After the Rain escrita por Stormy McKnight


Capítulo 3
Raios de Sol


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?

Terceiro capítulo. Ahn...esse capítulo é mais "espirituoso" e mostra onde a Noriko "trabalha". Esse capítulo faz um link para o sexto capítulo que eu devo postar em breve.

Boa leitura!



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No dia seguinte, eu e Noriko tomamos o café da manhã, e nos aprontamos. Noriko me disse enquanto estávamos no banho que queria me levar para conhecer a creche onde ela trabalhava.

Eu achei interessante.

Nos vestimos casualmente. Vesti uma blusa rosa com a calça jeans e um par de sandálias de couro. Noriko vestiu uma blusa de seda vermelha, uma saia com estampa de oncinha, e uns sapatos de salto preto.

“Acho que vou pôr um casaco…”, Noriko balbuciou.

Noriko pegou uma parka bege no guarda-roupa e a vestiu por cima da roupa.

“Vamos, Shizuka?”, ela me chamou, “você está pronta?”

“Sim”, repliquei.

Então saímos e pegamos o trem para o trabalho de Noriko.

Nós sentamos em umas poltronas vagas do trem. Noriko sentou no corredor e eu na janela.

“Está ansiosa?”, Noriko quis saber.

“Não. Eu estou normal.”, comentei.

Noriko então colocou uma das mãos na minha coxa direita e me fitou. Em seguida, ela abriu um leve sorriso e esperou que eu olhasse para ela.

Voltei minha atenção para a tal e sorri.

Noriko puxou a minha cabeça com as duas mãos, seus dedos enfiados no meio das minhas mechas de cabelo, e com o meu rosto próximo do dela, começamos a trocar beijos por um tempo.

Algum tempo depois, ouvimos uma voz feminina pedindo os tickets dos passageiros. Foi quando nos afastamos. Noriko sacou os nossos tickets de um dos bolsos do casaco e se preparou para entregá-los a mulher dos tickets.

A mulher dos bilhetes foi passando pelas fileiras recolhendo os tickets, perfurando os mesmos e colocando numa parte do encosto dos bancos.

Quando a mesma veio até nós, Noriko entregou os tickets, e a mulher, que vestia um casaco azul marinho com detalhes dourados, um pequeno chapéu com as abas levantadas, uma saia comprida até os joelhos, meia calça preta e sapatos de salto da mesma cor do uniforme,usando luvas brancas, pegou os tickets e os perfurou, depois os colocou no encosto do nosso banco.

Então ela agradeceu e se retirou.

[...]

Algumas horas depois, o trem começou a se mexer.

Me senti apertada, e avisei a Noriko de que eu iria ao banheiro.

“Tudo bem. Pode ir.”, ela assentiu.

Me retirei e fui ao banheiro. Chegando lá,entrei e me tranquei no banheiro.

[...]

Quando voltei do banheiro, me deparei com Noriko esperando na porta para usar o mesmo.

Trocamos sorrisos e nos separamos. Eu voltei para a fileira onde nós estávamos e esperei ela voltar do banheiro.

Olhei para a paisagem que ia passando pela janela do trem.

Refleti um pouco sobre aquela nossa relação que começava a se desenrolar.

Alguns minutos depois ouvi:

“Voltei!”

Devolvi:

“Bem - vinda de volta.”

Noriko então se sentou no lugar dela. O trem continuou…

“Então, no que está pensando?”, a mesma ficou curiosa.

“Nada…”

“Tudo bem.”

[...]

No meio da viagem, uma vendedora vestindo um colete vermelho sobre uma camisa branca, uma saia da mesma cor do colete, e sapatos da mesma cor, passou com o carrinho dos salgadinhos.

A tal nos perguntou se queríamos algo. Ela disse que havia amendoim, batatinha frita, refrigerantes…

“Eu vou querer um refrigerante.”, disse a mesma.

Ela pegou uma lata de refrigerante e me deu. Então perguntou a Noriko o que ela queria.

“Vou querer um amendoim.”, a mesma respondeu.

A vendedora entregou o saquinho de amendoim para Noriko e em seguida fez as contas na calculadora e nos mostrou.

Noriko pagou com o cartão de crédito e a vendedora ainda perguntou se ela queria o recibo. A mesma disse que não precisava.

Então a vendedora se retirou.

Eu e Noriko desfrutamos do refrigerante e do salgadinho.

Eu já estava começando a ficar com fome e ainda tínhamos uma longa viagem até o trabalho da Noriko.

[...]

Depois de algum tempo dormindo, acordamos, mortas de sono, nos levantamos e saímos na estação.

Da estação, pegamos um Táxi até o endereço da creche, que Noriko havia passado ao motorista e seguimos para lá.

Ao chegar na frente da creche, Noriko pagou o motorista do Táxi, e então descemos do veículo, que se retirou.

Entramos pelo enorme portão e na entrada tiramos o sapato. Noriko abriu a porta de papel de arroz de correr para passarmos e depois de entrarmos, ela a fechou.

