Vida a Três escrita por loveHime


Capítulo 1
Único




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Naruto sentia que seu coração ia rasgar seu peito e sair pulando pelo pátio hospitalar sem permissão. O danado estava eufórico demais com a notícia. Finalmente seria pai.

Havia recebido a ligação da empregada que estava — graças aos deuses — fazendo a faxina naquele dia, avisando que seu namorado havia entrado em trabalho de parto e estava sendo levado para o hospital. Ao chegar na recepção, foi levado até onde Sasuke estava, aguardando até o momento certo para ser levado para a sala onde seria feito seu parto.

O Uchiha estava suado e ofegante, parecendo oscilar na borda entre a dor e o desespero enquanto a senhorita Lee permanecia aflita ao seu lado. Naruto a dispensou e se sentou ao lado de Sasuke, segurando sua mão e sendo surpreendido pela força do companheiro.

— Essa é sua vingança? Arrancar minha mão com as suas unhas? — Naruto riu, afastando os fios suados da testa de Sasuke.

— Eu quero fazer você sofrer, Uzumaki, essa dor filha da puta é sua culpa — Sasuke disse entre dentes.

Realmente, devia ser uma dor enorme para fazer o perfeito advogado Uchiha Sasuke dizer palavrão.

— Então aperte com mais força amor, eu ainda estou de boa aqui — alfinetou.

— Eu te odeio — grunhiu Sasuke. — Vou arrancar suas unhas, raspar seu cabelo e suas sobrancelhas enquanto dorme. Todos os seus dias serão um inferno a partir de hoje, Uzumaki Naruto, guarde as minhas palavras.

Naruto apenas deu de ombros como se não se importasse e percebeu os olhos do companheiro faiscarem de ódio. Ele continuou jogando maldições a cada contração. Uchihas não choram ou berram de dor, então Sasuke passou seu tempo declarando seu ódio mortal a situação.

— Na próxima vez, você é que vai parir! Me ouviu bem?! Eu não vou suportar passar por isso de novo. — Sasuke continuou a tagarelar e Naruto apenas assentiu, feliz, por saber que mesmo no meio de toda essa situação, Sasuke ainda queria ter outros filhos com ele. Com Uzumaki Naruto, apenas.

— Eu prometo, meu amor, que depois de hoje vou fazer massagens nos seus pés todos os dias quando chegar do trabalho. Vou tirar férias de um ano da direção do tatame e vou me dedicar apenas a você e ao nosso Menma. — Naruto passou a sussurrar no ouvido de Sasuke quando percebeu a obstetra se aproximar. — Nós vamos ver nosso bebê crescer e se tornar um homem tão bonito e inteligente quanto você. Obrigado por estar suportando tudo isso por ele.

Sasuke estava com os olhos marejados — devido a declaração de Naruto — quando a médica se aproximou para ver se ele estava pronto. Depois de ver a dilatação, a obstetra avisou que era para eles se prepararem. Em breve teriam seu bebê junto deles de maneira completa.

Sasuke tinha os olhos na tela da televisão novamente. Sabia que devia estar dormindo, afinal, Menma acordava pelo menos duas vezes durante a madrugada, e aquele seria o momento perfeito para repor o sono perdido, mas não sentia vontade de voltar para a cama junto do namorado.

Na tela digital, passava o vídeo que Naruto havia feito durante o parto de Menma. Ele podia escutar Naruto fungar enquanto segurava a câmera. Ele tremia o tempo todo devido ao nervosismo. Falava palavras sem sentido e focava em seu rosto suado e contorcido de dor. Ia bater nele depois por isso. Foi então que o som de choro começou a sair da televisão e Naruto filmou o exato momento em que Menma estava nas mãos do médico, chorando alto como um bom e saldável recém-nascido.

Sasuke se lembra que, naquele exato momento, o achou a coisinha melequenta mais fofa e linda do mundo. Passou o vídeo para o momento em que a obstetra colocou seu filho em seus braços pela primeira vez. Ele parecia pequeno demais para que o pudesse segurar, mas Naruto estava ali, com sua presença forte o dando coragem e fazendo seu medo insignificante.

Muitas vezes pensava sobre o que tinha dado de errado. O que naqueles dois meses acontecera para que tudo mudasse dentro de si? Para que não conseguisse nem olhar nem olhar para o próprio filho, ou até mesmo tocá-lo de maneira apropriada?

