Our Precious Life escrita por Haruyuki


Capítulo 1
Our Precious Life




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Yuuri Katsuki, 24 anos, acabara de entrar na rua de sua casa quando escuta latidos fracos vindos ali perto. Como ele não estava de carro, ele pôde notar os latidos e isso o faz correr em direção ao barulho. Como ele adora cachorros, a constatação de que alguém é capaz de abandonar um animal é triste. Ele se lembra de seu antigo cão, Vicchan, que morreu ainda esse ano de doença.

“Eu preciso correr.” Ele diz, para si mesmo, avistando ali perto uma caixa de papelão semi-aberta.

Quando ele se aproxima, ele vê um poodle de tamanho médio, marrom (que nem seu Vicchan). Ele pode que era uma cadela e que estava se tremendo.

“Olá.” Ele diz, estendendo a mão para perto do nariz dela, para que ela sentisse o seu cheiro.

Ela o cheira e o lambe, para o alívio dele. Retirando seu cachecol e o casaco, ele os usa para cobrir o corpo trêmulo dela. Está muito frio em Detroit naquela noite, para para Yuuri, salvar aquele animal é prioridade.

“Ele pega o celular do casaco e procura por clínicas veterinárias ainda abertas naquela hora. Ele encontrou duas. Que sorte.

“Garota. Eu vou te erguer agora, mas não se preocupe. Eu vou te levar para ser tratada.” Ele diz, a acariciando por detrás da orelha esquerda. 

Com a caixa nos braços e ignorando certas dores que sente, ele cuidadosamente se dirige até o apartamento que divide com seu amigo Phichit Chulanont. Com dificuldade, ele abre a porta do carro e coloca a caixa no banco do carona. Abrindo um pouco o vidro e fechando a porta, Yuuri dá a volta e entra no carro, já dando partida, sem antes acariciar novamente a cadela.

Usando o GPS do celular, ele se dirige a clínica mais perto. Ele logo estaciona o carro, sai carregando a caixa e se aproxima da porta rapidamente, a empurrando com o corpo.

“Ajuda por favor!” Ele grita, estranhando o local vazio até que um homem alto, sexy, de cabelos prateados e olhos azuis surge de uma porta.

“Um minuto!” Ele fala, voltando para dentro e logo saindo, se aproximando com pressa. “O que aconteceu?”

“Eu encontrei ela no meio da rua, agora a pouco.” Yuuri diz, preocupado. “Eu achei melhor não dar nada de comer para ela, pois ela pode estar doente, mas usei meu casaco e cachecol para ela se aquecer.”

“Deixe-me levá-la ao meu consultório, para ser examinada.” O veterinário fala, pegando a caixa dele. “Por favor fique aqui.”

“Por favor, cuide bem dela.” O japonês pede, vendo-o se afastar.

Com o telefone em mãos, ele manda uma mensagem para seu colega de quarto.

...

~ HamsterBoi ~

Yuuri, cadê você?

Meu coração está deprimido sem a sua voz!

Meu estômago está deprimido sem a sua comida!

Meus hamsters estão deprimidos sem a sua atenção!

~ Katsudon ~

Desculpa!!

Eu não sei que horas vou chegar!

Estou em uma clínica veterinária, muito preocupado

~HansterBoi ~

O que. Aconteceu?

~ Katsudon ~

Encontrei uma cadela abandonada na rua daí de casa.

A coitada estava morrendo de frio!

Peguei meu carro e trouxe ela para cá. Um veterinário bonitão está examinando ela.

~ HamsterBoi ~

Meu menino!!!

Papai está tão orgulhoso!!

Quer que eu vá ai?

~ Katsudon ~

Eu estou bem.

Espero que ela esteja também.

Peça comida, quando eu chegar eu pago minha parte.

~ HamsterBoi ~

Wohoo~ É festa!!!!

~ Katsudon ~

Eii! Não exagera na bebida!

~ HamsterBoi ~

Quero foto do veterinário

~ Katsudon ~

Por quê?

~ HamsterBoi ~

Quero ver se ele é digno do meu filho.

~ Katsudon ~

E desde quando sou seu filho?

~ HamsterBoi ~

Assim você me machuca, Yuuri~!

Mas eu quero a foto

~ Katsudon ~

Talvez eu mande.

E não faça bagunça na casa!

~ HamsterBoi ~

Sim, Mamãe.

Yuuri dá uma leve risada com o drama que seu melhor amigo faz. Mas chegar até o ponto de pedir uma foto do médico de animais não seria pedir demais? Bem, Yuuri não nega o desejo de ter uma, afinal o homem é realmente muito bonito. Mas… estaria ele disposto a um novo romance? Principalmente se o seu anterior acabou de forma tão amarga.

