Uma página em branco. Totalmente em branco. Quero escrever tantas coisas nela, mas nada me vem à cabeça. Tenho mais de 100 histórias pra contar, cada uma com seu drama e trajetória própria, e então cadê? O começo é que é terrível. Eu sei, eu sei. Se tenho a história na cabeça deveria escrever o que me aparece, e depois acrescentar um início, certo? Mas meu jeitinho perfeccionista teima em querer permanecer sem escrita até que se tenha um início. Ainda bem que tenho este espaço, sério. Sem ele eu jamais teria como desabafar e provavelmente iria ficar com todos estes pensamentos indo e voltando, sem rumo ou destino. Iam ficar lá, naquele espaço atemporal e infinito, circulando, sempre à procura de um propósito final, como tantas histórias que me vieram e nunca saíram em direção ao papel ou canto nenhum. O mesmo ocorre com ideias de sobremesas ou pratos extraordinários. É um hábito que eu deveria adotar. Escrever e fazer. Fazer, fazer, fazer. O quê, logo depois, deixa pro depois resolver. Com que necessidade eu deveria me preocupar com algo que nem aconteceu não é mesmo? Acho que vou escrever. Aquela cena do Naruto e a historinha do KnB , ou mesmo aquele conto da peça de mostruário. Quer dizer, tantas ideias, e onde elas estão indo? É por isso que a humanidade não vai pra frente, sério. A gente deixa de fazer tanto por causa dessa ansiedade antecipada, que ao final - quer dizer, ao início, acabamos por não fazer nada. Ninguém evolui. E assim o mundo pára. Vamos fazer gente. Foda-se o que pode acontecer. Mas é melhor se arrepender de ter feito do que não ter feito, isso eu garanto. Se tem uma coisa que é maior que a decepção, é a perda. E tanto que a gente acaba por perder por não ter feito né? O universo nos dá dicas desde crianças sobre oportunidades, ou será que até hoje não deu pra perceber que não tem essa de “na volta a gente compra”? Que volta o quê, o negócio é agora. Partiu.