Frustração escrita por anabfernandes8


Capítulo 2
Estranho


Notas iniciais do capítulo

E aí povo, como vocês estão?
Bem, para quem gostou da leitura, aqui está o segundo capítulo. Essa fanfic será uma threeshot, com apenas três caps, o primeiro e o segundo tem aproximadamente o mesmo tamanho, curtinho, mas o terceiro será um, pouco maior porque é o desfecho né. Espero que gostem desse capítulo, eu o escrevi com amor. Aos que estão acompanhando, sigam em frente. Aos que são novos aqui, e vão ler os dois capítulos de uma vez, sejam bem vindos.
No capítulo anterior Kiba tentou passar mais tempo com Hinata, oferecendo-se para levá-la em casa, mas ela preferiu continuar o resto do caminho com Shino e o Inuzuka, se sentindo deixado de lado pela garota que gosta, resolveu tomar uma iniciativa.
Sejam todos bem vindos ao capítulo dois, e boa leitura!



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“Kiba? Kiba? Você morreu aí dentro?” Ouço uma voz baixinha, ainda sob o efeito do sono. Não abro os olhos, mas aos poucos meu corpo começa a despertar. Estico meus braços acima da cabeça, e também as pernas, o movimento acordando o animal ao meu lado, que dá um ganido irritado. Sento-me, acaricio sua cabeça e ele logo cai no sono novamente. Até ser acordado por batidas mais fortes na porta. “Kiba, acorde agora!”

É minha mãe. Dou um suspiro cansado juntamente com meu amigo. Todo dia essa rotina e ainda era de manhã. Levanto-me e vou até a porta, dando de cara com a face avermelhada da matriarca do clã Inuzuka. Que está possessa de raiva e prestes a voar em meu rosto.

“O que foi, mãe?”

“Você achou que ia ficar dormindo até que horas? Levante-se e arrume suas coisas, estou saindo em uma missão. Como sua irmã está fora, a casa está em sua responsabilidade. Eu não quero nada de bagunça, escutou, mocinho? Sei bem como você e Akamaru são quando estão livres.” Não posso nem negar porque ela tem toda a razão. Nós somos completamente desorganizados e não conseguimos fazer as coisas de casa sozinhos. Somos um caos completo juntos e separados também.

“Tá bom. Eu vou sobreviver. Não se preocupe.” Mas é claro que ela não escutaria a minha frase. Andei em direção à cozinha, ela atrás de mim, os braços cruzados, ainda irritada por um motivo desconhecido. Talvez a missão não fosse algo que a agradasse.

“Eu já ouvi isso várias e várias vezes. Não te conheci ontem. Você veio da minha barriga e eu sei exatamente como você é. Não coma lámen todo dia, nem outras besteiras. Chame seus amigos aqui para casa para cozinharem e comerem juntos, para poderem comer de forma saudável. E não dê qualquer coisa ao Akamaru. Você sabe como o estômago dele é sensível.”

“Mãe, eu sei. Eu já ouvi essas recomendações várias vezes. Deixar as coisas no lugar, não acumular louças sujas, arrumar a cama, arrumar a casa, não deixar roupa no chão, não trazer amantes para casa…” Principalmente a parte de amantes, ela era bem rigorosa em relação a isso. Como amantes, quero dizer pessoas com quem eu tenha algum tipo de envolvimento amoroso ou que vá usar a casa para a finalidade namorar.

“Escute aqui, rapazinho, se eu estou dizendo tudo de novo, é porque você nunca faz o que eu peço.”

“Tudo vai estar em ordem, eu não vou estar em casa hoje, nem amanhã e nem depois. Não vai ter ninguém para bagunçar sua amada casa, não se preocupe.” Ela faz uma careta de quem está achando que estou sendo audacioso demais. Engulo em seco, quando sua expressão se transforma na expressão que ela sempre faz quando está prestes a acabar comigo. “O-olha, tem o aniversário da Mirai-chan hoje, na ca-casa da Kurenai. E amanhã eu vou sair com o-os meninos. Não há nada pra se preocupar.”

“Na casa da Kurenai?” Sua expressão se suaviza, como se eu tivesse virado outra pessoa a seus olhos. Bem, na verdade, sua tranquilidade está no fato de que ela sabe que minha sensei é bem parecida com ela e vai me colocar na linha. “Tudo bem. Deseje parabéns por mim. Já vou indo porque estou atrasada. E não se esqueça das regras. Quero tudo em ordem quando eu voltar.”

“Tá bom, mãe.” Digo, com uma voz de cansaço. Ela sai porta afora, me dando um aceno, como se nada tivesse acontecido segundos antes. Balanço a cabeça, em descrença, porque sei que minha família toda é doida. Não faço ideia do porquê ainda me surpreendo quando certas coisas acontecem.

