Dr. Loveless escrita por LiraStar


Capítulo 1
One




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Dylan Walker. Esse é meu nome.
Sou bem sucedido na medicina e com as mulheres também.
Mesmo tendo uma namorada, dou minhas escapadinhas, afinal, não sou homem de uma mulher só.
A Linda vive me cobrando, dizendo que eu não a levo a sério e que não a amo. E não amo mesmo! Amar, se apegar, isso é coisa para idiotas que não tem outras preocupações ou grandes sonhos por isso acabam colocando suas expectativas em alguém.
Amar só trás decepção.
Eu gosto do meu emprego. Sou clínico geral em um renomado hospital. Além de ser uma profissão que me trás prestígio, fama e dinheiro, meu ambiente de trabalho me proporciona enfermeiras gostosas. O que um homem deseja mais na vida do que isso?
Hoje é segunda-feira, e eu estou de ressaca do final de semana. Discuti com a Linda e logo depois fui encher a cara em uma boate qualquer, comendo um monte de garotas.
Além desta dor de cabeça horrenda, sinto que hoje não será um bom dia para mim.
Estou andando pelo hospital com o prontuário de uma paciente V.I.P o que me deixa satisfeito, pois, tratar essas pessoas de renome é muito importante para consolidar mais ainda minha fama de médico.
Minha cabeça lateja para caralho e nem meus olhos eu consigo abrir, até que.
— Merda! – o prontuário cai junto com uma mocinha sem educação que esbarra em mim – você é cega por acaso pirralha?
— Você que estava andando de olhos fechados!
—Você que veio correndo em minha direção pirralha arrogante. Não vai pedir desculpas?
— Doutor Silver se dirija agora para a sala de emergência. Paciente idosa tendo uma parada cardíaca. – falou a mulher no rádio.
— Vovó! – a pirralha gritava.
— Para de gritar garota, isso aqui é um hospital e não o playground que você costuma visitar. – ela me ignora e novamente sai correndo.
 Ela corre em direção à sala de emergência. A pessoa de que a mulher estava falando é parente dela?
Tanto faz, eu não me importo. É só mais uma morta de fome que irá morrer brevemente.
Volto ao meu prontuário e pego o elevador para ir atender minha paciente.
— Oh Dylan, meu lindo garoto. – fala a senhora Simons quando eu chego ao quarto dela. – Como está você?
— Muito bem Richael, mas você nem tanto.
— Oh, o que eu tenho? É muito grave?
— Não senhora! É somente uma virose, mas, a senhora como já tem mais idade, deveria se cuidar melhor. Tem tomado às vitaminas que eu indiquei?
— Hum... – ela hesita. – Eu tomo às vezes Dylan.
— Às vezes? Sabe o quão importante é um idoso tomar seus medicamentos corretamente? Quer visitar São Pedro mais cedo?
— Você e o seu temperamento forte. Acho que um pouco de bondade no seu coração não lhe faria mal.
— Deixe isso para os fracos. Irei receitar novamente as vitaminas, só que em dose dobrada e ai de você se não toma-las eu juro que não vou ao seu velório jogar terra em seu caixão.
— Às vezes você é bem cruel Dylan, mas, gosto de você mesmo assim.
— E quem é que não gosta?
Despeço-me e saio do quarto. Topo com a enfermeira mais atirada desse hospital: Mirian. Ela é linda e gostosa, mas, é muito atirada apesar de eu me divertir muito com ela.
— Ei garanhão! – ela ronrona em meu ouvido. – que ir ali dar umazinha?
— Não estou no clima Mirian. E pelo amor, não use tanto perfume. Incomoda as pessoas. – eu saio andando e a deixo plantada lá.
— Com licença. – a garota idiota estava na recepção. – Pode me dizer quem é o doutor Dylan Walker?
— Ali está ele. – ela aponta para mim e eu vejo a garota fraquejar por um momento.
— Hum, você que é o doutor Walker? – ela olha vacilante para mim, e mal olha para meu rosto.
— O próprio. Por que o incomodo?
— É que me falaram para procurar o clínico geral daqui, afinal eles precisam de você para ajudar minha avó.
— Você está pelo plano de saúde ou pelo plano do governo?
— Hum, do governo doutor.
