HASHIREEEEEEEEEEEEE!!! escrita por Setsuuukita


Capítulo 5
Capítulo 5 - Voo pela liberdade... e o tanuki mandrião.


Notas iniciais do capítulo

Por favor, moço... eu ainda tenho aquela opção de "ir com você pelo alto da escadaria"...? Acho que você conseguiu me convencer de que temos de ir mesmo... é naquela capelinha ali que nós vamos orar bastante pra espantar esses demônios, certo?!

AJOELHOU?! TEM QUE REZAR!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/743440/chapter/5

 

— Hey, você... como se chama, bonitão? — Lin perguntou ao ‘companheiro’ que acabara de ganhar.

— Etto... — o rapaz, em reação à pergunta dela, prensou os próprios dentes escondidos atrás dos lábios, uns nos outros, mas se viu sem ter para onde correr desta questão e resolveu a responder. — Me chamo Okita Rikki. E você não precisa me responder... o cabeça-de-bode já deu com a língua nos dentes. — Chamou o demônio de 'cabeça-de-bode' em tom de afronta, já que ele não era um bode e sim, um 'boi'.

— Certo Rikki...

Lin semicerrou os olhos e conjecturou por um tempo, estufando os pulmões e o diafragma ao inspirar pesadamente, soltando todo o ar enfadonho por causa de mais um desgraçado bando de demônios que não a deixava em paz. — Eles estão atrás de mim, Rikki. Você pode ir embora, certo? Ele pode ir embora não pode pessoal? — Perguntou aos demais que rodeavam os dois, e todos eles estavam com certa face de poucos amigos naquele instante. Lin entendeu então com muito desgosto que o silêncio pela sua pergunta respondia que: agora a quem ela sabia o nome, Okita Rikki... não podia, não, ir embora como ela queria que ele fosse. Uma nuvem chumbada, de total dúvida, circundou o ar acima da cabeça da fangonesa. Ele era ou não uma pessoa comum? Se fosse uma pessoa comum, como um habitante qualquer ali da alameda logo abaixo, ela teria sérios problemas para se proteger e protege-lo ao mesmo tempo. Agora Lin ganhou uma coceira mental daquelas, tão cheia de fricção, que sentia como se seu cérebro começasse a fritar rapidamente. Logo, se ela não pensasse numa forma eficaz e adequada para traçar uma logística de proteção ou fuga, além de apenas o próprio cérebro ser churrascado, ela por inteira e ele por inteiro também teriam o mesmo destino. O niú-de-tou parecia ser um problema maior, ao contrário dos outros que ela classificava como: as diversas caricaturas que já estava cansada de explodir, esquartejar, esmagar ou qualquer ato de violência atentado contra seus corpos que pudesse imaginar.

— Aiyã... tem certeza de que não querem mesmo ir embora? Sejam diligentes comigo ao menos uma vez! Parem de me colocar em situações cretinas como esta, por favor...

— Não repara que, sempre quem se coloca nesta situação é apenas você mesma Myung Lin? — O cabeça-de-boi questionou a garota sempre a fim de fazê-la refletir por suas escolhas. — Dê o que nos é pertencente, que mal algum acontecerá a você...

— Mal algum não acontecerá a mim agora! Espera mesmo que eu acredite numa patifaria dessas, seu... seu... — fez uma pausa inútil, já que não encontrou um xingamento adequado a tempo — patife!

— MESTRE ESTRAÇALHE LOGO A GARGANTA DESSA VAGABUNDA ASQUEROSA!

Um dos cornudos perdeu a paciência e fez a garota também perder quase que por completa à sua ao que a fez ouvir ser chamada de vagabunda asquerosa. O choque fez com que ela ouvisse um zumbido abafado e uma sensação de câmera lenta, soprada pelo ódio, a desnorteou. Uma veia na testa de Lin saltou por isso inteiramente irritadiça e pulsando a mil, e ela realmente se viu dando um gole na alienação com duas pedrinhas de gelo. Queria mata-lo agora mesmo, mas não podia atuar sem ponderar o certo antes. Niú-de-tou estava ali com 15 tições guarda-costas. A verdade era que se fossem apenas os 15 capangas, ela não teria temor algum e não pensaria duas vezes em tratorizá-los! E talvez se fosse só niú-de-tou a estar ali, ficaria mais fácil de conduzir a dança-da-morte para ele também. Acontecia que, naquele instante, a geometria espacial calculada na mente de Lin a levava para uma resposta única: os capangas poderiam se tornar perigosos graças ao líder. O líder, mais ainda, poderia ser perigoso graças a eles, mesmo que servindo de sacrifício para ele atuar como atacante ou não; quiçá o líder servir de peça de sacrifício também, vai saber. Tudo poderia acontecer. Lin já achava estar fodida, para variar. E o rapaz com ela? Estava caçando borboletas em silente; já ela teve uma leve impressão de que ele estava mesmo contando com sua força, mesmo tendo colhões entre as pernas e não tendo cavalheirismo algum para com a senhorita. Quem era ele, afinal? Ela tinha ou não tinha tempo de pensar sobre a origem daquele sacripanta? Achava que não tinha, contudo, como tudo parecia tomar um trajeto ruim, estava ligando a raiva a um rumo totalmente perdido. Foda-se um plano coerente. Foda-se tudo! Foda-se o mundo, que ela não se chamava Raimundo!

