A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 27
Capítulo 26 - Onde está meu lar.


Notas iniciais do capítulo

Bem vindo e bom capítulo



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PIETRA

Ainda bem que Heitor e Eliana chegaram naquele momento e automaticamente o assunto foi interrompido. Nos cumprimentamos e o motorista que nos aguardava colocou o restante das malas no porta-malas da van.

Estávamos todos dentro da van ligada saindo pelo portão quando um carro que reconheci sendo o da mãe da Eliana parou ao nosso lado e sua mãe desceu desesperada gritando.

—Heitor, Heitor meu querido, você esqueceu sua toalha - a mãe da Eliana enfiava uma toalha pela janela em desespero.

A mãe dela sempre fora uma mulher corpulenta e avermelhada, parecia estar com vergonha todo o tempo mas ela na verdade era uma mulher sem um pingo de vergonha - e noção.

Eliana puxou com raiva  pela janela a toalha azul e eu me perguntei o que a toalha do Heitor fazia na casa dela. Fiquei um pouco empolgada com a ideia que me passou pela cabeça. Assim que a mãe dela entrou no carro ainda acenando um tchauzinho para os dois, todo mundo virou para eles e os encarou de forma nem um pouco sutil.

—Vocês estão dormindo juntos? - Ivo perguntou de joelhos no banco os encarando e recebeu um tapa meu de resposta

—Fica quieto - sussurrei e ele sentou de volta ao meu lado.

Decidi que iria sentar lá no primeiro banco atrás do motorista e Ivo não perdeu tempo para sentar ao meu lado. Ingrid sentou atrás de mim junto com Fabrício e Kamila e atrás estavam Heitor, Eliana e Greta de cara fechada. Pérola quis ir junto com o motorista, ela estava empolgada pro andar de carro. Assim fomos todos em silencio começar a nossa viagem.

IVO

Depois de mais ou menos duas horas de viagem em silencio, senti a cabeça de Pietra pendendo para o lado e para frente e sorri ao vê-la dormindo de mal jeito ali do meu lado. Puxei devagar a sua cabeça e apoiei ela em meu ombro. Ela nem percebeu, estava dormindo de verdade mesmo. Encostei a minha cabeça na dela e fiquei assim, pensando em quando na vida eu imaginaria que a garota que me deu um soco na cara aos oito anos apenas por causa de uma elogia, estaria dormindo em meu ombro depois de confessar que tinha sim gostado de mim.

Adormeci e só acordei quando a minha abriga roncou. Era 11h da manhã e Pietra ainda dormia assim como boa parte da van.

—Quando vamos parar para almoçar, Diego? - perguntei ao motorista sentindo a fome apertar

—Tem um bom restaurante na estrada daqui à exatos 8 minutos.

—Ótimo.

 

A viagem foi cansativa e desconfortável. Não dava para dormir bem, principalmente pela parte da tarde que fazia muito calor. houveram poucas conversas mesmo estando durante mais de 12 horas juntos dentro de um carro. Pietra ficou em pé algumas vezes para se alongar e os outros as vezes pegavam um banco vazio para deitar e/ou usavam o colo um do outro de travesseiro.

Finalmente puxei algum assunto interessante com a Pietra depois que jantamos mais ou menos nove horas da noite, já preparados para viajar a madrugada inteira.

— Você esta bem com o Felipe? - perguntei curioso e preocupado

—Achei que você estaria feliz pelo térmno - ela falou ironicamente

—Bom, isso depende. - eu sentei meio de lado para poder ficar de frente para ela - Você esta feliz?

Ela segurou um riso e balançou a cabeça afirmativamente.

—Eu acho que eu deveria ter feito isso à muito tempo

—E porque não fez?

—Não sei...eu tive medo e magoa-lo. Medo de estar fazendo a coisa errada...como fiz com você.

Fiquei em silencio sem saber o que deveria falar à respeito disso.

—Ainda gosto de você - ela sussurrou me surpreendendo - Eu acho que só tive coragem de assumir algo com o Felipe porque não parecia tão real como parece a gente. sei que pode não fazer sentido para você...mas parece que crescer, me sentir responsável por algo...isso me assusta.

—Eu gosto de você desde o primeiro dia que te vi - eu respondi - Eu te vi na sala de aula se apresentando como a garota forte que destruiria quem risse de você e eu achei você incrível - eu ri ao vê-la corar e sorrir - É claro que não era o mesmo sentimento de hoje, éramos crianças...Mas hoje o sentimento cresceu.

—Eu gosto de você desde o dia que te vi pela primeira vez andando no corredor da escola pulando as linhas com medo de pisa-las. Entrei na sala um pouco depois de você e me apresentei...Você pode não falar disso mas eu sei que faz isso até hoje. Eu já vi.

—Você me viu fazer aquilo? - eu ri da coincidência de termos nos observado o mesmo dia

—Achei fofo, porque como você sabe, tenho alguns TOC's e me achava uma criança estranha...foi interessante ver que não era a única...

Ficamos em silencio nos encarando.

—Porque você me bateu quando te elogiei ? - arranquei um riso dela

—Ai meu deus - ela cobriu o rosto com as mãos - Nem me pergunte...eu era idiota. Senti como uma ameaça, como se você estivesse falando aquilo pra logo depois me passar uma rasteira...porque eu me achava horrível então nao achei que era sincero.

Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e beijei sua testa.

—Voce é linda, olho de gato - falei com a mão ainda em seu rosto e observei-a ficando cada vez mais vermelha e com um sorriso no canto da boca que fazia meu coração disparar

Ela se endireitou no banco e sentou encostando a cabeça em meu ombro, desta vez de forma mais carinhosa e me senti o protetor dela. Como se ela precisasse de mim para cuidar dela. Mesmo que seu nome fosse forte, mesmo que ela fosse forte e independente, que fosse corajosa e determinada...eu queria que ela sempre pudesse olhar para mim e me ver como protetor dela.

Abracei-a e ficamos assim no escuro da noite.

PIETRA

Ivo tinha um cheiro maravilhoso. Meu coração batia muito rápido, mas não daquele jeito que nos da desespero. Não do jeito de quando eu sentia os germes me engolindo viva e precisava urgente de um banho, mas sim de uma forma gostosa. Era como se aquele abraço fosse meu lar. Me sentia protegida e queria me sentir sempre assim.

 


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Notas finais do capítulo

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