Ruined Dreams escrita por WeekendWarrior


Capítulo 20
Starry Eyed




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A estrada se transformava aos poucos, os rochedos sumiram, depois vieram os amplos campos de plantação e também de criação de gado, então comecei a reconhecer o ar fresco e os pinheiros verdes de meu lugar natal, os arvoredos do estado e as pequenas entradas esburacadas que davam para riachos e cachoeiras, porém continuávamos na rota principal em busca de meu lar.

O sol se punha, mais de seis horas de viagem haviam ido – tirando as paradas que fizemos – e o rádio qual tocava uma música melodiosa chegava aos meus ouvidos atentos. Tentava pensar em coisas boas como; logo estaria com meus amigos e enroscada nos braços de meu amado.

Mirei o pequeno ser que se encontrava numa caixa de sapato improvisada ao meu lado no banco, Floyd estava calminho, o perdoei pelo arranhão. Passei a mão pela sua pelagem alaranjada. Depois que saí de meu estupor na delegacia, a primeira coisa que lembrei-me foi de meu queridinho. Acalmei-me apenas quando o vi nos braços de um oficial que entrava pela porta espelhada.

— Estamos chegando, Srta. Grant – disse Gary, o policial à paisana no banco do motorista.

— Sim, estou vendo e estou nervosa – respondi do banco de trás.

Ele nada disse, apenas continuou dirigindo. Olhei pra trás novamente e o outro carro à paisana ainda nos seguia. Toda essa segurança ainda não me tinha confiante, muito menos segura. Fechei os olhos e tentei não pensar nisso, não agora, não tão perto de casa.

Havia ligado para Mary, qual havia decidido que nos encontrássemos na casa de Jake, pois todos estariam lá a minha espera. Senti meu peito carregado de aconchego só de pensar em meus amigos que torciam pelo meu bem, se importavam comigo. Suspirei me acalmando.

Mais quarenta minutos se foram e logo minha cidade tomou sua forma e fui guiada para casa de meu amado, cada quarteirão próximo meu coração acelerava mais. Quando estacionamos em frente à casa de Jake, achei que meu coração pularia garganta à fora.

Mal abri a porta para sair do carro quando vi uma cabeleira alaranjada em meu rosto, a moça mais alta que eu esmagava-me em seus braços, sorrimos e choramos juntas ali naquele aperto. Ela se afastou e avistei seus olhos encharcados.

— Nunca mais faça isso, Lizzy! Por favor! Você sabe que pode contar conosco – assenti apertando seus dedos fortemente – Precisa se desfazer dessa mania de achar que está sempre sozinha, ok?

— Já me desfiz disso, amiga.

Nos abraçamos mais uma vez, fechei meus olhos fortemente e senti uma imensa paz. Abri meus olhos e achei o oceano azul das íris de Jake. Soltei-me calmamente de Mary e fui até meu amor. Passei meus braços por seus ombros e perdi a conta de quanto tempo ficamos abraçados, não tempo suficiente para matar a saudade.

Acariciei sua nuca, seus cabelos, senti seu cheiro, seu perfume, toquei-o de modo amoroso, quase que numa adoração. Afastamos os corpos colados, passei meus dedos desde seus ombros até suas mãos, cruzei nossos dedos. Fitei-lhe os olhos.

— Jake, você sabe…

Sua boca achou a minha não deixando-me falar, uma de suas mãos segurava meu queixo. Apenas um leve beijo, uma carícia, um toque singelo que escondia milhares de promessas a serem cumpridas. Sorri para ele quando separamos nossas bocas.

— Achei que morreria sem você.

— Eu já estava morta, Jake. Estou vivendo de novo agora.

— Sinto como se fosse minha culpa…

— Não diga isso – o interrompi – Nada disso foi culpa sua. Total e absoluta culpa minha, pois eu menti e omiti tantas coisas.

Sua mão acariciou meu rosto, seu polegar acariciando meu lábio inferior, sorri ao contemplá-lo a face em absoluta adoração, ele sentia o mesmo que eu, saudade mortal.

— Pensei que nunca mais o veria – balbuciei.

— Sempre soube que a teria novamente.

Palavras não foram precisas, nos abraçamos de novo. Afastei-me precariamente dele quando percebi mais pessoas ali presentes. Abracei Wendy, Tarik, Archy, Michael. Tentei segurar o máximo as lágrimas porque se eu chorasse mais, meu rosto incharia muito mais do que já está.

