Os caminhos de um destino escrita por Lauraline


Capítulo 7
Que os jogos comecem


Notas iniciais do capítulo

"Você nunca sabe a força que tem, até que ser forte seja sua única opção"



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Passei a tarde toda trancada no meu quarto, chorando como uma idiota, sendo interrompida pelos gritos de Charlie.

— Isabella, venha aqui agora! – QUE? O que eu tinha feito agora? Sai atordoada para sala, onde a alta inquisição já estava composta e me esperando para julgamento. Seth me olhava descrente, Charlie furioso, Leah aos prantos e sua mãe a consolando com olhos insondáveis.

— O que aconteceu? – eu quis saber.

— Isso aconteceu! – disse Leah se levantando e esfregando seu Smartphone de ultima geração na minha cara – Como você pode fazer isso comigo? Eu te apresentei todos meus amigos, te tratei como uma irmã e você se atira aos braços do namorado da minha melhor amiga? Jessica ficou desconfiada desde ontem, seguiu vocês e te pegou no flagra! Você quer destruir tudo o que é meu!

Eu olhava a foto sem acreditar em tanta crueldade, claro que Tyler era um idiota de marca maior, mas ela se aproveitar disso para me culpar? Se não foi ela quem planejou tudo...

— Olhe Isabela, eu não sei se isso é comum na sua casa, se por passar anos em um colégio interno você não aprendeu a se controlar ou se sua mãe havia lhe internado lá por isso, mas aqui as coisas não funcionam assim...

— Só um minuto Sue – Charlie a interrompeu, não sei se pelas palavras dela ou pela minha expressão facial – Ele te forçou a fazer alguma coisa? Seja sincera, por favor. Você pode nos contar tudo, nós iremos te ajudar, uma família serve para isso. – O olhei com uma careta.

— Claro que ele me forçou pai, se você duvida do assedio acione um inquérito policial, pelo menos uma testemunha nessa rua escutou o som estridente da buzina do carro dele quando eu tentei me soltar. – A confiança do meu relato fez Charlie acreditar em mim.

— Isso é um absurdo! Tyler nunca fez algo assim com Lauren porque faria com você? – Leah falou com desdém.

— Talvez porque ela nunca notou o idiota que ele é. Ou talvez porque você tenha pedido, já que foi você quem tirou a foto! – Eu a acusei entregando a Charlie o celular com o zoom na parte do vidro do carro que refletia a imagem de Leah com o celular.

— Mentira Charlie! – Leah foi em direção a ele para tomar o celular, mas ele foi mais rápido. – Já chega Leah, dessa vez você passou dos limites! Vai ficar sem celular por tempo indeterminado e sem ir à festa de Lauren. – Ela saiu correndo, chorando (dessa vez de verdade) para seu quarto, com Sue atrás dela.

— Desculpe ter te julgado mal Bella – Charlie pediu envergonhado.

— Tudo bem pai, eu também peço desculpas por ter que te fazer passar por isso. Minha presença só está incomodando sua família eu não queria que fosse assim.

— Eu sei que isso é tudo muito novo para todos nós, mas elas vão ter que se acostumar com isso querida, você não é uma intrusa, você é uma Swan agora. – ele me abraçou e em Charlie senti o carinho que meu pai sentia por mim. Meu pai biológico (John) nunca foi um pai de verdade, mas a vida havia me dado dois pais adotivos que estavam fazendo, com excelência, esse papel.

Na manhã seguinte eu definitivamente não iria para a escola com Leah, acordei mais cedo ainda, tomei meu café, deixei um bilhete na geladeira e fui para a escola andando. Quando cheguei já havia muitas pessoas no campus e a grande maioria me olhava. Todavia, não era como o primeiro dia, eu reconhecia aquele olhar da noite anterior, hoje iria ser um dia daqueles. Enquanto caminhava pelos corredores eu podia ouvir o cochicho, sentir o julgamento. Quando Tyler entrou já chegou batendo na mão de todos os caras por quem passava, para eles ele era o herói e eu a vadia, mas o que eu acho mais engraçado é que ninguém lembrava que ele tinha uma namorada e se isso tudo tivesse ocorrido por livre e espontânea vontade de ambos ele estava tão errado quanto eu. Convencido como ele estava ainda teve a coragem de piscar para mim, enojada como eu estava eu só pude responder, em alto e bom tom: - Se quiser o outro olho roxo não precisa nem me assediar, basta pedir. – E sai andando deixando que alguém que tivesse bom senso pudesse absolver isso e talvez desacreditar da fofoca.

