Velvet se sentia mais cansada a cada dia que passava. Simplesmente lembrar das coisas que possivelmente passaria no decorrer e fazia se perguntar se realmente queria levantar da cama. Talvez nem devesse continuar na Beacon. Queria ser alguém grande, queria alcançar o sucesso mesmo sendo fauno, mas era uma carga tão grande nas costas que não sabia se realmente valia a pena. Suas orelhas continuam com várias partes vermelhas e algumas áreas nem sequer tinham tanto pelo quanto o restante. Soltou um suspiro enquanto passava a mão nas mesmas. Parecia estar chegando no seu limite.

Parecendo ter o mundo nos ombros, se esforçou para sair da cama. Mal conseguia sentir os seus passos enquanto ia até o banheiro, era como se não fizesse diferença nenhuma se fazia aquilo ou não. Já sabia que ia ficar sem fôlego de qualquer jeito.

Vendo o seu reflexo no espelho, percebeu as olheiras que estavam começando a se formar no rosto. Os olhos ainda estavam meio inchados e o nariz vermelho, deixando claro a batalha que teve consigo mesma antes de finalmente conseguir dormir. E então, de forma automática, as lágrimas começaram a cair e um nó se formou em sua garganta, fazendo uma frustração enorme crescer no seu peito. Não tinha acontecido nada, mas mesmo assim parecia que tudo estava desabando de novo.

Com tantos tantos pensamentos aleatório pela sua cabeça, nem percebeu quando permitiu o corpo cair no chão e os soluços saírem livremente. Era como se o que acontecia ao seu redor não tivesse tanta importância, e só permanecesse aquela vontade de não sair dali onde sabia que ninguém iria lhe machucar.

— Velvet?!

Conseguiu ouvir a voz de Coco vindo da porta do banheiro, mas parecia impossível erguer a cabeça naquele momento. Queria muito, mas parecia estar sendo puxada pra baixo.

— Ei, coelhinha... — insistiu a líder do time, se sentando no chão do seu lado e a puxando para um abraço. — O que aconteceu...?

Apenas balançou a cabeça para avisar que não iria responder. Não tinha a mínima capacidade de conseguir pensar em falar alguma coisa, tudo que saía dos seus lábios era um choro baixo e alguns soluços involuntários. Depois disso, Coco não falou mais nada. Apenas a abraçou com mais força e fez um carinho delicado nas suas orelhas.

Mesmo que estivesse se sentindo num verdadeiro inferno naquele momento, Coco tinha essa habilidade incrível de fazê-la se sentir confortável, como se aqueles braços fossem a sua própria casa.