Lin foi flertada pela ansiedade naquele momento, e ela mordeu o lábio inferior. Se não fosse por... Rikki... ela teria aberto uma ferida e tanto pela força do canino ante à pele macia dele. Rikki a libertou de um estado de desalento total quando a tocou ao ombro direito, a acordando para realidade.

— Lin-sama... — cochichou ao ouvido dela — ficarei sempre perto de ti e tudo que surgir na sua retaguarda, eu a alertarei, ok? Então... Acalme-se! Esfrie um pouco esse carburador aí...

— C-certo... — Ela virou o rosto para o lado e sorriu agradecida pelo beliscão que a desadormeceu. — Eu o protegerei. Se não posso protegê-lo agora, não seria capaz de proteger mais ninguém, e não é isso que quero!

— Não há mesmo jeito, certo, Myung Lin?

Niú-de-tou se prontificou em perguntar o que parecia ser a ÚLTIMA vez, e ela mostrou a língua de sogra para ele, respingando baba para todos os lados em resposta. Rikki colou suas costas as costas dela e cruzou os braços, de troça para os que estavam em seu campo de visão.

— Peguem-nos, agora. — Bradou.

Niú-de-tou ordenou que atacassem Lin e Rikki e recuou misteriosamente para trás.

“Não havia jeito mesmo”, pensou a fangonesa. E pensou também que perdeu muito tempo acreditando nessa teoria supervacânea de que eles fossem virar as costas e ir embora tão de boa assim. Rikki, pelo contrário, não pensava em nada, não esboçava traços de desespero, nada mesmo. Lin cansou também de tentar saber o que se passava na cabeça desse folgado maldito, apesar do bom ato do rapaz. Os demônios começaram o ataque. Dois gárgulas cornudos abriram as asas com força e apontaram seus braços esqueléticos — mas com garras bem afiadas — para Lin e Rikki. Um vinha pela direção de Rikki, que estava atrás de Lin, e o outro pela direita dela. Ambos num bater de asas, cheios de sanha. A fangonesa fechou seus olhos. Respirou fundo e sentiu suas presenças abeirarem cada vez mais em questão de segundos, e a coisa mais rápida que ela podia fazer no momento era um feitiço prático, e o conjurou mentalmente:

"Sopro protetor, bufo de vento que guarnece; campo zelador da vida! BLINDAGEM DO PALADINO DE VENTO!"

Os demais foram expelidos por uma onda de ar que parecia mais maciça que o murro de um golem punho de ferro. Um som estridente ensurdecedor se propagou pelo perímetro inteiro à volta, pelo lado de fora da barreira, causado pelo vento sônico. Rikki estava protegido dentro do diâmetro do campo, já os atacantes que foram arremessados... o que vinha pela direita da fangonesa grudou no muro lateral que acompanhava à escadaria, o lascando, e também quebrando boa parte dos ossos do cramunhão ejetado. Lin acabou deixando uma risada galhofeira escapar, pois se lembrou de um fóssil de dinossauro cravado em uma pedra ao vir à cena. Gárgulassauro pensou. O outro demônio gárgula saiu rolando escadaria acima com força, também ficando muito lesionado pelos diversos atritos que tivera com o chão ao ser defenestrado.

                Rikki percebeu algo crucial com isso.

Quando Rikki estava para avisar Lin deste fator observado em meio à situação ocasionada pela peleja, se deu conta de que ela também já parecia saber, quando começou a recitar em voz alta outro feitiço:

—  "Corpo que pertence aos céus; asas invisíveis da natureza; anistie-se das correntes que o prendem ao chão; torne-se autônomo e faça parte do vasto azul da liberdade... ESPÍRITO VOLÁTIL!"

"É incrível como ela tem uma capacidade imensa de pensar rápido enquanto se está encurralada... Talvez eu nem precisasse tê-la acalmado naquele momento..."

O rapaz ficou fascinado com o tempo hábil de resposta que a fangonesa dera ao notar aquilo. Este, que era o fato de maior parte dos demônios acabar tendo um recuo significável por causa da Blindagem do Paladino de Vento — porém, se a garota demorasse mais um pouco que fosse após aquilo, a probabilidade de todos eles, os que não foram acertados, de se recomporem, era bem alta. O tal feitiço Espírito Volátil era um feitiço de levitação, ou seja, ainda ambos dentro da redoma de vento, controlada por ela ao executar o feitiço anterior, a fangonesa fez com que os dois corpos fossem disparados em um voo ríspido, em diagonal direta à capela, escapando por cima dela. Fora tudo tão rápido e repentino da parte de Lin, que agora o som estridente que reinava no local deixado para trás por eles era o de brados, grasnares e muita cólera eufórica por parte dos demônios fintados.

