ReLurst: The Burst Academy escrita por Tsukiel


Capítulo 1
O1 - Despair.


Notas iniciais do capítulo

Fala, queridos leitores. Essa história já existia mas eu deletei pois reescrevi algumas partes delas e mudei umas coisas. Então, divirtam-se e apreciem a melhorada história que eu criei com toda minha criatividade. Tentarei ao máximo lançar os capítulos com frequência!



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Era uma noite típica de verão: uma chuva torrencial e muitos raios e trovões preenchiam os céus e, mesmo com tudo isso, o clima estava abafado. Em uma casa situada na floresta, a poucos quilômetros da cidade mais próxima, Decler, morava uma família. Apesar da típica noite de verão, era uma noite atípica para aquela família.
Na sala da casa, Tsukiel, de treze anos, estava sentado junto de seu irmão, Frost, de onze. Os dois estavam sentados próximos a uma janela, coberta pelas cortinas, ouvindo a chuva cair e os raios estremecerem, castigando a floresta. Os pais desses dois meninos encontravam-se na cozinha, tendo uma séria discussão. Apenas uma porta os separava.
Tsukiel prestava atenção na discussão dos pais enquanto seu irmão fazia desenhos abstratos no tapete da sala. O primogênito ouvia algumas coisas estranhas proferidas por seu pai. Este era um homem alto, com músculos definidos e fortes, cabelos curtos que lhe caíam até pouco abaixo das orelhas e nuca; estes eram brancos como a neve, assim como o do filho mais novo, Frost.
— Temos que ensiná-los logo, antes que seja tarde demais!! - Berrava o homem à sua esposa.
Mas eles são muito jovens ainda, é muito cedo para isso!! - Gritava de volta a mãe dos rapazes, uma mulher no auge de sua meia idade, com longos cabelos castanho claros, coloração herdada pelo filho mais velho, que iam até a metade de suas costas e ficavam sempre presos por uma presilha de flor ao lado direito de sua cabeça.
Tsukiel sentia-se tentado a interromper a discussão que, a cada berro, assustava Frost que dava pulinhos mas seguia tentando fingir uma falsa calma. O garoto mais novo sabia que seu irmão se enfurecia quando o via assustado e por isso tentava passar o máximo possível que estava tranquilo.
Mais alguns segundos de discussão e Tsukiel decidiu levantar-se e ir até lá. Assim que ajeitou o corpo e deu o primeiro passo os gritos pararam magicamente. O rapaz estava tão tenso que quando olhou para seu irmão sentado no chão não conteve uma breve risada, que foi retribuída pelo caçula. O pequeno Frost esticou os braços para que Tsukiel o levanta-se e logo foi puxado para cima ficando de frente para o irmão. Os dois olharam na direção da janela e Tsukiel sentiu uma aura estranha. A campainha tocou e os dois meninos se assustaram. Mais um toque e a porta da cozinha foi aberta.
De dentro do cômodo saíram os pais dos dois meninos, entretanto eles estavam com armaduras e armas. O homem trajava uma armadura cinza-escuro, quase preto, com detalhes em vermelho, em cada um dos ombros havia uma cabeça de dragão cobrindo e dando forma à armadura com outra cabeça menor em seu centro. O traje lhe caía por todo abdômen e cobria todo seu tórax. Parecia extremamente resistente. As calças também faziam parte da armadura e era toda revestida por pedras que simulavam escamas de dragão. Além da armadura, ele portava uma égide no braço esquerdo, a espada fincada dentro do escudo. O escudo era mais uma cabeça de dragão negro com a área ocular e a boca vermelha.
A mulher também trajava uma armadura, porém esta era muito mais compacta e menos pesada, tendo menos partes. Era banhada em dourado e branco. No centro do peitoral esbranquiçado havia uma desenho de uma fênix gravado ao ferro. Uma fênix dourada. O cabelo seguia preso pela famosa presilha de flor, mas agora um elmo também ajudava, segurando os cabelos finamente. A mulher portava duas adagas, uma dourada e uma branca.
O casal emanava uma aura poderosa e ameaçadora. O homem, com sua aura vermelha, fitava a porta com um olhar matador, não desviava nem um segundo. A campainha seguia tocando, um toque de cada vez. A mulher emanava uma aura dourada, estava menos enfurecida que o homem mas ainda assim séria e atenta.
Mais um toque. Os dois trocaram olhares. Tsukiel pôde perceber a preocupação naquela troca. Ambos tentavam passar tranquilidade à seus filhos, mas naquele momento era impossível, vide que saíram trajando armaduras e armas de dentro da cozinha. Os garotos só queriam entender o que estava acontecendo. Frost parecia assustado e escondia atrás do irmão, que era alguns centímetros mais alto.
O homem encaminhou-se até os dois rapazes, abandonando sua fúria, que parecia ter sido passada para a mulher, que agora fitava a porta com toda força ameaçadora que poderia tirar de dentro de si. O pai dos garotos, que era muito alto que o mais velho, abaixou-se para chegar perto da altura dos meninos. Ele pôs a égide no chão, fazendo um barulho curto e abraçou fortemente dois dois. Mais um toque na campainha.