Abro a geladeira e arrumo algo para que eu possa comer. É quase a hora do almoço, por isso posso entender o desespero da minha mãe para que eu possa acordar e começar a fazer as coisas. É aniversário da bebê e eu nem ao menos comprei nada como presente. Por isso, como ainda é cedo e a festividade só é no final da tarde e início da noite, resolvo sair, tanto para comer fora e não ter que fazer almoço, como o desastre que sou na cozinha, tanto para ver se encontro algo para presenteá-la.

Não acordo Akamaru, principalmente porque não é preciso. Ele está bastante cansado e aproveito que minha mãe saiu, com toda a sua barulheira, para deixá-lo dormir tranquilo. Tomo um banho rápido, visto uma roupa mais confortável do que a que geralmente uso para missões e saio para a vila com o claro desafio de comprar um presente.

Sim, não faço a mínima ideia do que comprar, realmente. Não tenho jeito com essas coisas, mas depois de andar durante horas pela vila, resolvo que está na hora de parar e almoçar. Logo, acabo comprando qualquer coisa, que significa que acabei comprando um bichinho de pelúcia que achei um pouco parecido com meu cão. Já é de tarde e minha barriga ronca com o barulho de um trator. E a primeiro coisa que vejo na minha frente? Uma barraca de rámen, com ninguém menos que Naruto Uzumaki nela.

Tento me afastar de fininho, mas é tarde. Ele me vê e grita em minha direção, o que me faz suspirar bem fundo e alto, já que hoje não estou com muita paciência. Pelo simples fato de que especificamente no dia de hoje decidi fazer algo em relação à Hinata e não o quero em meu caminho. Nunca estou com paciência para ele, porque estou bem ciente de que a qualquer momento ele pode tê-la, basta decidir ficar com ela.

A mera possibilidade me irrita. Não seria justo comigo, mas, principalmente, não seria justo com ela. Ela havia gostado dele por tanto tempo, que seria totalmente injusto com ela se ele tivesse ficado esse tempo todo brincando por aí enquanto ela sofria e, de repente, ele alegasse se descobrir apaixonado.

“O que foi, Naruto?”

“Ih, que estresse é esse, Kiba? Por que não come um rámen comigo e depois podemos ir juntos para o aniversário da filha da Kurenai-sensei?” Bufo, entre uma risada e um ataque de raiva, tentando decidir se ele estava tentando ser engraçado ou zoando com a minha cara.

“O aniversário da Mirai-chan é só de noite, baka.”

“Você tem certeza? Por que o Shikamaru acabou de passar correndo por aqui dizendo que tinha acordado tarde demais.” Dou um pulo de surpresa, lembrando-me de forma clara as palavras da minha sensei que deixavam bem explícito que a festa era de tarde. Devo ser mesmo um idiota, mais do que o Naruto. Já deve ser meio da tarde, ainda não almocei e acabo de estar atrasado para o aniversário. Dou meia volta e saio correndo, gritando qualquer coisa ao ninja que fica sobre ter que me arrumar e buscar Akamaru.

Assim, quando chego em casa e abro a porta, meu amigo já está andando como um louco pela casa, enquanto resmunga. Ele para assim que me vê, soltando um ganido sôfrego pela minha ausência e por ter ficado sozinho quando ele claramente não é muito confortável sobre.

“Só sai pra comprar o presente da Mirai-chan, mas acabei demorando demais. Vou tomar um banho.” É o banho mais rápido que já tomei em minha vida. Quando volto ao quarto, de toalha, em cima da minha cama já estão as roupas que vou usar, previamente escolhidas por meu cão, que não está à vista. Visto-me sem resistência nenhuma, não me importando com qual roupa é e saio em seguida, em direção à porta. Akamaru está na sala e me segue animado; ele provavelmente gostou de brincar com a criança e quer repetir a experiência.

Não demoramos muito a chegar ao nosso destino. Ouço algumas vozes e sou atendido antes mesmo de bater na porta por alguém que não estou esperando que me receba daquela forma; é Hinata, que abre a porta com um mega sorriso, como se estivesse me esperando. Me sinto envergonhado, principalmente depois que percebo como ela está linda em seu vestido azul-claro, que destaca de forma sutil sua cor de pele e olhos.

“Ohayo, Kiba-kun, Akamaru.”

“O-oi, Hinata.”

“Vocês finalmente chegaram. Achei que não viriam mais.” Dou um sorriso amarelo para Kurenai-sensei, que aparece logo atrás da minha companheira de time, uma bandeja de comida em suas mãos.