No salão com piso de madeira, alguns desenhos na parede, brinquedos espalhados pelos cantos, e uma mesinha, fomos recebidas por uma mulher jovem de uns 28 anos vestindo uma camiseta rosa da instituição, um avental verde, calça da mesma cor da camiseta, com listras brancas na lateral, e de meias pretas. Ela parecia radiante. Nos recebeu com um sorriso carismático no rosto e se curvando um pouco e depois voltando a coluna no lugar.

“Bom dia!”, a mesma cumprimentou.

“Bom dia, Rin!”, Noriko a cumprimentou.

“Bom dia!”, cumprimentei também.

Essa garota retribuiu.

Noriko então fez as apresentações, me apresentando para a garota e apresentando ela para mim.

“Rin é uma amiga minha que ajuda a cuidar das crianças, às vezes ela me substitui na creche quando eu não posso.”, Noriko explanou.

“Entendi. Muito prazer.”, retruquei.

“O prazer é meu.”, Rin rebateu.

Então, Rin voltou-se para Noriko.

“Ei, Noriko! A nossa superiora tem perguntado muito sobre você. Ela diz que você anda faltando muito no trabalho e que tem ligado para a sua casa, mas você nunca atende o telefone.”, Rin balbuciou.

“É mesmo? Me desculpa! É que...eu tenho saio para as baladas de vez em quando. Me desculpa mesmo.”, Noriko se justificou.

“Balada? Você gasta o seu salário da creche com balada?”, Rin exclamou. Ela estava indignada.

“Desculpa. É que...eu andei flertando por ai…”.

“E eu aqui tendo que cobrir todas as tuas ausências...você devia levar o trabalho na creche mais à sério…”, Rin bufou e fez biquinho.

“Desculpa, Desculpa, eu sinto muito…”, Noriko falou arrependida.

Logo veio a superiora de Noriko e Rin. Uma senhora idosa de uns 80 anos, usando óculos de gatinho preto com strass e uma correntinha, camiseta preta, avental verde, calça cinza, e de meias bege.

“Bom dia!”, a senhora nos cumprimentou.

“Bom dia!”, nós a cumprimentamos de volta.

“Bem, o que está acontecendo por aqui?”, a senhora quis saber.

Rin acabou denunciando Noriko.

“Chefe, a Noriko resolveu dar as caras…”, a mesma se queixou.

“Eu estou vendo…”, a senhora ficou só observando.

“E a Noriko disse que tem faltado no trabalho porque ela tem ido para as baladas. E eu disse para ela levar mais à sério o trabalho. Afinal, eu não tenho como cobrir todas as mancadas dela sempre…”, Rin prosseguiu.

“...Eu devia dar umas palmadas na sua bunda Noriko. Eu já perdi as contas de quantos dias você faltou. E manter essa creche não é nada fácil. Logo os pais vão desistir de colocar os seus filhos nessa creche porque nós temos funcionários incompetentes, e com toda razão…”, a senhora rugiu.

“Desculpa, chefe. Eu sinto muito. Não vai acontecer de novo.”, Noriko jurou.

“Eu não aceito desculpas, Noriko. Você quer se redimir, trabalhe!”, a senhora exclamou.

Então eu interrompi a conversa.

“Desculpa interromper. Mas, quem é essa senhora, Noriko?”, indaguei.

A senhora virou para mim e se apresentou.

“Desculpa, meu nome é Michiko Himura. Eu sou a dona dessa creche.”, em seguida ela estendeu a mão para mim.

Me aproximei da senhora e apertei a mão dela.

“Muito prazer, eu sou Shizuka Murakami.”, cumprimentei.

“Muito prazer.”, Michiko devolveu.

“O prazer é meu.”

“Ah, chefe! Tive uma ideia!”, Noriko exclamou.

“O quê?”, Michiko pareceu descrente.

“A Shizuka pode trabalhar aqui conosco...só por um tempo.”, Noriko sugeriu.

“Quê?!”, exclamei.

Noriko voltou o olhar para mim.

“É temporário…”

“Você está insana? Eu já tenho um trabalho. Eu trabalho para uma agência de modelos.”, explanei.

“Eu entendo perfeitamente a sua situação, Shizuka.“, Michiko interrompeu.

“Parece que alguém está tentando arranjar uma desculpa para faltar ao trabalho…”

“O que você está insinuando, chefe?”, Noriko estranhou.

“Noriko! Que coisa feia! Colocar outra pessoa para assumir a sua responsabilidade...e eu não vou aceitar isso. Você já me colocou para te substituir nos dias que você não veio…”, Rin se zangou.

“Desculpa, Rin. Mas...já que a Shizuka está aqui, eu pensei...porque não?”, Noriko argumentou.

“Chefe!”, Rin disse olhando para Michiko.

“...Você tem algum compromisso agora, Shizuka?”, Michiko me interrogou.

