Yuki no Haru, Mayonaka no Ongaku, Tsuki no Hikaru escrita por Haruyuki


Capítulo 3
~ Parte 3/4 - Tsuki no Hikaru # Recuperação. ~


Notas iniciais do capítulo

Tsuki no Hikaru ~Brilho da Lua



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Os dias se passam sem muitas mudanças. As únicas que ocorrem e que Victor passa mais tempo no quarto, refletindo e só se encontra com Yuuri quando está acompanhado de Chris e/ou Phichit. É claro que logo ambos percebem a mudança de comportamento e decidem não se envolverem. Yuuko, Takeshi, as trigêmeas, Minako e diversas pessoas entram e saem da pousada para ficarem um pouco com Yuuri, impressionando os patinadores.

Mas mesmo com todo esse cuidado, ninguém esperava que em uma certa manhã, Phichit encontra Yuuri desmaiado nas fontes. Com partes de queimadura no corpo nu, ele é retirado, vestido com um roupão da pousada e levado com a ajuda de Yuuko para o hospital em Fukuoka. Imediatamente ele recebe tratamento e é forçado a ficar alguns dias internado. Segundo o médico, o acúmulo de trabalho excessivo, alimentação fraca, noites em claro, depressão e tempo demais nas termas foram os causadores do desmaio.

Mas por que ele ficou tempo demais nas termas? Ele deveria saber que não pode ficar muito tempo mergulhado. A não ser que tenha se distraído com algo. Ou alguém.

Victor se vê preocupado com o que aconteceu. Ele se culpa. Christophe e Phichit se entreolham.

Quando Yuuri desperta, Chris e Phichit se despedem sem a presença de Victor. O patinador tailandês fala para seu melhor amigo que ele precisa mudar. Ele precisa ficar melhor e viver.

“Yuuri Katsuki. Você não está sozinho.”

O japonês, com os olhos cheios de lágrimas, agradece aos dois.

“E Victor?”

“Vocês dois tem muito o que conversar ainda. Ele não sabe que iremos partir. É a punição dele por ser uma das causas do seu desmaio.”

“Ok. Se cuidem e obrigado por tudo.”

~x~

Lentamente, Yuuri se recupera, sob os cuidados de Victor e da população de Hasetsu. 2 semanas depois, ele já está mais saudável do que quando os patinadores chegaram na pousada. Mas… nem ele nem o russo falaram nada sobre o que aconteceu e a situação ficou mais complicada quando o tailandês e o suíço foram embora e o deixaram para cuidar do japonês. É claro que antes, Christophe passou a noite bebendo (e talvez algo a mais) com Minako. E então…

“Yuuri, eu preciso ir até o aeroporto de Fukuoka. Yuri Plisetsy e Makkachin estão chegando e eu preciso ir buscá-los.” Victor fala, encontrando o japonês sentado em uma almofada no chão da sala, relaxando e assistindo TV.

Yuuri o olha surpreso ao escutar o nome do cachorro de Victor e abre um sorriso.

“Melhor irmos e voltarmos juntos. Deixe-me trocar de roupa e pegar as chaves do meu carro.” Ele diz, se levantando e desligando a televisão.

“Você dirige?” Victor pergunta, surpreso.

“Mas é claro! Como você acha que eu carrego as compras que faço para a pousada?” Yuuri pergunta, inclinando o rosto com surpresa para ele.

“Oh! Certo.” Victor fala.

A viagem até Fukuoka não é muito longa, e a presença de Yuuri Katsuki a torna mais agradável para Victor, diferentemente de quando veio com Chris e Phichit. Mas a viagem de volta é outra história, afinal o Yuri russo decidiu passar boa parte da viagem xingando o Yuuri japonês até que este freia bruscamente, se vira para o loiro que está no banco do carona e diz.

“Se você não calar a boca, eu posso te deixar aqui, sozinho, em uma cidade… não, um país completamente estranho para você, onde ninguém te entende e você não entende ninguém. Quem está te dando transporte, teto e comida para você sou eu, mas isso não significa que eu tenho que tolerar sua boca suja. Então mude seu comportamento, pirralho, antes que eu mude de ideia.”

Yuuri, satisfeito com as expressões de surpresa de Yuri e Victor, volta a olhar para a rua e continua a dirigindo, tranquilamente.

“Velho, até quando você vai ficar aqui?” Yuri pergunta, em russo.

“Até eu decidir voltar para a Rússia.” O pentacampeão russo responde, também em russo.

Yuuri continua concentrado no volante, enquanto escuta os dois conversando como se ele não entendesse.

“Como está Yakov?” Victor pergunta, acariciando Makkachin.

“Ranzinza como sempre. Disse que devemos aproveitar que estamos em uma cidade com uma arena para treinar. Mas que seria melhor termos alguém para nos auxiliar.” O garoto diz, fazendo Victor respirar fundo.

“Eu posso ajudar nisso.” Yuuri diz em russo, assustando os dois. “O que foi?”

“Você fala russo?” Victor pergunta, surpreso.

“Sim?” Yuuri responde. “Oh. Bem, eu me graduei em linguística quando estava nos Estados Unidos e Rússia era uma das línguas que compõem o curso.”

“Incrível, Yuuri!” Victor exclama. “”Yuri, o que acha… hmm, isso vai ser complicado.”

“Do que você está falando, velhote?” Yuri pergunta, enquanto o outro Yuuri estaciona o carro.

“Vocês podem me chamar de Katsuki. Eu não me importo.” Yuuri diz, olhando para Yuri. “Seja bem vindo à Haseteu.”

