Além de Mim FINAL ALTERNATIVO escrita por KazukoSama, Lara Queen


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Recomenda-se a leitura da fanfic original antes de lerem este final alternativo. Espero ter me saido tão bem quanto a autora... E espero que ela goste.



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O GATO

          Acabei adormecendo sem nem sequer perceber naquela noite. Cada centímetro do meu corpo doía e quando me levantei senti minhas juntas estalarem em conjunto por ter dormido em uma posição fixa durante a noite toda. E então me lembrei, a doce imagem dela veio em minha mente, porém as duras palavras ainda ecoavam sem cessar.

“Eu amei suas duas metades... Você só amou uma parte de mim...”.

Essa frase chegava a esmigalhar todo o meu coração. Eu não a culpava por pensar desta maneira, mas, assim como ela não sabia que eu era Chat Noir, eu também não sabia que ela era Ladybug, a minha bugaboo...

Plagg bocejou e veio flutuando até meu rosto.

          - Minha nossa, garoto, você está horrível. –A expressão em seu rosto era zombeteira, porém, também expressava preocupação. Suspirei e me levantei, olhando ao redor, mais especificamente para o relógio, ele marcava exatamente 11h38min, sorte a minha que naquele dia não precisava ir ao colégio.

          Fui fazer minha rotina, escovei meus dentes, tomei um banho quente para espantar meus pensamentos, porém parecia não adiantar. Ao me olhar no espelho, vi o que Plagg tanto se espantou ao ver, meu rosto, considerado perfeito para capas de revista estava totalmente amassado por ter dormido demais, as olheiras que estavam ao redor dos meus olhos eram profundas e escuras e o inchaço estava bem visível, provavelmente se houvesse alguma sessão de fotos eu teria de desmarcar, lembrar disso me deu dor de cabeça.

          Desci para a cozinha, pegando pedaços de queijo camembert para Plagg, e alguns biscoitos para mim, já que não tinha muita fome, meu estômago se revirava sempre que eu via comida, era muita coisa que me atormentava e isso acabou me deixando nervoso a ponto de não conseguir indagar nada que me fosse oferecido. Levei então o queijo a meu kwami e fiquei o observando comer.

          O dia passou enquanto fiquei deitado em minha cama somente beliscando os pequenos cookies que eu não estava nem um pouco interessado em comer, apenas pensava em minha mãe, meu pai, Marinette... Meu coração se apertou algo ao redor de meu dedo mindinho pareceu me incomodar, suspirei, nada havia lá, apenas minha mente, me lembrando do laço que me unia à morena de olhos tão azuis quanto o oceano, fechei meus olhos e tentei me lembrar daquela noite, mesmo sendo a noite em que nos revelamos, os minutos anteriores ao sofrimento, foram os mais felizes que eu fui capaz de presenciar, me lembrei do cheiro que emanava dela, das leves mãos ao redor do meu corpo, acarinhando meu cabelo ou minhas costas enquanto dizia que me amava...

          Meu coração se apertou e por um momento, pude sentir meus olhos marejarem novamente, minha visão se embaçou e então, as lágrimas teimaram em rolar pelo meu rosto, eu já não ligava mais para minha aparência.

—-----*------

Acabei adormecendo novamente, e quando olhei para a janela, já era noite, meu estômago doía, assim como cada músculo do meu corpo, olhei para meu relógio. 21h45min, suspirei.

Plagg veio ao meu encontro.

—Vem, vamos sair um pouco, não vai fazer bem ficar aqui... –Meu Kwami tinha razão, a estadia em minha casa só piorava as coisas, ali foi onde cresci sendo menosprezado por meu pai, após a suposta morte de minha mãe, e por enquanto, minha cabeça já estava bem quente, ao saber que meu pai era Hawk Mouth e que Marinette me rejeitara por ser um idiota.

Apenas assenti e me transformei, saindo pela janela de meu quarto, e me deixando perder em pensamentos, enquanto saltitava pelos telhados da enluarada Paris, acabei indo parar onde tudo começou. Torre Eiffel.

A lua cheia estava bem atrás da mesma, deixando com um ar ainda mais romântico para os casais que estavam abaixo dela. Dirigi-me para onde eu e Ladybug costumávamos nos encontrar todas as noites, suspirei, me lembrando do sorriso dela, mas também do quanto a fiz chorar ali. Cerrei as mãos em punhos, quase perfurando a palma delas sob as luvas com minhas garras.

—Como pude ser tão cego...? –Eu disse melancólico, esperando que isso aliviasse minha dor.