“Não. Na verdade, eu estou pensionando na casa da Noriko. Ela me acolheu depois da chuva forte que deu esses dias…”, comentei.

“Mas, na parte da tarde eu preciso ir para a agência de modelos…”.

“Vejamos...você acha que pode ficar um pouco com as crianças? Eu creio que elas vão gostar muito de você.”, Michiko sugeriu.

“Eu não sei…”, fiquei refletindo sobre aquela ideia.

“Por favor, Shizuka. Eu juro que depois eu te levo para o seu trabalho.”, Noriko jurou.

“Olha, Shizuka, se você não quiser, você não precisa ficar”, Rin interrompeu.

“De verdade, não tem nenhum problema eu ficar aqui com a Noriko”.

Pensei mais um pouco sobre aquilo.

“Eu acho que por mim...tudo bem. Mas com uma condição.”, dei o meu parecer.

“Qual?”, Michiko quis saber.

“Eu posso usar o telefone para avisar o pessoal da agência que eu vou faltar hoje?”

“Sim, pode. Se quiser, eu deixo você usar o meu telefone para ligar para o seu trabalho.”, Michiko consentiu.

“Obrigada.”

“Que bom!”, Noriko pulou de alegria.

“Olha, não precisava, Shizuka. Mas, obrigada.”, Rin agradeceu.

“Não se preocupe. Eu te aviso quando der o horário”, Michiko retrucou.

“Sem problemas.”

[...]

Fui com Noriko, e Rin até o pátio da creche onde as crianças estavam brincando nos brinquedos.

Logo, os meninos e meninas da creche vieram correndo até nós.

As crianças pareciam felizes com a volta de Noriko. A mesma pegou uma a uma e as abraçou depois pôs no chão.

Então ela carregou uma das garotas no colo. A menina vestia uma camiseta com listras brancas e vermelhas na horizontal, uma blusinha rosa, shorts jeans, e tênis azul. Ela parecia ter uns 9 anos.

Noriko me apresentou a garotinha.

“Essa é Haruna. Ela é não é fofa?”

“Ela é muito fofinha.”, comentei.

“Quer pegá-la?”, Noriko inquiriu.

“Posso?”

Noriko assentiu e depois passou a menina para mim. A pus no meu colo e fiquei admirando-a.

“Qual é o seu nome, tia?”, Haruna quis saber.

“Meu nome é Shizuka”, repliquei.

“Você é muito fofinha, sabia?”

Haruna parecia inquieta no meu colo. Ela devia ser dessas crianças hiperativas.

Então um garoto fez uma pergunta para a Noriko.

“Tia Noriko, quem é essa moça?”

“Ela é uma amiga minha. O nome dela é Shizuka.”, Noriko replicou.

“Ela veio para passar um tempo com vocês.”

Depois conheci as outras crianças da creche, e então eu e Noriko ficamos olhando as crianças brincarem. Rin ficou vigiando-as.

Eu e Noriko nos sentamos debaixo de uma árvore no pátio e conversamos.

“Essas crianças são tão fofinhas…”, comentei.

“Sim, elas são. Eu gosto muito delas, apesar de o trabalho ser muito duro...por isso eu saio para as baladas.”, Noriko contou.

“E acaba deixando a sua chefe quase ao ponto de arrancar os cabelos...Noriko!”, lembrei.

“E quando eu voltar ao trabalho, você vai sentir minha falta em casa?”, Noriko quis saber.

“Eu acho que eu consigo lidar com isso…”, rebati.

“...Se sentir saudades de mim, quero que você se toque pensando em mim…”, Noriko sugeriu.

Fiquei pensando naquilo…

“...Eu posso tentar. Mas acho que não consigo ficar sem sentir o seu toque…”, falei para ela.

“...Talvez...nós devêssemos providenciar uns brinquedos para nós…”, Noriko avaliou.

“É, parece uma boa ideia.”

16:30 - Liguei do escritório de Michiko explanando para o pessoal da agência de modelos o motivo da minha ausência e avisando que no dia seguinte eu iria voltar. O pessoal entendeu e me liberou para ficar com as crianças.

18:00 - Os pais das crianças vieram buscá-las. Nós tomamos um lanche com eles e depois eles foram embora. Eu, Noriko, Rin e Michiko ficamos sozinhas na creche.

Rin se despediu de nós e foi embora. Logo, apenas eu, Noriko e Michiko ficamos.

“Vocês duas querem que eu as acompanhe até a casa de vocês?”, Michiko se ofereceu.

“Não precisa, muito obrigada”, agradeci.

“Tem certeza?”, a mesma insistiu.

“Sim. Está tudo bem.”

“Tudo bem. Cuidem-se!”, Michiko desejou.

“Obrigada.”

Pegamos o trem na estação para voltar para Shibuya. Eu e Noriko acabamos dormindo juntinhas em nossas poltronas. Estávamos em um sono ferrado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado^^

Até a próxima postagem!



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