Olhando pela janela da clínica e agarrando com as duas mãos as mangas cumpridas da camisa preta, ele respira fundo e fica a esperar por notícias da cadela. Espera que acaba quando ele escuta um barulho de uma porta se abrindo. Ele vira o rosto e vê o veterinário sexy se aproximando, com um sorriso no rosto, carregando o casaco e o cachecol dele nos braços.

“Ela está bem.” O veterinário diz, com um olhar de curiosidade para o Japonês. “Aqui está a roupa que você deu para ela.”

Yuuri os pega dele, as dobrando no braço esquerdo.

“Ela está comendo agora, e quero deixar ela descansar aqui por um dia. Amanhã, se ela estiver melhor, podemos decidir se você pode ficar com ela ou colocá-la para doação.” O Veterinário diz, e Yuuri sorri com a notícia.

“Que bom. Eu estava preocupado.” Ele diz, sorrindo aliviado pela notícia. “Eu não sei se posso ficar com ela no momento, pois estou passando por dificuldades pessoais e financeiras. Então acho melhor deixar ela para adoção mesmo. Mas eu posso voltar amanhã para ver como ela está, se não for problema?”

“Nenhum. Acho até que ela ficaria feliz com a visita.” O veterinário diz, o olhando com o rosto inclinado. “Eu certamente ficarei.”

Yuuri o olha, com as bochechas rubras e sorri.

“Meu nome é Yuuri Katsuki. Prazer.” Ele estende a mão para o veterinário, que a aperta.

“Eu me chamo Victor Nikiforov. E o prazer é todo meu, Yuuri.” Victor responde, abrindo a boca e dando um sorriso em forma de coração.

Falha de sistema. Reiniciando o sistema.

Eu morri?! Como um homem pode ser tão fofo?!

Soltando a mão de Victor, Yuuri ergue o celular e vê a hora.

“Oh não, eu preciso ir.” Ele diz, surpreso.

De fato, Yuuri precisa comer e ir dormir, já que no dia seguinte tem uma entrevista de empregode manhã cedo. Ele olha para Victor, mordendo o lábio. Ele não queria se separar do veterinário. Queria conhecê-lo melhor. Mas essa noite não dá.

“Até amanhã, Yuuri.” Victor fala, com o rosto triste.

“Até amanhã, Victor. Cuide bem dela, por favor.” Yuuri se curva para ele e sai da clínica.

No dia seguinte, Yuuri acabou não vindo, para tristeza de Victor. Isso até um de seus clientes, um garoto loiro punk com sua gata, ao se despedir, dizer que possui um maluco sentado no estacionamento da clínica, na chuva. Victor vai até o local e vê que tinha realmente alguém ali. Ele se aproxima da pessoa e a toca no ombro, se assustando ao ver que é Yuuri e que ele está com os olhos vermelhos. Ele está chorando?

“Yuuri, qual é o problema? Deus, você está encharcado!” Victor diz, o pegando pelas mãos. “Venha, vamos para dentro!”

Yuuri se deixa ser levado para os fundos da clínica, entrando em uma porta branca. Victor o leva até um banheiro e abre água não muito quente, e puxa o Japonês, ainda de roupas para dentro, junto com ele.

“ Me desculpe…” Yuuri diz, em voz baixa. “Você pode… Me abraçar?”

“É claro, Yuuri.” Victor então o abraça, e ambos se encharcam com a água do chuveiro.

Yuuri agarra a camisa dele pelas costas, soluçando. Vê-lo naquele estado corta o coração de Victor, que não o solta. Ele deseja ver o sorriso de novo estampado no rosto dele. Yuuri acaba deslizando suas mãos pela sua camisa, e Victor percebe que ele o olha.

“Me desculpe.” Ele diz, agora agarrando a parte de frente. “Você está todo molhado.”

“Vamos tirar essas roupas molhadas, nos enxugar e beber algo quente.” Victor diz, dando um passo para trás.

Yuuri afirma, e ambos ali mesmo se despem. Algumas marcas púrpura em seu peito, barriga, braços, pernas e costas faz o veterinário franzir a testa.

“Yuuri, posso tentar te ajudar?” Victor toca no rosto dele, procurando por marcas nele, e não encontra nada, para o seu alívio.

O japonês o olha, surpreso, antes de abaixar o rosto.

“Sim.” Ele apenas diz, fazendo o russo o abraçar…

“Ah, me desculpe!” Victor se afasta imediatamente, notando que ambos estão só de cueca.

Yuuri acaba dando risada, e Victor, embaraçado, se junta a ele.