Sasuke odiava se olhar no espelho. Odiava ver que havia mudado. Odiava perceber que, de alguma forma, estava quebrando e não sabia como se consertar. Por isso gostava de ver aquele vídeo sozinho. Para ver se conseguia encontrar suas rachaduras e sacar o sentido para tudo isso... para aquele maldito vazio.

— Amor, está tudo bem?

Sentiu seu corpo enrijecer ao escutar o som da voz do namorado. Ficar perto dele estava sendo sua maior tortura. Sentir aquela raiva inesgotável, aquela vontade de se afastar dele como se de alguma forma ele tivesse culpa de algo era insuportável. Porque no fim ele sabia que Naruto nada tinha a ver com seus sentimentos conflitantes. Com aquela angústia sufocante.

— Você quer que eu cuide do Menma hoje?

Naruto se sentou ao seu lado no sofá, esfregando os olhos e bocejando alto. Ele realmente estava se esforçando para se aproximar, como se pisasse o tempo todo em ovos, porque a qualquer momento Sasuke poderia surtar. Naqueles dois meses Naruto tinha deixado seu tatame nas mãos de seu colega Lee, mas depois das intensas discussões ele se viu obrigado — em prol de sua própria sanidade — a fugir para o trabalho de vez em quando.

— Não precisa — disse seco, desligando a TV. — Eu posso aguentar mais essa noite.

— Amor ...

— Não me chame assim... — disse entre dentes.

Naruto abaixou os olhos e engoliu em seco. Sasuke esperava que ele desistisse em algum momento. Assim como sua própria família havia desistido uma vez. Quer dizer... como Naruto havia aguentado ficar do seu lado por tanto tempo? Ele só podia ser uma espécie de santo ou algo assim, porque ninguém seria capaz de aguentar tanta raiva e continuar ali, como se não fosse nada demais.

— Vou me deitar, já que é assim.

Sasuke não disse nada, nem ao menos o olhou. Naruto voltou para o quarto decepcionado e frustrado. Esperava pacientemente que o dia seguinte fosse melhor do que esperava.

Quando abriu os olhos naquela manhã Sasuke sentiu os seus ossos pesarem mais do que o normal. Não tinha vontade nenhuma de começar mais um dia sem sentido, olhar para o rosto do namorado e ver decepção em seus olhos azuis. Não tinha mais forças para segurar Menma em seus braços.

Todo dia parecia pior do que o outro.

Apático e cansado se arrastou até o banheiro e olhou para si mesmo no espelho. Sentiu raiva. Eram tão parecidos. Ele e Itachi eram parecidos demais, mas não foi o suficiente para receber pelo menos um terço do carinho que seu irmão mais velho ganhava.

Será que seria assim?

Mimaria Menma e quando tivesse um segundo filho ele seria apenas um step para o primeiro? Olhou para as mãos que seguravam com força a pia de louça. Será que seria um pai tão horrível como o seu havia sido? Não conseguia, não conseguia olha para Menma...

— Sasuke, onde você está?

Ouviu a voz preocupada de Naruto e soltou um som irritado. Não queria vê-lo. Não queria pôr os olhos em nenhum dos dois. Trancou a porta do banheiro sem se importar em responder o chamado do namorado.

Naruto continuou chamando.

Bateu na porta e implorou que Sasuke abrisse o mais rápido possível. Mas Sasuke não se importou. Apenas sentou no chão frio do banheiro e chorou. Se sentia sozinho, se sentia perdido. Não queria estar ali, aquele não era seu lugar...

Nunca devia ter tido um filho.

Acordou na cama de casal, com várias camadas de cobertores em cima de si. Naruto estava sentado em uma poltrona do seu lado, segurando a ponta de seus dedos. Ele parecia abatido, magro... não parecia o seu loirinho. Ele parecia uma sombra. Se odiou ao perceber que estava fazendo com que Naruto ficasse exatamente como ele. Estava quebrando-o, machucando o amor da sua vida..., mas não sabia o que fazer.

Não sabia nem ao menos consertar a si mesmo.

Se levantou e andou pela casa, se sentindo um fantasma em sua própria residência. Foi até a cozinha, fez um sanduíche, mas deixou pela metade. Depois foi para a sala e se sentou no sofá para assistir novamente o vídeo, mas nada acontecia. Nenhuma peça se encaixava, nenhum enigma era respondido e nada parecia retornar.

