Croatoan escrita por vanprongs


Capítulo 3
After School Special




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That jukebox in the corner blasting out my favorite song

The nights are getting warmer, it won't be long

It won't be long till summer comes

Now that the boys are here again

 

Manchester, 2016.

Quarta-feira havia chego, e com ela os quatro caçadores se arrumavam para entrarem na antiga escola primária de James e Sirius, durante à noite.

Potter ajeitou seu óculos ao observar Nymphadora descer as escadas de sua antiga casa, ele sabia que para ela aquele caso era também perda de tempo, queria poder correr atrás de seu pai e de Edward tanto quanto a morena, mas nenhum dos dois tinha coragem para lidar com a fúria de Euphemia e Andromeda, caso as desobedecessem. Afinal, eles conheciam muito bem suas mães.

— Acho que esse estilo lhe cai bem melhor do que o vestido florido que você usou nos últimos dias ao se passar por professora. - o moreno murmurou, fazendo-a lhe encarar de forma debochada - Combina com sua alma...

— Escura e traiçoeira. - Sirius completou ao entrar na sala com uma lata de cerveja na mão - Será que podemos ir logo e provar que é um espírito bonzinho?

— Eu já lhe disse Padfoot. - Nymphadora iniciou-se a falar, com o tom baixo - Um espírito benevolente não tentaria me matar em plena luz do dia.

— Aposto que Peter está tentando nos avisar de alguma coisa. - Black deu os ombros, como se não se importasse com o que quer que a prima acreditasse.

— Babaca. - ela murmurou ajeitando a jaqueta de couro preto em seus ombros - Remus está nos esperando lá fora?

Os outros dois concordaram com o que ela havia dito e Tonks pegou o capacete que estava em cima de uma das poltronas na cor mostarda que compunham a decoração da velha casa. Os três saíram da casa e se encontraram com o caçador mais velho, a mulher colocou o capacete e caminhou até sua moto, subindo na mesma.

Haviam dias de caça que se tornava simplesmente insuportável, Remus e Tonks caçarem juntos, e aquela noite era um desses dias, principalmente após o incidente que houvera aquela manhã, as palavras da minúscula discussão ainda pairavam no ar (e na cabeça da filha de Edward).

Atenha-se aos fatos, Nymphadora, eles não são nossa missão, precisamos de foco.

E então a vontade que ela tinha de atirar uma faca nele voltou em seu ser quando sentiu os olhos do castanho em suas costas.

— Nos encontramos na escola. - fora a última coisa que ela disse antes de ouvir o ronco do motor da moto de sua família, e colocar-se na estrada.

Potter assobiou chamando atenção dos outros dois homens que ficaram para trás, olhou para o irmão e disse risonho:

— O que quer que você tenha feito, Moony, a deixou ainda mais irritada com esse caso.

— E eu achei que nada a deixaria mais irritada que aqueles vestidos floridos. - Black falou, antes de entrar no Impala, ajeitando-se no banco traseiro, sendo seguido pelos outros dois.

 

▴▴▴

 

— Se nós demoramos foi porque James fez Remus parar em um posto, ele queria uma cerveja. - Sirius comunicou a prima quando os três rapazes saíram do carro - Vamos a caça de uma vez?

Lupin deu de ombros e alongou os braços rapidamente, antes de passar pelos outros caçadores, pôde ver Tonks levar as mãos aos cabelos escuros e amarrar os mesmos em um rabo de cavalo alto, seguindo-o logo depois do ato.

— Rem, você e Tonks vão para… - James havia começado a falar quando um barulho alto surgiu ao fim do corredor, fazendo-o se calar e encarar os outros - O que tem para aquele lado?

— Se não me engano… A sala que ele nos atacou há dois dias. - o mais velho comentou e encarou os outros - Acho que não é hoje que você vai falar: separar e conquistar, maninho. - zombou o irmão antes de começar a caminhar com os outros em direção ao estrondo ouvido minutos antes.

— Sei que é repetitivo, mas vocês realmente não acharam nada nos diários? - Nymphadora perguntou ao ficar observando os corredores e ouviu o primo bufar.

— Você acha que eu sou tão imprestável que não conseguiria achar alguma coisa em qualquer um daqueles caderninhos? - Sirius respondeu com uma pergunta e levou um cutucão da prima.

— Só quero ter certeza, priminho. - a morena respondeu de forma debochada e sentiu um movimento estranho atrás de si, virando-se e levando sua arma para o alto, juntamente com uma lanterna - Eu detesto casos nessas porcarias de escolas infantis.

— Eu acho que… O que quer que tenha atacado vocês aquele dia, não era Peter Pettigrew. - o tom de voz do filho de Euphemia era baixo e sério, intrigando os outros.

