Uma Nova Chance escrita por Arikt


Capítulo 1
Estranho


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não teve nehuma mudança significativa. Só arrumei alguns erros, datas e troquei alguns nomes de personagens irrelevantes para a trama.
Aos novos leitores, sejam bem vindos. Aos antigos, espero que continuem gostando da fic. Boa leitura!



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Andava pela rua apressada, quase sem olhar para os lados, o capuz na cabeça para proteger os cabelos desgrenhados do vento e da chuva fina que insistia em cair. “Sua idiota! Por que teve que pegar a porcaria de metrô errado?!” pensava com seus botões, aborrecida. A rua estava escura e parecia ainda mais hostil por ser desconhecida. A única coisa que fazia barulho eram suas passadas rápidas, meio abafadas pelo vento forte. E a cada minuto ela tremia mais de frio.

De repente, o som de mais passos encheu o ar. Passos pesados e um pouco mais lentos. Lucy ergueu a cabeça para fitar a rua além, assustada. Os olhos castanhos estavam com as pupilas dilatadas para enxergar no escuro e também arregalados.

Um homem alto demais, grande demais, vinha em sua direção. Não usava casaco para se proteger do frio e andava ereto com a cabeça erguida, como se não estivesse se importando com a chuva. Olhava diretamente para ela.

A menina engoliu em seco, cruzou os braços logo abaixo dos seios e tentou se concentrar em seus pés, mas aquela conhecida sensação de “perigo, corra!” estava crescendo em seu íntimo, atrofiando-lhe todos os pensamentos.

Chegou à frente do homem, e os dois pararam. Lucy tentou não se apavorar. Virou-se para a direita, tentando sair de sua frente, mas ele impediu seu caminho, dando um passo para o lado. Ela prendeu a respiração, um grito de pavor se formando em sua garganta. Tentou ir para a esquerda, mas, novamente, ele a impediu de prosseguir. A garota olhou para o rosto do indivíduo; não dava para ver muita coisa, apenas um sorriso malicioso em seus lábios.

— O que foi, princesa? Está atrasada para ir a algum lugar? — A voz dele era fria e debochada.

As pernas de Lucy ficaram bambas. Ela não sabia o que fazer. Se corresse, ele com certeza a pegaria, e se ficasse ali... Apertou mais os braços em volta do corpo, dando dois passos para trás.

— N-não, eu... — Sua voz saiu esganiçada e falhou.

Ele deu uma risada baixa e se aproximou mais três passos.

— Então que tal se divertir comigo agora, hein? Sabe que eu te achei uma... delícia?

Talvez correr fosse a melhor opção, afinal. Mas, antes que pudesse dar vazão a esse impulso, o homem a segurou pelo braço e a jogou com força na parede. Lucy soltou um grito de dor. Porém, antes que pudesse fazer qualquer movimento, ele a prensou com seu corpo enorme e abriu as pernas da garota.

— NÃO, ME SOLTA! — gritou ela, debatendo-se freneticamente. — SOCORRO!

— Isso. Grita mais, vai ser ainda mais gostoso desse jeito... — sussurrou ele em seu ouvido.

Lágrimas começaram a sair dos olhos da menina quando as mãos ásperas do estranho subiram pelas coxas finas dela, causando-lhe asco. O cheiro do homem, que misturava tabaco com álcool, sufocava-a, fazendo-a tossir para tentar recuperar o ar. O pavor e a humilhação corriam fortes por suas veias. Ela não podia deixar aquilo acontecer! Tentou socar os ombros largos dele, mas sem sucesso. Nada do que ela fizesse poderia pará-lo. Estava totalmente perdida.

— Solte-a agora. — falou uma voz baixa e entediada logo atrás do agressor.

