao portão. Dois homens estavam parados próximo a porta de entrada, sentados em cadeiras de plástico. - Se há seguranças, então existe um dono.

Olhei para Stephen que concordou comigo. Nos aproximamos mais do portão, mas os seguranças não pareciam nos notar ali. Um deles era alto e corpulento,e  tinha cabelos pretos. Já o outro era mais baixo e parecia pesar o mesmo que um enorme hipopótamo. Na verdade, ele tinha a cara de um hipopótamo. Ambos usavam calças e casacos escuros.

— Com licença? - Stephen gritou do portão atraindo a atenção dos dois -  Agente Winston e Agente Stewart, do FBI - falou apontando para si próprio e para mim enquanto mostravamos nossos distintivos - Podem vir até aqui por favor ? Temos algumas perguntas.

Os dois seguranças se olharam, e logo começaram a andar em direção ao portão. O mais rechonchudo acabou ficando para trás no curto percurso, e tive que morder os lábios para conter a risada.

— O que o FBI quer aqui ?- o mais alto perguntou depois de inspecionar nossos distintivos. Eles não abriram os portões.

— Estamos investigando casos de homicídio pelo bairro, e algo nos trouxe até aqui - Stephen respondeu usando seu tom profissional.

— Homicídios? - o gordo pareceu surpreso - Aqui?

— Não disse que foram aqui - Stephen bufou - Disse que uma pista nos trouxe até aqui, mas não precisam se preocupar por enquanto. Apenas respondam nossas perguntas, sem enrolação.

— Qual seu nome? - perguntei já com meu bloquinho em mãos.

— Wilbur. Jason Wilbur - o mais alto respondeu enrrugando a testa - E esse é Hector Mayer. - apontou para o parrudo - O que querem por aqui?

— Sr. Wilbur sabe me dizer a quem pertence o prédio?  - apontei com a caneta para trás dele.

— Não. Apenas fomos contratados para tomar conta do lugar - deu de ombros.

— E não sabe quem é seu patrão? -  Stephen perguntou ao meu lado.

— Somos tercerizados - foi o parrudo quem respondeu - Prestamos serviço a uma empresa, que presta serviços para o dono do lugar.

— Qual o nome da empresa? - perguntei já que eles não usavam um uniforme.

—  Companhia de Segurança T&P - Wilbur respondeu estreitando os olhos.

— Certo -Stephen terminou de anotar - Senhores, esse prédio tem sido usado recentemente?

— Não - respondeu emendando - O lugar não é usado desde que nos contrataram, ninguém aparece. Não em nosso turno, pelo menos.

— Não fazem rondas durante a noite? - perguntei logo em seguida.

— Não, nosso turno acaba as 17hrs, e ninguém assume o posto - apontou com o dedo para as cadeiras de plástico mais atrás.

— Então a empresa só faz a segurança durante o dia ? - porque proteger um prédio a luz do dia, e deixá-lo exposto durante a noite que é quando costumam acontecer os roubos? Estranho.  Wilbur assentiu confirmando minha pergunta - Sabem porque?

— Porque não precisa ? - perguntou o óbvio - Olhem pra esse lugar, não tem nada para roubar aqui. Quer dizer, alguns jovens invadem por curiosidade,  mas é coisa de garoto. Eles saem correndo dizendo que o lugar é assombrado.

— Invadiram o lugar?  - perguntei interessada.

— Toda semana - Mayer falou bufando - Toda segunda pegamos alguns deles fugindo correndo pelos portões.

— Sabem se eles levam alguma coisa ? - perguntei com uma pontada de esperança.

— Levar o que ?- Wilbur soltou um riso debochado - Não tem nada para levar daqui, o prédio é vazio.

Olhei para Stephen mordendo o lábio inferior. Aquela camisola foi parar nas mãos do assassino de alguma forma. Se pudéssemos entrar e provar que eles ainda tem essas camisolas, talvez os donos fossem nomes a se cogitar. Stephen entendeu meu olhar de quem queria pular o portão e invadir, e estreitou seus olhos. Ele sabia que não conseguiríamos entrar.

— Será que nós podemos entrar e dar uma olhada? - perguntei mesmo que já soubesse a resposta.

