POV Harry

Acordei enrolado no lençol da cama completamente nu, o que comprovava que aquilo que eu me lembrava realmente tinha acontecido. Eu não tinha sonhado, mas ela não estava ao meu lado. Me estiquei procurando por ela, mas é claro que ela não estaria mesmo ali.

Conhecia bem as táticas de Nina pra saber que aquilo apesar de real, “NUNCA teria acontecido”.

Me sentei na beirada da cama tateando o criado mudo até achar meu relógio

“Nove e vinte” - O coloquei de volta e esfreguei os olhos.

Ela não sentia pena. Sorri feito um idiota.

Não sentia pena e não só tinha sentimentos, como também uma atração que não controlava por mim. Passei a mão no cabelo sem conseguir acreditar naquilo.

Não tinha ideia do que ia encontrar quando saísse dali, mas decidi não me apavorar. Tomei um banho, dessa vez mais consciente e centrado, vesti só o shorts, coloquei meus óculos e achei Berta bem do lado da porta. Sai do quarto ouvindo as vozes vindo da sala. Nina e Layla gargalhavam de algo, mas logo pararam, provavelmente ao me notarem. Então uma coisa muito estranha aconteceu. Ouvi a doce voz de Nina sair com uma animação que parecia natural, mas era estranho ser para o momento em que nós dois estávamos:

—Bom dia, Mon Amour! – sua voz se distanciou, provavelmente agora estava de costas – E a testa?

 Levei a mão até o galo que tinha esquecido de ter feito.

—E ai, cara? – Niall colocou a mão em meu ombro esquerdo – Tá melhor?

—Bem melhor – respondi desconfiado

—Sua cara tá bem melhor mesmo, apesar do galo – Lay riu pelo nariz – Ontem parecia um zumbi.

—Verdade – Nina riu descontraída – Quase te inscrevi para ser figurante de The Walking Dead.

—Engraçadinha – ri sem humor

—Dormiu bem? – Lay perguntou e eu vi uma ótima oportunidade

—Eu dormi como não dormia a muito tempo – cutuquei – Principalmente depois do galo - ouvi Nina pigarreando longe, finalmente uma reação verdadeiramente dela.

—Que ótimo, cara. – Niall apertou meu ombro, não tinha ideia de nada – Só espero que não tenha tido uma concussão

—Menos, Niall, foi SÓ um galo. – a voz de Nina tinha mudado drasticamente e eu achei graça, então uma cadeira foi arrastada.

—Bom – Layla parecia estar de pé – Vou correr no shopping antes que vocês decidam ir à praia de roupas intimas OUTRA VEZ. Niall.... – ela tentou, mas Nina foi mais rápida

—Fica. Niall fica. – disse se movimentando demais. Estava agitada, não conseguia fingir muito tempo – Eu vou com você.

—Tá bom – A voz de Lay saiu esganiçada, percebeu que alguma coisa não estava tão normal quanto Nina tentava transparecer.

As duas saíram rápido e eu e Niall tomamos café com calma, era a primeira vez nos últimos meses que que meu apetite cooperava então comi sem grandes esforços de ninguém, enquanto Niall assistia ao tornei de tênis na tv.

Elas voltaram e enquanto Layla nos entregava as roupas que comparam, Nina entrou para os quartos sem nem dizer nada. Lay logo seguiu seus passos enquanto eu e Niall esperávamos.

—Partiu, migos – Nina voltou em alguns segundos com sua super animação quase irritante. Senti seu perfume mais forte perto de mim, não perderia a chance.

—Você me ajuda, Nina? – minha voz saiu carregada de uma ironia que eu não pude conter. Queria provoca-la e ela não me negaria ajuda.

Não me respondeu, mas em segundos senti sua mão tocar a minha e seu corpo pareceu estremecer com o toque de nossas peles. Por essa ela não esperava. Tentou disfarçar, mas sorri sacana para que soubesse que eu tinha notado.