Foi até o quarto do bebê...

Menma tinha seis meses agora. Estava gordinho e com as bochechas rosadas. Não por sua causa, é claro. Naruto quem cuidava dele em tempo integral, agora. Eram raras as vezes em que Sasuke conseguia se aproximar do filho. Ele era tão parecido consigo...

Como se fosse uma maldição do destino ele via o sangue Uchiha prevalecendo no DNA de Menma, fazendo-o quase uma cópia do pai moreno, de seu tio Itachi e até mesmo do avô. Sasuke sentiu tanta raiva, tanta tanta tanta ...

Desejou todas as noites que ele se parecesse com Naruto, que tivesse o sorriso dele, o espírito dele. No entanto, a maldição Uchiha havia caído sobre seu bebe e agora ele estava condenado. Sasuke queria chorar, queria voltar no tempo e dizer para o seu eu do passado para usar a maldita camisinha! Aquele bebê havia estragado tudo, tinha destruído Sasuke e agora estava destruindo Naruto!

Fechou os olhos e apertou as laterais do berço com força. Não queria ser um pai de merda, não queria que seu filho fosse mais uma vítima do clã Uchiha, não queria que toda a sua antiga felicidade tivesse ido embora repentinamente. Queria que tudo fosse como antes.

Chorou baixinho sem saber o que deveria fazer. Estava tão perdido. Amava e odiava aquela criança e ao mesmo tempo queria apenas deitar no chão e ficar ali para sempre. Não conseguia tirar de dentro de si toda aquela maldita culpa. Aquela sensação perturbadora de perda de poder. Sentia todos os dias que, pouco a pouco, ia se desfazendo na brisa do tempo até que ninguém mais sentiria sua falta.

Ninguém se lembraria se Uchiha Sasuke.

De repente, ele ouviu um barulhinho, um balbuciar inocente.

Menma estava acordado e, quando Sasuke colocou seus olhos sobre ele, não pôde esconder uma exclamação de surpresa. Os olhos dele eram azuis. Um azul profundo como o mar, como o céu de inverno, como os olhos de Naruto.

O bebe ao analisou com uma mãozinha na boca, mordiscando os dedinhos com a gengiva e se babando todo no processo. Ele riu para Sasuke de maneira adorável e ergueu os bracinhos pedindo colo.

Não conseguiu negar, não conseguiu ser indiferente ao se bebê quando ele tinha os olhos mais doces e puros que havia visto. Sasuke viu a essência de seu amante dentro do filho e riu alegre pegando Menma nos braços e apertando forte contra o peito. O bebe voltou a balbuciar de maneira fofa e Sasuke não sabia se ria ou se chorava naquele momento. Seus olhos estavam molhados, mas em seus lábios, bem ali no cantinho... tinha um sorriso escondido.

Naruto acordou assustado e tremendo devido a um pesadelo. Olhou para o lado e viu que a cama estava vazia e que Sasuke não estava em nenhum lugar da suíte. Se levantou meio afobado e correu até a cozinha, encontrando o sanduiche, que parecia quase intocado, e a geladeira aberta.

Escutou o som da TV ligada e respirou mais aliviado. Ele devia estar vendo o vídeo novamente.

Fechou a geladeira e tentou normalizar a respiração e andou até a sala. Não queria parecer preocupado demais. Sasuke estava passando por tempos difíceis, e, segundo a obstetra, ele provavelmente estava passando por sintomas de depressão pós-parto. Naruto apenas estava tentando encontrar a maneira certa de abordar o assunto com o namorado, já que nunca fora a pessoa mais expert em externar os próprios sentimentos, nunca seria capaz de exigir algo parecido.

A sala estava vazia e isso deixou Naruto ainda mais preocupado, havia pesquisado na internet sobre a depressão pós-parto e sentia muito medo, o tempo todo, de que Sasuke tivesse um surto na frente de Menma. A TV estava ligada, mas não tinha ninguém ali. Correu com o coração na boca até o quarto do bebê e tentou não ser escandaloso ao perceber Sasuke ali.