Retirando a luva que cobria a mão, o pai dos meninos levou o dedo indicador até a boca e mordeu-o, jorrando sangue. Os meninos tinham marcas de nascença, a de Tsukiel era no pulso e a de Frost na testa, próxima a sobrancelha direita. Com o dedo ensanguentado, o homem passou seu próprio sangue na marca de Tsukiel, puxou-o para mais próximo de si e aproximou a boca do ouvido do menino, disse algumas palavras que o rapaz não conseguiu entender qual era o idioma, o que o pai estava dizendo. Fez o mesmo com Frost, apenas proferindo palavras diferentes das ditas para o primogênito. O sangue estava fresco sob as marcas dos meninos. Então o homem recitou os versos do poema favorito dele, o qual ele dizia todos os dias antes de sair para o trabalho. Como em todos os outros dias, os meninos sentiram um incômodo em suas marcas de nascença, mas dessa vez eles sentiram uma pequena dor e as marcas absorveram o sangue e pulsaram ainda mais. As marcas ficaram um pouco ardidas após o ato e os garotos sentiram o incômodo um pouco mais forte.
O homem recolocou a égide no braço e levantou, caminhando até próximo da porta, olhou para os filhos com afeto e deu um sorriso. Os meninos se abraçaram, Tsukiel passava a mão na testa de Frost, que sentia mais o incômodo da absorção. A mulher se aproximou dos dois e abaixou-se. Beijou a cabeça de ambos e alisou o cabelo de ambos. Levou a mão ao bolso dizendo:
— Boa sorte, Tsukiel, Frost, meus amados filhos. Onde quer que vocês estejam nossos corações estarão com vocês. Nunca desistam ou olhem para trás! - A mulher retirou dois colares do bolso e os entregou.— Peguem isso, irá ajudá-los na batalha que vocês têm pela frente. - Tsukiel e Frost pegaram os cordões. O do mais velho era um floco de neve e o do mais novo era uma lua crescente. Os rapazes colocaram os cordões e a mulher mandou-os para a cozinha.
— Se vocês escutarem qualquer barulho, corram. Apenas corram. Vão pela porta dos fundos. Há uma casa nos limites da floresta. Encontrem-a e estarão seguros. - Instruiu a mãe dos meninos.
Os dois foram até a cozinha e trancaram a porta. Estavam com medo, seus corações acelerados batiam em conjunto. Tsukiel ouviu o barulho da porta da sala se abrindo e pôde ouvir uns gritos abafados. Um grito maligno e ensurdecedor surpreendeu os garotos. O barulho de lâminas se encontrando ouviu-se por rápidos segundos que pareceram infinitos. Os dois irmãos levantaram e correram até a porta. Quando Tsukiel pôs a mão para abri-la, uma grande explosão aconteceu e jogou os dois garoto para fora, fazendo com que a porta se quebrasse com o impacto dos dois. Eles caíram alguns metros a frente, no início da montanha. Eles ficaram sujos de terra e a chuva começou a molhá-los. O irmão mais velho sequer parou para pensar em algo, levantou-se num pulo e puxou seu irmão, erguendo-o e correu montanha acima. Frost o seguiu tentando não escorregar.
A montanha não era muito íngreme e isso ajudava os rapazes a conseguir correr para o alto com mais facilidade. Apesar da chuva, não havia muito lodo, o que também facilitava para que eles não escorregassem. Ao chegarem na metade do caminho, olharam para trás e tiveram a visão mais pavorosa que poderiam esperar: a casa estava completamente destruída. Havia uma fumaça negra, e aparentemente tóxica, da explosão. Não havia nem sinal dos pais deles, ou do que quer que estivesse batendo na porta. Tsukiel sentia uma vontade imensa de voltar até lá e tentar encontrar seus pais, mas sabia que era em vão e talvez ele até morresse. Frost estava triste, era impossível não estar. O jovem de cabelos avermelhados virou-se e puxou seu irmão para seguirem o caminho adiante. Não havia nada que pudessem fazer ali.
Na medida em que foram subindo, Frost analisava seu colar em formato de lua crescente, tentando identificar o que poderia ser e como teria alguma utilidade. Tsukiel sentia sua cabeça doer. Tanta coisa estava acontecendo que ele não sabia o que pensar, tentava raciocinar calmamente e pensar numa forma de se refugiar com seu irmão.
Eles caminharam mais um pouco e chegaram no final do caminho. Quando terminaram de subir e chegaram na parte plana, puderam ver uma casa toda feita de madeira alguns metros a frente. Tinham alguns arbustos em volta e muitas árvores, assim como o percurso de subida. A chuva já havia cessado naquele momento, mas, assim como os meninos, a casa estava ensopada. A madeira estava muito molhada e era muito velha, o que fazia com que qualquer brisa que atingisse fizesse com que ela rangesse.
Os rapazes pararam alguns metros atrás da escada de três degraus que separava o chão da varanda. Eles se olharam e Tsukiel decidiu ir até a porta. Frost ficou atrás.
O rapaz subiu os degraus e olhou as duas janelas que ficavam ao lado da porta de entrada. Ambas estavam fechadas por dentro e não era possível ver o que tinha lá. A porta parecida estar trancada também e Tsukiel estava relutante se deveria bater ou não. Ele tomou uma distância e pensou em descer e ir até seu irmão. Quando virou-se, viu que o rapaz estava preso em bolha d'água e ao lado da prisão aquática estava uma garota de longos cabelos azuis que segurava um cajado de madeira. O madeira parecia velha e muito surrada. Havia uma orbe azul na ponta do mesmo e ela brilhava incessantemente.
— Mais um passo e ele morrerá afogado. - Disparou a menina.
— O quê?! Quem é você!? Solte ele agora!! - Gritou Tsukiel.
— Eu o soltarei se me entregar o seu colar. Jogue-o agora ou ele morrerá! - Retrucou.
— Você quer isso? - Respondeu Tsukiel. — Solte-o e eu lhe entrego.
Quando Tsukiel segurou o pingente e estava prestes a tirá-lo de seu pescoço, o mesmo reagiu em sua mão. Ele sentiu uma pressão e seu coração estremeceu. O colar estava reagindo a ele.


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