Sequestrada escrita por AC Espadeiro


Capítulo 6
Laços




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Fico repassando aquele jantar na minha cabeça inúmeras vezes tentando descobrir o motivo do porquê não ter conseguido ser simpática, engraçada ou divertida com a mãe de Nate no jantar, assim como não consegui também com a diretora. Eu queria ser legal, mas algo me impedia. Esse algo sou eu.

A doutora Pilar me contou que isso é a minha insegurança misturada a minha depressão, que nesses 4 anos se tornou algo tão grande e tão forte que me faz de refém, como um gigante parasita que me devora de dentro pra fora fazendo-me sangrar por dentro de modo que ninguém mais veja. Só eu.

Minha depressão me faz de prisioneira dentro de minha própria mente.
Um lugar que me deveria ser familiar, é na verdade um beco estranho, o qual eu tenho pavor de explorar.
Eu não quero fechar os olhos, me recostar em uma cadeira ou deitar em minha própria cama, porque são nesses momentos em que os monstros aparecem.
São nesses momentos em que o meu Eu começa a andar pelo beco escuro, e, de repente, começa a tropeçar em todo e qualquer desnível que tenha ali, porque toda fissura — feita dos pequenos problemas da vida — acaba se transformando num buraco enorme pelo qual eu despenco sem paraquedas. 
São nesses momentos em que eu não sinto mais minha garganta, pois todo grito que eu dou é abafado pelo mundo que me chama de dramática. 
São nesses momentos em que eu perco o controle da minha própria vida, quando todos falam o que eu deveria fazer e pra onde eu devo ir, porque eu deveria querer ir, mas a verdade é que tudo que eu quero é ficar no vazio do meu quarto frio e escuro. 
São nesses momentos que eu não sinto mais prazer em sorrir, ou em fazer as coisas que antes eu gostava, porque por algum motivo... Elas já não parecem mais tão interessantes assim.
São nesses momentos que eu olho para as pessoas que eu amo e penso se elas sentem o mesmo, porque eu já não me sinto mais tão interessante assim quando me vejo no espelho todas as manhãs, o que além de despertar um outro monstro chamado Insegurança, me lembra de toda a minha história que está marcada nas minha cicatrizes físicas e emocionais, fazendo-me questionar se eu sou tão suficiente quanto pensei que fosse. 
E assim, meu pedido de socorro, escorre pelo meu rosto, porque eu já não consigo pedir ajuda, porque eu não sei mais se realmente o que eu quero é ser ajudada...
Eu só quero que a dor acabe e que eu saia desse beco de uma vez.
E são nesses momentos, em que eu não sinto mais nada...

—Melanie? 
—Sim? –Acordo de meus pensamento pela presença de minha mãe na porta. 
—Como foi a noite com a família do Nate?
—Foi tudo bem! Mais que bem na verdade. –Digo lembrando de algumas gargalhadas que dei que já não dava há muito tempo. 
—Certeza? Porque se não eu posso arrumar outra alternativa pra quando eu for ao mercado, quero dizer, eu falo com seu pai, ou com a sua tia, não sei! Mas, o importante é...
—Mãe! –Interrompo-a. –Foi tudo bem! Mesmo! Eles me trataram super bem, não foi esquisito nem nada, sabe que eu já tenho familiaridade com a família do Nate! 
—Okay... Okay! Acredito em você, então. –Ela da um sorriso meigo que ilumina seu rosto bronzeado. Ela ajeita seu cabelo, pondo uma mecha atrás da orelha virando seu rosto procurando o relógio. –Já está tarde, Mel! Acho que é melhor você ir dormir.

De fato ja havia passado do meu horário de dormir tremendamente. Já eram 1:30 da manhã já que eu e Nate ficamos até mais tarde vendo filme e amanhã, no caso hoje, eu tenho aula.

Me estremeço na cadeira, engolindo em seco e suando frio nas palmas das mãos roçando os dedos uns nos outros sentindo essa água gelada. Sinto meu estômago se embrulhar, junto a um forte enjoo e tento disfarçar essa reação para minha mãe.

—Eu... Eu vou dormir, mãe. Te vejo amanhã! 
—Tudo bem. Precisa de algo, filha? 
—Não, não, ta tudo bem! Obrigada, mãe! Tchau!

Tento tira-la daqui o mais rápido possível. Ela deposita um beijo em meu cabelo e sai do quarto fechando a porta. Me sinto nervosa, meu coração acelera e minha respiração fica tão frenética que eu começo a reproduzir ruídos, grunhidos, alarmantes. Eu quero gritar, surtar, espernear, não quero sair de casa de novo. Parece que eu vou morrer. Eu sinto como se fosse morrer. Não quero voltar pra aquele lugar cheio de pessoas horríveis e cruéis.

