Korra sempre se sentiu numa escuridão constante. Às vezes apareciam umas luzes fracas, mas sempre olhava para os próprios pés por serem uma das poucas coisas visíveis. A cabeça estava sempre abaixada, tinha dor de cabeça por tanto forçar a vista e no fim não sabia porquê continuava andando no escuro se era tão cansativo. Sabia que era um desastre e que não conseguiria prosseguir naquilo por muito tempo.

Até que as cortinas foram abertas, o balde foi chutado, o barulho apareceu e quando percebeu Asami estava do seu lado colocando os seus braços nos ombros. Seus olhos ardiam com a luz que vinha do seu sorriso meigo, já que estavam há muito tempo ignorando a claridade. Era como se tivesse acordado, parecia estar se acostumando de novo com uma vida antiga mas completamente diferente.

Mas não era perfeito, Asami dava os seus tropeços. O seu olhar ia para o chão em alguns momentos e as pernas ficavam trêmulas, mas Korra a fazia continuar andando do seu lado e lhe dava apoio. E foram nesses momentos que percebeu como Asami também estava no escuro. Ela veio e apareceu como a sua luz, mas era como uma lanterna iluminando em uma só direção; não podia ver o seu redor com perfeição.

Mas assim como Asami foi a sua luz, Korra também faria de tudo para iluminar o seu mundinho.