Caminhamos calados até o deque, então Niall e Lay saíram correndo na frente. Ouvi a gritaria e as risadas dos dois brincando já na areia e a respiração de Nina mudou. Senti seu braço se enrijecer.

—Tudo bem? – perguntei continuando com a provocação

—Claro – animação demais. Bufei e ela ignorou – O sol tá forte e o dia tá lindo. Perfeito para um dia de praia. Bem estranho pra essa época do ano, não acha? – não esperou que eu respondesse e continuou tagarelando sem parar. Ela andava a passos largos, rápido demais – Não tem muitas pessoas aqui e é isso que eu amo nessa praia. Quando éramos crianças nossos avós nos traziam aqui. Eu, Brooke e Nate rolamos muito nessa areia. Lydia e Jamie também rolam. – A areia era fina e era difícil de manter o equilíbrio com ela me puxando daquele jeito – É como uma tradição, Nate trouxe os filhos, eu trarei os meus, SE por acaso tiver filhos um dia, e com certeza Brooke também trará os dela. Ela não tem filhos ainda...

—Nina... – tentei faze-la parar quando quase tropecei.

—Mas com certeza vai ter! – apertou mais ainda o passo. Falava para me evitar.

—Hey, devagar! – Falei um pouco mais alto usando minha força para puxa-la para trás.

Ela finalmente parou percebendo o que estava fazendo. Respirou fundo.

—Me desculpa, eu... – não continuou, ficamos alguns segundos em silêncio e eu pensei que talvez fosse a hora de dizer algo, aquilo estava ficando ridículo.

—Nina...

—Ela namora um cara, o Julian, há uns quatro anos. – me cortou, voltando a andar – Ele é muito legal, mas não pediu ela em casamento até agora. Tudo bem que estão na África por causa de um filme que ele tá produzindo, ou seja lá o que ele faz, eu nunca me preocupei em perguntar exatamente o que o trabalho dele significava. E se fosse eu não faria o pedido até voltarem. – Paramos – O que você acha, Lay?

—Sobre?

—Julian vai pedir Brooke em casamento? – alguns segundos de silêncio foram feitos enquanto Nina se afastava de mim.

—Como é que eu vou saber?

—Óbvio que não vai – Nina respondeu com uma voz tediosa – Vou dar um mergulho

Me virei para a direção do barulho do mar como se pudesse vê-la se afastar e senti alguém parando ao meu lado. Lay suspirou fundo.

—Ela tá fugindo bonito de você. – comentou e eu contrai minha mandíbula. – Por acaso, depois do seu galo vocês se beijaram de novo?

Não mexi um centímetro, e nem disse nada. Então Layla sabia, em partes. Ela bateu palma e eu me assustei.

— Se beijaram de novo! – afirmou animada e então segurou meus ombros – Não caia na dela, Harry. Se der espaço ela vai te afastar.

—Já fez isso – dei de ombros

—Não! – Layla também estava bem agitada – Sério, não de espaço.

Niall apareceu trazendo água para Lay e o assunto morreu. Nina passou o dia todo bem longe de mim, não só me evitava como também evitava os outros. Ficou calada o tempo todo e quando Layla tentava puxar assunto com ela, respondia com monossílabas.

Mas eu não cederia a essa criancice. Resolveria isso antes de irmos embora, e graças aos céus podia contar com a ajuda de Lay.

POV OFF

Nina Scott nunca fui boa em fingir.

Sempre foi extremamente sincera, então nunca tinha se dado ao trabalho de tentar fingir qualquer coisa em qualquer situação com todos os seus contatinhos, até aquela fatídica manhã em que acordou mais uma vez nos braços de Harry, mas agora sem toda a inocência das outras vezes.

Ela decidiu que aquilo em nada mudaria a relação deles. Tentou agir como sempre, mas descobri que não conseguiria continuar assim que ele a tocou. Podia tentar se enganar pensando que ele tinha sido só mais como qualquer outro com quem já tinha transado, afinal sexo não era grande coisa.