Olhei ao meu redor os rostos felizes por verem-me sã e salva, felizes por verem-me bem. Jake trouxe-me para si num abraço, beijou-me o topo da cabeça.

— Está tudo bem, estou com você – falou meu amado.

— Estamos todos com você, Lizzy – completou Mary também me acalentando.

Fitei minha amiga aconchegada a Michael, preferi indagá-la depois sobre isso.

— Gente, a Lizzy deve estar cansada. Que tal deixarmos ela por hoje? – proferiu Wendy.

— Sim. Amanhã você deve comparecer a delegacia local, ok, Lizzy? Estarei por lá – complementou Tarik pegando a mão da noiva.

Assenti positivo agarrada a Jake.

— Sim. Estarei lá.

— Bom… – pigarreou o policial Gary – Não querendo atrapalhar, mas apenas para avisar, faremos a ronda no bairro e casa que a senhorita estará. Ficará nessa casa?

Pensei por um segundo.

— Sim, ela vai ficar aqui comigo – respondeu Jake.

Aconcheguei-me mais a meu homem.

— Ficarei por aqui.

Logo meus amigos se dispersaram, um a um, por último Mary e Michael. Já estávamos dentro da casa, a ruiva levantou do sofá junto de Michael em seu encalço.

— Amiga, me ligue por qualquer coisa, tá bom? E não esqueça de comparecer na delegacia, porque trataremos sobre sua proteção.

Segurei-a pelos ombros.

— Já entendi, querida Mary – desviei meu olhar para o loiro atrás dela – E você, Mike, trate de cuidar de minha amiga, hein.

O louro alto riu.

— Sempre. Servi o Exército por três anos – falou o moço.

Mary virou os olhos, apenas eu e Jake vimos tal ato, rimos.

— Ok, vamos então. E eu digo o mesmo para o senhor: – a alta apontou para Jake – Nunca mais deixe minha amiga assim. E você dona Elizabeth, trate de parar de esconder segredos.

— Segredos nunca mais – falei olhando para Jake, ele sorriu.

O loiro e a ruiva saíram por aquela porta deixando o recinto em silêncio. Virei-me para avistar meu amado que em apenas três passos chegou e me agarrou pela cintura, finalmente fazendo o que seus olhos prometiam.

Sua boca achou a minha de modo urgente, respondi agarrando sua nuca, pressionando meu quadril ao seu, mostrando-o que sentia a mesma urgência. Fechei os olhos e desfrutei de seu gosto em minha boca, sua língua na minha, seus dedos em minha pele por dentro da camisa.

O calor subia por entre minhas pernas encontrando meu ponto, quando vi-me estava prensada contra a parede, subiu-me em seu colo, minhas pernas ao seu redor, minha boca ainda na sua de modo urgente.

Gemia dentro de seu beijo quando era agraciada com o rápido roçar de sua excitação em meu ponto sensível ainda coberto pelo jeans. Queria livrar-me urgentemente daquela roupa toda e ser tomada ali mesmo no chão se assim fosse.

Sua boca descolou-se da minha, segui seus lábios numa tentativa falha de beijá-lo novamente.

— Está muito cansada? – indagou sorrindo, sorri de volta segurando-me em seus ombros.

— Estava, mas agora apenas preciso de um banho. Posso?

Soltou-me ao chão, beijei-lhe de leve.

— Pode, na verdade, pode fazer o que quiser.

— Obrigada. Quero dizer, obrigada por tudo, por tudo mesmo. Sabe, eu sei que… eu…

Pegou minha mão e a beijou.

— Podemos ter essa conversa depois se quiser.

Assenti.

— Eu prefiro.

Atravessamos a sala escura e amadeirada, subimos a escada também amadeirada e bem encerada. Viramos no corredor e adentramos o quarto, Jake acendeu a luz mostrando o ambiente rústico com poucas cores. Tabaco, madeira, preto, algum toque branco, outro cinza, inteiramente masculino.

— Aqui – estendeu-me a toalha, peguei-a.

— Você não vem?

Ele sorriu-me.

— Não, pode ir, tome seu tempo.

Sorri assentindo.

— Tudo bem.

Beijei-o e fui em direção a suíte do quarto, adentrei o recinto, despi-me calmamente e logo sentia a água quente e reconfortante acalmando meu corpo. Desde meu couro cabeludo até meus calcanhares cansados.

