Between Times escrita por bruna


Capítulo 5
Chapter 05




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A cerimônia de despedida de Fleur tinha sido maravilhosa, flores em todos os lados e ela estava com um vestido azul que a deixava ainda mais parecida como uma fada. Ginny nunca tinha visto Bill do jeito que estava, ele estava mais quieto que o normal, as palavras simplesmente não saiam de sua boca, qualquer um que falava com ele ele apenas acenava com a cabeça e saia do local, deixando a pessoa completamente sem resposta. A ruiva se aproximou do irmão percebendo aquele momento e deu um sorriso caridoso para o mesmo.

— Eu faço isso por você, você devia ir descansar, não dormiu a noite toda. — ela tentava confortá-lo passando a mão no braço do irmão. O seu olhar foi frio, e sua resposta também.

— Não vou descansar, não vou deixar Fleur. — Ginny fechou os olhos e respirou fundo ao ouvir a resposta do irmão, ela estava levando tudo nas costas e aquilo estava a sobrecarregando demais. Molly não conseguia fazer nada além de chorar, ela não via sua mãe desse jeito desde a morte do Fred, talvez perder Fleur tenha sido uma dor em dobro, porque a lembrava de Fred. Ron era um inútil como sempre, Hermione tinha que conforta-lo a cada cinco segundos porque o idiota sempre lembrava de Fleur e chorava feito um bebê. Harry estava ocupado demais com as investigações, agora que Fleur havia aparecido, e morta, aquilo havia mudado ainda mais pra ele, era como se sua vontade de achar o culpado tivesse crescido ainda mais. George ficava pelos cantos, ninguém o via sorrir a muito tempo, e com certeza isso não havia o ajudado. Arthur estava ocupado com o Ministério, o que Harry fazia de casa o pai dos Weasley tentava no máximo ajudar de lá.

Ginny pegou um dos pratos que serviam comida cheio de tortas de abóboras, a garota foi até a cozinha e encostou na pia comendo a última das tortas e respirando fundo, tentando absorver todos os acontecimentos das últimas 48 horas. Tudo aconteceu tão rápido, ela não conseguia entender nem juntar os fatos, os momentos, tudo era uma constante confusão em sua cabeça e tudo que ela era era um momento de paz, foi o que ela achou naquele momento, ela, sozinha, na cozinha da toca enquanto todos se despediam de Fleur do lado de fora.

— Está tudo bem por ai? — a voz de Harry veio de alguns degraus acima e ela pode ver em seu rosto alguma espécie de satisfação, algo que ela não conseguiu entender na hora mas entenderia mais tarde.

— Tudo ótimo, é perfeito ter que tomar conta de tudo e todos. — o sarcasmo na voz de Ginny fez com que Harry desse um pequeno sorriso de lado, ele desceu o resto dos degraus e foi em direção a ruiva que ainda se encontrava no mesmo lugar, com metade agora da sua torta de abóbora na mão.

— Ficaria melhor se eu te dissesse que talvez descobri algo? — o sorriso no rosto de Harry se alargou e Ginny automaticamente jogou o resto da sua torta em cima da mesa e limpou a boca.

— Me diz que é algo concreto, algo que podemos apresentar pro Ministério, por favor me diga isso! — a empolgação de Ginny não se encaixava naturalmente para o momento em que estavam vivendo, mas tudo que ela que a garota queria era alguma resposta, alguma peça desse quebra cabeça que fizesse sentido e que ela pudesse explicar para Bill o que havia acontecido com sua amada.

— Siga-me, Weasley! — a voz divertida do Potter não se encaixava definitivamente naquele momento, mas Ginny não se importou, seguiu Harry pelos degraus da Toca até seu próprio quarto. Quando a garota entrou, todos os papéis e notícias que estavam espalhados pelo chão agora estavam em perfeita organização na parede de seu quarto, linhas ligavam os acontecimentos por ordem cronológica e qualquer ligação que tivesse entre os casos. Ginny apenas observou todas as informações que haviam adquirido com o tempo com a boca um pouco boquiaberta, ela não sabia explicar mas aquilo a impressionava, principalmente por saber que jamais conseguiria ser tão organizada como Harry.

— Qual então foi a descoberta, Potter? — ela finalmente disse ao se virar para Harry que observava a reação da ruiva pelo seu trabalho.