                Lin voou o mais rápido que podia, até que...

Niú-de-tou deflorou-se ao lado deles, subitâneo. E ela que estava achando que tudo ia indo perfeitamente. Perdeu o rebolado total quando notou o SACANA bem ali batendo asas querópteras que... não, espera um pouco?! Asas querópteras?! ANTES ELE TINHA ASAS?! ELE NÃO TINHA PORRA NENHUMA DE ASAS NÃO É RIKKI?! Isso dera um tapa ecoante tão forte na cara de Lin, que ela não conseguia parar de pensar de onde ele tirou aquilo. Até Rikki olhou com estranheza quando viu o boi-voador irromper com as esperanças de fuga dos dois, e havia concussão estampada na fuça da fangonesa, que seriamente tremeu na base por ver que niú-de-tou parecia um caralho de um canivete cinco em um. Rikki, que estava atrás com as mãos nos ombros de Lin, o segurando enquanto voavam, fez uma espécie de gesto para sugerir a ela que voasse mais rápido ainda, e ela o fez. Os três elementos rasgavam o céu crepuscular que transmudava da cor âmbar à vermelha — daí sempre que Lin tomava dianteira, niú-de-tou conseguia a ultrapassar, como dois carros de corrida brigando pela primeira posição na pista.

                Mas Lin estava esfalfada de brincar de pique-pega e parou.

Pelo menos ela via que só ele estava a acompanhando, então, decidiu tentar a sorte e resolveu lutar. Fitou o Cornélio, séria, ou pelo menos tentou ficar séria diante dele, e sempre sua expressão alternava entre essa seriedade e esmorecimento, assim feitas duas crianças brigando para tomar o controle da televisão, querendo assistir um canal diferente da outra. Muito difícil estava sendo ficar firme vendo aquela coisa cheia de cartas na manga; mas chacoalhou a cabeça em prol da concentração, na presença do inimigo.

                 — Perdoe-me, Rikki, mas acho que não tenho escolha a não ser lutar...

                 — Tudo bem, Lin-sama... também não tenho lá muita escolha, a não ser escolher o que você quer escolher...

                 — Eu já sei quem irá repor o meu milk-shake de frutas vermelhas com pistache depois, assim que a gente sair dessa... — Ela disse aquilo, e ele não entendeu absolutamente nada. Deu de ombros e concordou que sim e ok.

                 — Lute comigo, Lin. Sei que você é mais que apenas uma fujona. — Falou niú-de-tou.

Ela semicerrou os olhos juntando as palmas das mãos em seguida. Os lábios da fangonesa começaram a se mexer, murmurando bem baixo: fonte de todo poder... fogo que queima além da chama rubra... deixe que seu poder se junte na minha mão!, palavras inaudíveis para niú-de-tou que estava de fora da barreira de ar; que protegia e fazia voar ela e o companheiro. Audacioso, ele esperou tranquilamente pelo movimento dela, até que... Lin graciosamente abriu os braços para dar espaço a enorme bola de fogo vermelha, que ficou aposta bem na sua frente e, com as palmas das mãos bem abertas, ela sustentava esta bola de fogo a qual acabara de conjurar. Não levou muito tempo para como antes disparasse o feitiço, gritando seu nome. Feitiço que levou a vida de um dos vis subordinados de seu oponente. Ela cresceu diante do campo de visão dele ao que se aproximava — e Lin achou que havia o interceptado devido a curta distância do disparo. 
       

Enganou-se totalmente com aquilo...

Com as garras afiadas envolvidas por uma carga de energia negra, niú-de-tou partiu ao meio a grande bola de fogo, na vertical, e dentro desta vertical ele ficou, enquanto a flama passou por ele pelos dois lados.

           Lin falhou em seu primeiro ataque diante de seu oponente.

Era o que ela já esperava. Decidiu, então, não gastar mais energia com ataques experimentais como aquele, só para fins de estudo do oponente. Uma bola de fogo como aquela, para ela, não tinha lá um alto custo; porém, não se sabia por quanto tempo aquele embate duraria.

               — JÁ SEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI! COMO EU SOU LINDA E GENIAL, RIKKI! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH~!

               — Lin-sama...? Que foi? Você tem um plano? — Ficou surpreso com o espírito dela ganhando luz e graça totalmente do nada.

               — Shi de... Teheheeeeee! Agora se prepare, pois, o baile está prestes a começar!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Shi de = Sim.

Etto = Hum.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "HASHIREEEEEEEEEEEEE!!!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.