A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 26
Capítulo 25 - Game over


Notas iniciais do capítulo

Bem vindo (a) à mais um capítulo!



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PIETRA

Demorou bastante para eu convencer meus pais à me deixarem ir, no final deixaram depois de falarem com os pais do Ivo para ter certeza de que aquela viagem era segura. Adormeci muito cedo, após fazer minha mala e me organizar para dormir. Pensei várias vezes em mandar mensagem para o Felipe, mas dizendo o que? Eu não tinha nada à dizer, só se fosse pra agradecer pro terminar comigo, coisa que eu não tive coragem de fazer antes.

Sonhei com Ivo. Na verdade foi uma lembrança.

Entrei na escola nova com medo. Eu sempre sofri na cidade anterior devido ao meu nome não ser Brasileiro e meus olhos serem de cores diferentes. Depois que a gente cresce já nao se importa mais com os olhares mas quando somos crianças tudo importa muito,e pra piorar as outras crianças nao apenas olham, elas falam e criticam o que nao entendem e conhecem. Vi um garoto andando na minha frente naquele corredor e observei ele pular de quadradinho em quadradinho sem pisar nas linhas. Ele era lindo. acabei percebendo que éramos da mesma sala quando ele entrou primeiro . Fiquei parada no corredor alguns segundos ajeitando meu cabelo pois queria parecer bonita pra ele, mas lembrei que eu era ruiva. Eu odiava meu cabelo diferente de todo mundo.

Entrei na sala de cabeça baixa e falei com a professora que eu já havia conhecido no outro dia. Ela me apresentou para a classe e eu não tirava os olhos do garoto bonito, mas ele nao olhava pra frente. Olhava pra baixo desinteressado no que estava acontecendo. Eles riram do meu nome. Sentei ao lado de um garoto esquisito bem à frente do garoto bonito.

As semanas foram passando e um dia eu não aguentava mais as crianças me chamando de olho colorido ou gritando fingindo desespero pois meu cabelo estava pegando fogo. Eu sentia falta da minha outra casa. Corri até o parquinho das crianças menores e me escondi antes de começar à chorar. Alguém entrou ali em silencio e eu nao levantei a cabeça. Me sentia constrangida.

—Você ta chorando porque? - era Ivo, o menino bonito

Lembro que ele prometeu me levar à praia. E como duas crianças totalmente inocentes, firmamos essa promessa com um sorriso cúmplice. Mas eu acabei com aquele início de amizade quando ele decidiu em elogiar e eu fiquei nervosa ( nos dois sentidos) e soquei a cara dele.

Lembro de sentir que ele estava me zoando, rindo de mim ou algo assim. No fim das contas nunca  descobri se havia sido isso, mas pelo Ivo que ele se mostrou ser depois...sim, ele estava apenas me zoando.

Acordei com o despertador tocando às quatro da manhã e levantei em um pulo ansiosa. Pérola me disse que não havia dormido, e estava com cara de cansada mesmo. Minha  mãe havia deixado tudo pré pronto para eu tomar café da manhã, mas tive que fazer algo para Pietra também então acabou não sendo um café da manhã tão rápido. Liguei para o Heitor porque sabia que ele não acordaria à tempo mas me surpreendi ao ouvir ele atendendo o telefone com a voz de quem já estava acordado.

Fui de bicicleta até a casa do Ivo, Pérola demorou uma eternidade para aceitar subir no bagageiro e principalmente para se equilibrar, mas finalmente chegamos à tempo.

IVO

 Era dez para ás cinco e Pietra ainda não havia chegado. Nem Heitor e Eliana mas isso não importava. Fabricio me olhava desconfiado e Kamila dormia em seu colo.

—Ta olhando o que? - reclamei e ele virou pro outro lado

Acenei quando vi Pietra passar de bicicleta pelo portão e ri de como Pérola estava agarrada à ela parecendo desesperada. Ela desceu com dificuldade da bicicleta e olhava em volta admirada até finalmente por os olhos em mim.

—Olá - ela parecia debilitada mas ainda assim sorridente - Obrigada por me levar de volta para o mar.

Sorri em resposta e fui até Pietra que lutava contra a bicicleta tentando mate-la em pé encostada à parede.

—Quer ajuda?

—Não - ela sorriu - obrigada.

Ela finalmente conseguiu manter a bicicleta parada e ficou enarando-a pensativa

—É...ta tudo bem? - perguntei estranhando

—Sim - ela me olhou rapidamente - é que... você se lembra - eu riu - ai meu Deus...você lembra quando uma vez ainda crianças você prometeu me levar à praia?

—SIM! - eu abri um sorrisão - Claro que lembro, não acredito que VOCÊ lembra!

—Sim, lembrei disso ontem à noite, porque você,bom...está cumprindo a promessa hoje de certa forma - ela riu

—É verdade!

—Pietra - Ingrid interrompeu-nos - aonde está Felipe?

Eu havia esquecido que todos estavam nos ouvindo e também havia esquecido sobre Felipe ali.

—Ele não vem - ela mudou a expressão de felicidade para sem graça

—Porque? - a garota insistiu

—Nós terminamos - ela falou sem hesitar

 


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Notas finais do capítulo

Espero que esteja gostando. Me avisa aqui nos comentários.



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