Fiquei ali por longas horas, me martirizando, pensando no quanto podíamos ter sido felizes se eu não insistisse em tirar a máscara e estragar tudo, ou, se eu simplesmente tivesse dado uma chance a Marinette, e deixado que o destino nos mostrasse a verdade sobre nossos miraculous.

Meu corpo voltou a doer pela falta de movimento, então resolvi ir fazer uma coisa que virou rotina nos dias que se passaram. Fui ver Marinette dormir.

Adentrava todos os dias seu quarto, para ter certeza que a mesma dormia, me sentava ao lado de sua cama, acarinhava seu rosto adormecido, sentindo o cheiro doce que emanava dela, era difícil me controlar, mas jamais faria algo para me aproveitar de seu sono, apenas me mantinha como Chat Noir, acarinhava seu rosto e segurava sua mão, quando ia embora, depositava um pequeno beijo em meio a seus cabelos no alto de sua cabeça.

—Tenha bons sonhos, my lady... –Eu dizia e em seguida saia, era o único momento em que me sentia mais calmo e feliz, mesmo sem que ela notasse minha presença, observar que seu sono era tranquilo e poder ficar perto dela por algumas horas, era gratificante.

Os dias passaram e eu sempre acabava fingindo que tudo estava bem, mas quando a via no colégio a situação ficava embaraçosa, principalmente pelo fato dela se sentar próxima a mim. Nino mal percebia que eu estava estranho, ele estava bem engajado com o seu romance com Alya que mal percebia que meu humor não estava dos melhores.

Ninguém foi akumatizado nos últimos dias e acabaram se passando semanas com esta mesma rotina cansativa. Eu mal via meu pai, e nem sequer tivemos outra conversa, ele até tentava, mas eu estava ocupado demais com todos os pensamentos e pesadelos que ainda me assombravam.

Eu definitivamente me tornei um animal noturno. Dormia mais durante o dia do que durante a noite, esta já estava cheia de programações, e enquanto eu acarinhava Marinette naquela noite, a senti se contorcer, os pesadelos também a atormentavam, uma lágrima escorreu por seu rosto.

—Adrien... –meu coração se apertou, deviam ser lembranças sobre a akumatização que sofreu há meses atrás, todas as noites ela tinha pesadelos, mas jamais chamava meu nome.

A aninhei em meu peito, a acarinhando.

—Está tudo bem, Bugaboo... –Não... Não era assim que devia chamá-la. – Está tudo bem, Mari... –Beijei a testa dela a acalmando.

          E assim o resto da noite se passou sem problemas, mas me doía, saber que seria evitado quando estivéssemos no colégio. Justo por ela, que estava ali agora, nos meus braços, chamando por mim, justo por quem mais me confortava.

A JOANINHA

          Os meses que se passaram foram muito cansativos e tristes para mim. Ver Adrien no colégio, ou pensar nele, vendo fotos deles espalhadas por toda Paris, era difícil para que eu o esquecesse.

          Estava decidida, eu queria esquecê-lo, era difícil demais pensar que ele estava apaixonado por mim apenas por uma mentira, uma mascara criada por um miraculous.

Eu ia muito no automático para o colégio e não tive coragem de colocar os brincos novamente. Sempre que via Adrien percebia que ele não estava com o humor muito bom, sorria e ainda era gentil, mas no fundo de seus olhos se via escuridão, algo que parecia estar o fazendo sofrer, e era ai que eu estava, mas mesmo assim ele ainda parecia mais preocupado comigo do que com ele próprio, isso me deixava ainda pior, pois realmente via que ele se importava, mas algo em mim ainda me dizia que ele amava somente uma máscara. Ele amava a Ladybug.

          Todas as noites eu tinha pesadelos, porém, parecia estar sempre sendo reconfortada, e quando acordava não havia ninguém ao meu lado. Os pesadelos que me assombravam tinham a ver com Adrien, Hawk Mouth e alguma briga, na qual eu batia em Adrien, eu o feria e machucava de forma que o sangue ele ficava marcado em meus dedos, mas ele então aparecia em minha frente e me abraçava e tudo acabava, em um instante, e então eu o escutava dizer palavras confortantes, era bom tê-lo assim de novo, as garras em minhas costas, ainda me faziam arrepiar e só de pensar nessa sensação meus olhos já se enchiam de lágrimas.

          Eu estava saindo do banho para ir jantar, quando escutei meus pais conversando na cozinha.

          -Querido, nossa Marinette está muito esquisita ultimamente... Ela não era assim... –Minha mãe suspira, aflita, fiquei escondida para ver do que eles estariam se queixando.

          -Concordo, bem, nossa filha sempre foi gentil, amável e muito unida a nós, mas ultimamente anda se trancando no quarto para estudar, dorme tarde e nem trás mais a Alya para cá, lembra? Elas costumavam ficar sempre juntas. –Minha mãe soltou outro suspiro.

