A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 16
Capítulo 15 - O interrogatório


Notas iniciais do capítulo

o computador não esta colaborando para eu escrever mais depressa...



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PIETRA

Eu sabia que havia magoado Ivo naquele momento mas eu simplesmente não sabia lidar com tudo aquilo acontecendo ao mesmo tempo. Assim que entrei no meu quarto peguei papel e caneta e comecei a fazer uma lista de desgraças que haviam acontecido ultimamente.

 

1. Eu virei uma sereia.

2. Eu conheci o Igor.

3. Helena adoeceu.

4. Helena morreu.

5. Fui sequestrada.

6. Pâmela foi assassinada por minha culpa

7. Apanhei da Jemima

8. Meu primeiro beijo foi com um assassino

9. Eu me apaixonei pelo Ivo

A última coisa havia sido a mais difícil de escrever. Talvez porque eu assim estivesse finalmente admitindo para mim mesma.

 

 

Acordei na manha seguinte preocupada por ter de encarar a polícia. Saímos de casa por volta das nove horas da manha, apenas meus pais iam comigo. Na delegacia reconheci vários rostos, principalmente porque me encaravam sem parar.

Parecia que as três horas que ficamos ali passaram voando. Sim, demorou tudo isso para chegar a minha vez. Entramos na sala após Ivo sair. Nós sequer nos olhamos.

—Sentem-se – O policial nos pediu afastando sua própria cadeira e sentando-se.

Sentei entre meus pais e me mantive em silêncio enquanto o policial olhava uma papelada e balançava a cabeça afirmativamente com a testa franzida.

—Então você é Pietra, a garota que namorava o assassino…

Percebi o olhar de minha mãe recaindo pesado sobre mim e respirei fundo antes de responder.

—Não namorávamos, apenas estava rolando uma paquera…

Ele me encarou desconfiado e eu continuei séria esperando a próxima pergunta.

—Diversos amigos seus nos disseram que vocês tinham uma relação bem íntima

—Não responda – meu pai falou alto – Você não precisa responder.

—Nós não tínhamos uma relação assim tão íntima – eu ignorei meu pai – posso contar como eu conheci o Igor. - olhei para meu pai e ele balançou a cabeça afirmativamente – No primeiro dia na ilha eu fui correr na praia enquanto os outros tomavam sol ou nadavam, ou outros poderão te confirmar isso, e aí parei em um determinado ponto para descansar, foi quando ele apareceu.

Respirei me lembrando daquele dia que parecia ter sido tanto tempo atrás.

— Nós conversamos coisas básicas porque eu fiquei assustada por estar tão longe de todos com um estranho num lugar deserto então voltei logo correndo para onde todos estavam. Depois eu fui a uma festa que o diretor proporcionou , era a fantasia, e ele era o porteiro do local. Apenas nos falamos na porta, Ivo estava atrás de mim e viu. Ele pode confirmar. - esperei que ele falasse algo mas ele apenas fazia anotações e me olhava. - Depois ele foi um dos guias que nos acompanharam em uma trilha e acampamento. Lá a gente teve mais tempo para nos conhecermos. Conversamos coisas básicas, mas lembro claramente dele me dizendo que havia conseguido um trabalho que daria dinheiro suficiente para ele sair daquela ilha pois ele odiava morar ali.

—Me disseram que ele foi ciumento com você, me fale á respeito disso.

—Bom...nós nos beijamos nesse dia do acampamento e depois disso ele ficou possessivo. Achava que eu e o meu colega de sala, o Ivo, tínhamos algo e ficava com raiva só de eu chegar perto dele. Ah, também não gostou quando falei de nossas idades. A diferença de idades, quero dizer.

—Hm...

Ficamos os quatro em silencio enquanto ele anotava e pensava calado por alguns minutos até que meu pai se cansou de esperar.

—Podemos ir agora?

—Ir? ele sorriu - Nós mal começamos.

 

Fiquei quase duas horas ali dentro falando de tudo que havia acontecido na ilha e todas as vezes que eu e Ivo saímos para fazer algo relacionado ao mundo das sereias, eu mudava a historia para dizer que apenas saímos juntos como amigos. Isso foi bastante questionado já que todos disseram aos policiais que eu e Ivo não éramos tão amigos antes de chegamos naquela ilha.

Por fim acabei indo embora em um carro que se mantinha no mais absoluto silencio, chegando em casa meus pais se mantiveram em silencio e fora para o quarto deles me deixando apreensiva sobre quando fossem me fazer suas próprias perguntas.

 

IVO

Depois de esperarmos durante mais de horas finalmente chegou a minha vez no interrogatório. Meu advogado me mandava ficar calado todo o tempo e aquilo começou a me irritar. As perguntas feitas eram aparentemente sem fundamentos nenhum e sempre perguntavam sobre a relação que Igor tinha com Pietra. Quando tentei dizer que eu não tinha nada a ver com eles, me interromperam falando sobre a minha recente amizade com Pietra e em algum momento soltei o fato de que o cara morria de ciúmes se eu chegasse perto dela.

Quando saí da sala em que estávamos passei por Pietra sem querer encara-la. Eu havia decidido naquela tarde anterior que eu tinha mesmo que parar de insistir em algo que ela não fazia questão. Caminhei para fora daquela delegacia com passos firmes e decidido.

Para a minha surpresa a minha mãe estava em casa quando voltei depois de almoçar em um restaurante qualquer na rua. A minha mãe era alcoólatra desde que eu me entendo pro gente e aquilo era o ponto principal das brigas em minha casa.  Ela estava com os olhos inchados e estendeu os braços para que eu fosse abraça-la quando entrei em casa.

—Oi meu amor!

—Oi mãe


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Notas finais do capítulo

Prepare-se para grandes mudanças capítulo que vem



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