Durante a primeira aula foi impossível me concentrar, então desisti de tentar prestar atenção e tentei apenas escrever algo em meu caderno para deixar o tempo passar. Eu estava sozinha, ninguém sentou perto de mim, ninguém falou comigo, apenas de mim. Na educação física provavelmente seria pior, mas eu não tinha mais opções então entrei no vestiário.

— Tyler me contou tudo! Não é por você ser irmã de Leah que eu vou deixar isso passar, fique longe de nós sua piranha! – Lauren começou a gritar assim que me viu e Jessica a seguiu.

— Serio Lauren? E você caiu nessa? De verdade, você não acha estranho seu namorado dar oferecer carona para alguém que ele mal conhece e do nada ele voltar com o olho roxo no outro dia? – Será que pelo menos aquela plateia poderia depois ajudar essa menina? Eu pensei.

— Você pediu para ele te levar, tentou agarrar ele e como ele não te quis você agrediu ele! Você é louca! – Ela dizia, engasgando com o próprio choro, era tão patético que não poderia ser fingimento.

 - Eu sinto muito Lauren, de verdade. Sinto pena pelo seu namorado, pelos seus amigos e por você aceitar tudo isso desse jeito. Posso ser louca mesmo, mas melhor louca que idiota. Seu namorado ta se sentindo “o maioral”, suas melhores amigas estão espalhando essas fotos que te causam tanta dor e suas colegas de classe, que estão assistindo nossa discussão agora estão se divertindo as suas custas. Não digo por mim, eu não ligo, ninguém aqui é meu amigo, mas para pessoas que te conhecem a vida toda eu esperaria um mínimo de respeito. – a deixei pensar sobre isso e sai de lá, diria ao treinador que estava passando mal ou algo do tipo. Eu não tinha condições de fazer mais nada.

Passei a educação física inteira no banco, quando deu o intervalo eu pensei no que mais poderia acontecer e segui para o refeitório. Leah e suas amigas estavam na mesa, entretanto Tyler não estava lá, todos estavam muito calados, tudo estava diferente. Eu refleti sobre como minhas palavras teriam afetado Lauren, talvez ela tivesse terminado com Tyler, talvez seus amigos estivessem se sentindo culpados. Procurei Seth e seus amigos, mas quando me viram não deram o menor sorriso, por mais que Seth soubesse a verdade ele não queria chamar atenção para si, não quando, mesmo injustamente, eu tivesse adquirido uma má reputação. Então peguei minha bandeja e sentei sozinha.

— Se importa em dividir a mesa comigo? – Olhei para cima e sorri. – De forma alguma, para mim será um prazer.

Edward se sentou e encarou minha bandeja. - Só vai comer uma maça e tomar um copo de suco?

— Estou sem fome – respondi. – Isso não está certo, só me levanto daqui depois que você pegar pelo menos três coisas da minha bandeja. – Ele sorriu. Ele estava sendo muito bom em me distrair, ele era uma ótima pessoa, agradeci e pegando o pratinho de torta que estava perto de mim. Sua bandeja estava lotada, era impossível ele comer tudo aquilo sozinho.

— Então, já ficou sabendo do ultimo babado do momento? – perguntei com sarcasmo. Ele assentiu.

— Eu soube que um idiota deu um beijo à força em uma garota incrível e ela revidou quebrando a cara dele. – Eu sorri mais abertamente agora, ele sabia a verdade, ou pelo menos acreditava em mim, meu coração se aqueceu nesse momento.

 O sinal tocou e nesse momento Tyler gritou:

— Me espera na saída Bella, vou ter um enorme prazer em te levar onde você quiser. – E saiu rindo com os amigos. Eu não tive tempo de falar nada, mas não importava. Edward me acompanhou até minha sala, no entanto, sua expressão estava enraivecida. Assistir a aula dessa vez, por outro lado, foi bem melhor, por mais que os olhares e comentários não parassem eu estava em paz. Quando o sinal tocou todos nós tomamos um susto, o chão do corredor inteiro estava repleto de fotos. Fotos de Tyler nu, eu não pode distinguir se era montagem ou real, mas não parecia com a pose de “macho alfa” que ele mostrava por ai. Os risos começaram e nesse momento ele pode sentir pelo que eu passei o dia inteiro.


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