A Presa escrita por bombomlegal


Capítulo 3
A chegada


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, após muito tempo sem postar, finalmente resolvi voltar a ativa (brinks, é só que eu percebi que esse capítulo já estava pronto mas eu não aceitava)
Pretendo concluir a história logo, espero que quem lê tenha paciência de aguardar ♥
Só em caso de terem esquecido, Jonathan estava tendo lembranças da sua cidade e sua vida em NY no ultimo capitulo.
Beijos e boa leitura ♥



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Finalmente chegara a Swanford. Ou pelo menos no aeroporto de Swanford. Havia uma estrada que separava o aeroporto e o centro da cidade. Tinha que buscar seu carro que ficou na cabana, esperando por sua volta. Nem lembrava mais de como dirigi-lo.

 Desceu do avião e esperou, em frente a esteira de rolamento, por sua bagagem. Não demorou muito. Isso foi estranho para ele. Normalmente, a caça a sua bagagem demora uma eternidade.

 -Deve ser meu dia de sorte— sussurrou para si mesmo.

 Pegou sua mala vermelho sangue e foi para a cabana. O caminho era longo, mas nada que ele não aguentasse. Pena para ele, que sua mala estava mais pesada do que quando foi para Nova York. Comprou alguns presentes para sua família e alguns amigos mais próximos.

Saiu do aeroporto e viu aquela estrada de 2 km até a floresta. Andou calmamente, sabia que demoraria um pouquinho para chegar até a cabana, e não adiantaria se cansar e gastar todas suas forças naquele momento.

A medida que andava, seu corpo arrepiava. Era um arrepio bom, de ansiedade, mal sabia o que lhe esperar e isso agradava ele. Olhava para todos os lados enquanto andava. Respirava intensamente e seu coração batia tão rapido, era tão bom sentir isso. Foi quando parou pra pensar.

Será que meu carro ainda tem gasolina? — sussurrou novamente.

Avistou um posto próximo a entrada que ele utilizaria pra adentrar a floresta.

—Olá, vocês tem galão de gasolina pra vender? – perguntou na loja do posto.

—Temos sim, pode escolher um ali naquela última prateleira.

Pegou o menor galão, em caso de não ter gasolina no carro. Foi até o caixa e pagou. Quando saiu da loja, viu um grupo de gente estranha, pareciam caçadores, mas com maquiagem estranha. Isso o fez arrepiar, mas ele tinha que seguir para a cabana. Ignorou e entrou na floresta.

Estava tão calmo, aquela floresta o fazia se sentir tão bem. Até gostava da cabana estar relativamente distante. Isso lhe daria mais tempo com a natureza.

A medida que andava, lembrava de Jaqueline. A levara naquela cabana cerca de um mês antes de ir embora para Nova York. Os dois ficaram lá, juntos. Curtiram um ao outro, e foi a primeira vez que transaram. Foi mágico, eles se encaixaram perfeitamente, naquele momento, Jonathan sentiu que ela era quem ele amava mesmo.

Estava tão focado na lembrança, até que um barulho o fez voltar a realidade.Isso o fez parar por um momento. Era um tiro. Não sabia de onde vinha. Mas sabia que era de perto, o barulho foi muito alto. Talvez estivesse caçando coelhos, aquela era uma floresta muito comum para a caça de coelhos. Quase que um ponto de referencia da cidade.

Continuou andando, até que ouviu outro tiro, só que esse parecia ter sido mais perto ainda. Seu coração gelou um pouco, porém ele precisava chegar até a cidade. E voltou a andar novamente.

Foi quando ele ouviu novamente o tiro, só que dessa vez atingiu uma arvore perto dele. Ele olhou para trás, e lá estavam eles. Eram quatro. O mesmo grupo que ele viu no posto de gasolina e o fez arrepiar. Estavam encarando ele, rindo. Seu coração acelerou.

—E ai, gente – disse, com sua voz um pouco trêmula – vocês avistaram algum coelho por aqui?

—Sim – gritou um deles.

—E ele está falando com a gente – disse outro, sorrindo.

Aquele sorriso fez Jonathan arregalar os olhos, espantado de medo. Dizem que sua vida passa diante de seus olhos em momentos como esse. Para ele, tudo o que passava eram seus momentos com Jaqueline. Será que nunca mais a veria?

Então, um deles levantou a espingarda, na direção de Jonathan, e ele só pensava se conseguiria sobreviver. Será que aquele era seu último momento de vida? Ninguém sequer saberia de sua morte, ele seria apenas um corpo perdido na floresta? Não poderia ser verdade.

Ouviu um tiro, novamente atingiu outro tronco. Talvez a vida estivesse dizendo para ele que ele pode sobreviver. Largou suas coisas e saiu correndo, sem olhar para onde ia. Apenas correu sem olhar para trás e em zig zag.

—Que a caçada comece – disse o líder do grupo.

Jonathan nunca havia ficado tão desesperado quanto estava naquele momento. Não sabia o que fazer. Não tinha armas, não tinha nada. Na primeira chance, parou, atrás de uma árvore, e respirou. Não podia deixar o sangue esfriar, apenas recuperou o folego e começou a pensar.