Tinha acontecido e agora seguiriam em frente como amigos de novo, mas ela não contava com o fato de que seu corpo ainda vibrava por ele.

Se manteve o mais distante que pode e tentou não pensar que não poderia ignorar aquilo pra sempre.  

 Assim que voltaram da praia ela correu para o banho, tentando inutilmente condicionar sua mente para não pensar na última noite, para resistir os impulsos de toca-lo, de ficar por perto.

Layla fez o jantar de novo, os três pareciam extremamente descontraídos, mas ela nem mesmo disfarçava.

—Não tocou na comida de novo, Nina – Niall tirou seu prato ainda cheio de sua frente

—Não tô com fome – se espreguiçou forçando um sorriso para Niall

—Vai dar uma de Harry? – Harry abriu seu melhor sorriso e ela se arrepiou inteira com aquela voz.

“MERDA!”

—Acontece – deu de ombros o mais natural que conseguiu e se levantou rápido – Vou deitar, minha cabeça tá explodindo.

—Aaaah não, Nix. – Layla protestou

—Se comportem – sorriu amarelo e correu para o quarto o mais rápido que pode.

O silêncio pairou na mesa.

Layla passou o dedo envolta da taça de vinho e a encarou enquanto mordia o lábio pensativa. Harry suspirou passando a mão no rosto mentalmente exausto, não tinha ideia de como lidar com ela.

Niall observava os dois desconfiado.

 -Alguém quer me dizer qual é o rolê? – ele finalmente disse e Lay suspirou. Ela e Harry continuaram quietos esperando que o outro dissesse, mas ninguém tomou a frente – Ah, qual é? Por que eu tenho sempre ser excluído das coisas?

—Ninguém tá te excluindo. – Layla foi rápida – Harry e Nina se beijaram.

—O QUE?? – Niall gritou indignado

—Shhhhhh!! – Harry bateu na mesa com medo que Nina os ouvisse

—Caralho, por que você não me contou?

—Não sabia que ela ia contar pra Lay. – Harry suspirou.

—Por isso ela tá esquisita? – Lay concordou com a cabeça – O que vai fazer?

Harry balançou a cabeça irritado

—Eu não sei...

—Cara, mas foi só um beijo – Podia parecer simples. Uma conversa resolveria tudo, afinal supostamente tinha sido SÓ um beijo.

Claro, que essa era a parte que Lay e Niall sabiam. Mas nem mesmo um beijo seria simples.

Um beijo comum em uma pessoa comum talvez, mas os beijos de Nina e Harry eram carregados de sentimentos, eram como fogos de artifício explodindo no céu. Aquilo nunca era simples, ainda mais com todo o resto. Harry ainda perdia o folego lembrando daquilo. O gosto de Nina, suas curvas perfeitas, seus lábios macios. Ele daria tudo para percorrer aquele caminho outra vez.

—Eu não sei de mais nada. – se limitou a manter as coisas como estavam.

O dia seguinte seguiu da mesma forma que o anterior, Nina fingindo que nada tinha acontecido, mas mantendo uma distancia segura de tudo a sua volta. Ficaram na praia o dia todo e no final da tarde depois já terem voltado para o apartamento Nina decidiu que não conseguia ficar presa ali. Saiu sem que ninguém percebesse.

—Tudo bem – Niall respirou fundo olhando Nina sentada na areia – Ela tá bem na nossa frente, a uns trinta e cinco passos.

—Certeza? – Harry também respirou fundo. Estava nervoso e não era só porque ia ter que chegar até ela sem parecer patético.

—Posso te levar até lá

—Não. Preciso fazer isso sozinho – Niall sorriu mesmo sabendo que Harry não o veria

 -Boa sorte, cara. – apertou o ombro do amigo – Qualquer coisa liga.

 Harry sorriu para ele e deu seu primeiro passo.

Ele contou exatos trinta e cinco passos, mas não achava que estava no lugar certo. Podia sentir o cheiro do bronzeador que Nina tinha passado mais cedo chegar até ele junto com a brisa, então deu mais dois passos e sentiu Berta bater em alguma coisa.