O homem, provavelmente pelo choque de ouvir uma terceira voz, fez o que foi ordenado, fazendo-a cair sentada no chão. Virou-se para a pessoa que havia falado, deixando o caminho livre para Lucy fugir. Mas ela estava apavorada demais para sair do lugar e, mesmo que conseguisse se mexer, suas pernas estavam tremendo muito para uma corrida. Deixou-se ficar ali, assistindo muda a cena que se desenrolava.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo? — A voz do grandalhão era ameaçadora. — Quer morrer, é?

Ele retirou uma faca do bolso traseiro da calça, provavelmente roubada.

— Na verdade eu gostaria de ir para minha casa, mas seria rude deixar essa moça nas mãos de alguém tão asqueroso. — A garota poderia jurar que o cara que a ajudava estava sorrindo.

­­­­­­­­― Filho da...

De repente um pé acertou a mão com a qual o grandalhão segurava a faca, fazendo-a voar para longe. Com um grito, ele partiu para cima do herói desconhecido, mas este o acertou na barriga com um soco. Os golpes do grandalhão eram rápidos, mas não eram páreos para os do seu adversário. Enquanto ele mal o tocava, os golpes do outro eram certeiros. A garota assistia a tudo com um misto de admiração e assombro. Não demorou muito para seu molestador estar no chão, sangrando e gemendo de dor. Seu benfeitor foi até a faca e a pegou, guardando-a dentro de seu casaco.

— Vá embora daqui, antes que eu chame a polícia. — vociferou.

O grandalhão levantou-se, soltou um palavrão e foi embora, correndo encurvado. Quando ele desapareceu na outra esquina, o homem virou-se para Lucy, que se encolheu minimamente contra a parede.

— Você está bem?

A pergunta não era esperada por ela. Levou alguns segundos para responder, olhando para ele. Estava vestido com um casaco impermeável e o capuz encobria totalmente seu rosto. E era bem menor do que o outro.

— Ahn... Estou. — Sua voz saiu rouca e baixa.

— Venha, levante-se. — Ele lhe estendeu a mão gentilmente.

Lucy segurou-a e, com a ajuda dele, conseguiu se pôr de pé. Estava tremendo mais pelo susto do que pelo frio. O capuz havia caído de sua cabeça e seus cabelos já estavam parcialmente molhados.

— Onde você mora? — A voz dele era calma e grossa, um pouco fria também.

— Bem... — Voltou a cruzar os braços em volta do corpo. — Eu não sei, estou perdida. Mudei para Tóquio tem pouco menos de um mês. Estava estudando em uma biblioteca perto da minha escola... Acabei pegando o metrô errado e vim parar aqui.

Ficou satisfeita que a rua estivesse escura e ele não pudesse ver seu rosto corando.

— Ah, sim... — Ele olhava diretamente para a garota. Parecia a estar analisando. — Bem, com esse tempo não é bom você ficar andando por aí, ainda mais sozinha. Vamos até meu apartamento. Lá você pode se secar e ligar para alguém... que você conheça.

Ela franziu o cenho.

— B-bem... Agradeço a gentileza, mas acho que posso ligar daqui.

― Está com medo de mim? Eu acabei de te salvar, não é? Mas se prefere ficar plantada no meio da rua e correr o risco daquele cara voltar...

Ela estremeceu só de pensar na possibilidade de ter que encarar o grandalhão novamente.

― Tudo bem, eu vou com você.

Ele começou a caminhar na direção em que a garota ia antes, sendo seguido por ela. Não trocaram uma palavra enquanto andavam, até entrarem em um prédio de aspecto antigo, não muito longe daquela rua escura.

O hall era iluminado e bonito, dava uma sensação de aconchego, mas o porteiro não estava em sua bancada. Isso era normal, já que passava das dez da noite. O desconhecido apertou o botão do elevador e ficou parado, esperando. Lucy estava ao seu lado, contente de não ter que manter um diálogo. Quando o elevador abriu as portas, ele entrou primeiro, tirando o capuz e o casaco. O que a garota viu a fez ficar parada no mesmo lugar, de boca aberta. O seu salvador não era nem um pouco parecido com o que ela poderia ter imaginado.

