After the rain escrita por Deh


Capítulo 1
Depois da chuva


Notas iniciais do capítulo

Por que as ideias só surgem quando tenho estou ocupada com outras coisas? (isso acontece é só comigo?)

Espero não ter perdido o "toque" kk

Divirtam-se!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742996/chapter/1

Toda a sua vida está passando, correndo
Tome seu tempo em vez de se apressar
Nunca é tarde demais para escrever o resto da sua história
Lembre-se de respirar ou então você vai se arrepender
A vida não é uma corrida, é uma companheira

Olhando as nuvens pela janela penso em minha vida. Desde uma idade muito jovem eu soube que as pessoas podem nos deixar. Cresci cercada de pessoas que me amavam, pessoas essas incríveis que eu tenho o prazer de chamar de família, claro, não somos todos ligados pelo sangue e acredito que por isso nos amamos tanto, pois escolhemos essa família. É um grupo um tanto quanto peculiar, um grupo de super heróis como tia Penelope costuma descreve-los e nós crianças somos o seu legado, sempre que ela diz isso vejo seu olho se encher de lágrimas, ela nunca as deixa cair, exceto por uma vez, eu me lembro bem desse dia, eu tinha apenas quatro anos e eu descobri que minha mãe era uma heroína.

Era uma sexta à noite, mais especificamente uma noite das meninas. De acordo com ela, já era muito tarde para uma jovem como eu estar acordada, portanto era seu dever como adulta responsável me colocar na cama. Eu não estava com a mínima vontade de dormir, dessa forma, eu a convenci a me contar uma história legal que eu nunca tivesse ouvido antes. Foi então o dia que ela me contou a história de seis super heróis que viajavam pelo país para salvar pessoas. O grupo era constituído por um jovem rapaz muito inteligente, pela sua descrição era muito parecido com tio Spencer; um deus grego de chocolate, eu não entendi como um homem de chocolate podia salvar pessoas; uma mulher loira tão bondosa que sempre conversava com as vitimas; um senhor aposentado que sentia falta de salvar as pessoas; um líder forte e destemida e sua fiel companheira uma morena muito badaas; lembro-me de amar essa história, quando ela terminou percebi seus olhos cheios de lagrimas e então perguntei a ela o por quê ela estava triste, ela sorriu para mim e disse “Infelizmente minha querida nem todos os heróis são imortais como o super homem, alguns morrem e esse foi o caso da agente morena” “Ela morreu?” eu perguntei curiosa e ela assentiu “Ela se foi, mas deixou de presente para aquele grupo uma linda garotinha, tão bonita e forte como ela” “E o que aconteceu com a garotinha?” Perguntei curiosa enquanto ela enxugava uma lagrima “Ela está na minha frente agora e cabe a ela escrever sua história” eu sorri e a abracei fortemente sussurrando “Eu te amo tia Penny”.

Minha família é um tanto quanto peculiar e está sempre disposta a ajudar os outros, lembro-me de uma história engraçada, de quando tio Derek me levou ao parquinho e eu machuquei meu braço, ele ficou tão desesperado que ligou para tio Spencer e foi ele que foi o herói dessa situação, sorrio com a lembrança, tio Spencer nos levou até o pronto socorro e foi assim que o tio Derek acabou conhecendo tia Samantha, ela perguntou se ele era meu pai e ele disse que era apenas o tio que seria assassinado quando o pai da garota descobrisse. Pego o álbum que estava em meu colo e procuro a minha foto usando um gesso cor de rosa sentada entre o tio Spencer e tio Derek. Passando as folhas do álbum para em uma foto que me atrai, eu tinha dez anos e estava segurando o troféu que minha equipe de vôlei havia ganhado, isso me despertou uma lembrança.