Sinto uma água em minha boca e um mal estar de causar fortes tonturas, ponho-me de pé com dificuldade e corro para meu banheiro, empurrando a porta e caindo de joelhos no chão, enfiando meu rosto na borda da privada e, por conseguinte, pondo todo o jantar que Joanne e Lawrence prepararam para fora.

Limpo o canto da boca com um dos braços enquanto aperto a descarga com o outro, tentando me acalmar. Viro-me fechando a privada e sentando de costas pra ela, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos segurando minha cabeça tentando controlar minha respiração e fazer o plano de controle do modo que minha psicóloga mandou.

Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. Sempre fica. "Quer dizer, você ficou em cativeiro por 4 anos, mas o que importa é que você saiu viva!" Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. "Não é só porque você foi brutalmente torturada nos últimos anos de sua vida que não possa haver um recomeço." Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem eles dizem. Sempre fica tudo bem...

Após uns 15 minutos de constantes pensamentos "felizes" e respiração controlada, sinto meu coração desacelerar e meu cérebro voltar ao estado racional dele, ultimamente é assim que lido com meus ataques de pânico. Sozinha. Trancada no banheiro rezando para que passe. Rezando para que ninguém me escute e para que caso eu morra, como sempre sinto quando isso começa, que seja uma morte diferente de toda a minha vida... Que seja uma morte sem dor!

Inalo todo o ar que posso, sentindo aquele cheiro de hospital no ar. Ponho-me de pé, abrindo a pequena janela do banheiro para que o ar possa circular melhor. Lavo meus braços e boca na pia, escovo meus dentes e tomo todos os remédios diários. Anti-depressivos, ansiolíticos, calmantes naturais feitos de ervas —Os quais têm um cheiro horrível por sinal —, e outras duas pílulas, uma amarela e uma azul as quais eu não me recordo para que são.

Após todo esse coquetel de remédios, eu vou para minha cama já sentindo os olhos pesarem por causa dos calmantes, e me jogo nela encarando aquele teto branco mais uma vez, cantarolando uma música sem letra em minha cabeça, esperando o momento que adormecerei.

***

Me encontro dentro da sala, alguns olhares zombam e outros me olham curiosos pelo episódio de ontem, às vezes tudo que eu queria era sumir. Não pude ficar na primeiro cadeira, então me vejo no fundo com aquelas várias cabeças na minha frente enquanto eu penso no quão essas pessoas devem ser tão vazias por dentro quanto eu... A diferença é que o meu jarro além de vazio está quebrado. Sem conserto.

Acabei de voltar do famigerado recreio, hoje é dia de ficar 2 horas depois dele de acordo com a psicóloga, o que eu, particularmente, acho horrível. Pensei que a adaptação fosse ser feita em meses, não em dias.

Encaro o quadro com o fone de ouvido em apenas um dos ouvidos escutando a trilha sonora de O Labirinto do Fauno, é quase relaxante, se eu não estivesse tão exposta e rodeada por pessoas tão frias e insensíveis.

A professora passa a matéria no quadro e eu apenas copio, com a cabeça recostada na quente janela pela qual o sol entra inserindo um leve mormaço naquele ambiente. Minha mãe ainda está lá na padaria lendo algum tipo de revista e enquanto isso eu fico aqui.

O tempo vai passando tão devagar que eu sinto como se estivesse ali há um tempo que nem o relógio é capaz de contar. Os professores evitam a troca de olhares comigo, eles têm medo de me deixar mais desconfortável que a professora de ontem e tomarem alguma bronca da diretora.

Tudo até que ocorre bem, na medida do possível. Mas, é claro que se tudo fosse continuar tão monótono assim, eu não estaria narrando esse dia para vocês. Acontece que após alguns tempos de aula, chegou a hora da educação física.

Pego minha mochila e vou até o vestiário mais longe possível tentando evitar todo aquele contato feminino que te julga pelo tamanho dos seus peitos. Troco de roupa, pondo uma mais confortável e mais própria pra tal aula.

Deixo minha mochila no guarda-volumes e sigo para a quadra, onde os meninos encaram a bunda das outras marcada pela legging, as meninas ou te invejam ou te acham mais estranha do que você já é, e o professor, costuma ser um assediador que gosta de observar as meninas jogando vôlei enquanto seus seios saltam nas camisas brancas. Isso só pode ser mais uma tortura!

Entro na quadra fazendo um coque com meu próprio cabelo e me posiciono bem no canto esperando o momento que começarão a escolher os grupos, e não demora muito para que esse momento chegue.