— Você sabe como a constante começou a acontecer logo depois da morte de Voldemort, certo? Exatamente um mês depois, foi o primeiro desaparecimento, uma garota, francesa, por volta de uns 15 anos. Logo depois veio outro, um garoto, também francês, 21 anos. — ele andava de um lado para o outro mostrando os artigos e as notícias que haviam saído que constavam os fatos, seu sorriso se alargava cada vez mais ao constatar esses fatos para ela. — É engraçado, eu fiquei tão focado no bilhete achando que Voldemort estaria de volta, mas como ele poderia estar de volta? Eu acabei com as Horcruxes, eu vi ele morrendo na minha frente, não teria como ele ainda estar vivo, simplesmente não tem explicação para a volta dele. — Ginny já estava sentada em sua cama com as mãos nos joelhos esperando ouvir a grande revelação de Harry, que andava de um lado pro outro sem parar enquanto seus pensamentos iam tomando conta. — Então me bateu, é claro. Se eu trabalhasse para o Senhor das Trevas e, de repente, ele morresse e deixasse um título nas minhas mãos, porque eu não tiraria proveito disso?

Ginny continuou sentada olhando para Harry esperando que a resposta fosse dita, mas nada veio, ele ficou com as sobrancelhas arqueadas olhando para a ruiva esperando que ela respondesse, e como também esperado, nada veio. Ela levantou os ombros finalmente se rendendo que não fazia ideia do que Harry estava falando. O garoto revirou os olhos e sentou ao lado de Ginny.

— É um dos Comensais, Ginny. Eu tenho certeza, é algum dos braços direitos de Voldemort que voltou e quer pegar o título dele, tentando fazer com que a Magia de Voldemort não morra com ele. Mas franceses? Eu não consigo entender o porque, não consigo entender porque estariam atrás de apenas uma nacionalidade. Talvez seja só o começo, talvez não. Precisamos descobrir quem é antes que isso aumente, antes que mais alguém desapareça. Precisamos achar quem tem algo contra ou alguma história que faz com que odeie tanto franceses. Algum Comensal de Voldemort.

Os pensamentos de Ginny estavam se organizando com o tanto de informação que Harry havia lhe dito, aquilo fazia algum sentido pra ela sim, mas ela não conseguia explicar o porquê, o porquê alguém avisaria ela e Harry de que o Senhor das Trevas estava de volta. Se fosse algum de seus seguidores não faria sentido avisar Harry e Ginny, a não ser que fosse para confundi-los, para fazer irem na direção errada, para que eles pensem que Voldemort realmente estivesse de volta.

— Faz todo o sentido do mundo! Eles estavam tentando fazer com que a gente seguisse outra trilha, a trilha de como Voldemort estava de volta, mas ele nunca esteve de volta, ele nunca pode voltar porque ele está realmente morto. E agora alguém quer tomar o lugar dele. — a garota levantou da cama e encarou os papéis que estavam em sua parede. — Harry, você é um gênio!

Harry levantou e recebeu Ginny em seus braços para um abraço que ele esperava todos os dias quando acordava, era aquilo que fazia tudo valer a pena, o sorriso dela, o fato de ela estar a salvo. Ele não precisava de mais nada, só daquilo.

— Precisamos avisar todo mundo, precisamos avisar o Ministério, temos que achar todos os Comensais de Voldemort que ainda estejam vivos, ou que não estejam em Azkaban. — a garota já estava abrindo a porta pronta para descer e avisar a todos quando a mão de Harry a impediu de abrir a porta, ela o observou e o sorriso em seu rosto havia desaparecido.

— Não precisamos fazer isso agora, eles precisam de um tempo, eles precisam digerir o que aconteceu. Deixa isso comigo, eu vou atrás do Ministério, eu vou avisar a todos. Fica aqui com a sua família, quando todos forem embora, quando tudo estiver tranquilo, você fala para eles ok? — Ginny respirou fundo e concordou com a cabeça, por mais que ela odiasse ficar responsável por tudo e por todos ela sabia que era ela que precisava fazer aquilo agora.

Os dois desceram tranquilos as escadas e viram George encostado na pia comendo o resto da torta de abóbora que Ginny estava comendo mais cedo, o garoto lambia os dedos quando percebeu a presença de Ginny e Harry.