“B-bem, eu tive que resolver umas coisas. Pegue, este é um presente para a Mirai-chan.” Estendo o urso de pelúcia, que não tive a menor preocupação em embalar. Parecia um detalhe tão besta na hora, mas agora não me sinto à vontade para oferecer o presente dessa forma tosca. Por sorte, minha sensei não se importa e pega o bichinho de minha mão, abrindo um sorriso doce. Ela provavelmente não se importava com a embalagem, e sim com o fato de que eu me importava o suficiente para ter ido atrás de algo especial.

“Não precisava, mas obrigada de qualquer forma. Entre e fique a vontade.” Dou um passo adiante, finalmente avistando as pessoas que estão sentadas na sala de forma aleatória. Chouji e Sakura estão perto da mesa de comida, o que não é nenhuma novidade; Lee, Tenten e Ino estão sentados no chão, brincando com a criança, que aparenta ficar mais animada assim que vê Akamaru ao meu lado, estendendo as mãozinhas pra ele; Neji, Shino e Shikamaru estão sentados no sofá, o último claramente tirando um cochilo, o que não é nada estranho para nós todos que já o conhecemos há bastante tempo.

“Por aqui, Kiba-kun. Você quer comer?” Era impressão minha ou Hinata estava totalmente prestativa a mim, sem nenhuma razão aparente? Seus sorrisos brilhantes para cima de mim deviam ser tudo o que eu queria no momento, mas eu estava achando um pouco estranho. O que havia mudado durante a noite? Ela não havia me mandado embora para ir para casa com o Shino?

“Pode ser. E aí, pessoal.” Aceno a todos, alguns me cumprimentam animados. Os olhos do maldito Aburame estão em mim e Hinata durante todo o caminho até a mesa onde estão Sakura e Chouji. Mostro língua a ele, porque não me importo nenhum pouco. Bem, talvez seu olhar me incomode apenas um pouquinho…

“O que você quer?” A morena ao meu lado já estava com um prato em mãos quando eu desvio minha atenção totalmente para ela, me deixando um pouco surpreso. Hinata estava realmente bem?

“É por isso que esses garotos são uns desnaturados, você o está mimando muito Hina. Kiba pode muito bem se servir sozinho.” Bufa Sakura, ao nosso lado, que se serve sem nenhum pudor, como se não comesse há muito tempo. Não fico encarando por muito tempo, porque ela é bastante assustadora se sentir que estamos ofendendo-a.

“Eu posso me servir sozinho.” Então, para não criar confusão e nenhuma situação ruim para o lado da minha companheira de time, apesar de não achar que um motivo besta como esse resultaria em algo grande, pego o prato de sua mãos, sem olhar sua expressão. Por que sei exatamente como ela reage à esse tipo de coisa e não quero ver o olhar de decepção em seus olhos.

“T-tudo bem.” Ela sussurra baixinho, incerta, sem saber muito bem o que dizer, os dedos batendo uns nos outros em um tique nervoso. Só eu escuto sua voz, pelo fato de estar exatamente ao seu lado.

Todos na sala olham para a porta quando um chakra bem conhecido se faz presente. A primeira pessoa a se mover é a Haruno, que sai do nosso lado para abrir a porta, assustando a pessoa do lado de fora que estava prestes a bater. Mas, é claro que isso só o abalou momentaneamente.

“Oe, pessoal! Cheguei, dattebayo!” Naruto era o único que estava faltando, seria estranho se não fosse ele. De novo, não era surpresa nenhuma seu atraso. Todos nós estávamos acostumados com esse fato.

Lanço um olhar discreto para Hinata, porque preciso saber como ela reage. Suas bochechas estão coradas, é claro que ela foi afetada pela presença dele, mas seus olhos ainda estão em mim, quase como se ela não tivesse percebido quem havia acabado de chegar.

É claro que minha mente queria que isso tivesse acontecido, que ela tivesse olhos apenas para mim, mas vamos ser realistas aqui: ela ainda gostava dele. Nenhum de nós tinha dúvidas e isso me machucava pra caramba. Depois de tanto tempo não-correspondida, ela ainda permanecia neste mesmo estado. Que chances eu tinha perante isso?

Para completar, há um sorriso hesitante em seu rosto, como se, com a chegada do Uzumaki, ela não soubesse muito bem como agir. Sei que a Hinata de cinco minutos antes não se comportará da mesma maneira que a Hinata de agora. Mas preciso lidar com isso se estou disposto a conquistá-la. Não estou desistindo de me declarar a ela hoje e por mais que isso me abale um pouco, tento não transparecer. Preciso seguir em frente, ou serei esmagado.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam desse capítulo? Gostaram, não gostaram? Sintam-se totalmente à vontade para comentarem ou não, não se sinta obrigados. Obrigada as pessoas que comentaram, mas obrigada também àquelas que estão lendo de qualquer forma, todos os leitores são muito importantes independentes de se manifestarem.
O próximo capítulo sai em dois dias, ou seja, dia 25, segunda, provavelmente pela manhã. Até lá, um grande beijo.



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