 -Ai!

 -Desculpa, não vi você aí – ele debochou

 -Babaca – a voz dela não era das melhores

 -E então? – ele perguntou se sentando devagar ao seu lado – Julian vai pedir Brooke em casamento?

Harry ouviu o riso anasalado de Nina enquanto dobrava a bengala. Ela sabia o quanto aquele papo tinha sito ridículo e empurrou seu ombro brincalhona.

—Idiota!

—Vai continuar me xingando, ou podemos começar a agir como adultos aqui? – ele jogou um belo balde de água fria nela.

 -Harry... – ela suspirou sentindo toda a tensão voltar para seus ombros

—Sério mesmo que achou que podia simplesmente ignorar tudo? – ele estava irritado – Por que sempre tem que complicar as coisas, Nina?

 -EU? – ela quase gritou sem acreditar que ele estava jogando toda a culpa nela. – Fizemos isso juntos.

 Ele balançou a cabeça

 -Não tô falando do sexo, tô falando de ignorar isso e se afastar

 Ela se levantou indignada

 -O que você esperava de mim, Harry? – abriu os braços se sentindo totalmente julgada. Ele não entendia seus motivos e nem mesmo se preocupava em tentar, aquilo estragaria tudo.

 “Esperava te encontrar ao meu lado de manhã. Esperava pode sentir seus lábios me acordando, sentir seu cheiro, seu corpo. Esperava poder ama-la de novo.”— pensou

 -Não esperava nada! – mentiu

 -Então por que precisamos falar sobre isso? Mas que porra! – o sangue de Nina fervia. Sentia toda a situação como se fosse uma bomba prestes a explodir. Ela não queria falar, não queria ouvir, mas ele estava ali colocando-a contra parede.

—Porque somos amigos, é isso que fazemos. – ele se levantou também

—Não! – Nina andava de um lado para o outro quase perturbada demais – Nós transamos, não fazemos isso e essa merda agora vai atrapalhar tudo entre nós.

—Só se você deixar. – ele começou a se exaltar também – Podemos muito bem transar e sermos amigos sem problemas – então jogou aquilo, como se não houvesse nada mais simples no mundo.

Ela arregalou os olhos sentindo como se seu coração fosse pular pra fora da boca em segundos. Bufou soltando uns grunhidos nervosa e cobriu o rosto segurando o impulso de bater nele.

 -Não acredito que tá me propondo isso – sua cabeça parecia que ia explodir de raiva

 -Vai dizer que não foi bom? – ele deu um sorriso esperto. Sabia muito bem o que tinha causado nela.

 -Foi bom pra caralho! – ela respondeu com a raiva nítida em sua voz ainda com o rosto coberto 

 Ele estendeu as mãos e deu um passo a frente para toca-la.

—Então para de se preocupar tanto – ele tirou suas mãos que cobriam seu rosto em um movimento delicado – Somos iguais, sempre fomos – ele sorriu por suas próprias palavras. Nina estava tão hipnotizada por aquele tom de voz que Harry havia tomado que nem mesmo notou toda aquela proximidade, e de repente, tudo o que ele falava parecia fazer sentido – Você não quer nada com ninguém e EU muito menos. – ele mentia descaradamente, mas tudo valia para tê-la – Usamos pessoas desconhecidas, mas e se não precisássemos?  E se no dia seguinte tudo fosse simples, e não precisássemos fingir sobre segundos encontros ou ligações que nunca vamos fazer. Pensa, Nina, seria perfeito. Somos melhores amigos, por que isso não daria certo?

Nina pensou por alguns segundos e então a imagem de Jimmy desesperado na frente de sua porta se fez vivida. Ela se soltou bruscamente.

—Porque se você se apaixonar, eu vou ter que me afastar e eu não quero...

—Ah, pelo amor de Deus! – ele riu secamente – Eu não sou um adolescente, caralho. Não precisa se preocupar, não vai acontecer!