Fechei os olhos num momento de cansaço e a imagem que aparecia era do rosto de James, belo porém fatal. Eu deveria começar a contar o segundos até sua chegada, pois ele está prestes a chegar, eu sei que está. Talvez dê-me um tempo, alguns dias para sentir-me segura e assim dar o bote. Sinto-me como se estivesse prensada contra as costas do demônio e a cada movimento eu me queimava mais, pois sentia-me no precipício.

Meneei a cabeça afastando tais pensamentos e sentimentos. Terminei meu banho demorado cheirando a Jake, sorri enquanto enxugava meu corpo, tentei enxugar meu cabelo ao máximo. Fui até a pia de mármore e ali peguei um pente azul, desembaracei meus fios. Passei a mão no espelho e fitei meu rosto pálido, apenas as bochechas vermelhas pelo banho.

Havia um mínimo corte na maçã de meu rosto e o arranhão que Floyd deixou-me um pouco acima dos seios. Passei os dedos pelos meus fios desembaraçados, quais precisavam urgentemente de uma hidratação.

Tomei uma forte respiração e deixei o banheiro apertando a toalha contra meu busto. Avistei o quarto vazio, minha precária mochila jazia sobre a cama, fui até ela a procura de algo para vestir. Escutei passos, virei o rosto para admirar Jake encostado na batente da porta me fitando fixamente, o homem vestia apenas a calça jeans, peito à mostra e pés descalços.

— Calor? – indaguei virando-me.

— Um pouco – ele se aproximou, parou em minha frente, seus dedos alcançaram minhas madeixas úmidas – Você está linda.

Virei os olhos.

— Pare, estou horrível, excepcionalmente horrorosa.

— Você é linda – tocou-me o rosto num carinho delicioso, fechei os olhos colocando minha mão sobre a sua – Tão linda que dói, tão linda que deve ser minha para proteger.

Abri meus olhos e fitei suas órbes azuis que pareciam mais escuras, deduzi ser a áurea sedutora que nos rodeava.

— Sou sua Jake, estou aqui – toquei-lhe o peito quente – Nunca mais partirei, apenas não me deixe partir, nunca mais.

— Nunca mais.

O beijei logo pedindo por sua língua, tinha de senti-lo o mais rápido possível. Passei meus braços por seus ombros a procura de apoio, suas mãos me apertavam na cintura sobre a toalha. Era um beijo lento, um reconhecimento, uma carícia, uma declaração.

Afastei-me dizendo:

— Eu amo você mais que tudo, Jake – toquei-lhe as costas nuas – Morri sem você, pensei que nunca mais o tocaria assim.

— Eu morreria se não pudesse tê-la de novo, Lizzy. Quero você pra sempre.

Alegrei-me com a declaração.

— Está me propondo alguma coisa?

— Estou?

Sorri mordendo o lábio inferior.

— Podemos falar sobre isso depois, porque agora eu quero você.

Puxei-o para um novo beijo, dessa vez mais árduo e voluptuoso, muita língua e movimentos, carícias e arfares. O necessitava, o queria demais, como uma febre o calor chegou rapidamente a meu corpo.

Carícias de meu homem, a toalha caiu ao chão expondo-me, senti meu corpo ferver ainda mais. Seus beijos desceram para meu pescoço, suas mãos ficaram mais exigentes, abri meus lábios num gemido baixo.

— Te quero tanto – sussurrei – Senti tanto a sua falta.

Jake parou o que fazia para fitar-me nos olhos.

— Você é meu tudo, Elizabeth.

Beijou-me arduamente mais uma vez. Deitou na cama sobre meu corpo, enrosquei-me a ele, acariciando as costas, os fios macios de seu cabelo, sentindo a textura da pele que parecia implorar pelo toque da minha.

— Jake, e-eu… eu não estive com ele… eu não pude…

Segurei seu rosto procurando por seu olhar.

— Tudo bem, amor.

— Apenas quero que saiba, eu e… ele, nós não…

Meu homem acariciou-me o rosto.

— Tudo que importa é que você está aqui comigo.

Nada foi dito apenas avancei em sua boca com paixão, mordendo seu lábio com excitação, arqueando meu quadril nu contra seu jeans áspero. Sua boca deliciando-se com minha pele, deixando um rastro de fogo em meu peito chegando em meus seios. Fechei os olhos em prazer, sentia meu ponto implorar por toque, passei-lhe as pernas ao redor do quadril.