Já brincara de esconde-esconde naquela floresta milhares de vezes. Apesar de ter sido há muito tempo, sua memória não era ruim, tudo que ele precisava era reconhecer alguma área da floresta que saberia como chegar na cabana. Lá havia a dragunov, era sua chance de se defender. Seguiu reto, em busca de um lugar que ele reconhecesse.

Não tinha nem ideia de onde estava, ele saiu da trilha que conhecia. Torcia para aqueles caçadores não conhecerem muito bem a floresta. O que faz uma pessoa ser tão doentia a ponto de caçar um ser humano? Ele não era um animal irracional, muito menos um coelho qualquer. Ele era um ser humano, com sentimentos, que pensava, não uma presa. Esses pensamentos lhe dava arrepios enormes.

Caminhou, cautelosamente, até identificar onde estava. Lá foi onde seu pai disse para ele atirar em um coelho pela primeira vez e ele não conseguiu. A partir dai sabia como chegar na cabana. E assim o fez.

Finalmente, ele chegou até seu destino, agora tudo o que precisava era destrancar e entrar na casa. Foi ai que lembrou, ele não estava com a chave. Ela estava na mala que largou pra trás quando correu por sua vida. Não tinha como ele voltar até lá, era muito arriscado. Precisaria invadir. Todavia, invadir a casa era um perigo enorme, e se ele fizesse muito barulho? Encontrariam ele em um segundo a partir disso.

Pensava, e martelava ideias em sua cabeça e nenhuma servia. Esse era seu problema, nunca agia por impulso, nunca seguia apenas seus instintos, ele tinha que pensar tudo antes. Isso o levaria á sua morte, ou não, talvez esse fosse seu meio para sobreviver.

O barulho de vidro quebrando surgiu a toda altura. Jonathan quebrara a janela da sala da cabana e entrou a força. Correu para a garagem onde estava a arma e o carro. Suas chaves estavam em algum lugar da casa, mas ele não lembrava onde.

Galhos sendo quebrados podiam ser ouvidos.

—Droga, eles me encontraram!

Pegou a dragunov e segurou firme, conferiu se havia munição nela, e não havia. E agora? Todo aquele esforço e não tem como ele se defender. Jogou a sniper no chão e trouxe a mão até seu rosto, em desespero. Passava as mãos por seus cabelos crespos e suados.

—O que fazer agora?

Ele era um alvo fácil ali. Correu para a cozinha. Pegou uma faca que segurou em sua mão esquerda, que era a mais precisa. Pegou mais quatro facas pequenas, aquelas eram para arremessar. Treinara isso quando pequeno. Não que planejasse um dia usar, mas ele achava legal arremessar facas. Era bom nisso. Colocou as quatro numa sacolinha de pano, e amarrou em seu cinto. Pegou mais duas facas, guardou em caso precisasse. Ele poderia até ser caçado, mas não morreria sozinho.

Abaixou, atrás do sofá, para ouvir de onde vinham os passos, sem ser visto pelo lado de fora. Analisou com calma. Seu coração batia a mil. As passadas sumiram, não ouvia mais nada, até que alguém bateu na porta.

—Não pode ser, que tipo de assassino bate na porta do alvo?

Levantou cautelosamente. Precisava conferir pelo olho mágico quem era. Nunca entendeu aquele olho mágico na porta de uma cabana. Nesse momento, agradecia por ele existir.

Verificou. Não acreditava naquilo. A Ana havia seguido-o até a cabana. Como ela sabia como chegar lá? Como ela passou pelos caçadores sem ser vista, isso não importa mais, ele precisava colocá-la dentro da casa com urgência, antes que vissem ela. Gritou para ela ouvi-lo.

—Ana, eu to sem a chave. Corre até o outro lado, vai ter uma janela quebrada, entra por ela, vou te esperar lá, vai rápido!

—Que? Por que? Você não está com a chave?

—Não, só faz o que eu falei e eu te explico depois!

Ouviu as passadas se afastando e seguindo suas instruções, correu até a janela quebrada e esperou por ela. Como ele sairia dali? Como a Ana chegou lá? E como ele sairia vivo e com ela a salvo?

Ela apareceu na janela. Mandou ela apressar para entrar. Entrou velozmente, porém ainda confusa. Jonathan pegou seu braço bruscamente e a puxou, levando-a para a garagem, o lugar em que não tem como eles serem vistos pelo lado de fora.

—O que você está fazendo aqui? Como você chegou aqui? – perguntou brutamente.

—Eu não podia deixá-lo vir embora, eu senti saudades, eu te amo, Jo. Por favor, não me deixe – ela suplicava.

—Mas como você conseguiu chegar na cabana? É no meio da floresta!

—Eu prestei muita atenção quando você explicou como chegava aqui, ai quando descobri quando você vinha embora comprei uma passagem pra vir no mesmo dia que você, ai tudo que precisei foi lembrar o caminho que você disse.

—Quando você veio, tinha uma mala vermelha no caminho?

—Não, por que?

—Droga, eles devem ter pego – sussurrou para si - Se eles pegaram podem entrar na casa a qualquer momento!

—Eles quem, meu amor?

—Não me chama assim! Me ajuda a fazer uma barricada na porta, rápido!

—Me explica o que está havendo!

—Vem! – sussurrou grossamente – Eu te explico enquanto fazemos a barricada!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e até o próximo capítulo ♥



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