—VAI SIM! – ela gritou

 -Nem todo cara se apaixona por você, Nina. Não é como se você fosse a mulher mais irresistível do planeta – Harry disse sarcástico, sabia que aquilo a irritaria ainda mais e realmente irritou muito. Uma pontada de decepção atravessou o coração de Nina com aquelas palavras

 -Não é como se você pudesse saber disso – depois de alguns segundos de silêncio ela devolveu a altura com um tom de voz completamente diferente. Era desafiador.

Ele soltou um sorriso verdadeiro. Lá estava ela, marrenta e petulante, como a primeira vez que se encontraram no Joe´s. Nem um pingo do seu lado frágil que Harry tinha desvendado. Ali tinha só aquela atração inebriante. Harry sabia que estava no caminho certo.

—Tem certeza que isso é medo de EU me apaixonar? – ele cruzou os braços sorrindo sacana para ela.

Desde ontem ela tinha voltado a ver aquele sorriso em seus lábios, fazia tanto tempo que não o via que tinha até se esquecido do quanto o deixava lindo. Do quanto me irritava, do quanto a provocava.

—Tá insinuando o que? – ela cruzou os braços também quase indignada

—Eu me garanto – levantou as mãos como se estivesse se rendendo, como se não tivesse nada a esconder – Não vou me apaixonar por você, Nina. – suas palavras eram sérias, frias. Totalmente certas, cheias de uma convicção que nem ele sabia de onde vinha – Mas e você? – arqueou a sobrancelha enquanto mordia o lábio – Será que isso não é medo de VOCÊ se apaixonar por mim?

Ela riu descrente da pergunta.

—Não seja idiota.

 -Você mesma disse que tinha uma atração louca por mim. – ele desdenhou rindo – incontrolável. Talvez já esteja apaixonada.

 A mandíbula de Nina travou no segundo em que ele usou suas próprias palavras contra ela. Ela se aproximou tanto dele que suas bocas quase se tocaram.

—Vai. Se. Ferrar. – ela rosnou – Sabe que eu sou uma vadia sem coração. – deu alguns passos para trás, mantendo um pouco da distância, o deixando com a boca seca por um beijo.

—Então não tem problema algum a gente transar as vezes, não tem perigo de se apaixonar. – ele engoliu em seco e continuou despreocupado. A excitação que subia de seus corpos se tornava quase palpável.

—Perigo nenhum – Nina disse firme, totalmente convencida

—Então podemos fazer isso, ninguém vai se apaixonar mesmo. – deu de ombros

—Podemos! – ela nem ao menos percebia com o que estava concordando. Mas estava cega por aquele sorriso esperto nos lábios de Harry.

Gostava do que aquilo havia despertado nele. Não tinha melancolia, dor ou sofrimento ali. Só um tesão absurdo que parecia levantar todo o ar em volta deles.

—Ótimo! – ele finalmente agarrou seu braço puxando-a para ele e apertando sua cintura sem nenhuma delicadeza – Então vem aqui que eu não aguento mais ficar tão longe de você. – e a beijou com presa, sedento dela, cheio de desejo e uma saudade que Nina entendia perfeitamente. Podia senti-la em cada parte de seu corpo também.

Alguns minutos depois o elevador do prédio parecia pequeno demais para os dois. Não aguentavam ficar longe um do outro, era como se seus lábios tivessem imãs que os atraíssem a todo o momento. Estava tudo quente demais, afobado demais.

Harry ouviu a porta do elevador abrir e mais que depressa puxou Nina para que saíssem, não tinha a menor ideia de para onde ir, mas queria ir logo.

Nina o puxou de volta rindo enquanto olhava para a cara de um senhor perplexo com a cena.

—Andar errado – ela gargalhava enquanto ele distribuía beijinhos por seu pescoço e colo rindo junto.