— Por que, James?

— Porque ele está na nossa frente e olhando com certo medo para onde quer que Tonks esteja apontando a arma. - Padfoot respondeu Remus.

Os três caçadores viram o vulto infantil de Peter encarando a mulher atrás deles, que havia segurado a respiração.

— E ninguém vai sequer tentar apontar uma arma para o mesmo lugar que eu estou apontando?

— Pode ser um outro espírito. - Lupin disse, virando-se e pegando a própria arma no cós de sua calça.

— Eu aposto uma garrafa de whisky que é um Poltergeist. - a morena disse com a voz baixa e séria - Pelo jeito que fugiu quando você o acertou aquele dia.

Sem outro barulho as portas das salas que davam para o corredor que os quatro estavam bateram com força e sentiram uma pequena brisa passando entre eles, no segundo seguinte James e Sirius não viam mais o antigo colega.

— Isso foi estranho. - Black comentou arqueando as sobrancelhas.

— Se for um Poltergeist, precisamos anular as energias negativas da escola. - Remus disse prontamente - Não tem como descobrirmos de que é, e muito menos sair queimando todos os ossos do cemitério em uma madrugada.

— Você tem os saquinhos de energia no bolso, Jay? - Tonks indagou ao morder a bochecha internamente.

— Preparado para tudo. - Potter concordou, tirando pequenos pacotes que continham itens mágicos e ervas, necessários para anular energias de espíritos.

Antes de saírem de casa, mesmo sem conversar direito um com o outro, a única mulher do grupo juntou-se ao órfão, fazendo os pequenos saquinhos e convenceu James a levá-los, para usarem somente se fosse necessário. E eles sabiam que talvez seria.

Cada um dos quatro pegou dez dos pequenos pacotes.

— Acham que só essa quantidade vai rolar? A escola é meio… Grande. - Potter disse, antes que eles se separassem.

— Vamos contar com a sorte, ou alguma merda do tipo. - Lupin disse ao dar os ombros e andar em direção a escada.

— Liguem caso algo dê errado. - a voz de Black soou pela primeira vez em um tempo.

— Tentem não morrer. - Nymphadora murmurou, antes de encarar o breu do corredor sozinha.

 

▴▴▴

 

Sirius Black havia encontrado o lugar perfeito para colocar o último saquinho de magia, havia achado um martelo em um dos armários de zelador que havia entrado e rumou a cabeça da ferramenta para a parede, fazendo ali um pequeno buraco. Foi quando ouviu um barulho e sentiu um frio percorrer sua espinha.

— Merda. - murmurou consigo mesmo ao sentir seu corpo paralisar, não era medo, e antes que pudesse fazer qualquer coisa que havia passado em sua cabeça naquele momento, o primo de Nymphadora teve seu corpo jogado contra uma outra parede e sentiu seu pescoço ser apertado lenta e perigosamente.

O moreno não conseguia mover nenhum de seus dedos para chamar socorro ou até mesmo arriscar para alcançar sua maldita arma, realmente, aquele era um ótimo jeito de morrer, pensou ele. Exceto que não era a hora dele morrer, não ainda. E mais uma vez ele poderia agradecer àquilo a sua prima, a única coisa é que ela não sabia como fizera aquilo, e não era a primeira vez.

Em um segundo o espírito esganava Sirius e quando Tonks viu o risco que corria, ergueu sua mão e como se a morena tivesse algum tipo de poder psíquico contra o que lutava, conseguiu jogá-lo para longe.

— Achei que você tinha falado que não queria mais fazer isso. - Black disse no fio de voz que sobrou de si, quando tentava recuperar o fôlego.

— Era minha ética ou você, Six, e eu sempre vou escolher a família. - ela murmurou antes de passar a mão esquerda embaixo do nariz e como de costume limpou o sangue que estava ali.

Os primos ainda não sabiam de onde vinha aquela habilidade, mas haviam combinado entre si que não falariam aquilo com ninguém antes de conversar com Edward, porém o pai de Tonks havia sumido quando decidiram o fazer.

— O que você acabou de fazer? - a voz curiosa de Lupin surgiu, fazendo-o sair do escuro onde estava guardando sua arma.

— Não sabemos. - Dora deu os ombros - É a terceira vez eu faço algo parecido e…

— Íamos conversar com primo Ted sobre isso… E então Fleamont e ele desapareceram. - Sirius completou.

Remus passou a mão pelos cabelos, bagunçando-os e encarou a mais nova.

— Daremos um jeito de descobrir sobre isso, daremos um jeito de encontrá-los. - comunicou a ela, aproximando-se da mesma.