Ele estava com a criança no colo. Tinha os olhos vermelhos, mas não parecia alterado de alguma maneira. Menma estava animadinho, como sempre ficava nas madrugadas, e ria enquanto Sasuke tentava lhe colocar uma fralda limpa sem muito sucesso.

— Quer ajuda? — perguntou cauteloso.

Sasuke se virou, parecendo confuso, mas apenas mexeu a cabeça em um sim tímido. Naruto respirou fundo e foi até o namorado, mostrando os passos para limpar, passar a pomada, colocar o talco e finalmente pôr a fralda corretamente. Olhou para o namorado e ele parecia realmente certo sobre isso, observando todos os seus movimentos.

— Acho que eu consigo agora — disse Sasuke, ainda nervoso.

— Tenho certeza que consegue — Naruto disse e sorriu, pegando Menma no colo. — Esse garotão não vai dormir tão cedo, o que acha de passar tempo com seus dois papais agora?

Naruto segurou o filho com um braço só para conseguir segurar a mão de Sasuke com a outra. Menma parecia determinado a arrancar os cabelos loiros de Naruto fio por fio, fazendo Sasuke rir baixinho.

— Parece que ele escutou muito bem seus gritos no dia em que nasceu — Naruto disse enquanto tentava tirar as duas mãozinhas babadas de seu cabelo.

— Esse é seu castigo por se esquecer de comprar a camisinha — Sasuke zombou e pegou o filho, que não desistiu de segurar os cabelos do pai louro, apenas rindo dos berros de Naruto, enquanto Sasuke puxava a criança tentando fazê-la soltar e se acabava de rir.

Os três sentaram no chão da sala, rindo e brincando como se naqueles seis meses nada tivesse acontecido. Naruto não sabia se era uma calmaria em meio à tempestade, mas se sentia feliz ao ver seus dois amores sorrindo e se divertindo juntos. Quando Menma dormisse novamente ele conversaria com Sasuke de maneira calma. De certa forma se sentia mais confiante, e mesmo com todos os problemas que vinham enfrentando, sabia que eram uma família e por nada nesse mundo ele seria capaz de deixá-los.

Sasuke olhou para Naruto com Menma adormecido em seu peito e pensou sobre seus medos. Não sabia se eles o haviam abandonado. Era cedo para dizer, mas sabia que sempre que olhasse para os olhos do filho e visse que ele não era apenas parte sua, mas parte de Naruto também, não precisava sentir medo.

Não conseguia olhá-lo, não conseguia nem tocar na criança. Olhava para Menma de longe, às vezes, enquanto Naruto o embalava. Acariciava as costinhas dele e cantava uma canção. Enquanto via todo o carinho do namorado com o filho, não sabia por que não sentia o mesmo impulso. Não tinha vontade de segurá-lo, de amamentá-lo ou de dar um carinho.

Com os olhos molhados, Sasuke apenas desviou o olhar. Não queria os olhos de Naruto preocupados em cima de si procurando respostas. Respostas que ele sabia que nunca teria.

Via os parentes de Naruto entrando no apartamento. Eles riam, pegavam o bebê no colo, e pareciam entusiasmados com o pequeno. Sasuke sentiu culpa ao ver todos eles alegres e amorosos com seu filho. Kushina, mãe de Naruto, contava centenas de causos da época em que teve o loirinho, mas mesmo escutando atentamente, Sasuke não conseguia se identificar com nenhum dos sentimentos descritos pela mulher.

Era como se estivesse em uma realidade alternativa onde não possuía laços nenhum com aquela criança. Ele não era seu bebê. Aquela não podia ser sua família, não podia ser seu mundo. Em seu mundo não haviam pais compreensivos, irmãos alegres e filhos fofinhos.

— Sasuke, querido, está tudo bem? — Minato se aproximou de Sasuke, que fugiu do toque do sogro, odiando todos os olhos da família Uzumaki/Namikazi em si.

— Eu... — Ele não sabia o que fazer, como parar de chorar. Olhou para Naruto, que tinha os olhos azuis preocupados em si, e sentiu o corpo tremer. Apenas queria ir para longe dali. Não queria estar ali.

Saiu da sala aos tropeços, escutando os passos do namorado.

— Sasuke, me diga, o que está acontecendo?

Naruto se ajoelhou ao lado da cama observando o namorado chorar contra os lençóis.

— Eu sei, que, que tudo está bagunçado, confuso, mas.... Amor, eu não posso adivinhar o que passa na sua cabeça.

