A drowned Star escrita por Medusa


Capítulo 1
A estrela da manhã


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, a one fala sobre o plot twistão de o young Griff ser filho da Ashara com o Ned sz
Essa tour é inverossível, mas eu sou muito Alice, esse é um dos meus shipps favoritos, e não custa sonhar, não é?
** a música no capitulo é da rachel price e eu acho que combina demais com meu shipp sofrido 3



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 What i'm doing here ?

Naquele fim de tarde os pensamentos de Ned pareciam tão pesados como as nuvens sobre Winterfell. Todos no castelo estavam assustados e com razão, até Catelyn que costumava manter-se neutra, parecia agora uma pilha de nervos e não parava de falar sobre conspirações, assassinatos, lannisters e planos secretos.

         – Está me ouvindo? – Ela parou o encarando com o olhar aflito – Precisamos tomar decisões.

         – Decisões?

         – Sim – Ela segurou ambas as suas mãos juntas  –Nossos filhos precisam estar seguros...

         – O inverno está chegando – Sorriu – E Starks sabem lidar com o inverno.

         Ela o encarou angustiada por alguns momentos e ao longe ouviu os lobos uivarem mais que um par de vezes. Cat apertou os olhos e suspirou, sempre encarava aquilo como mau agouro:

         – Ned, O que vamos fazer?

         Ele sentiu como se todo o seu corpo fosse congelado ao som daquela simples pergunta. Havia ouvido há muito tempo, dita no mesmo tom angustiado.

         Mais tarde naquele mesmo dia, enquanto contemplava a solidão compartilhada com a árvore coração Ned suspirou sem conseguir separar as duas vozes lhe fazendo a mesma pergunta “Ned, o que vamos fazer?” Ele encarou a árvore coração com pesar e sentiu como se todos os males caindo sobre si fossem marcas do passado voltando para assombrá-lo “ Ned , o que vamos fazer?” Sonhara tantas vezes com aquele doce voz feminina destroçada pelo desespero repetindo aquele pergunta em meio a lágrimas incontáveis vezes. Aqueles sonhos sombrios eram ainda mais recorrentes que os com “Prometa-me Nedd” como pano de fundo. Era insuperavelmente mais doloroso pensar nos males que ele mesmo causara do que nos que tentou evitar.

         – Que os antigos me perdoem – Ned sussurrou fechando mais uma vez os olhos e se entregando à lembrança:

...

         Tão alto quanto a honra Ned pensou ao encarar a mão pálida sobre a sua, ao mesmo tempo em que travava uma luta interna dizendo a si mesmo que um sentimento tão profundo não podia ser menos que honroso.  Era errado, sim. O sabia com certeza que não deveria estar ali, mas apesar de tentar lutar contra aquilo, havia uma chama dentro de si que queimava qualquer sanidade gélida que conhecesse.

         – Aqui – Ela sussurrou e sorriu. Ned olhou em volta, mas a garota não lhe permitira distrações e segurou seu rosto com as mãos delicadas. Ned foi capturado por seu olhar intenso e estava prestes a lhe dizer algo quando o vento soprou contra a janela afastando as cortinas e fez com que um fio de luz da lua banhasse a face pálida dela acendendo o brilho de seus olhos violeta. O cabelo dela também foi lançado para trás e Nedd precisou respirar fundo.

         Ashara não parecia real. Era como uma estrela caída dos céus e abençoada com a beleza dos Deuses. Ned estava disposto a dizer que não era certo quando os lábios dela encontraram os seus, e todo o seu mundo, honra e coração nesse instante giraram por Ashara Dayne.

         Na manhã seguinte, Ned quase não teve espaço para a culpa. O sol do sul não o incomodava ali, enquanto observava Ashara dormir despida sob os primeiros raios da manhã.

         – Não diga que não deveríamos ter feito – Ashara sussurrou encarando-o em expectativa.

— Não irei – Ele sorriu e acariciou seu longo cabelo escuro – Assim que Brandon casar-se e as coisas se aquietarem a tomarei como minha esposa.

— Acha que eu me adaptaria ao Norte, Mi lorde?   

         – Para mim está claro que nasceu pra ser Ashara Stark.

Nedd achou que os sorrisos de Ashara eram a parte dela que levaria para sempre. Achava que os Deuses não seriam tão cruéis ao ponto de a por em sua vida para então roubar-lhe o prazer de sua companhia. Imaginou que seu irmão daria o nome de um dos filhos com a Tully de Eddard, e então seu primeiro filho com Ashara se chamaria Brandon. Ela era radiante. O tipo de brilho que estaria seguro nas muralhas de Winterfell, o tipo de lady que traria alegria e luz em meio ao inverno.

Mas Ned estava errado.

         Tudo que seu encontro com Ashara trouxe foi dor, tristeza e sangue. Tudo isso ficou ainda mais claro quando ele segurou a espada ensanguentada de Arthur Dayne nas mãos e lembrou-se do amor estarrecedor que sentiu por Ashara, e da forma violenta como seus destinos foram separados um dia.