— Vamos nos livrar disso – falei alcançando o zíper de seu jeans.

Logo nada nos impedia de ter o toque completo. Meu peito arfava, minhas bochechas pareciam pegar fogo, meu corpo tinha vida própria, implorava em silêncio pelo de Jake.

Tê-lo de novo era como estar no paraíso, seu prazer proporcionando o meu, o roçar de corpos, o aperto, o calor, o suor, tudo excitava, tudo nos tinha do modo humanamente mais próximo.

Tentava ficar de olhos abertos e fitar sua órbes azuis que pareciam estreladas, meu homem tinha o olhar pesado e estrelado direcionado a mim, apenas para mim. Movia-se primeiramente lento, para depois encontrar o ritmo fervoroso de nossos corpos. O arranhava de leve, o tocava, ele retribuía.

Eu preciso de mais, preciso senti-lo mais.

E como se ele lesse minha mente, enlaçou minha cintura com seu braço e virou-nos na cama, fazendo que eu ficasse por cima, fitando-o com um sorriso nos lábios qual ele retribuiu movendo meus quadris, gemi baixinho.

Porém era minha vez de comandar. Apoiei-me em seu peito e movi-me lentamente, fechei os olhos com o prazer que subia de meu ponto até meu ventre, encontrando meu corpo e o esquentando até as bochechas, até a ponta de meus dedos pareciam formigar.

Seu olhar era fixo em minha figura sobre si, olhares conectados, mas a sensação não me permitia manter o olhar, pois meus olhos fechavam-se involuntariamente a cada movimento. E quando dei-me conta movia-me rápido, suas mãos seguravam meus antebraços e minhas unhas quase perfuravam os seus, isso permitia-me uma maior e rápida movimentação. Os gemidos aumentaram, minha coluna se arqueava, estava próximo, algo crescia dentro de mim e eu não me atreveria a parar.

Jake pronunciava meu nome, gemia-o de modo precário, eu respondia numa melodia semelhante, estávamos no mesmo patamar, presos no prazer que um proporcionava ao outro. Atrevi-me a mover-me mais depressa quando o ápice atingiu-me, gemi diminuindo o ritmo, apoiei-me em seu peito.

Ele virou-nos rapidamente na cama, ficou por cima, segurou-me por baixo dos joelhos e investiu com volúpia, rápido e direto. Lábios em linha reta e sobrancelhas franzidas, meu amado estava em seu limite. Apertei os lençóis da cama por conta do prazer e forcei-me a ficar de olhos abertos para vê-lo alcançar seu prazer em mim, qual chegou rápido. Seu rosto se suavizou, seus olhos estavam conectados aos meus, deitou-se e aconchegou a cabeça em meu peito, o afaguei os fios.

Minhas pernas pareciam gelatinas, a satisfação ainda corria por meu corpo, sentia-me completa. Nenhuma palavra foi necessária durante algum tempo, apenas nossas respirações se acalmando. Sorri involuntariamente, uma alegria abatia meu corpo.

Jake moveu-se e deitou ereto puxando-me para seu peito, afago qual aceitei.

— Me perdoe, por favor, por tudo que fiz, por tudo que omiti – proferi procurando seu olhar estrelado.

— Está tudo certo agora, meu anjo.

Assenti sem muita certeza.

— Acho que deveríamos partir, Jake. Eu não sei… talvez ir embora daqui.

Ele demorou a responder.

— Não, Elizabeth. Chega de fugir.

— Sim, você tem razão.

Ele apertou-me mais em seu abraço, retribuí.

— Ninguém te tira de mim, nunca mais.

— Ninguém.

Fechei os olhos e preferi manter meus demônios para mim. Talvez amanhã eu o contasse sobre tudo, desde o começo, como conheci James até os dias insensatos que me espancava. Suspirei e procurei pelo olhar de Jake, qual fitou de volta, lá estava aquele olhar estrelado, até parecia que o Céu jazia dentro daqueles olhos azuis. Sorri e o beijei para amenizar meu medo.

A vida nem sempre funciona como planejamos, é extremamente engraçado, pois nós homens fazemos planos e Deus parece rir disso. Nos dão limões, tentamos fazer limonadas mas tudo parece sair azedo. Talvez eu deva começar a espremer os limões nos olhos do destino e tentar seguir em frente.

— Jake, acho que perdi todo meu cansaço.

Sorrimos e nos beijamos novamente.

 


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