Sem o casaco o homem ficava ainda menor, e tinha uma aparência para lá de excêntrica. Estava vestido com uma camiseta branca e um jeans, ambos largos para ele. Era magro e andava meio curvado, os cabelos negros totalmente desarrumados, e havia olheiras fundas em seus olhos grandes e também negros. Sua pele era pálida, parecia não tomar sol com frequência. Lucy ponderava como alguém podia lutar tão bem, se possuía um porte tão franzino.

— Vai ficar plantada aí? — perguntou ele, recostando-se no espelho às suas costas, colocando as mãos nos bolsos.

Lucy percebeu que o estava encarando descaradamente, e corou. Entrou no elevador, tentando não olhar mais para ele. Subiram em um silêncio constrangedor até o nono andar, onde pararam, adentrando um apartamento no fim do corredor. Ele jogou o casaco molhado no chão e tirou os sapatos. Embora a garota não tivesse esse costume, também tirou os seus, sentindo o carpete macio sob a sola dos pés.

A TV de plasma estava ligada em um canal no qual estava passando um noticiário, e tudo o mais estava... em seu lugar. Ela franziu o cenho. Os homens que já havia conhecido na Inglaterra eram, no mínimo, extremamente preguiçosos. Era bom saber que no Japão eles recebiam uma educação adequada sobre isso.

Em um canto em uma prateleira, havia uma grande coleção de mangás, livros de ficção e de outros diversos assuntos. Lucy foi até lá, examinando alguns títulos. Sorriu, impressionada com o tanto de coisas fascinantes que ele tinha.

— Você tem muitos dos livros que eu gosto! — exclamou ela, sem pensar. — E oh, seus mangás são maravilhosos!

Olhou para o lado e o viu caminhando em sua direção, com uma toalha na cabeça. Estendeu uma outra toalha a ela, que pegou e agradeceu com uma leve reverência. Não poderia deixar de acha-lo excêntrico, agindo daquele jeito desinteressado e frio. Secou os cabelos cuidadosamente, tentando não pensar em como eles ficariam depois de tomar aquela chuva.

Quando terminou, voltou a observar o apartamento. Uma escrivaninha bem ao canto, abaixo da janela, estava abarrotada de papéis e ficheiros, todos embolados e sem nenhuma ordem lógica. Perto da televisão havia outros monitores menores acoplados à parede, que mostravam outros cantos do lugar, os corredores e a entrada do prédio. Ele deveria se preocupar muito com a segurança.

O homem desapareceu por uma porta à esquerda de Lucy, voltando logo depois com uma bandeja cheia de doces. Deixou a bandeja na mesinha de centro e se sentou como se estivesse agachado no sofá.

— Sinta-se à vontade. Se precisar usar algum telefone, é só procurar por um. — falou, pegando uma barra de chocolate e dando uma mordida, sem nem ao menos olhar para ela.

A garota demorou alguns segundos para se mexer, surpresa com o jeito dele. Bem, pelo menos ele estava sendo solidário. Tirou a mochila das costas, procurando o celular, preocupada que ele pudesse ter-se quebrado quando aquele cara a jogou na parede. Mas, felizmente, ele estava intacto. Só que estava sem bateria.

Lucy suspirou. Realmente teria que ligar do telefone dele. Foi até um aparelho próximo e discou, sem muita vontade, o primeiro número que veio em sua cabeça.

— Sim? — atendeu uma voz conhecida, entediada.

— Ahn... pai? — chamou Lucy timidamente. Ela só podia ligar naquele número se fosse uma emergência. Pelo menos para ela aquele momento era uma. — Eu... me perdi no caminho para casa... peguei o trem errado e agora estou na casa de um... amigo. O senhor poderia pedir que Akio venha me buscar?

Um suspiro do outro lado da linha fez a garota sentir que o pai estava aborrecido. Sempre fazendo tudo errado... Era a frase implícita. Ela sentiu o rosto esquentar, e o abaixou.