A porta abriu de novo e dessa vez saíram os dois juntos sem ao menos conseguirem separar o beijo. Harry estava um pouco perdido, mas assim que encontrou a parede com uma das mãos empurrou Nina para ela sem muito cuidado. Não conseguia acreditar que aquilo realmente tava acontecendo. Parou por alguns segundos sentindo a respiração dela tão ofegante quanto a sua, mordeu seu lábio inferior e ela não aguentou, puxou sua nuca fazendo-o beija-la de novo.

Nina abriu a porta e entraram quase tropeçando um no outro. Esbarraram no balcão e Harry ouviu o barulho de algo quebrando.

—Harry!! – Nina o repreendeu e ele gargalhou

—Você é a pessoa que enxerga aqui, minha filha – ela riu junto com ele empurrando-o delicadamente para o outro lado, o encostou em algo e logo ele percebeu que estavam na pia.

 Harry sentiu seus óculos sendo tirados de seu rosto, mas não se importou. Na verdade, achou justo tirar algo dela também. Puxou o laço de seu biquíni e Nina mais do que depressa se livrou dele. Arrancou a camisa de Harry e colou seu corpo no dele fazendo-o sentir o quanto seus mamilos estavam firmes.

Harry a virou e a colocou em cima da pia arrancando o que restava da parte de baixo de seu biquíni enquanto deixava sua língua brincar com os mamilos dela.

Nina jogou a cabeça para trás se sentindo embriagada por ele. Harry voltou a beija-la enquanto abaixava seu shorts e ela tentava ajuda-lo louca por ele. Não houve nenhuma preliminar ali, pois o desejo era insano. Ele a penetrou e ela o engoliu enquanto se beijavam doidos um pelo outro.

Ela passou a se mover mais rápido, entre gemidos, enquanto Harry contornava o que podia de suas curvas para que jamais pudesse esquece-las, e ali se entregaram totalmente um ao outro.

Nina relaxou a cabeça no ombro de Harry, abraçada nele enquanto tentava recuperar o fôlego. Logo se afastou para olha-lo e lá estava, aquele sorriso satisfeito. Lindo.

Foi a vez de Harry de apoiar a cabeça no ombro de Nina sem desmanchar seu sorriso.

Ela levantou seu rosto e beijou de novo, mas dessa vez sem tanta pressa, apenas desfrutando daqueles lábios deliciosos.

Harry continuou sorrindo quando ela se afastou, ela suspirou.

—Eu queria poder te levar pra cama... – ele riu menos descontraído do que antes, e ela não pode deixar de notar a uma certa magoa transmitida em sua voz.

Então passou as pernas por sua cintura e os braços por seu pescoço.

—Eu te ajudo a chegar lá – sua voz era doce e delicada, Harry não se lembrava de já tê-la ouvido assim antes.

Ele a pegou no colo e se livrou do shorts deixando-o cair de vez em seus pés. Não estavam nem aí com as roupas jogadas na cozinha.

—Tudo bem, vamos para a esquerda. Cuidado com os cacos! - Nina riu - Agora vai reto e esquerda, mais um pouquinho – Nina o guiava e ele tentava fazer o melhor que podia – Agora um pouco pra direita, mais um pouco. Agora direita de novo, não esquerda! – se confundiu e Harry acabou virando um pouco rápido tropeçando em um dos pufes da sala e caindo junto com Nina sobre o sofá.

Ele podia se frustrar por aquilo, mas logo foi contagiado pela gargalhada gostosa de Nina e resolveu que aquilo era o de menos naquele dia tão bom.

Eles sentaram lado a lado no sofá enquanto gargalhavam até a barriga doer e quando não aguentaram mais, Nina voltou para o seu colo. Selou seus lábios em um beijo rápido e o viu sorrindo fraco.

—Sinto muito por isso – ele balançou a cabeça negativamente pensando no fiasco que era e Nina voltou a rir, só que um pouco mais discreta.

—Na verdade, isso me deu uma ótima ideia – ele pareceu não entender e ela sussurrou em seu ouvido com aquela voz arrastada e forte de quando queria ser sexy – Vamos transar em cada cômodo desse apartamento – mordeu o lóbulo da orelha dele o fazendo estremecer.