— Vocês têm um mandado? - Wilbur cruzou os braços sobre o peito.

— Não - resmunguei e recebi um olhar de Stephen de eu avisei, que respondi com meu melhor olhar de um cale a boca.

— Então sinto informar que não será possível. Tragam um mandado e podem entrar, caso contrário, nada feito. - Wilbur sorriu forçado com um olhar desafiador.

— De qualquer forma, obrigado pela atenção - Stephen disse, já que eu me recusava a abrir a boca como uma bela criança birrenta - Voltaremos em breve.

Nos despedimos com leves acenos de cabeça vendo os homens se afastarem enquanto cochichavam voltando as suas cadeiras de plástico. Voltamos para o carro a passo lentos.

— Não acha estranho ?- perguntei quando nos sentamos em nossos respectivos lugares.

— Qual parte? - Stephen colocou o cinto de segurança e a chave na ignição - O fato de uma camisola de um sanatório desativado aparecer em um corpo ou de terem seguranças em períodos que ninguém se atreveria a roubar o lugar ?

— Os dois - não contive o sorriso ao perceber que ele notará e chegará às mesmas conclusões que eu -Vou ligar para Andy e pedir para descobrir quem é o dono do lugar.

— Ok, enquanto isso, vamos até a casa da namorada da Wendy -falou manobrando o carro - Estou com o endereço aqui.

….

— Porque esse pessoal da onda hippie moram em lugares tão estranhos? - Stephen perguntou torcendo o nariz enquanto olhava para o prédio onde a moça morava.

O lugar era horrível. Um prédio de três  andares, pintado de verde musgo, porém a tinta estava toda desgastada e descascada. A rua em que se encontrava fica nos subúrbios da Philadelphia, em um bairro próximo a Chestnut. Não haviam crianças brincando, ou pessoas andando. Era deserto e eu tenho certeza que isso não era por ser um bairro calmo.

— Falta de dinheiro talvez? - perguntei subjetiva - Ou eles só preferem os lugares assim mesmo. Loucos existem para todos os gostos.

— Cada louco com sua loucura então - ele deu de ombros - Vamos de uma vez.

Assenti e caminhamos em direção a entrada do prédio. Se por fora era ruim, por dentro era pior. Assim que a porta se abriu, fomos jogados para uma escada de madeira velha e coberta de sujeira. Não havia ninguém controlando a entrada.

— Também não tem um elevador - suspirei em frustração - Mas vamos lá, eu adoro exercício.

— Tanto quanto nazistas adoram judeus - Stephen falou enquanto começávamos a subir os degraus.

— Humor negro antes do jantar? - perguntei erguendo as sobrancelhas - Estamos regredindo.

Ele não me respondeu, apenas deu um riso longo e voltamos a nos concentrar em subir até o último andar. Claro que com a nossa sorte, ela tinha que morar no último, nada demais. Não pode ficar pior certo ? Errado.

— Faça as honras- Stephen falou ao pararmos em frente a porta. Uma música alta passava pelas paredes finas, e um cheiro forte de erva dominava o lugar.

Bati na porta com força já que não havia campainha. Não escutaram na primeira, nem na segunda, terceira ou quarta vez em que bati.

— Ei!  - um homem saiu da porta do lado -Não vai adiantar bater, eles não vão ouvir - ele fumava um cigarro - Vocês são clientes por acaso?

— Clientes ? - perguntei olhando rapidamente para Stephen.

— É, clientes - ele falou revirando os olhos.

Mas antes que pudesse continuar, a porta se abriu revelando uma garota alta e magra de cabelos pretos que batiam na altura do queixo. O nariz fino e empinado estava vermelho, assim como os olhos. Alguém aqui era uma assídua simpatizante do ópio.

— Quem são vocês? - perguntou mascando  chiclete. A música tinha sido abaixada, mas ainda tocava. O cheiro forte de maconha aos poucos tomava conta daquele corredor claustrofóbico.

— Você é Monique Denver? - perguntei estreitando os olhos.

— É, sou eu - estourou uma bolha de chiclete - Quem quer saber ?

— Agente Stewart e agente Winston, FBI - mostramos os distintivos a vendo arregalar os olhos. A porta do homem ao lado bateu em um estrondo - Viemos por causa da morte da sua namorada, Wendy Smith. Já sabia sobre a morte dela ? - perguntei. Algo me dizia que ela não só sabia, como não se importava.