— Qual o endereço? — perguntou ele. Lucy pediu ao desconhecido, que falou, e ela repetiu ao telefone. — Victor está agora fazendo um trabalho para mim, mas assim que acabar ele passa por aí e te traz para casa.

— E... quanto tempo isso vai durar? — perguntou a garota baixinho.

— Uma hora mais ou menos. Mas você está bem, está na casa de um amigo.

Lucy quis gritar com ele, discordar, dizer que nada estava bem, mas suspirou ao invés disso, resignando-se. Sabia que de nada adiantaria.

— É, é claro que... estou.

O telefone ficou mudo. A garota o colocou no gancho e ficou parada no mesmo lugar, tentando entender por que as atitudes do pai, que sempre foram frias, ainda a afetavam tanto.

— Vai demorar demais para seu motorista vir? — perguntou o homem lá do sofá.

Lucy demorou alguns momentos para levantar a cabeça e responder.

— Uma hora. — murmurou desanimada. Depois franziu o cenho. — Acho... que ainda não fomos apresentados.

Andou até o sofá, sentando-se ao lado dele. O homem observou-a, colocando o dedão na boca.

— É verdade... Bem, então, qual é seu nome?

— L-Lucy. — titubeou ela, confusa, pois pensara que ele se apresentaria primeiro.

— Só Lucy?

— Não... Lucy Chinatsu. — Ele meneou levemente com a cabeça, com um ar pensativo. Não parecia que iria dizer seu nome de livre vontade. — E o seu é...?

— Hideki Ryuga.

Aquele nome lembrava algo a garota. Mas Hideki não a estava olhando mais. Continuou a comer os doces e a prestar atenção na TV. Depois pareceu perceber que estava sendo indelicado, e estendeu um pote de rosquinhas para ela.

— Servida?

A garota pegou uma, mordiscando sem ligar muito.

— Você parece comer muito doce. Eu passaria mal.

Ryuga deu de ombros.

— Açúcar é bom para o cérebro. Me ajuda a pensar.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, Lucy observando a TV com olhos vidrados, desconfortável com a situação.

Mas um nome a fez prestar total atenção ao que estava passando no noticiário, fazendo-a se esquecer de onde se encontrava.

Malcom Krishner morreu hoje às oito horas da manhã, decorrente de um ataque cardíaco, enquanto tentava assaltar um banco no centro de Londres, Inglaterra, fazendo trinta pessoas de reféns. — falava a repórter. — Os policiais já ligaram esse assassinato a Kira...

Sua mente se desligou. Era por aquela reportagem que havia pegado o metrô errado. Era por aquela reportagem que sua opinião sobre Kira mudara tão drasticamente. Era por aquela reportagem que sua sede de justiça estava saciada. “Minha mãe foi vingada... por Kira!” Pensou, as mãos pressionando as coxas com força, sua cabeça tombando para frente. Depois de tanto tempo de sofrimento, de ódio, finalmente o que ela desejava aconteceu.

Os gestos estranhos da menina não passaram despercebidos a Hideki.

— Você está bem? Há algo te perturbando? — sua voz era preocupada.

Lucy tremia levemente, as mãos ainda agarradas às coxas. Ela não podia mais aguentar aquilo sozinha, calada. Mesmo Ryuga sendo um estranho ela se impeliu a falar, sem se importar com o que ele iria pensar, ou se ele queria escutar.

— Esse homem... estuprou e assassinou minha mãe a dois anos atrás. — murmurou com a cabeça ainda abaixada, os cabelos negros tampando a visão de sua expressão transtornada. — Ele foi preso a princípio, e foi a julgamento, mas tinha muitos contatos e conseguiu escapar. Foi por causa dele que me mudei para o Japão. Meu pai ficou com medo que ele viesse nos procurar... Desde que ele foi solto eu não tive um dia de sossego, com medo de ser encontrada, de ter o mesmo destino que minha mãe... Mas vi essa reportagem hoje. Estou tão aliviada que chega a ser difícil respirar.