"Julie"
"Nathan"
"Andrew"
"Beth"
"Peggy"

Assim, as duas líderes, vão escolhendo as pessoas de seu grupo e eu vejo toda a minha turma ir se desfazendo, e claro, eu com meu porte super atlético, vou ficando para trás, até que, curiosamente, quando sobra apenas eu e mais uma garota, uma das líderes opta por me escolher.

—Ei! Você! De faixa no pescoço! 
—Eu? Eu o quê?
—Ta no meu time, vem! -Ela da um sorriso simpático para mim que, sem hesitar, vou para o lado dela antes que ela mude de ideia.

Ela tem longos cabelos loiros escuros, olhos castanhos e um sorriso muito bonito por sinal, me distraio analisando-a que mal percebo quando o apito toca.

—Vem, fica comigo, me da cobertura! A não ser que saiba arremessar. Sabe? -Ela era tão elétrica que eu mal me dei conta quando do nada ela começou a falar comigo.
—É... Não...
—Ótimo, então se concentra mais em não deixar a bola cair no chão do que em arremessa-la pro outro lado da rede! Vamos!

E assim, como um cachorrinho, eu vou seguindo-a para o meio da quadra, que tem uma bela vista para a floresta que tem ao lado do colégio, mas eu não posso me concentrar nisso agora. Não posso vacilar.

O jogo começa bem, nenhuma bola chega sequer perto de mim ou do chão, mas claro que conforme o tempo passa a ferocidade e o cansaço vão aumentando e eu começo a ter que me mexer para interceptar a bola de tocar o chão. Vamos jogando arduamente até que fazemos um ponto, a outra equipe também, fazemos mais um, a outra equipe também, e o momento de final para desempatar chega.

As meninas jogam como leoas na frente, principalmente a menina loira, que parece bem competitiva. Estávamos mantendo o jogo em uma constante com a bola pelos ares até que ela vem direção, em segundos eu sinto como se fosse enlouquecer, mas, como se outra pessoa comandasse meu corpo, meu braço consegue rebater a bola e lança-la pro outro canto da quadra.

O professor apita e o jogo para. Empate. Suspiro aliviada por pelo menos não ter deixado a bola cair no chão ou jogado- na na rede. Sem olhar ao meu redor, eu rapidamente fujo para o banheiro onde me trocava, mas vejo alguém me seguir.

Assim que entro no pequeno lavabo, vejo a menina loira entrar em seguida. Estranho porque ela não estava se trocando aqui antes. Ela começa a lavar as mãos, quando começa a falar.

—Você joga?
—Quê? –Olho confusa sem saber se ela estava de fato falando comigo. –Ta falando comigo...?
—Sim, sim. –Ela diz se virando pra mim se apoiando na pia. Meu Deus como essa garota é bonita! 
—Ér... Não. Quer dizer, eu jogava há anos atrás, mas parei. –Respondo coçando meu pescoço.
—Devia voltar! Você foi muito bem lá na quadra!
—Eu só rebati uma bola. –Digo, dando um riso forçado enquanto amarro o tênis.
—Ah, mas foi bom! –Claramente essa coisa toda do vôlei é alguma desculpa. Vamos ver pra que! –Qual seu nome?
—Melanie.
—Você é nova aqui, não é Melanie?
—Sim.
—Prazer, Melanie! Me chamo Alice! –Ela da um salto pra frente estendendo a mão e eu a aperto me questionando se ela é sempre tão "feliz". –Fui transferida pra cá com uns amigos.
—Maneiro! –Respondo um pouco acuada por seu jeito extrovertido. –V-Veio de onde?

A partir dessa pergunta observo que Alice se sente mais do que a vontade para começar a me contar toda a sua vida e mais um pouco como se fosse melhores amigas de infância. Unha e carne. Ela me conta sobre os 3 amigos que se mudaram da West High de Boston pra cá porque receberam uma bolsa praticamente irrecusável, da casa que eles moram juntos, do que ela está achando da California e até do gato dela que se chama Bigodes e que está com um sério problema de constipação.

Tudo isso apenas enquanto eu amarro o cabelo de novo e lavo o rosto na pia.