Usando uma camiseta longa cinza clara e uma calça preta cujas pernas estão dobradas para o conforto dele, Yuuri se vê sentado em um sofá, tomando café, no que parece ser os fundos da clínica. Victor havia dito que ia dar uma checada nos animais e voltar, fazendo-o se sentir mal por estar se comprometendo na vida dele. Para a sua surpresa, é atacado por uma bola de pelo marrom.

“Ei, garota, como você está?” Ele pergunta, dando risada.

Ela late e o lambe em resposta, agitando rapidamente o rabo.

“Que bom.” Ele fala, a abraçando. “Que bom…”

“Yuuri? Você se importa de eu tratar os seus machucados?” Victor pergunta, fechando a porta, carregando uma caixa de remédios no braço.

Em resposta, o japonês afirma com a cabeça e retira a camisa, se virando para ele, que se senta. Victor logo passa uma pomada nas costas e braços dele. Yuuri respira fundo e decide contar para Victor.

“Esses ferimentos foram causados pelo meu ex. Eu e ele havíamos terminado dois meses atrás, e por causa dele, perdi meu emprego. Sem dinheiro, tive de pedir ajuda para um amigo, e estou morando com ele. Ele não fala nada, mas eu sei que ao invés de mim, ele preferiria ter o namorado. Desde então, eu tenho ido a diversas entrevistas de emprego, recebendo como respostas que ‘ligariam depois’. Eles nunca ligaram. E hoje eu sem querer acabei me encontrando com o meu ex, que me disse que era impossível para mim arrumar um emprego, pois ele postou fotos minhas na internet e distribuiu com a ajuda de terceiros para as pessoas que estavam envolvidas nas entrevistas. Ele não me bateu porque não estávamos sozinhos, mas as palavras dele já foram o suficiente. Sem saber o que fazer, acabei vindo para cá, mas não estava em condições de entrar.” Ele se encolhe, abraçando a cadela. “Eu sou tão patético? Como fui cair nessa armadilha?”

“Você não gostava dele?” Victor pergunta, confuso.

“Eu acreditava que sim. Mas depois eu percebi que estava tudo errado. E foi aí que eu decidi terminar.” Ele responde, com a voz rouca. “Ele era violento até no sexo, e me arrependo.”

Victor se aproxima dele e o abraça de novo, fazendo o japonês se tremer com o contato, mas acaba se acalmando, encontrando refúgio em seus braços.

“Ei, Yuuri. Tenho uma proposta para você.” Victor diz, mostrando a ele um papel com algo escrito. “Eu estou procurando um assistente para me ajudar no atendimento da clínica, e me ajudar com os animais já faz um tempinho, mas ninguém que seja bom o suficiente apareceu até ontem. Você pode se mudar para cá, mas preciso fazer uma pequena entrevista primeiro.”

Yuuri pega o papel e se vira para ele, o olhando com surpresa. Ele respira fundo, aguardando as perguntas.

“Yuuri Katsuki.” Victor fala, aumentando o drama. “Você quer ser meu namorado? Devo logo dizer que sou possessivo, viciado em abraços, tenho mente pervertida…”

Yuuri o interrompe com um beijo, surpreendendo Victor, que logo se torna quente. Ele se afasta, sorrindo.

“Sim.” Ele responde. “Sim. Sim. Sim.”

“Está contratado.” Victor diz, e ambos caem na gargalhada, abraçados.

...

~ Katsudon ~

[Foto dele, Victor e a cadela, que decidiram chamar Makkachin, abraçados.]

Família feliz!

~ HamsterBoi ~

OMG! Yuuri meu bebê! Estou tão feliz por você!

Vocês foram feitos um para o outro. Estou chorando rios aqui!

Antes que eu me esqueça. Já dei um jeito naquele safado para você. Soube por meio de contatos que ele se mudou daí. Então não se preocupe.

~ Katsudon ~

Devo perguntar o que você fez?

~ HamsterBoi ~

Apenas… Digamos que certas fotos dele batendo nos atuais namorados dele foram parar no perfil dele do Facebook.

~ Katsudon ~

Muito obrigado, Phichit.

~ HamsterBoi ~

Avise para o sexy que a mesma coisa pode acontecer com ele caso faça algo com você.

“Que medo!” Victor dá gargalhada, vendo a conversa de Yuuri com Phichit. “Eu jamais pensaria em fazer algo ruim com você, Yuuri.”

Os dois estão deitados na cama, nus, com Victor o abraçando pelas costas.

“Eu sei.” Yuuri diz, rindo também. “Mas não custa nada avisar. Não é, Makka?”

Makkachin, deitada por entre as pernas deles, ergue o rosto e late, fazendo ambos dar mais gargalhadas.

“Eu te amo, Yuuri.”

“Eu te amo, Victor.”


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