Estavamos jantando na casa do tio Dave sob o pretexto de estarmos comemorando minha vitória. Todos estavam muito entretidos com Hank e Jeremy para notarem quando eu escapei para a cozinha para observar tio Dave cozinhar. Eu sentei em um banquinho e o observava, “Sabe você tem uma de ficar se espreitar igual a sua mãe” as comparações com minha mãe não era algo raro, especialmente enquanto eu crescia. Sorri levemente, mas não chegou a ser um grande sorriso, “O que há de errado Lia?” “Nada” eu disse, ele então me encarou com a sobrancelha erguida, suspirei e contei a ele “Hoje quando ganhamos o jogo, os pais de todas as minhas amigas estavam lá” “O seu também” “Mas minha mãe não” eu disse e foi quando ele caminhou para próximo a mim “Sua mãe pode não estar visível para você querida, mas ela sempre estará olhando por você” ele disse apertando minha bochecha, enquanto eu sorria conformada   

   

Todo mundo diz que a vida precisa de paciência

Mas ninguém quer esperar
Todo mundo diz que precisamos de salvação
Mas ninguém quer ser salvo
A luz no túnel é apenas outro trem fugitivo
O céu azul, nós esperamos
Vai ter que aparecer depois da chuva

Passei mais algumas folhas e então cheguei a foto do meu primeiro dia em Bergen – Noruega, lembro-me de não agradar muito do lugar, pois na primeira semana que passei lá só choveu, hoje após três anos morando lá, descobri o porquê lá é conhecido como a cidade mais chuvosa da Europa; Há três anos eu pensei que não diria isso, mas acho que vou sentir falta daquela cidade chuvosa.

Viver com a vovó esses três anos foi divertido, claro tivemos alguns momentos tensos, mas os melhores prevaleceram. Passar esse tempo com ela me fez lembrar do ano em que vivi com ela quando pequena, na época eu não entendia, mas agora eu sabia que assim como antes, eu estava com ela para estar segura, porque aparentemente homens loucos tem uma tendência homicida a perseguir meu pai.  

Na primeira vez que morei com ela, meu avô ainda era vivo e ambos moravam na Itália. Lembro-me bem que os primeiros meses foram difíceis, mas o vovô era um homem incrível e sempre que tinha tempo ele me levava para passear por Roma ou simplesmente me deixava ajuda-lo enquanto ele tentava imitar uma receita de Nina, o que claro era sempre, pois não há muito o que se fazer quando se é um marinheiro aposentado vivendo em uma embaixada. Vovó sempre foi a mais severa, mas lógico que ela raro quando ela não cedia as vontades de sua única neta. Claro, senti falta da minha família na américa, mas viver com vovó e vovô foi o que tornou tudo suportável e lembro-me bem de chorar bastante no dia que papai e tia Jennifer me levaram de volta para casa.

Na segunda vez, eu já tinha quatorze anos e bem adolescentes são mais difíceis do que crianças não é mesmo? Eu não fiquei nem um pouco satisfeita por papai estar me mandando para longe, menos ainda por meu irmão estar ficando e eu indo, mas ele era tão inflexível que não me sobrou opção, mas isso não significa que eu não tenha dificultado as coisas. Quando cheguei em Bargen eu odiei a cidade, era tudo húmido, tomaram-me meu celular e computador e era como se eu vivesse em um regime militar. Havia apenas um ano que vovô havia morrido, mas vovó havia mudado. Os primeiros três meses foram mais difíceis para ela do que para mim, vejo isso agora. Eu odiava a vigilância constante de seus guardas costas, eu odiava ter aulas em casa, eu odiava ter perdido minha liberdade por causa de um idiota que provavelmente ainda estava nos Estados Unidos, e bem foi assim que eu provei o porquê Prentiss era meu nome do meio. Como não tinha nada de muito divertido para fazer, adorava escapar da vigilância dos agentes e passear pela cidade, aprendi a gostar da chuva ao passo que comecei a fazer vovó enlouquecer, a se vovô estivesse lá...

Não foi até que em um dia eu sai e houve um ataque terrorista no centro da cidade, claro eu não estava no centro, não me machuquei, Jimmy que era um dos guardas costas mais jovens de minha avó sempre costumava me achar perto de uma loja de doces ou livraria me levou para casa naquele dia, há alguns meses quando ele recebeu uma promoção ele me confessou Bill me deixava fugir, com a condição de Jimmy me seguir de perto. Voltando ao assunto, quando cheguei em casa naquele dia, vovó estava digamos assim diferente. Seus olhos mostravam fúria, sua expressão era furiosa, mas quando eu disse que estava bem e ela percebeu isso ao ver que eu estava intacta ela me abraçou e começou a chorar. Eu estava um pouco assustado a primeiro momento, mas eu retribui o abraço enquanto eu escutava seus soluções e múrmuros o que se repetia mais era “Você se parece demais com ela, para seu próprio bem”.