— A última vez em que estivemos nessa situação, eu tinha acabado de perder uma orelha. Não me faça perder a outra, Harry! — era a primeira brincadeira que ele fazia depois muito tempo, podia não ser uma das boas, mas aquilo encheu tanto o coração de Ginny que a garota abriu seus braços e envolveu George enquanto deixava as lágrimas rolarem em seu rosto. George demorou para entender o que havia acontecido, mas depois de um tempo passou devagar os braços em volta da irmã mais nova e respirou fundo. — Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Me perdoa por não estar tão presente, mas eu vou te ajudar.

— Ai George, cala a boca e só me abraça! — a voz de Ginny saiu meio rouca por causa das lágrimas que escorriam pelo seu rosto, depois de um tempo ela se separou do irmão e secou as mesmas lágrimas com a barra do vestido que estava usando, um vestido roxo escuro, que ela não tirava do guarda-roupa desde o funeral de Fred.

— Acho que já vou indo então, mais tarde estou de volta. — a voz de Harry veio como um relâmpago por trás de Ginny naquele momento, ela não sabia que ele havia ficado parado lá enquanto ela havia se deixado tão vulnerável, não era algo que ela gostava, mostrar esse seu lado para ele era como se ela deixasse todas as suas feridas abertas, mas ele respeitava-a até nesses momentos, ele só a queria bem.

— E onde você vai, Harry? — a voz de Ron surpreendeu todo mundo, ele estava parado na porta da cozinha com os olhos inchados de chorar e uma expressão séria. Aquele Ron, era aquele Ron que assustava Ginny, não o bebê chorão, mas o sério, aquele que tinha uma expressão mais sombria.

— Eu descobri algo, vou ao Ministério avisar o que foi. Ginny ficou encarregada de falar para vocês o que é depois que todos forem embora, assim ela não precisa ficar repetindo. — a voz de Harry era calma, didática, quase como se ele fosse a qualquer momento dizer que desvendou todo o mistério em um sonho.

— E não podia avisar seu melhor amigo? Eu achei que seria o primeiro que você chamaria se você descobrisse qualquer coisa. — aquela voz seca de Ron não era um bom sinal, a última vez que Harry o tinha visto desse jeito foi quando ele carregava a horcrux de Voldemort no pescoço.

— Larga de besteira Ron, ele me falou porque eu fui quem ele encontrou aqui em baixo primeiro. Agora para com isso que quanto mais rápido ele for mais rápido a gente pode descobrir quem matou Fleur! — Ginny se pôs na frente de Ron, seu movimento fez com que ele tirasse seus olhos de Harry e o mesmo olhar suavizou um pouco a olhar para a irmã. O ruivo não disse nada, apenas a encarou e voltou para o jardim, sem tirar a expressão vazia de seu rosto. — Eu não gosto disso, quando Ron fica desse jeito nunca é um bom sinal. — a ruiva disse enquanto observava o irmão se afastar dos três e se aproximar do corpo de Fleur que estava deitado no meio de tantas flores.

— Ele está emocional, deve ter esquecido de tomar o remedinho hoje. — a diversão na voz de George fez a tensão no momento se afastar um pouco e tirou uma pequena risada de Ginny e Harry. A garota se virou para o irmão e viu que ele não tinha mais um ar divertido enquanto olhava pro lado e percebia que o irmão não estava lá para também rir de sua brincadeira. Era o passatempo favorito dos dois, irritar Ron.

Harry esperou um momento e depois deu alguns passos para se aproximar dos dois.

— Eu vou indo então, conseguem segurar tudo aqui? — seus olhos foram de Ginny para George e os dois concordaram com a cabeça. Logo depois Harry pegou sua capa de chuva e sua varinha. O céu começava a encher de nuvens e claramente alguma chuva estava próxima. Harry se aproximou de Ginny e deu um rápido beijo em sua testa, e deu um sorriso para ela, ela entendeu aquele sorriso como um sinal de força, ela podia ouvir sua voz dentro da sua cabeça, dizendo: “Força, eu volto logo. Não se preocupe!”

Harry saiu pela porta da cozinha e deixou George e Ginny ali, sem saber que não se veriam por um bom tempo.


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