Tonks olhou para seus pés e suspirou:

— Não há o que ser feito, tenho que me antenar na missão. - soltou de forma debochada.

— Eu juro que vou te jogar de uma ponte um dia, Nymphadora. - Lupin reclamou e parou de falar prontamente quando ouviu um grito vindo de não muito longe.

James Fleamont Potter.

Antes que qualquer um dos três falasse o que deveria ser feito, os caçadores correram até o som que ouviram, encarando o James na piscina.

— Qual é, Prongs, não é hora de nadar! - Black disse animado.

— Cale a sua maldita boca, pulguento. - o outro resmungou, saindo da água com ajuda de Remus - Não sei o que aconteceu direito…

Um lampejo de luz negra se fez presente ali, em frente aos primos, fazendo-os sentir um aperto rigoroso em seus pulmões. No momento em que o corpo de Sirius estava quase caído no chão, uma luz branca surgiu, indo de encontro a outra energia escura.

Tudo o que os olhos dos quatro caçadores puderam ver foi uma explosão de luz e então nada.

Nenhum barulho ou movimentação.

Remus tirou do bolso o aparelho de leitura fantasmagórica e chegou perto dos outros, não obtendo nenhuma atividade, suspirou.

— Então é isso? - James perguntou, ajeitando o óculos.

— Sinistro. - Sirius respondeu, enfiando as mãos nos bolsos - Bar?

Potter concordou com a cabeça e Tonks bufou, frustrada.

— Vocês realmente vão terminar com isso num bar?

— Sim, e vocês vão pra casa procurar qualquer coisa sobre isso no diário e provar que estávamos errado. - o primo respondeu, encostando seu dedo indicador na ponta do nariz de Tonks - Como sempre fazem quando trabalhamos juntos.

 

▴▴▴

 

— Você achou alguma coisa? - Remus perguntou colocando suas pernas em cima da mesa enquanto folheava o segundo diário de caça do pai de James, que ele tinha também como seu pai.

— Achei algo para bater na cabeça de James e Sirius quando eles chegarem daquele maldito bar. - a morena resmungou, jogando uma reportagem de um jornal velho para o castanho - Aparentemente Peter Pettigrew teve uma morte extremamente violenta, alguns garotos que estudavam com ele e nossos queridos companheiros de caça, o atormentaram à noite e bem… Ele morreu afogado, em um dos treinos da equipe mirim de natação da escola, ou alguma merda do tipo. - deu os ombros.

Lupin esfregou os olhos, estava exausto e não havia tomado metade do líquido âmbar de seu copo. Encarou a mulher que estava deitada no chão, de barriga para cima e encarando um dos diários de seu próprio pai, com o cenho franzido.

— Nymphadora, sobre o que eu vi…

— É repugnante e estranho. - Tonks murmurou - E não me chame de Nymphadora, eu odeio quando você me chama assim.

— Não que isso me impeça, de qualquer forma. - riu baixo e estalou a língua, fazendo-a encará-lo - Ajudarei você a entender o que é e… Como sobreviver a isso.

— Por que?

O castanho apenas deu os ombros, ele não precisava de um motivo. Tonks era parte de sua família também, talvez algo mais complexo do que os outros significavam para o caçador, mas independente do significado dela…

— Você é família, e é isso o que eu defendo. - seu timbre baixo a fez suspirar.

— Obrigada, Rem.

A porta fora aberta por dois caçadores um pouco alterados e risonhos.

The boys are back in town…— Padfoot cantarolou antes de jogar cuidadosamente seu corpo ao chão, ficando do lado de sua prima.

 

 

Cambrige, 2016.

Lily Evans estudava para sua prova de História Medieval quando Marlene entrou no dormitório que ambas dividiam, deram um sorriso rápido e a loira suspirou.

— As coisas lá fora nesse horário estão cada vez piores.

— Ouvi Elliot dizer que é um animal. - a ruiva disse ao rolar os olhos e encarar a amiga - Como se um animal fosse tirar apenas o coração de um corpo humano.

— Algumas meninas disseram o mesmo na aula de Anatomia hoje. - McKinnon resmungou - É óbvio que é um serial killer, por Deus, eles vivem assistindo essas coisas de terror, e ficam burros com o tempo.

Lily deu os ombros, concordando com a loira e umedeceu os lábios.

Mais tarde naquela noite, quando ambas estavam em suas camas no quarto escuro era possível ouvir o barulho violento do vento, e Evans pensou estar louca quando ouviu um uivo semelhante ao de um lobo. Segurou para não rir do medo inútil que tomou seu corpo, como se lobisomens fossem reais.


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