Catherine afastou-se rapidamente deixando a cadeira cair atrás de si, ele ainda mantinha a mesma expressão serena em seu semblante.

   Cath tremia por completo.

   Seu coração pulsava rápido e sua respiração estava irregular, a única coisa que a mesma conseguiu fazer foi apanhar sua bolça que estava sobre o sofá e sair rapidamente do quarto. Catherine estava tão atordoada que ela mesma não sabe como chegou tão rápido em sua casa.

 [...]

   Aquela manhã estava tranquila, quase não havia casos para serem distribuídos. Nick estava entediado jogando bolinhas de papeis no cesto bem no canto da parede, enquanto Sara lia uma revista no sofá.

— Nick, aqui está o número de Nancy! – Ele sobressaltou da cadeira.

— Valeu Cath.

  A hora do almoço se aproximou, então ela apanhou seu casaco.

— Ei, aonde vai com tanta pressa? – Perguntou Grissom ao cruzar com ela no corredor.

— Estou indo até o hospital.

— Achei que fossemos almoçar juntos.

— Desculpe Gil.

  Catherine não sabia o que estava sentindo, seu coração batia fortemente, um possante entusiasmo a fazia caminhar apressadamente até o terceiro andar. Mas ao chegar em frente ao quarto, ela parou subitamente:

— O que estou fazendo? Talvez ele nem me reconheça, assim que eu entrar nesse quarto ele vai dizer: Olha está não é a mulher louca que estava segurando minha mão quando acordei e saiu correndo assim que olhei para ela? – Cath deixou os ombros caírem cabisbaixos, ao raciocinar sobre a situação em que se encontrava. – Mas e se ele se lembrar de mim? O que irei dizer, tipo: oi Louis que bom que acordou, sabe eu passei todo esse tempo odiando você, mas no momento em que escutei seu nome eu perdi todo o meu controle emocional! Você é mesmo patética Catherine Willows. – Catherine deu meia volta e estava prestes a se retirar.

— Ei, não me diga que iria embora sem entrar!

— Ah oi Tuck é que...

— Venha quero que meu filho lhe conheça! – Exclamou agarrando-a pelo braço e puxando-a para dentro do quarto, sem que a mesma pudesse dizer uma única palavra. – Filho quero que conheça a Investigadora Willows.

 Ele estava recostado sobre a cama e a recebeu com seu sorriso cortes, Alex estava sentado sobre a cama, brincando logo ao seu lado.

— É um prazer conhece-la Investigadora, meu pai falou tanto de você, e deste modo eu fiquei louco para conhecer a minha heroína. – Ela deu-lhe um sorriso forçado, Louis não a reconheceu. E sorrir ao saber disso... doía.

— Bem filho, eu tenho que ir, preciso levar Alex para casa e lhe preparar um almoço.

— Tudo bem pai, comporte-se tá garotão, e cuide bem do vovô tá?

— Tá papai, amo você.

— Eu também te amo meu bem. – Louis depositou um leve beijo no alto da cabeça do filho. - Ah Cath o que você ainda está fazendo aqui, o que estava pensando, ele já seguiu a vida dele, tem até uma família -. Pensou consigo, Tuck retirou-se do quarto e Louis passou a olha-la novamente.

— Bem eu... acho que também já vou indo.

— Oh não, não faça isso, gostaria de conversar com você, venha sente-se. – Disse apontando para a cadeira ao lado de seu leito, Catherine caminhou até ela vacilante. – Gostaria de saber por que fugiu de mim na noite passada. – DROGA!

— Bem é que, você acordou e eu não sabia o que fazer, acabei ficando nervosa! – Mentiu, no entanto um sorriso brotou dos lábios do Detetive.

— Sabe investigadora, antes de acordar, eu sonhei que estava prestes a cair em um grande abismo, mas um belo anjo segurava minha mão e guiava-me de volta a margem, quando acordei, vi o mesmo anjo de meus sonhos sentado ao meu lado, segurando a minha.

— Oh Detetive, não diga isso, está me deixando sem graça. – Exclamou com a tez de seu rosto rubra.

— Não fique sem graça, ora eu jamais me arriscaria a dizer tal confidencia de que a mão que despertara-me do sono profundo pertence a garota mais linda que eu já vi em toda a minha vida, onde eu fui o único que ousei beija-la sob a luz das estrelas! – Cath se lembrava daquela velha frase, ele havia dito a mesma frase no dia em que ele lhe contara que os negócios não iam bem. Catherine sentiu sua mão tremer quando ele pousou a sua sobre a da mesma. – Achou mesmo que eu não a reconheceria Cath, a minha Cath?

— Oh Lou... – Ele correu os dedos pela face molhada de lagrimas de sua amada. Ela ergue-se da cadeira e se atirou em seus braços sobre a cama, fazendo seu pranto jorrar ainda mais lagrimas.

— Não sabe o quanto eu senti sua falta Cath. – Agora as lagrimas também emanavam de seus olhos verdes, enquanto ele a apertava ainda mais em seu peito.

— S- Sentiu? – Ele anuiu. Ela finalmente percebeu na situação que estava metida, Catherine se desfez de seu abraço e se pôs de pé ao lado de sua cama enquanto Louis a observava atentamente.

— Aposto que sentiu, sentiu tanto a minha falta que até casou-se com outra mulher! – Disse rispidamente. Louis pareceu chocado com a situação que ela havia acabado de impor.

— Eu nunca me casei.

— Então quer dizer que Alex foi fruto de um caso seu? – Louis se sentou na cama e sorriu novamente.

— Alex não é meu filho de verdade. Eu havia acabado de entrar na polícia, meu parceiro e eu havíamos acabado de atender um chamado, paramos para tomar um café, então eu o escutei, chorando inocentemente, clamando por ajuda, sem nenhuma peça de roupa em seu pequeno corpinho, a única coisa que o protegia era uma caixa imunda de papelão abandonada em um beco escuro. Eu lutei durante um ano nos tribunais por aquele garotinho que salvamos da morte naquela noite fria, e finalmente... ele voltou aos meus braços com um caloroso sorriso. Eu o adotei e pus seu nome de Alex, a razão por eu ter posto este nome, não foi só por ter sido o nome que escolhemos para o nosso filho, mas também por que Alex me fazia lembrar de você, com suas bochechas rosadas, seus pequenos fios da cor de ouro e seus olhinhos azuis cheios de vida. – Catherine permaneceu em silencio. – Mas e você, casou-se?

— Sim. – Ela pôde perceber a decepção se instalar em seu rosto. – Mas estou divorciada a cinco anos. – Apressou-se em dizer.

— Vejo que não retirou o anel que lhe dei quando éramos jovens!

— Sabe Louis, eu esperei você voltar por dois anos, e você não voltou... nem se quer me mandou um único bilhete. Você não sabe o quanto é egoísta, nunca pensou em mim, não sabe o quanto eu chorei por você, o quanto eu pedi que você voltasse. Você não sabe o quanto eu te odiei por ter partido, e não sabe o quanto eu te odeio por ter voltado! – Ele ficou em silencio, apenas a observando por um longo tempo.

— Então isso significa que você já não me ama! – Catherine sorriu ironicamente e apanhou sua bolsa.

— Você também não sabe o quanto eu me odeio por isso, mas eu nunca consegui arranca-lo de meu coração, nunca deixei de ama-lo! – Catherine se retirou do quarto, enxugando as últimas gotas de lagrimas que insistiam molhar sua face.