         “Prometa-me Ned” Lyanna havia chorado naquele mesmo dia, e quando segurou o sobrinho em seus braços, ao passo em que chorava, ouvia as batidas de seu próprio coração e ainda levava consigo a Alvorada, Ned soube que precisava voltar a ver Ashara. Outra coisa de que sempre lembraria foi o modo assustado como Howland o encarou quando declarou que iria até Tombastela levar a Alvorada de volta à família em honra de Arthur Dayne.

         Como era cruel, pensou Ned o destino que o fizera matar o irmão de seu antigo amor.

         Seu coração disparou um par de vezes ao encarar as portas do quarto dela. Ned vestia uma longa capa escura com um largo capuz e dente os tecidos esvoaçantes ainda segurava tanto a criança a quem chamara Jon, quanto a alvorada. Contudo não podia negar a ansiedade por encarar Ashara novamente.  

         – Achei que estivessem mentindo quando disseram que era você – Ela murmurou de costas para ele. Ashara encarava a paisagem diante da janela de seu quarto. Ela nem se moveu, mas o calor de sua voz quase levou Ned às lágrimas.   

         – Meus pêsames Milady. Era meu trazer a Alvorada de volta para casa. 

         Ela continuava imóvel, mas sorriu. Mesmo que Ned não pudesse ver. Ashara suspirou, mas não teve coragem de encará-lo.

         – Lembro-me de um dia onde sonhamos que pudéssemos chamar ao mesmo lugar de casa – Ela disse, e o brilho das lágrimas apareceu em seus olhos.

         – Um dia feliz – Ned sussurrou – O mundo seria um bom lugar se pudéssemos todos viver nos dias felizes.

         – Não importa agora – Ashara sussurrou – Dizem que lar pode ser uma lembrança feliz onde escolhemos viver, se é verdade Eddard, aquele dia é o meu.

         – Ashara... – Ele ansiou por ver seu rosto e deu um passo à frente, mas ela continuou imóvel – Eu sinto muito.

         Ele não sabia ao certo pelo que sentia. Pelo dia feliz que compartilharam, por ter amado a Dayne, pelo cruel destino que os separou, pelo futuro perdido, por Catelyn, pelas promessas que não podia cumprir, pela morte de Arthur...

         No mesmo instante Jon chorou. Ned não sabia muito bem como acalmar a criança em seus braços, mas o choro despertou a curiosidade de Ashara e ele se virou de imediato para encará-lo.

         O Stark se comoveu pelas pequenas mudanças que notou na amada. Os olhos violeta agora escurecido por sombras de tristeza, o rosto marcado por olheiras de preocupação, a face avermelhada pelo choro... Queria poder abraçá-la e livrá-la de todo o sofrimento.

         – Essa criança... – Ela balbuciou – Ned?

         – Pode guardar um segredo para mim, minha estrela?  – E então lhe contou tudo, cada fragmento. Ashara era a única em quem Ned conseguiria confiar tudo, já a tinha como confidente, afinal ela guardava seu próprio segredo sobre ambos.

         – Tenho meu próprio segredo, Ned  – Ashara segurou e entoou uma canção suave que acalmou a criança. Eddard ainda não sabia, mas passaria os próximos anos guardando o sono de seus filhos com aquela canção.

         Seguindo o olhar da moça, Ned encontrou um berço que não tinha percebido no quarto; O ar foi tomado de seus pulmões e se sentiu incapaz de mover um músculo sequer:

         – Ouvi dizer.... – Ele limpou a garganta  – Que deu à luz uma menina morta.

         – Sim – Uma lágrima banhou o rosto de Ashara quando ela encarou o lobo quieto – E também um menino saudável  – Ela suspirou  – Você nos deu gêmeos.

         As mãos de Ned se firmaram ao berço, e as lágrimas contidas vieram à tona ao encarar o menino no berço que era tal qual a mãe dotado de características valirianas.

         Sentiu-se tão aterrado ao segurar a criança como se sentira ao segurar Jon pela primeira vez. A Alvorada caída ao chão fora testemunha das lágrimas de ambos ao se abraçarem com ambas as crianças no colo.

         – Duas crianças  –  Ele se lamentou –  Vindas de uniões tão impossíveis e... Ah, Ashara. Tão amados pelos pais, mas seriam tão odiados pelo mundo.

         – Ned, o que vamos fazer? – Ashara perguntou com a voz embebida em desespero e desesperança, os olhos perdidos em tristeza e a respiração quebradiça.   

         – Quantos sabem sobre isso?

— Os que sabiam não estão mais entre nós – Ela afirmou com convicção e foi a primeira vez que Ned viu o quanto seus olhos violeta podiam ser sombrios.

— Ambos chorando a perda de nossos irmãos, de uma filha, mas com duas vidas em mãos... O, minha estrela, o que faremos?