— Não tenho interesse em ajuda-la.
— Mas doutor...
— Qual parte do que eu não vou ajudar você não entendeu? Mortos de fome não merecem viver e pelo que vejo de você com esses trapos, você é uma morta de fome que não tem nem aonde cair morta. – lágrimas rolam por suas bochechas.
— Você que não merece o que tem seu idiota arrogante filho de uma puta! Qual o seu problema? Ein? Você vai morrer por ajudar uma idosa? Você tem muito dinheiro, e sim eu sou pobre! Acho que está na profissão errada imbecil. – ela segue andando e chorando enquanto todos olham para mim com cara de espanto.
Eu não me interesso pelo o que acontece com essas pessoas pobres. Se elas querem um tratamento de qualidade, que pelo menos possa pagar.
— Doutor, - chegou a assistente do doutor Silver. – o doutor Silver o chama para a sala de operações.
— É o caso da senhora?
— Sim.
— Eu não vou.
— Mas doutor, tenha dó daquela garotinha. A avó é a única família que ela tem.
— E aonde eu entro nisso? – eu encaro aquela assistente insolente e ela se encolhe. – Não me incomode mais com isso. Deixa que aquela velha morra, é um presente.
Sinto que exagerei.
— Dylan. – um homem de cabelos e barba grisalhos vem em minha direção. – Você tem que ajudar.
— Bryan Silver, eu já disse que não vou perder meu precioso tempo com velhas insignificantes.
— Já que não quer perder seu tempo com ‘velhas insignificantes’ o que acha de nos entregar o seu jaleco Dylan? – entra Walter, o diretor do hospital.
— Eu não sou pago para fazer caridade.
— É isso ou você será expulso daqui. – eu o analiso.
— Doutor, a paciente teve uma parada cardiorrespiratória e não conseguimos ressuscitá-la. – veio uma das enfermeiras avisar.
— M-minha avó morreu? Doutor, minha avó morreu?
— Calma Helena, tenha calma, por favor. – falava o doutor Silver.
Então o nome da pestinha era Helena.
— Isso é tudo culpa desse imbecil, doutor? – ela apontava para mim com os olhos inundados em lágrimas.
— Não foi bem assim Helena. – Bryan fala.
— Vovó. – ela me encara e logo seu rosto fica branco feito vela e então ela tomba no chão.
— Ela está desmaiada. – gritou Bryan. – Satisfeito Dylan? Espero que ela não processe o hospital por negligência médica. Por que tem de ser tão babaca?
— Eu odeio pobres, principalmente pobres arrogantes chamados Helena. Que ela processe. É tão pobre que garanto que nem educação deve ter direito.
Bryan voa em meu rosto me socando.
— O único arrogante aqui é você seu miserável. Espero que um dia você pague por tudo o que está fazendo!
Ele acompanha Helena para o leito de emergência.
Não sei por que tanto alvoroço por causa de uma velha. Ela já estava com o pé na cova mesmo.
Horas depois
Meu plantão acaba e eu fico sabendo que a tal Helena acaba de ser liberada.
Está um caos lá fora por causa da tempestade e do transito.
Pego meu carro e vou de encontro à avenida desejando somente ir para casa tomar um banho e relaxar.
Algo pequeno, esguio e molhado me chama atenção enquanto estou no engarrafamento. Uma garota mal vestida andando sem rumo pela rua naquela chuva.
Paro o carro ali mesmo e então desço sem fazer muito barulho. Quero saber se minhas suspeitas sobre essa garota estão certas. Quero saber se ela é uma pobre miserável mesmo.
Tempo depois, estamos em um bairro pobre que está se alagando devido a forte chuva. A essa altura, meu terno já estava quase encharcado e eu estava me perguntando o porquê de estar ali.
Ela para e lentamente retira do bolso um objeto. Acho que se parece com uma chave.
É uma casa pequena caindo aos pedaços. Helena entra e de longe eu consigo ver sua expressão derrotada no rosto.
Eu sinto curiosidade de olhar, mas, sinto mais vontade ainda de humilhá-la e coloca-la no lugar dela. Essa garota vai se arrepender de ter cruzado o meu caminho ou eu não me chamo Dylan Walker.


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