Between Times escrita por bruna


Capítulo 2
Chapter 02




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Ginny não sabia exatamente como reagir àquela informação, nunca foi muito fã de Fleur, mas sabia o quanto ela fazia Bill feliz, e isso era o suficiente para ela se preocupar com a francesa. Ela sentiu a mão de Harry em seu ombro como um sinal de apoio, naquele momento ela sabia que ele estava lá pro que ela precisasse, e ela sabia que ele ia a deixar decidir como proceder, era um dos motivos do qual ela o amava tanto, ele não tomava a frente por ela, ele estava lá por ela.

— Sumiu? Como assim sumiu? O que aconteceu exatamente? – Ron estava mais branco que o normal, eu jurava que aquilo era um pequeno exagero dele, mas lembrei do quanto ele considerava Fleur, desde sempre.

— Eu não sei exatamente o que aconteceu, voltei para a casa no fim da tarde e ela não estava, até ai tudo bem, normalmente ela sai pra andar na praia, mas ela não apareceu, esperei até o máximo que pude. – Bill falava quase sem respirar, eu via o suor em suas mãos enquanto ele passava uma na outra. – Eu conheço Fleur, ela não sairia sem falar nada, ela me avisaria onde foi, ela não gosta muito de sair sozinha então sempre acaba me chamando não importa pra onde vai.

Ginny ainda estava estagnada, segurando a mão de Harry em seu ombro e prestando atenção em cada detalhe que seu irmão pudesse falar. Eles eram os únicos que haviam acordado com o estrondo, não tinha entendido como George e seu pai não haviam acordado, o barulho foi muito alto mesmo. Sua cabeça funcionava a mil, todos os pensamentos começaram a inunda-la, ela olhou para Harry e lembrou de seu pesadelo, não sabia dizer se o mesmo pensamento havia passado na cabeça do garoto mas sua expressão era calma, por mais que ele realmente não tivesse calmo, ela sabia que ele não entraria em pânico para não a deixa-la em pânico. Ginny encarou seu irmão mais velho e disse decidida:

— Vamos te ajudar, sem dúvidas. Mas precisamos de Hermione, é impossível acharmos Fleur sem a sua ajuda. – Ao ouvir o nome da garota amada, Ron logo retomou sua postura e concordou com a cabeça, foi direto ao seu quarto, provavelmente providenciar a presença de Hermione o mais rápido possível e descrever com detalhes o que estava acontecendo. Ron podia ter todos os seus defeitos, mas quando se tratava de Hermione era ele quem mais sabia lidar.

— Você não notou algo de estranho nela ultimamente? Algo que valha a pena compartilhar? – A voz de Harry veio como um susto para Ginny, ele estava quieto já fazia um tempo, se comunicava apenas fisicamente com ela naquele momento, então foi estranho ouvir sua voz assim, tão áspera.

— Não havia nada de estranho, pelo menos nada que eu notei, Fleur gosta de seguir certa rotina, então qualquer coisa que ela fizesse que não fosse comum eu notaria. – Bill dizia tudo enquanto sentava, eu via que ele estava controlando demais o nervosismo para não deixar mamãe ainda mais nervosa, ele sabia que se não se controlasse era capaz de ela surtar.

Ginny foi até o lado do irmão e colocou sua mão sobre a dele, sem dizer nada ele entendeu que ela estava lá para ajuda-lo, ele foi ao lugar certo, não existiam pessoas mais fieis a família do que aquelas pessoas ao seu redor.

Ron desceu as escadas como num raio, por um momento Ginny realmente tinha achado que o irmão tinha levado um tombo da escada e já ia rir quando viu o ruivo ainda mais pálido do que estava da última vez.

— Hermione... Liguei... Eu... – Ron não conseguia achar direito as palavras para explicar o que havia descoberto, então fechou os olhos e respirou fundo, não queria ter um ataque de pânico naquele momento, não quando sua família e Fleur dependiam disso. – Eu usei aqueles telefones trouxas para falar com Hermione, ela disse que Fleur não é a primeira bruxa francesa a desaparecer, já foram reportados vários desaparecimentos. – Ron não sabia exatamente como dizer a próxima informação, olhou para Harry e Ginny com uma expressão muito séria e disse quase como num sussurro: – Os desaparecimentos começaram a um ano atrás...

Harry arregalou os olhos e encarou Ginny, o medo subitamente tomou conta do garoto, a ruiva podia ver que agora ele tinha relacionado o acontecimento com seu pesadelo, ele pensava o pior, Harry sempre pensava o pior, e Ginny não queria que o pânico tomasse conta dele, até porque o garoto já havia passado por muita coisa, não podia continuar se culpando por tudo de ruim que acontecera no mundo bruxo.