Ashara devolveu Jon aos cuidados de Ned e segurou sua própria criança.

— É incrível que os maiores herdeiros do reino estejam agora em Dorne  – Ela disse e suspirou.

— Do que está falando?

Ashara ponderou um pouco, mas acabou contando:

— Elia foi minha amiga mais próxima desde que nos vimos pela primeira vez – A voz quebradiça mostrou um pingo de felicidade – Há algumas noites esse homem vindo da capital me trouxe outra criança, o filho recém-nascido de Elia. Ela sabia que eu poderia amamentá-lo tendo estado grávida...

— O que está me dizendo Ashara?

— O Aranha, ele ajudou Elia a trocar Aegon por outro bebe da plebe. Ela teme que os ataques da capital possam causar sua morte e quer o herdeiro do trono à salvo caso algo aconteça; As outras crianças também, há boatos... há tantos boatos... Não sei dizer...

— Aegon Targaryen também está aqui...? Em Tombastela?

— Sim... E não. Há uma suspeita de surto de praga cinza e eu temo pelo meu próprio filho... Nosso filho, nosso Arthur.     

 Ashara caiu em prantos e o desespero quase a venceu Ned quando seus olhos encontraram a Alvorada ainda caída ao chão. Ele pegou a espada e a entregou a Ashara. Um sorriso triste estampou as feições nortenhas, e a pior das ideias lhe pareceu a única salvação para ambos.

— O Levarei comigo – Suspirou – Posso fazer, isso... Ele e o Jon...

— Não entende, não é? – Ashara o encarou com um olhar desvairado  – Não entende o que eu fiz...

Minha estrela... O que está tentando dizer?

— Aegon, o filho de Elia morreu pouco depois da chegada em Dorne... – Suspirou  – Eu não podia contar, eles... bem, não seria seguro. Pense como uma mãe Ned. Uma mãe que acaba de perder uma filha, cujo próprio irmão foi morto pelo único homem que amou numa guerra tão brutal, pai de seus filhos, casado com outra... Oh Ned, o que faria?

— Ashara, o que você fez!?!? –  Ned exigiu tomado pela angústia;

A Dayne limpou as lágrimas do rosto e tomou uma longa respiração:

— Os disse que Aegon estava bem, que ele era uma criança forte e saudável e que estaria pronto para viagem hoje mesmo  – Ela beijou a testa de seu filho  – Nosso  filho terá um futuro seguro se acharem que ele é o filho de Rhaegar e Elia. Ele deve crescer e se tornar forte e promissor, mas não aqui, não estaria seguro com toda essa doença e caos... Tantos bebês herdeiros condenados em Dorne... não é difícil confundi-los. 

— Não vai entregar nosso filho à estranhos e dizer-lhes que é o herdeiro do trono, perdeu o juízo?

— O perdi na noite que recebi a notícia de seu casamento. O perdi quando dei à luz uma menina morta, o perdi quando matou meu irmão, Ned... – Ela devolveu a criança ao berço – Agora vá. Vá, Edard! Volte para sua Tully, apresente-lhe o filho do qual não é pai, e lembre-se que eu deixei sua criança a salvo. Ela o odiará pelo que não fez apesar de tê-lo feito a mim.

Ned julgou que Ashara havia perdido o juízo. Ela o expulsou aos gritos de Tombastela e ele saiu prometendo voltar para buscar a criança, mas essa foi mais uma promessa que não cumpriu.

Levava Jon à segurança com Howland, planejando voltar sozinho à Tombastela revelar os planos desajuizados de Ashara a todos e tomar para sai seu verdadeiro filho, mas o destino mais uma vez interviu em seu encontro. Enquanto cavalgava de volta ao castelo, Ned recebeu a notícia da derradeira morte de Ashara. Ela havia dado um fim cruel à própria vida como uma prova que os segredos que guardava não seriam revelados. Ainda no horizonte Ned podia ver sobre o Mar Navios partindo, e soube que era tarde demais.

Num daqueles Navios seu filho seria esquecido como um Stark, ele levava consigo a Alvorada, como presente da devotada Ashara e agora seus protetores o chamavam de Jovem Griff.

[...]

Quando Eddard abriu os olhos um vento soprou as folhas da árvore coração sobre si.

Onde estaria seu filho? Talvez um dia descobrisse... Talvez não. Talvez Ashara só houvesse sucumbido à loucura e nada daquilo fosse real... Talvez ele nunca se livrasse da culpa por ter causado aquilo a ela. Ashara era a principal razão pela qual levaria sua honra ao limite. Por ela, Ned jurou jamais quebrar outra promessa em vida. 

Minha estrela— Ned sussurrou ao ficar de pé e voltar aos afazeres que eram de sua responsabilidade, afinal agora seria Mão do Rei – Eu sempre sentirei a sua falta...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, acaba demais com meus sentimentos mas é isso aí, beijos.



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