— Já sabia sim, mas não é como se eu pudesse fazer algo para mudar a situação - deu de ombros totalmente indiferente - E eu não tenho nada a dizer sobre isso - falou tentando fechar a porta, mas Stephen a impediu.

— Não acho que seja assim que as coisas funcionem, Srta Denver - usou seu tom ameaçador.

— Eu não sou obrigada a responder às perguntas de vocês - cuspiu com raiva.

— Tem razão, você não é - concordei sorrindo - Mas se não nos responder agora, terá que prestar um depoimento formal na delegacia.

— E se eu me lembro bem dos meus tempos de faculdade, esse cheiro - Stephen fungou - Não é de nada legalizado.

— Vão me prender por usar maconha ?- perguntou com desdém e um medo contido na voz.

— Sabe, nós somos da homicídios. Não temos nada a ver com drogas e essas coisas - Stephen refletiu por um instante - Mas eu conheço alguém da narcóticos que ia adorar falar com você. Então ou responde nossas perguntas, ou o próximo agente a vir até aqui vai levar você a um lugar nada agradável.

Stephen com toda certeza era o homem das ameaças. Se tivéssemos que fazer o estilo policial bom e policial mau, ele seria o mau. Não por ele ser verdadeiramente malvado, mas por conseguir transmitir isso com certa facilidade. Quando ele queria,conseguia soltar ameaças e ordens com uma facilidade inexplicável. Suas íris azuis cintilavam e a voz parecia veludo, o que tornava a coisa toda ainda mais assustadora. Eu teria medo dele,se não o conhecesse.

— Tudo bem, o que querem saber ? - a garota cedeu depois de respirar fundo e englobar o medo.

— Você estava na mesma festa que Wendy, mas ela voltou sozinha - comecei encarando a menina - A amiga dela disse que ela dormiria com você naquela noite, mas que ela desistiu. Porque ?

— Tivemos uma briga - foi evasiva em sua resposta.

— Pelo que ? - perguntei olhando em seus olhos.

— Eu fiquei com um cara na festa - ela estalou a língua - Não que isso importasse, era comum entre nós duas. Mas parece que o cara era amigo da Wendy, e ela não gostou nada disso. Disse que ele era um cara inocente - revirou os olhos - Nós brigamos, e ela foi embora com ele.

— Com o amigo dela ?- perguntei surpresa.

— É  - deu de ombros fazendo cara de tédio.

— Qual o nome dele? - Stephen perguntou.

Se ela foi embora com ele, existe uma grande chance dele ter visto alguma coisa. Ou de ele mesmo ser o nosso cara.

— Como é que eu vou saber ? -ergueu as sobrancelhas - Olha, foi apenas um beijo. Não um interrogatório.

— Pode pelo menos nos dar uma descrição? - perguntei já sem paciência com a garota.

— Estava escuro e eu estava chapada. Não lembro de quase nada. - estalou outra bolha de chiclete.

— Tudo bem, já chega - Stephen fechou seu bloquinho - Até agora eu fui muito paciente, mas cheguei no meu limite - cruzei meus braços apenas esperando por suas palavras - Drogas, festas ilegais, omissão de fatos em um depoimento, e eu aposto que seu vizinho nos confundiu com um dos seus clientes que vieram aqui comprar drogas de você  - Stephen pontuou com os dedos - E esses são só algumas infrações que notamos a olho nu. Aposto que se investigar vou achar mais coisas que, no mínimo, irão lhe render alguns anos atrás das grades. Então eu sugiro, Srta Denver, que comece a falar de uma vez e responder as perguntas da minha parceira aqui. Se não quiser sair de sua casa algemada.

Olhei para a garota a tempo de ve-la engolir o chiclete que mascava. Stephen tinha um sorriso diabólico no rosto, e ainda encarava a jovem na porta. Uma gota de suor escorreu pelo rosto da garota, e ela respirou fundo.

— Ele tinha cabelos loiros - começou com a voz falha - Era mais alto que eu, cerca de 1,80. Ele era meio lerdo, não sei dizer - engoliu novamente antes de voltar a falar - Mas era bonito. Eu realmente não sei o nome dele, ele não me disse e eu também não perguntei - deu de ombros de novo - Ele tinha uma cicatriz, uma quiloide em linha reta.

