Aquela era uma linda manhã de primavera, a brisa refrescante com o doce aroma de flores frescas cercava toda New Orleans. Catherine caminhava graciosamente com seu vestido amarelo e seu chapéu de primavera. Ela era uma linda moça, dona de cachos exuberantes da cor de ouro e olhinhos redondos da cor do mar. Seu encantador sorriso fazia com que os rapazes da cidade se atirassem aos seus pés, mas nenhum lhe chamava atenção... seus olhos desejavam um único alguém. Ele era pobre, trabalhava como vendedor de flores em uma loja no centro da cidade, mas isso não importava, pois seu jovem coração já pertencia a ele.

  Aquela doce brisa se intensificou, arrancando o chapéu da pobre moça.

— Oh meu... – Ao virar-se para tentar pegar o chapéu, ela se deparou com ele, segurando seu pertence com seu encantador sorriso estampada naqueles lábios perfeitos e bem desenhados.

— Acho que é seu. – Disse lhe entregando o objeto.

— Obrigada. – Agradeceu sem jeito. Ele estava usando seu típico avental verde, junto de seu charmoso boné de baseball virado para trás.

— Você é linda! – Suas palavras foram tão inesperadas que as bochechas de Cath ruborizaram. – Desculpe eu não quis dizer isso, bem quer dizer... na verdade eu quis dizer sim, mas não dessa forma, é que eu sempre a vejo e passar e fico ensaiando palavras para lhe falar, mas quando eu me aproximo de você eu não sei o que acontece com meu cérebro, as palavras simplesmente se embaralham e eu não consigo dizer nada além de tolices. – Confessou nervoso desvirando o boné e puxou um pouco mais a aba para cobrir seus olhos constrangidos.

— Está tudo bem. Sou Catherine Willows. – Disse estendendo a mão para cumprimenta-lo, então ele a olhou espantado.

— Então quer dizer que não está assustada?

— Agora não mais. – Ele sorriu, segurou sua mão e a beijou delicadamente como um autentico cavalheiro real.

— Sou Louis Vartann.

— É um prazer conhecê-lo Louis, estou indo até o Palace café, gostaria de me acompanhar?

— Oh sim é claro, só um momento. Ei Cory, poderia segurar as pontas para mim? – Gritou para o colega dentro da loja.

— Claro Lou, pode ir. – Louis retirou o avental e o boné e em seguida voltou para o lado da moça.

Os dois caminharam em silencio até o café onde Catherine escolheu uma mesa ao lado da janela.

— Então quer dizer que você fica ensaiando palavras para me dizer? – Apesar de seus dezesseis anos, Catherine era sedutora.

— Bem, sim... – Admitiu envergonhado.

  Os dois conversaram apenas sobre coisas triviais, no entanto, o simples fato de estarem conversando pela primeira vez fazia seus corações palpitarem em um ritmo descompassado e secreto, onde apenas duas almas destinadas a estarem juntas saberiam decifrar.

— Então você é a filha de Sam Braun.

— Sim, e não me orgulho por isso. Meu pai é dono de uma grande franquia de cassinos em Las Vegas, ele passa a maior parte de seu tempo lá. Minha mãe e eu quase não o vemos. Mas e você, fale-me um pouco de seu pai.

— Meu pai é dono da loja de flores em que eu trabalho. Mas mesmo assim se eu quiser dá uma escapada de meu turno preciso que Cory me cubra, papai não gosta que eu deixe a loja.

  Aquele poderia ser um simples dia para um carteiro, talvez para um motorista, e até mesmo para qualquer um que estivesse naquele café completando sua rotina diaria, mas não para aqueles dois jovens. Aquela manhã será sempre lembrada por eles, pois foi naquele dia de primava em que suas vidas encontraram a mesma direção.

— Bem, eu preciso voltar ao trabalho, Cory pode estar precisando de minha ajuda, Não quero que meu velho descubra que eu sai.

— Eu também já vou indo.

— Antes que vá, eu... seria má ideia convida-la para ir até o parque de diversões no domingo? – Ela esboçou um lindo sorriso.

— Eu irei adorar ir com você.

— Jura? Quero dizer... – Lou tentou esconder a empolgação. – Onde posso pega-la?

— Que tal nos encontrarmos em frente a roda gigante as 19:00?

— Por mim tudo bem.

  Era tarde demais, Louis não podia controlar seus pulos de alegria.