—Mas, e você? O que está achando da escola?
—Boa... –Coço o pescoço mais uma vez.
—Boa? Eu te conto todo a minha vida e você me diz "boa"?! –Ela ri e eu rio também pensando rapidamente em uma resposta melhor, mas que não a leve a pensar que estou disposta a conta-la toda a minha vida da forma que ela acabou de fazer.
—Foi mal! É que as pessoas daqui não foram muito agradáveis no meu primeiro dia. 
—Ah sim, os alunos são um saco mesmo. Mas, não liga pra eles, eles são um monte de merda junta!
—Concordo. –Eu rio de seu comentário e da forma como ela sempre parece ter uma resposta pra tudo. 
—Nossa! Seu pescoço ta muito vermelho! –Assim que ela fala eu me viro olhando pro espelho e de fato, há uma alarmante mancha vermelha no meu pescoço. 
Droga! –Resmungo. Isso é a mistura do suor com o atrito da renda da faixa de meu pescoço. Por isso tanta coceira.
—Tira a faixa e passa um pouco de água nele que melhora. Às vezes, quando eu corro muito...

Alice começa a tagarelar mais uma vez, e eu sinto uma louca agonia de tanto que aquilo coça. Não posso tirar a faixa e jogar água, não com Alice aqui, mas isso está insuportável.

—ALICE! –Grito e ela para de falar na hora me encarando assustada. –Eu preciso tirar essa faixa do meu pescoço, será que pode virar de costas?
—P-Por quê? 
—Porque... –"Porque eu tenho cicatrizes horrendas" não me parece uma boa resposta pro momento. –Por causa da minha religião! É! É a minha religião!
—Religião? 
—ISSO! 
—Okay, então...

Ela franze as sobrancelhas se virando claramente confusa e eu aproveito pra arrancar aquela fita dali e jogar o quanto de água puder. Jogo tanta que até a minha blusa molha, mas eu continuo até aquela coceira passar. Passando a mão por ali eu sinto a elevação da cicatriz, a sensibilidade da pele, e resolvo não coloca-la de novo. Guardo a fita de cetim dentro da mochila rápido e pego o cachecol branco de algodão. Molho ele, espremo e envolvo no pescoço para não atritar mais.

—Pronto. Pode virar. 
Uau! Você vai ficar de cachecol o resto do dia? Ta o maior calor! Que religião é essa?
—Na verdade, eu vou embora.
—Mas, a gente ainda tem mais 3 aulas hoje! 
—Eu sei.
—Aconteceu algo? –Às vezes eu me esqueço que as pessoas costumam compartilhar suas vidas com as outras como se as coisas fossem normais.
—Sim! A minha madrinha vai lá pra casa hoje e minha mãe quer ajuda com o almoço. –Minto.
—Ai, queria que a minha mãe fosse assim. 
—Mas, você não mora sozinha? Ou melhor, com seus amigos?
—Ah é, tinha esquecido...Tem razão! –Ela concorda e eu rio de seu esquecimento. Ponho a mochila nas costas e antes que eu possa dizer "tchau" ela fala: –Ei! Melanie!
—Sim?
—A gente se vê amanhã? –Ela da dois socos rápidos no próprio peito e me mostra os dois dedos em "V" fazendo o sinal da paz. Eu rio pra ela e devolvo o mesmo cumprimento respondendo:
—Nos vemos amanhã, Alice.

Eu saio por aquele banheiro me sentindo orgulhosa o suficiente por ter conseguido falar com uma pessoa, e aparentemente feito uma colega da minha idade. Fico tão feliz que penso até em ligar pra doutora Pilar pra contar do acontecimento, mas esqueço da ideia no exato momento que os maus pensamentos aparecem.

Colegas viram amigas e amigas contam as coisas umas pras outras. Contar pra alguém sobre o que houve comigo é algo inimaginável, não existe essa hipótese, ninguém merece saber sobre isso. Quanto menos pessoas souberem, menos eu me machuco. Já são muitos olhares de pena e precaução com as palavras que as pessoas usam pra falar comigo.

Roo as unhas com o pensamento negativo, mas tento afasta-lo logo focando na coisa boa que tinha acabado de me acontecer. Uma conversa normal, com uma garota normal, que não terminasse com um: "Que Deus te proteja!"


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Notas finais do capítulo

Oiee povo!!

Tudo bem com vocês? Como essa é minha primeira mensagem no livro, queria começar me desculpando pela demora.

Os leitores que já me conhecem de outros livros sabem que eu estava numa fase de finalizar um outro livro meu chamado A Filha da Lua, e agora que ele está terminado eu posso me concentrar mais nesse!

Bem, eu espero que vocês estejam gostando da historia da Melanie haja vista que essa história é beeem diferente das outras que eu escrevo, então se não estiver tão boa, perdoa a autora aqui pq mistério/suspense/terror não é oq eu costumo escrever!

Mas, enfim, espero que tenham gostado! Não se esqueçam da estrelinha e de deixar seu comentário pois isso ajuda muito a história a ser divulgada! Vejo vocês no próximo capítulo!!

Bjsss da autora



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