A noite de domingo logo chegou trazendo junto de si a amargura e a culpa. A cada dia que se passava Catherine vinha se sentindo assim desde que tivera aquela conversa com Cory. Talvez se ela saísse para tomar uma bebida melhoraria. A loira vestiu um pequeno e justo vestido preto, junto de um casaco negro, aquela noite estava úmida e fria. Catherine estava com os pensamentos tão desordenados que vagou inconscientemente por um bom tempo, até parar diante de um bar de esquina. Depois de duas dozes ela finalmente voltou a si.

— Mas o que eu estou fazendo aqui! – Ela ergue-se do banco e saiu do bar.

  Algumas gotas de chuva molharam sua face enquanto ela caminhava solitariamente pela rua deserta e agora molhada, foi quando uma mão tocou seu ombro.

— Ficará resfriada se não sair desta chuva! – Um homem vestido de sobretudo negro estava parado ao seu lado com um sorriso estampado em seus lábios.

— Estou bem.

— Venha, vamos sair dessa chuva juntos! – Disse segurando sua mão. – Que tal irmos para um lugar mais quente, onde só haja nós dois! – Sugeriu com um sorriso malicioso.

— Espere eu não...

— Não se faça de difícil gracinha, eu sei que você quer! – Disse apertando com força o pulso da mulher, puxando-a contra seu corpo. – Aposto que não está vestindo nada por debaixo desse vestidinho! – Sua mão imunda desceu até as nádegas de Catherine.

— Largue-me! – Gritou, mas o homem tapou sua boca.

— Não... – Duas mãos fortes arrancaram aquele homem nojento de cima da loira, o jogando contra a parede de tijolos vermelhos, debaixo de toda aquela chuva.

— Se tocar novamente em minha namora eu juro que seus malditos olhos jamais voltaram a ver a luz do outro dia! – Ameaçou mostrando a arma guardada em seu coldre ao lado de seu quadril, o homem tremia de medo e ergueu as mãos em sinal de rendição.

— E- Eu sinto muito! – Vartann o soltou e o homem correu. Ao olhar para trás, Catherine estava ajoelha no chão tremendo. Ele caminhou até ela.

— Eu estou aqui! – Disse envolvendo-a em seus braços debaixo das milhares gotas de chuva. Aos poucos ela foi parando de tremer, então Lou a ajudou a levantar. – Você está bem?

— Estou, obrigada.

— Quer que eu chame um taxi para você?

— Não, não, minha casa fica próximo daqui, eu prefiro ir caminhando!

— Então eu a acompanharei, se me permitir é claro. – Ela assentiu, a chuva ainda continuava a cair e os dois caminhavam em silencio até Louis parar de súbito.

— Aconteceu alguma coisa?

— Ouça o barulho da chuva. – Ela permaneceu em silencio, Louis então começou a batucar na lataria de um carro.

— Ah não, não faça isso. – Disse sorrindo, mas ele não respondeu. Ela reconhecia perfeitamente aquele som que ele estava provocando em conjunto com a chuva.

— The warden threw a party in the country jail.

   The prison band was there and they began to wail.— Cantou auto, rodopiando pelo poste em sua frente

   The band was jumpin’ and the joint began to swing.

   You should’ve heard them knocked-out jailbirds sing!

  Let’s rock everybody, let’s rock. – Louis agora mexia os quadris assim como na coreografia original do rei.

  Everybody in the whole cell block.

  Was dancin’to the jailhouse rock.— Ele a puxou.

— Por favor não. – Ele não parou de cantar, então fez ela dar uma pequena voltinha.

— Vamos me acompanhe!

— Tá.

— Spider Murphy played the tenor saxophonr,

  Little joe was blowin on the slide trombone

  The drummer boy from Illinois went crash, boom, bang

  The whole rhythm section was the purple gang.

  Lat’s rock...

                                                                     ***

— Bem chegamos! – Exclamou ofegante, ainda rindo. – Ainda não acredito que você me fez dançar na chuva com você, já faz um bom tempo desde ri assim.

— Então isso significa que você não se diverte muito!

— É acho que sim. – Ele passou a mão pelo cabelo encharcado. – Não quer entrar e se secar? – Ele assentiu, Catherine abriu a porta e ele entrou em sua casa logo atrás dela. A loira foi até o armário e apanhou uma toalha. – Eu ainda não entendo como você chegou a tempo para me salvar daquele cara!

— Bem, eu estava no bar, vi quando você chegou e também vi quando saiu. Aquele homem estava no bar bem próximo de você, quando ele saiu logo atrás de você eu percebi que algo não estava certo, e foi quando o encontrei lhe agarrando!

— Q- Quando arremessou ele contra a parede, v- você disse que eu era sua namora.

— Me desculpe é que... foi tão de repente que eu mesmo não pensei no que iria dizer. Peço perdão se não gostou.

— Sim, quer dizer não. Na verdade não me incomodou, é só que...

— Eu... acho melhor ir embora. Já está tarde, preciso pegar Alex na casa do meu pai. – Disse nervosamente.

— Lou espere. – Por impulso Catherine segurou a mão de Vartann fazendo o mesmo parar e olha-la com ternura. – Eu sei que você voltou para New Orleans.

— Como soube? – Ele pareceu surpreso.

— Por que não me contou qu

— Por que eu sabia que se lhe contasse iria mexer ainda mais fundo em nosso passado. – Louis se aproximou da loira e correu seus dedos pela sua face molhada. – Eu passei todos esses anos procurando por você, e você esteve esse ando eu gritei com você no hospital? – Ele permaneceu em silencio por alguns minutos. tempo todo bem debaixo de meu nariz, se eu tivesse procurado só um pouquinho mais...

— Mas você me achou, eu estou aqui!

— Sim está, mas eu já não estou. Não posso ficar com você Cath, eu... estou noivo.