—Eu me lembro... Mas ela começou a ficar assim depois daquela vez que ela sumiu, e Chat Noir a trouxe... –Me paralisei, eu sumi? Chat Noir, não, Adrien me trouxe de volta? Eu não me lembrava disso. Eu engoli em seco e continuei escutando com atenção.

—Sim... –Meu pai suspirou.- Mas eu admiro este garoto, protegeu nossa filha de ser corrompida pelo mal, mesmo tão machucado... –Meu coração parou. Corrompida pelo mal. Akuma.

Não precisei escutar mais nada, fui pro quarto e me joguei na cama, peguei meus brincos e os coloquei, precisava de Tikki, dos conselhos e da alma materna dela comigo, ela apareceu.

—MARINETTE! –Ela abraçou minha bochecha e eu a acarinhei.

—Me desculpe, Tikki... Eu não devia ter tirado o miraculous... –A coloquei perto de meu coração, fazendo carinho nela.

Contei tudo a ela, ela suspirou e me olhou meio culpada.

—Ele realmente te salvou de ser Akumatizada, você bateu bastante nele sob ordens do Hawk Mouth, mas ele escolheu não te contar...

—Por que Tikki? Ele deveria ter me contado... –Eu estava muito alterada, minha voz quase não saia, e o resquício dela que podia ser escutado estava trêmulo, eu machuquei Adrien... Eu machuquei Chat Noir... Ele me salvou...

Tikki me acalmou, e me contou tudo que julgava necessário que eu soubesse, inclusive sobre a ligação, a ligação que nos unia como Ying Yang, o bem no mal e o mal no bem, era isso que éramos um ao outro, e eu por tanto tempo achei que ele estava apaixonado apenas por uma máscara.

—É bem mais do que isso, Marinette, os dois usuários do Miraculous do Gato e da Joaninha são ligados pela alma, por um fio do destino, mesmo que Adrien sentisse por você um amor muito forte, quando não estavam transformados ele ainda te tratava como mais do que uma amiga, mesmo sem que vocês percebessem, você e ele nasceram ligados, e estavam destinados a se conhecerem, serem portadores do Miraculous e também a se amarem. Assim como acontece a gerações.

Eu estava demorando demais para processar tudo o que havia escutado, a única coisa que pude fazer é olhar para o relógio. 22hs.

—Tikki, hora da patrulha. –Ela sorriu empolgada.

—É assim que se fala!

Me transformei em ladybug, fui pelas ruas de Paris, indo de telhado em telhado, a cada passada meu coração estava mais ansioso e descompassado, quando cheguei a meu destino, Chat Noir estava lá, me aproximei devagar, quando estava bem perto, ele olhou para trás.

—Lady... –Ele se levantou me olhando, sem saber muito o que fazer, sua voz demonstrava aflição e medo, mas também preocupação, eu não consegui dizer nada, apenas o abracei e chorei, chorei muito, senti seus braços ao redor de mim e uma caricia em minhas costas. –Não chore, bugaboo...

—Tikki me contou tudo... –Ele estremeceu.

—Tudo?

—Sim, tudo... Sobre eu ter sido akumatizada e sobre você ter me salvo, sobre nossa... Ligação... –O apertei mais no abraço, ele me acarinhou tão ternamente que não pude deixar de dar um pouco de carinho a ele. –Gato bobo... Eu senti sua falta...

—Eu também, my lady... –Ele me olhou nos olhos, e seus olhos verdes brilhavam de novo.

—Esse é meu Adrien... –Acarinhei deu rosto e então, ele tomou meus lábios em um beijo ansioso pelas duas partes.

O beijo durou bastante, era quase como se ninguém mais no mundo importasse, só nós dois ali, naquele momento. Após algum tempo nos separamos pela falta do ar, e encostamos a testa na do outro, ele sorriu e eu retribui, o abraçando novamente.

— Meu amor por você, vai muito além de mim... –Ele sussurrou carinhoso, entrelacei meus dedos com os dele, segurando sua mão.

—Eu te amo, Adrien, Chat... –Ele riu, provavelmente por ter falado o nome de suas duas metades.

—Também a amo, Marinette, Ladybug... –E então tomou meus lábios novamente.

Fim


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Notas finais do capítulo

Yaaaa! Espero que tenham gostado!
Escrevi essa fic no trabalho quando não tinha nada para fazer.
A fanfic realmente me encantou e fiquei pensando em vários finais diferentes, mas acho que esse é o que eu mais visualizei com a autora realmente escrevendo e colocando em prática.
Agradeço por lerem!