Depois daquele evento concordamos em eu frequentar uma escola, com a segurança adequada, e passeios nos fins de semana, claro se eu me comportasse o suficiente para merece-los. Eu estaria mentindo se dissesse que não me envolvi em problemas ao longo dos anos, mas nada que Elizabeth Prentiss não pudesse resolver e no fim eu era apenas uma adolescente crescendo em uma espécie peculiar de programa a proteção a testemunha.

Passe seus dias feliz e agradecido
Evite a vontade de querer demais e de desperdiçar
Todas as coisas boas vêm com moderação
A inveja e a ganância só levam à frustração
Escolha seus amigos, despreocupado e gentilmente
Escolha suas palavras, com cuidado e com sabedoria
Sempre esteja lá para oferecer um ombro amigo
E alguém estará lá para passar um dia quando você for mais velho (um dia quando você for mais velho)

Fechei o álbum enquanto pensava em minha avó, quando o abri novamente, abri na primeira folha e encarei o casal da foto. Era meus pais no dia de seu casamento, lembro-me do quão feliz fiquei quando papai me deu essa foto e sabia exatamente onde coloca-la. Observei papai bem mais jovem do que atualmente, estou realmente louca para vê-lo, afinal já se foram três anos que nos separamos. Passo o dedo sobre o rosto de minha mãe, ela era realmente muito bonita, posso ver os traços que compartilhamos, sendo o nariz e os olhos os mais evidentes, claro há o meu cabelo que adquiriu um tom castanho escuro e a pele clara.

Gostaria muito de tê-la conhecido, crescido com ela ao meu lado, me levando para as aulas de ballet, contando historias para que eu pudesse dormir, ficando louca quando eu cometesse alguma transgressão, eu queria tanto tê-la conhecido, pois toda vez que alguém se lembra dela através de mim eu me sinto incompleta, por ser parte de alguém que nunca conheci.

Mas eu não sou ingrata, eu a amo e sempre irei ama-la, pois sei que ela deu a vida por mim. Sou também muito grata ao que eu tenho, vovó Elizabeth minha maior conexão com minha mãe; papai, o homem que irá sempre me amar e proteger; Jeremy, meu amado irmão caçula, céus ele deve estar tão grande; tia Penny, a tia mais divertida de todas; tio Derek, o tio ciumento; tio Spencer, o tio nerd; tio Dave, o tio que parece mais um avô e por fim tia Jennifer, o que eu tenho mais próximo de uma mãe, eu mesma a chamaria disso, mas ela me pediu para não fazer, pois ela jamais quis tomar o lugar da minha mãe e eu entendo isso.  

Todos os erros cometidos sobre nós

Sempre ocupam um espaço na consciência
Todo arrependimento é uma dívida com que você vive
Nunca se esqueça de lembrar do perdão

 

Por falar em minha mãe, lembro-me de uma lembrança não muito agradável, mas de enorme significado.

Estava em meu quarto, onde deveria estar dormindo, mas eu era uma menina de cinco anos muito agitada para isso no momento. Foi quando eu comecei a perceber a movimentação que ocorria em minha casa e isso me deu um bom motivo para levantar da cama, papai e vovó estava na sala falando, me detive para não ir lá e abraça-la, afinal eu já deveria estar dormindo. Percebi que eles estavam brigando, quando vovó gritou “Você vai matá-la da mesma forma que matou Emily” isso atraiu minha curiosidade, Emily era minha mãe, papai havia matado mamãe? Percebi que papai estava muito bravo, pois sua mão abria e fechava repetidas vezes e ele respondeu vovó tão bravamente quanto ela havia falado “Eu não matei ela, foi Emília” Eu fiquei congelada por um tempo, eu havia matado minha mãe? Ela estar morta era culpa minha? Mas eu não queria, tudo o que sempre quis foi ela.

“Eu matei minha mamãe?” Interrompi a conversa dos dois adultos, ambos me olhavam chocados, “Querida...” papai começou, “Quem matou minha mãe?” perguntei com os olhos cheios de lagrimas, papai se aproximou, mas eu me afastei eu estava tão assustada, pois se não havia sido eu, havia sido ele. “Jamais diga isso Em” vovó disse se aproximando e se agachando para ficar da minha altura eu corri para os seus braços e ela me abraçou fortemente enquanto eu soluçava “Sua mãe tinha uma doença querida, ela estava fraca, mas não fraca o suficiente para não lhe trazer ao mundo. Ela se foi, mas nos deixou a melhor coisa que poderíamos querer, uma parte dela.” Olhei para ela confusa e ela sorriu “Você é uma parte de sua mãe querida, ela vive através de você e amamos você ainda mais por isso” ela beijou minha testa, pelo canto do olho observei papai se aproximar, ele se abaixou ao lado de vovó “Me desculpe querida, eu disse algo horrível” “Nós dois dissemos Aaron” vovó se pronunciou “Você nos perdoa?” papai perguntou e eu assenti, logo eu abracei os dois.