— Uma cicatriz? Onde ?- perguntei a cortando.

— Na nuca. Quando ele se virou eu consegui ver, perguntei o que era mas ele ficou nervoso com minha pergunta. E foi aí que a Wendy chegou e nós brigamos.

— Viu ele depois disso ? -Stephen perguntou ao meu lado.

— Não, nunca mais - mordeu os lábios pela falta do chiclete.

— Ótimo Srta Denver - fechei meu bloquinho - Terminamos por aqui. Logo um policial vai ligar e marcar sua ida ao DP para o depoimento formal.

— Espera aí -exclamou se virado para Stephen - Você disse que eu não teria que ir até a delegacia.

— Bem, não foi exatamente isso que eu disse. Mas de qualquer forma...- Stephen apertou os olhos para ela -Acho que eu menti. Obrigado pela atenção.

Seguimos pelo corredor até as escadas ouvido Monique reclamar de sua porta. Ignoramos. Mentir era parte do trabalho, embora pareça estranho se levar em conta que somos pessoas da lei . Mas uma mentira para conseguir informações não faz mal algum.

— Acha que ela disse tudo ? - perguntei dentro do carro.

— Não - respondeu olhando a estrada - Mas não acho que vamos conseguir mais alguma coisa útil.

— Nem eu - suspirei concordando - E sobre o tal cara. Se ele saiu com ela, pode dar em alguma coisa.

— Mas nós não temos um nome.

— Não, mas podemos pedir que ela faça um retrato falado - ponderei nossas opções.- A cicatriz é uma característica relevante.

—  Uma cicatriz na nuca, quase imperceptível. Até pode acontecer de ela nos dar um retrato útil,  mas quais as probabilidades de acharmos uma pessoa através de um retrato falado ? Podemos colocar um aviso de procurado, mas pelo que ? Não temos um motivo, só a palavra de uma drogada. É como procurar agulha em um palheiro -  bufou ainda olhando para estrada.

— Obrigada pelo balde de água fria - reclamei fazendo uma careta - Mas tem razão. Então o que acha que deveríamos fazer ?

— Falar com os parentes e amigos das outras vítimas. Saber se essas pessoas conhecerem algum cara que pode, ou não, bater com a descrição que Monique nos deu - ele mantinha uma linha rígida nos lábios.

— Eu conheço essa sua cara - falei com um meio sorriso.

— Ah,conhece? - brincou erguendo uma Sobrancelha.

— É a sua cara de estou resolvendo um caso e já tenho um suspeito - ri de mim mesma tentando imitar sua voz.

— Eu não falo desse jeito - bufou em seu jeito irritante - E talvez eu tenha mesmo um suspeito, ele só não tem um nome.

— Então nós temos um suspeito - sorri recebendo um sorriso aberto de meu parceiro.

O celular de Stephen começou a tocar freneticamente dentro de seu bolso. Ele parou em um farol e pegou o aparelho atendendo o mesmo.

— Reeds? - falou e logo fez uma pausa - Ele não tocou - revirou os olhos - Diga logo o que quer - fez mais um pausa, porém mais longa - Porque eu conheceria? - enrrugou a testa - Ah, ela não me contou nada - olhou na minha direção e depois voltou para estrada. - Deixa de ser intrometido - ralhou fazendo uma careta - Tudo bem, vá a merda Reeds - se irritou de vez - Vamos checar isso, até mais tarde.

Desligou o aparelho guardando no bolso novamente. Esperei que ele dissesse alguma coisa, mas dez segundos depois minha curiosidade falou mais alto.

— O que ele queria ? - perguntei me inclinando sobre no banco.

— Descobriu quem são os donos do prédio do sanatório - não me olhou ao dizer isso.

— E quem são? - perguntei curiosa.

— Wilde disse que você os conhece - me olhou rapidamente. Franzi a testa, mas não disse nada - Os donos são Sr. e Sra. Barton, conhece mesmo?

Senti o sangue congelar em meu rosto, e um frio congelante subir pela espinha. Estava acontecendo exatamente o que eu queria evitar


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