Sasuke sentiu que os dedos de Naruto roçarem em seu ombro. O tom dele parecia quebrado e dolorido, fazendo com que se odiasse naquele momento. Sentiu Naruto deitar na cama consigo e o apertar em seus braços em um silêncio cheio de perguntas.

— Você acha que é possível, aquele que carregou a criança por nove meses não sentir nada por ela quando a tem em seus braços? — Sasuke disse, sem coragem de se virar para o namorado e encará-lo nos olhos.

— Eu não sei ... — Naruto sussurrou.

— Eu me sinto horrível, me sinto um monstro. Eu não amo meu próprio filho. Já senti vontade de machucá-lo, de fazer mal para ele! Fico me perguntando o tempo todo: o que quebrou em mim? O que deu errado? O que eu fiz errado?

Naruto engoliu em seco, sabendo que aquele não era o melhor momento. Mas ficava se perguntando quando a hora certa para conversar sobre o assunto com Sasuke chegaria. Quanto mais adiava, mais as coisas pareciam ficar piores. Ele observava o namorado se afundar cada vez mais na própria culpa e se afastar de Menma. Agora ele sabia do risco que Menma poderia correr se os deixasse sozinhos.

— Sasuke, o que acha de conversar com um médico sobre isso?

Naruto o sentiu retesar em seus braços, mas não recuou.

— Talvez esteja na hora de procurarmos ajuda. Eu, você e o Menma. Eu sei que a culpa não é sua. Nada do que você está sentindo ou passando é sua culpa, amor.

Sasuke tremeu e apertou os olhos, tentando não voltar a chorar. Se sentia patético, se sentia um inútil por não ser capaz de sentir empatia por seu único filho e, mesmo assim, Naruto estava ali dizendo que o ajudaria e o apoiaria, mesmo estando todo errado e quebrado.

— Por que está fazendo isso?

Naruto sorriu envergonhado e puxou o namorado para mais perto de si.

— Porque eu amo você. Eu não passei seis anos te perseguindo para te perder em alguns meses, Uchiha Sasuke. Eu sei que você me ama também e eu sei que um dia você amará nosso Menma. Afinal, se eu fui capaz de te conquistar, sei que ele vai conseguir também.

Sasuke riu do tom garboso de Naruto e se virou para ele.

— Você acha que eu posso me consertar?

— Você não está com defeito, ou quebrado. Você apenas se perdeu um pouquinho — Naruto se levantou e sentou na cama, puxando Sasuke junto. — Eu, o Menma, e quem mais vier, vamos todos ajudá-lo a encontrar o caminho de volta.

Sasuke abaixou os olhos, ainda incerto com tudo aquilo. Alguns meses antes se lembrava de estar em um jantar romântico com o namorado e agora estava se sentindo à beira de um abismo o tempo todo, como se não tivesse mais sentido nenhum permanecer ali...

— Eu quero amá-lo. Quero segurar meu bebê e ter aquela sensação que todos descrevem. Esse tal sentimento de plenitude paterno... — Naruto sorriu e beijou a testa de Sasuke, respirando aliviado.

— Apenas o fato de você querer já é um passo... prometo que vou estar com você em tudo.

Sasuke sentiu Naruto o abraçar novamente e fechou os olhos, se sentindo mais calmo por ter os braços dele em volta de si. Não soube por que, mas se sentiu compelido a encarar a porta e ali na frestinha viu Menma nos braços da avó com um sorriso gengival e os olhinhos azuis curiosos ainda sem foco em algo específico. Kushina parecia animada, balançando Menma o fazendo rir e soltar barulhinhos engraçados.

Talvez realmente não fosse tão difícil passar a amá-lo.

— Promete que nunca vai me deixar machucá-lo? Que nunca vai deixar que ele veja qualquer coisa que possa o prejudicar?

— Prometo que sempre vou estar aqui para cuidar de vocês dois.

Sasuke se sentiu relaxando, confiando em Naruto e se agarrando a possibilidade de que um dia poderia abraçar Menma sem sentir medo de si próprio. Kushina tinha um olhar compreensível e um pequeno sorriso carinhoso enquanto pegava o bracinho gordinho de Menma e ensaiava um aceno.

“Eu prometo que nossa família vai ser feliz.”


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