Quando fiquei mais velha, descobri que mamãe descobriu estar com câncer enquanto estava gravida e o adiamento do tratamento até eu nascer só tornaria as coisas mais perigosas para ela, mas ela se negou a tratar-se enquanto estivesse grávida. Tia Jennifer me disse que mamãe escolheu minha vida a dela, naquele dia eu perdoei papai por dizer a verdade embora eu ainda não soubesse, talvez se eu não existisse mamãe estaria viva, mas se ele foi capaz de me perdoar, eu fui capaz de perdoa-lo pelas palavras ditas em um momento de raiva, o motivo por lembrar disso? Perdoar é uma verdadeira benção e só aqules que são verdadeiramente fortes são capazes de fazer.

Todo mundo diz que a vida precisa de paciência
Mas ninguém quer esperar

Ela pensa em sua vida
Todo mundo diz que precisamos de salvação
Mas ninguém quer ser salvo
A luz no túnel é apenas outro trem fugitivo
O céu azul, nós esperamos
Vai ter que aparecer depois da chuva (chu-u-u-uva)

O avião finalmente pousa, guardo meu álbum rapidamente e logo estou saindo, parece uma eternidade até que vejo alguém familiar, mas quando vejo, eu vejo toda a minha família lá. Tio Derek com tia Samantha e o pequeno Hank, que já está bem grande; Tio Dave sorridente, com uma sacola de mantimentos que não passou despercebida por mim, tio Penny tão borbulhante de alegria enquanto segurava alguns balões, sorri com a visão; Papai me olhando ansioso enquanto segurava as mãos de tia Jennifer e Jeremy meu irmão caçula que corria em minha direção, eu então corri até eles.

Após tantos abraços, finalmente saímos do aeroporto, o destino? Logicamente a casa do tio Dave para as comemorações. Após o almoço eu me distanciei um pouco da turma e fui para a varanda do tio Dave, eu observava o céu azul, quando tia Jennifer chegou “Estávamos todos com tanta saudade” eu sorri levemente “Eu também senti falta de vocês” “Sabe, você está tão grande, tão...” ela se deteve “Parecida com ela?” ela assentiu “Sabe, as vezes eu sinto falta dela. Ela era uma das minhas melhores amigas, nós éramos um bom trio” eu assenti “Seu pai também sente falta dela” Eu a olhei curiosa “Sei que ele gostaria de estar ao lado dela, vendo você fazer coisas maravilhosas” sorri “Talvez em um universo paralelo eles façam isso, mas nesse ele está ao seu lado vendo Jeremy ser o próximo jogador da seleção e me impedindo de entrar no FBI” Ela me olhou surpresa “Depois da faculdade, eu pretendo entrar para o FBI” “Você ainda tem um ano na escola, você vai mudar de ideia” “Duvido” eu disse. “Mamãe, Emília finalmente achamos vocês” Jeremy disse vindo acompanhado pelo papai. “O que vocês estão fazendo aqui fora?” Papai perguntou ao se aproximar, ele me dá um beijo na testa e um selinho em tia Jennifer sou capaz de ouvir Jeremy resmungar um eca, dou uma risadinha. “Estamos observando o céu” eu digo observando o quanto o céu está ensolarado. Olho o céu e me pergunto se de algum lugar mamãe está olhando por mim, espero que ela tenha aprovado minha decisão, a decisão de seguir minha família servindo o FBI e espero que honrando-a.

Vai ter que vir após a chuva (chu-u-u-uva)

Vai ter que vir após a chuva (chu-u-u-uva)
Vai ter que vir após a chuva (chu-u-u-uva)
Chuva
Chu-u-u-uva
Vai ter que vir depois da chuva


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?

Obrigada por terem lido,

Bjss e até a próxima ^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "After the rain" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.