Raiva escrita por Honora


Capítulo 1
ira


Notas iniciais do capítulo

Puts foi difícil escrever sobre o Draco, porque não é uma personagem da qual eu consiga decifrar de fato, mas aqui está o que eu acho sobre ele:



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“Quando um desejo é frustrado, ele se transforma em raiva. Sabe, Draco, ninguém provoca raiva em você, é você quem a cria, é você quem a acumula. Quando você visualiza uma pessoa, vê tudo que ela possui, tudo que ela conquistou, tudo que ela é, e em seu inconsciente você sabe que não possui as mesmas coisas que ela, você sabe que não é essa pessoa e que talvez nunca consiga conquistar as mesmas coisas que ela um dia conquistou, e isso te frustra, te irrita e te aborrece, e faz com que você crie raiva por essa pessoa. Mas o problema nunca é ela, é você. E saber disso é o primeiro passo para deixar de sentir raiva”.

Quando menor, achava graça do que sua mãe costumava dizer, pois sentia raiva de inúmeras pessoas e nada que elas tinham parecia atrair Draco. Afinal, se Harry Potter tivesse uma Nimbus 2000, precisava apenas pedir ao seu pai e ele daria uma a Draco. Não enxergava como ter raiva de Potter pudesse ser, na verdade, desejo de ser ele ou frustração de quem o próprio Draco era.

Enaltecia o sentimento que mal compreendia, incentivava suas atitudes mesquinhas e seu comportamento repugnável.

Lamentava-se, entretanto, que a guerra precisou eclodir em sua frente para perceber que não era tão melhor quanto Voldemort, que não passava de mais um Comensal da Morte; perverso e medroso.

Sabia que não era sádico e que as trevas não faziam parte de quem ele era. Medroso, no entanto, não questionava. Não se sentava na mesma mesa que Voldemort porque o admirava, mas sim porque o temia. Não zombava de Hermione porque detestava seu sangue, mas sim porque precisava que as pessoas o vissem como seu pai gostaria, como Comensais da Morte queriam e como Voldemort empunhava.

E todo aquele sentimento podre de raiva acumulou-se dentro de si, deixando-o mais detestável, malvado e covarde. Tornou-se quem não era. Desejou o que não queria. Moldou-se no que temia.

A raiva que sentia não passava de um sentimento comum, porém destruidor e doloroso. Draco Malfoy sentiu a raiva moldá-lo de forma rápida e repugnante, expelindo todos aqueles que pareciam interessantes e atraindo o sujo e o questionável.

Parte de sua vida negou reconhecer as razões ocultas por trás desse sentimento, mas aquele simples ato de Harry Potter de segurar sua mão e leva-lo para longe do fogo foram o início do fim de uma guerra interna.

E mesmo agora, livre do sentimento obscuro e surpreso pela nova pessoa que se revelou ser, o sermão de Narcisa ainda ecoava em sua cabeça, como um som irritante que seu inconsciente gostava de recordar.


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Notas finais do capítulo

Ainda pretendo escrever uma one sobre o motivo da raiva que ele sentia.

Espero que tenha gostado!