— Ela disse mais alguma coisa Ronald? Tem alguma ideia de como podemos encontrar a pequena Fleur? – a voz de Molly vinha para confortar naquele momento de pânico, ela era a mais velha do recinto, tinha que manter a ordem antes que mais alguém desaparecesse, ou fosse atrás da francesa sem nenhuma precaução.

— Apenas disse que leu alguns artigos no Profeta Diário que falava sobre desaparecimento, sempre bruxos franceses desaparecendo, que ninguém tem ideia de quem seja ou ao menos um suspeito. – de repente uma ideia passou na cabeça de Ron, ele estava pensando no pior, todos estavam pensando no pior, mas não necessariamente Fleur tinha desaparecido, de tantos franceses que moravam na Inglaterra nos dias de hoje, porque ela seria um dos raptados, ou sei lá o que houve com eles? – Mas sempre tem a chance...

— Ela não sumiu porque quis Ron! Eu conheço Fleur melhor do que ninguém, ela jamais faria isso. – Bill levantou subitamente da cadeira onde estava encostado, estava transtornado com a ideia, por um instante Ginny até colocou a mão direita na frente do irmão, achando que ele atacaria Ron por cogitar que Fleur o abandonaria.

— Vamos manter a calma, estamos todos cansados, precisamos descansar, não vamos conseguir fazer nada com a cabeça quente. – disse Ginny razoavelmente tentando acalmar todos naquele momento, pelo que podia ver era a mais sensata naquele momento, não pelo fato de ser a mais distante de Fleur, ou talvez também, mas porque sabia lidar com aquilo, sabia lidar com o pânico que sempre assombrava sua família. – Bill, pode dormir na cama do Harry, ele dorme comigo, amanhã, quando estivermos com a cabeça mais fria, vamos atrás de respostas. Será que podemos deixar isso combinado?

— Claro, se eu conseguir descansar. – Bill foi ríspido em sua resposta, a irmã quase achou que foi consciente, mas logo desconsiderou.

Molly acompanhou o filho até o quarto e Ron foi atrás, Ginny tinha certeza que não havia alguém que mais queria voltar a dormir do que Ron naquele momento, não duvidava de sua preocupação, mas o garoto dormiria durante uma guerra se pudesse.

Sobrou Ginny e Harry na sala, a garota sentou na cadeira que apoiava seu irmão não a muito tempo e passou a mão pelos cabelos alaranjados, seus pensamentos não paravam por nenhum minuto. E se os sonhos de Harry fossem um aviso? Ela sempre tratou como se fossem bobeiras, como se fossem apenas memórias reprimidas e que o assombravam. Será que ele poderia estar de volta? Será que Voltemort teria os enganado para eles acharem que ele estava morto?

Harry pode ver o conflito interno que Ginny estava naquele momento, ele não podia culpa-la, ele estava no mesmo conflito, ele sabia que estavam pensando na mesma coisa, mas também sabia que não iria adiantar nada que a ruiva ficasse pensando naquilo naquele momento, sabia que aquilo não faria bem para ela, ele se aproximou da garota e agachou ao seu lado e disse, só para ela ouvir:

— Não vai adiantar você pensar nisso agora, precisamos dormir, precisamos descansar tanto quanto eles.

— Eu sei, sei disso. Mas se ele estiver de volta? Seus sonhos, isso tudo acontecendo, não pode ser apenas coincidência, Harry. – suas mãos estavam inquietas como a do irmão mais cedo, talvez aquilo fosse de família, uma demonstração de preocupação, nervosismo talvez?

Naquele momento uma coruja parou na janela e podia-se ouvir seu bico bater constantemente no vidro. Harry foi até a janela, abriu a mesma e pegou o pequeno pedaço de pergaminho que estava no bico da coruja, a mesma voou para longe assim que o garoto pegou o pergaminho. Harry abriu e leu o conteúdo que estava escrito, ele ficou um tempo encarando a escrita, sem nenhuma reação, pelo menos nenhuma que Ginny pudesse decifrar.

— E então? O que está escrito no pergaminho? – Nenhuma resposta veio. Ginny tentou mais algumas vezes mas o garoto parecia estar em um transe, então ela se levantou e pegou o pergaminho da mão dele, com letras bem pequenas estavam apenas quatro palavras escritas: “Ele está de volta.”


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