— Então... Você apoia Kira? Pelo que ele fez. — Ele não esboçou emoção ao saber da história triste da garota. Mas a pergunta tinha um tom curioso, não acusador ou inquisitivo.

Lucy levantou a cabeça e o encarou. Era a primeira vez que reparava realmente nos olhos dele. Olhos negros como a noite, com as pupilas dilatadas e uma expressão ávida, como se quisesse ver tudo o que há no mundo ao mesmo tempo. Foi difícil achar a resposta.

— Eu... eu não sei mais. — Ela desviou o olhar, tentando pensar mais coerentemente. — Eu não gostava do que ele estava fazendo, era totalmente contra. Mas agora... Embora ainda não concorde que a morte seja o caminho definitivo, me sinto... agradecida.

— Entendo... — Os gestos do homem eram tão frios e calmos que davam uma inquietação irritante em Lucy. — Só não se deixe levar pelo pensamento de que ele está certo fazendo isso. Ele não passa de outro assassino.

A garota ficou quieta. Ela sabia disso, mas, mesmo assim, a sensação de justiça alcançada ainda estava forte em seu âmago.

— A propósito... O que há entre você e seu pai? Se me permite a pergunta, claro. — tornou Hideki, voltando-se para a televisão e comendo mais chocolate.

Ela suspirou e passou a mão na nuca.

— Ele... nunca ligou muito para mim, mesmo antes de minha mãe morrer. Agora... ele simplesmente nem lembra que eu existo. — As palavras saíram inexpressivas e baixas. ― Na verdade, acho que ele sente que eu sou um estorvo.

Hideki devia ter percebido que o assunto não era o preferido dela, porque não tocou mais nesse ponto.

No decorrer do tempo, eles falaram muito pouco, e quem sempre perguntava era ele. As poucas coisas que revelou não foram o suficiente para a garota montar um perfil confiável dele, mas Lucy até estava começando a gostar de Hideki. Seu jeito podia ser irritante e inquietante, ele podia ser excêntrico... mas a fazia sentir-se bem, sentir-se em casa. Coisa que há muito tempo não sentia.

Passado a hora, um carro preto muito conhecido pela garota pôde ser visto estacionando na frente do prédio. Uma buzina foi ouvida. Lucy levantou, sentindo-se chateada por ter que voltar para casa. Sem dizer nada, ela foi até a porta da frente do apartamento e a abriu, calçando os sapatos.

— Foi um prazer ter sua companhia, senhorita Chinatsu. — falou ele do sofá, sem virar-se. — Não se importa que eu não a acompanhe, não é?

A garota franziu a testa por um momento, mas depois esboçou um sorriso.

— Não, não me importo. O prazer foi meu... Boa noite e obrigada. Vou me lembrar de sua solidariedade.

Com isso, ela saiu e desceu, logo parando na frente do carro. Victor, o motorista, já estava a esperando com a porta aberta.

— Boa noite, senhorita. — desejou ele formalmente, como sempre fazia.

Desde que se mudaram para o Japão, todos os empregados da família haviam sido trocados. É claro que Lucy entendia o porquê, mas não deixava de lamentar a perda das pessoas que eram tão próximas de si. Não tinha nada contra esse novo motorista, mas sentia falta do abraço caloroso que costumava receber de France.

— Boa noite, Akio. — respondeu apenas por educação.

Entraram no carro, que logo se perdeu na escuridão e na chuva fina. Lucy soltou um suspiro cansado, olhando as gotas caírem através da janela e embaçarem o vidro. “Hoje a noite vai ser longa...” pensou, já conformada com sua insônia em dias chuvosos.

O último pensamento que lhe passou pela mente sobre aquele homem, naquela noite, foi se deveria falar sobre ele com alguém. Decidiu deixar para lá. Provavelmente não o veria mais, de qualquer forma...


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