A voar! escrita por Lobinha Cry Cry


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fic dessa história, uma história que fez e faz parte até hoje da minha vida. Amo muito o conto e o personagem. Espero que gostem tanto como eu gostei de escreve-la



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A noite estava gelada, Londres tinha um ar de desanimo que percorria de casa em casa pelo vento. Mas uma certa casa, em particular, tinha as luzes acesas, onde se podia ouvir risadas, cantorias... e histórias. Wendy adorava contar histórias para seus irmãos, enquanto ela as encenava junto de João. Mas ela não contava histórias do jeito que eram, a não senhor, ela tinha uma mente criativa, algo que talvez muitos não poderiam compreender já que não era algo que uma dama poderia pensar ou fazer naquela época.

E foram essas histórias que transformaram a vida dos irmãos para sempre, com uma visita a cada noite de alguém muito especial, alguém que de primeira não se monstra para as crianças, que fica em sua janela escondido, só ouvindo a história de Cinderela lutando por seu sapatinho de cristal contra o malvado Gancho. Mas, em uma noite especial, Wendy estava aflita, pois sua tia falou que logo ela iria crescer e que não poderia mais dividir o quarto com os irmãos e aquilo perturbava a menina; pensar que teria que largar a vida boa de criança e logo seu mundo que era cor de rosa, iria ficar cinza.

Aquilo girou na cabeça da menina, que adormecera de tanto atormento. Tudo estava calmo, as crianças dormiam, o silencio absoluto da cidade, cujo o único barulho era o vento que acalma todos, podemos dizer que era a típica noite de Londres, sem emoção. Quando de repente, a janela que estava fechada, foi escancarada e uma luz muito forte entrou no quarto como um pequeno jato dourado; aquilo fez Wendy acordar, mas não viu quase nada, pois, ainda estava sonolenta e voltou a dormir. Na mesma janela que acabará de ser aberta, algo pousou em seu parapeito, ou melhor, alguém; um menino loiro, de vestimentas feitas de folhas, tanto verdes da primavera e marrons do outono e olhos azuis que eram muito bem vistos pela escuridão.

O garoto andou pelo quarto inteiro, olhando e fuçando cada espaço possível, pois tinha algo que lhe pertencia no local, sua sombra. Tinha à perdido na última visita e tinha que encontra-la a; finalmente encontrou, mas não conseguia prende-la de volta em seu corpo e aflito desabou no choro. Aquele choro leve fez com que Wendy realmente acordasse, fazendo com que ela fosse até o pé de sua cama e visse no chão um menino chorando

— Olá, por que está chorando? – Sua voz saiu suave, mas fez com que o menino se assustasse, que acabou levantando voou e parando no teto do quarto.

— Você pode voar? – Aquilo realmente deixou Wendy fascinada, nunca havia visto alguém que pudesse voar.

— Mas é claro – O menino respondeu com a maior naturalidade possível.

O menino voltou para o chão e se apresentou fazendo uma reverencia

— Meu nome é Peter... Peter Pan- Voltou e deu um leve sorriso de canto. Wendy saiu da cama fez uma reverencia também com sua camisola e se apresentou

— Sou Wendy- Disse sorrindo

Peter explicou porque estava lá e que já ouviu as histórias de Wendy e que adorava a da Cinderela contra os piratas. Wendy estava terminando de costurar a sombra de Peter, o qual motivo principal de sua vinda era aquela. Ele também falou onde morava, na Terra do Nunca, junto dos meninos perdidos e Wendy curiosa perguntou

— Meninos perdidos?

— Crianças que caem de seus carrinhos quando a babá não está vigiando

— Há meninas por lá?

— Meninas são muito espertas para caírem de seus carrinhos – disse com um sorriso meio sapeca

— Peter, fico lisonjeada do jeito que fala das meninas – o garoto sorriu mais ainda – Acho que vou dar... um beijo!!

Peter estendeu a mão e esperou para receber aquele tal beijo. Wendy ficou confusa, por que tal gesto do menino?

— Não sabe o que é um beijo?

Saberei quando me der um – A menina abaixou a mão de Peter e foi se aproximando, com os olhos fechados; o garoto a imitou, mas ficou parado no local.

Na hora que seus lábios já iam se encontrar, Wendy é puxada pelos cabelos e arrastada por todo o quarto. Peter imediatamente abre os olhos, por causa dos grito da menina e vai socorre-la. Ele pega algo pequeno que estava no cabelo de Wendy e joga na cama. Era Sininho, sua fada, e praticamente sua melhor amiga; ela xingava Wendy, mas não dava para entender, pois sua voz era como um pequeno sino, que só Peter podia entender, mas optou por não traduzir.