Quando sai do carro, Yuri se surpreende com a simplicidade da cidade. A beleza da natureza que se funde à casas de arquitetura peculiar, banhados pelo avermelhado do pôr-do-sol, o doce e fraco cheiro de água do mar, o barulho dos pássaros ecoando pelo céu…

Yuuri nota pessoas na entrada da pousada em após pedir para esperarem um pouco, ele se afasta para falar com eles e os dois russos o vê se curvando duas vezes, e abrir a porta da pousada, os acompanhando com as bagagens para dentro.

“Uau.” Yuri diz, surpreso com o que viu.

“Yuri, eu sei que pode ser difícil, mas gostaria que se comportasse enquanto estiver aqui. Yuuri Katsuki pode aparentar estar bem, mas não se engane, pois duas semanas atrás ele estava no hospital, internado.” Victor fala, aproveitando que o japonês não está presente para escutar. “E não faça nada com uma estante que possui fotos de pessoas perto da entrada.”

“O que aconteceu com ele?”

“Cinco anos atrás, ele perdeu a antiga casa dele em um incêndio. E nesse incêndio… ele perdeu toda a família e o animal de estimação. A estante em questão é um altar para homenagear os mortos, segundo a tradição deste país.” Victor explica,e Yuri fica aterrorizado.

“Então foi isso o que aconteceu...” O garoto fala, franzindo a testa e respirando fundo. “Eu vou tentar, mas você sabe como eu sou. Qualquer coisinha, eu explodo.”

Eles ficam conversando, até que Yuuri retorna.

“Desculpem-me, novos hóspedes chegaram e tive de atendê-los. Victor, pode levar Yuri para as fontes enquanto eu levo a bagagem dele para o quarto? Você pode deixar Makkachin no balcão com comida e água.” Ele diz, retirando do carro a mala grande e a mochila do garoto.

“Ok. Vamos lá, Yuri. Você vai adorar as fontes termais.” Victor agarra a mão do garoto, e o puxa para dentro da pousada ao som das risadas do japonês.

Logo Yuri se vê no antigo quarto de Christophe, ao lado do de Victor. O garoto havia se assustado com a quantidade de medalhas e troféus ganhos pelo japonês em torno de 14 anos de carreira. 14 anos de medalhas. Ele se sente relaxado, até que sua barriga ronca.

“Victor, Yuri. O jantar está pronto.” Yuuri diz, pelo corredor. “Eu fiz Katsudon.”

“Sério?” Yuri escuta Victor perguntar, e sai do quarto.

“Sim. Vão para a sala de jantar, os outros hóspedes já estão jantando.” Yuuri responde, olhando de Victor para Yuri. “Espero que goste.”

No aposento em questão, Yuri e Victor são servidos com duas tigelas de um prato com arroz, legumes, ovo e porco empanado.

“Vkusno!!” Victor grita, ao comer do porco. “Yuuri, isso é incrível mesmo.”

“Hm”. O garoto loiro, que arregala os olhos ao experimentar, agora come com gosto.

Yuuri se senta entre os dois russos e come o dele também, em silêncio. O japonês recolhe as louças sujas e desaparece, deixando os dois russos ali.

“Delicioso, não é? Yuuri quem preparou.” Victor diz, satisfeito.

“Sozinho?” Yuri pergunta, olhando deles para os outros 16 hóspedes que também haviam jantado Katsudon.

“Sim.” Victor responde.

Antes que Yuri pudesse falar algo mais, dois pares de pés surgem ao lado deles. Um menino e uma menina, japonesa, com um caderno e caneta nas mãos, falando em japonês com eles.

“Eles disseram que adoram as apresentações de vocês e querem um autógrafo.” Yuuri diz, passando pelo cômodo rapidamente.

“Ok.” Victor e Yuri assinam o caderno, que logo depois é assinado por Yuuri também, fazendo uma dedicatoria para as crianças.

Contentes, elas vão até os pais, mostrando o caderno a eles com alegria. Yuuri se afasta e ressurge bem mais tarde, se juntando aos dois russos nas fontes, banhados ao brilho da lua cheia, acertando detalhes do treinamento dos russos.

No ringue de gelo, Yuuri amostra para os dois uma rotina que ele havia preparado 5 anos atrás, para uma música criada para ele pela mesma compositora de Yuri on Ice!, seu programa com a maior pontuação na carreira e cujo recorde ainda não foi batido. No fim, Yuri ficou com o programa, já que o japonês não pretende voltar a patinar competitivamente, devido a facilidade do garoto de retratar o amor incondicional para o seu avô.

“Eu já imaginava que algo do tipo ia acontecer.” Yuuri diz, e Yuuko, que estava auxiliando ele com o som, coloca outra música: Uma mistura de tango e flamenco, parecida com a música anterior.

Desta vez, Yuuri patina sensualmente, como que se tentasse seduzir alguém. Ele mantém o olhar fixado em Victor, ao passar a língua pelos lábios, que logo percebe que esse alguém é ele. Mas isso é apenas um programa. Não uma confissão. Nessa mesma noite, Victor recebe uma ligação de Yakov, que fala para ele e Yuri voltarem para a Rússia o quanto antes. Victor dá a notícia para Yuuri, que apenas sorri ao se oferecer para levá-los ao aeroporto. Dias depois, ao se despedir dos russos, Yuuri abraça o garoto. Ao abraçar Victor, ele usa a mão para girar o rosto dele e o beijar rapidamente.

“Vou estar te vendo pela TV. Patine pensando em mim. Me surpreenda.” Ele sussurra, com o rosto embaraçado, e se afasta.

Surpreso, Victor apenas acena, se afastando do japonês, que agora se vê sozinho na pousada. Sozinho, como nunca esteve antes.

 


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