Purple Light escrita por Isa


Capítulo 1
PRÓLOGO


Notas iniciais do capítulo

Essa fic é um pouco diferente de tudo que já fiz.
Espero que gostem!



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Ela se livrou dos lençóis sentando-se na beirada da cama. Tentou estralar o pescoço, mas sem sucesso levantou-se caminhando pelo quarto sem se preocupar com sua nudez. 

Pegou o copo de whisky da mesinha de centro e o virou num só gole fechando os olhos ao sentir o líquido queimar sua garganta. 

 

Travis observava tudo. Cada mísero movimento leve da garota parecia-lhe interessante. 

A acompanhou com os olhos enquanto ela ia até a janela aberta que emitia os primeiros raios de sol. 

Ela deu uma espiada na rua meio por trás da cortina, mas não por vergonha, claro que não. Travis nunca conhecera alguém tão alto confiante quanto ela. 

Seus olhos, um pouco borrados da maquiagem, fitavam a rua com atenção, mas com a mesma frieza que permaneceram a noite toda. 

A luz batia em metade de seu corpo, revelando o vibrante tom roxo de seu cabelo. 

 

Travis lembrava perfeitamente do momento em que pôs os olhos em Nina no bar ontem. 

Um vestido preto simples, um batom vermelho, lindos olhos castanhos envoltos por cílios gigantescos e um cabelo que de relance parecia apenas castanho, mas que na luz tomavam um tom arroxeado. Nada que se comparasse com o atual momento onde o roxo brilhava vivo. 

 

—Você já pode ir - ela disse suave sem se preocupar em olhá-lo

 

Ele sorriu meio surpreso. 

Ela deixara claro o que queria na noite passada. Não era do tipo que esperava uma aliança ou uma promessa de amor eterno depois do sexo, mas ele nunca chegou a imaginar que ela seria tão... ele.

Tal pensamento o fez rir. 

 

—Geralmente eu dispenso, e não sou dispensado. 

 

—Sempre tem uma primeira vez.

 

Travis riu 

 

—O mundo precisa de mais mulheres do seu tipo 

 

Ela finalmente o fitou com um sorriso de canto. 

Mais uma coisa curiosa sobre ela: seus sorrisos não eram constantes e se limitavam aos lábios. Os olhos continuavam os mesmo, como se guardassem algum tipo de segredo, uma dor que cintilava as vezes. 

 

O contato visual durou pouco, logo ela voltou a fitar a bela vista da janela do hotel.

 

—Meu tipo? - ela pareceu curiosa ao entrar no banheiro para vestir seu robe 

 

—Tipo de mulher que não se apaixona - Travis explicou enquanto vestia as calças. - Pra sua sorte, sou o tipo de cara que não se apaixona também. Isso pode resultar numa amizade bem interessante.

 

Ele abriu seu sorriso mais encantador, aquele que fazia as mulheres tremerem e não resistirem a ele. Mas aquilo claramente não funcionava com ela. 

 

—Eu era - sua voz saiu fria e amarga. Nina voltara a janela, agora inteiramente coberta pelo sol aproveitando seu calor com os olhos fechados - Eu era esse tipo, mas ai... Eu me apaixonei. 

 

Ele a observou atentamente, mas com cuidado. 

 

—Ele te deixou. - ela riu abrindo apenas um dos olhos para lhe lançar um olhar divertido

 

—Eu tenho cara de quem é deixada? - os dois riram juntos até seu rosto se tornar sério - Eu o deixei.

 

Ela fitou o chão pensativa, fazendo uma longa pausa.

 

—Todas as vezes. - sussurrou - Não que isso importe - Nina voltou a mesma posição de olhos fechados - Não é uma história de amor, não é um conto de fadas.  Foi só a vida do jeito que ela é. 

 

—Ta legal, então você não é como eu. Quando eu me apaixonar vai ser pela garota certa, a garota que não é como as outras. Vai ser... - ele procurava pelas palavras certas - como encontrar um beija-flor no meio de abutres. 

 

Ela se virou para ele com os braços cruzados, um sorriso irônico e algo como pena nos olhos frios. 

Sorria da inocência que brilhava nos olhos da criança a sua frente. 

 

Ela também acreditava que as coisas podiam ser simples assim na idade dele, mas ao fantasiar esse tipo de coisa as pessoas esquecem de calcular não apenas os obstáculos impostos pela vida, mas também os erros de cada um. 

Somos humanos, e o propósito do ser humano é aprender errando. 

O problema é que alguns erros são tão grandes que podem acabar sendo irreparáveis. 

 

E por isso, caro leitor, que reforço as palavras de Nina:

 

Essa história não é de amor e não chega nem perto de ser um conto de fadas. 

 

Essa é uma história constituída por erros.


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Notas finais do capítulo

Me deixem saber o que acharam, amores!
Beijinhos



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