Sua atenção foi voltada para a garota, que estava bem perto dele, perto o bastante para continuar onde tinham parado, mas não aconteceu. Peter percebeu que a garota estava meio cabisbaixa e decidiu conversar

— O que aconteceu? – Wendy olhou para ele, suspirou e sentou em sua cama, para falar, enquanto o menino ainda planando no ar, apenas cruzou as pernas como índio

— É que minha tia disse que eu tenho que crescer, e que não poderei mais dividir o quarto com os meus irmãos -  Aquelas palavras acertaram Peter como um flecha

— Não, eu não deixarei – Foi em direção a janela, parou no parapeito e olhou para Wendy, que estava confusa

— Aonde nós vamos?

— Quer sentir um pouco de emoção nesta noite tão sem graça e vazia?

— Que tipo de emoção? – Perguntou indo em direção a janela, com uma expressão de dúvida

— Vem, eu te mostro- Ele foi até a fada, pegou um pouco do pó encantado e assoprou de leve no rosto da menina.

Em segundos ela começou a sair do chão até bater no teto. Ela sorriu, mas seu sorriso foi embora e uma cara de preocupação surgiu quando viu que Peter estava com a mão estendida para elas, pois entendeu suas intenções

— Você quer que eu voe lá fora? – Aquilo a assustava demais, nunca havia voado antes

— Mas é claro! Como acha que vai sentir emoção nesse quadrado – Ele sorriu para ela, aquele sorriso que Wendy pegou simpatia

— Mas eu tenho medo

— Não está sozinha, eu te guio – Wendy ficou mais um tempo parada e finalmente pegou em sua mão. Ele a puxou devagar para perto de si; ela olhou para seus irmãos e depois para e lá se foram na noite.

Eles voavam rápido, o vento batendo em seus rostos e cabelos. Peter chegou mais perto

— Wendy, abra os braços, assim sentirá a emoção de verdade – A garota obedeceu e abriu os braços. Ficou encantada, ele não estava mentindo, sentiu mesmo uma emoção muito forte, forte o bastante para faze-la sorrir e gritar de empolgação. Parecia que em um passe de mágica, os problemas dela tinham sumido. Peter estava olhando Wendy, e ela, por sua vez, retribuiu e analisou algo que não tinha reparado: os olhos do menino, azuis como o lago mais cristalino, trazendo uma inocência, mas ao mesmo tempo parecia que tinha uma brasa queimando em volta da íris.

Eles pararam no parque, por cima do lago que era cristalino e refletia a lua perfeitamente. Wendy olhava ao redor encantada, parecia que a noite estava mais bela, mas sua atenção voltou quando viu o menino estendida, convidando-a para perto de si; a garota vai e ele pega em sua mão e agarra levemente sua cintura, assim começam a rodopiar pelo lago. Tudo era fantástico, difícil de acreditar que era real, alguns vagalumes se aproximaram e ficaram ao redor dos dois, os iluminando e quando percebeu, Wendy já estava dançando entre as estrelas. Os dois se encararam com um sorriso fechado

— Sabe de uma coisa?

— O que?

— Aquela emoção que você tinha me dito, bem, eu estou a sentindo agora – ela sorria com gosto para o menino, um sorriso verdadeiro e satisfeito.

— Eu também estou sentindo – Os olhos do menino brilharam e um largo sorriso foi estampado em seu rosto.

A emoção foi tanta que eles subiram, até ficarem de frente com a lua. Mais tarde, eles voltaram para casa de Wendy, que se sentou, apoiada no parapeito de sua janela, enquanto ele sentava ao seu lado, ainda planando, de frente para ela

— Foi a melhor noite da minha vida, nunca senti tanta emoção como hoje

— Devo admitir que também nunca havia sentido esse tipo de emoção – Eles se olharam e sorriram, então Peter se aproximou do ouvido da menina e sussurrou

— Wendy, onde eu vivo tem mais dessas emoções. Vem comigo – A menina olhou para ele meio desapontada

— Peter, eu adoraria ir, mas não posso deixar minha família assim -  O garoto a olhou e meio que a estudou, mas compreendeu

— Então, uma noite, eu prometo que voltarei para cá e levarei você e seus irmãos para visitarem a Terra do Nunca -  Os olhos da menina brilharam

— Estarei esperando ansiosa – Disse sorrindo e olhando o menino se levantar

— Até logo, Wendy – Pegou sua mão, deu um beijo e uma piscada, e lá se foi com sua fada pela noite

— Até logo, Peter Pan – A menina sorria para a lua e ficou fascinada pelo que viu: ente milhares de estrelas, viu a segunda estrela à direita brilhar.


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Notas finais do capítulo

Se você esta lendo isso, é porque eu consegui te entreter e pretendo entreter mais vezes. Até a próxima história! Bye!



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