Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 8
CAPÍTULO8




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CAPÍTULO8

    - Mãe! Pai! - Jaraguá entrou em casa correndo, radiante, chamando
pelos pais. Não sabia se estava correndo porque tinha preça de contar
que esteve com Chapecó e que foi super legal estar lá, ou se realmente
queria entrar logo em casa porque já estava escurecendo.
— Isso são horas? - brincou Joinville ao colocar os olhos na irmã; seu
rosto tinha o mais belo sorriso:
— Você nem sabe aonde eu estava até agora!
— Sei; ela me mandou uma foto de vocês duas e um belo café da tarde!
— Traidora! - brincou Jaraguá caindo na risada diante da irmã:
— E você gostou? - quis saber Joinville:
— Adorei; a gente conversou, rimos pra caramba, foi super, hiper, mega
legal!
— Que bom, minha irmã! Ela ficou muito feliz com a sua visita também!
— Mana, marca um dia com ela pra gente sair nós três!
— Vamos marcar sim; quem sabe nesse fim de semana! Agora eu tenho que ir
pra faculdade, quando eu chegar vou lá no seu quarto pra gente trocar
uma ideia!
— Eu te levo até a porta, mana!
E Jaraguá fez questão de levar a irmã até a porta de casa e despedir-se
dela. Depois, foi até a sala e contou para os pais e as irmãs, Blumenal
e Palhoça, que havia estado com Chapecó no apartamento dela. Blumenau
não conseguia esconder seu descontentamento, preferia que isso não
tivesse acontecido; ela sempre fez parte do time dos práticos, nunca foi
afetuosa, raramente sorria; e aos poucos percebia que Chapecó começava a
representar para Jaraguá a irmã mais velha que ela não conseguia ser.
Isso torturava Blumenal; não era para ser assim.
    São José e Florianópolis completariam vinte e um anos de casados
dentro de alguns dias. O plano iniciial do casal era fazerem uma longa
viagem, passar um tempo fora, talvez um giro pela eoropa; mas a empresa
da qual São José era sócio majoritário estava passando por uma fase de
mudanças, e o casal resolveu passar duas semanas em Angra dos Reis, no
Rio de Janeiro.
    Era domingo a tarde; blumenal, Joinville, Palhoça e Jaraguá fizeram
questão de levar os pais até o aeroporto para embarcarem para o Rio de
Janeiro; o casal iria decolar abordo de um avião A320 e voltariam pra
casa em duas semanas.
    Estava na hora do casal São José e Florianópolis irem para a sala de
embarque, e começaram a despedir-se de suas meninas:
— Mãe - dizia Blumenau enquanto abraçava sua mãe -, aproveita; faz tudo
o que você tem direito, não se preocupa com nada!
— Filha, você vê se segura esse geniozinho forte que você tem com as
suas irmãs, principalmente com Jaraguá!
— Estava demorando pra você me dizer isso!
— Só estou falando porque eu te conheço! A Márcia vai dormir lá com
vocês durante esses dias; você é a irmã mais velha, comporte-se como
tal!
— Você parece Chapecó falando desse jeito...
— Eu não vou entrar em conflito com você, filha! Só te peço pra cuidar
das suas irmãs!
— Tudo bem, mãe
Florianópolis despediu-se das outras três filhas, e por último conversou
com Chapecó, que também fez questão de estar ali:
— Chapecó - ela disse enquanto se preparava para abraçar a nora -, cuida
dessa cambada, por favor; eu acho que você tem mais juízo do que as
minhas quatro filhas juntas!
— Não se preocupe com nada - respondeu Chapecó -, aproveita, curte
bastante, vocês merecem!
— A Márcia vai dormir lá em casa durante esses dias; não por Blumenau e
Joinville porque essas sabem se virar, mas por Palhoça e principalmente
por Jaraguá!
— Pode deixar que a gente toma conta de tudo!
— Qualquer coisa vocês me ligam!
— Pode deixar! Mas aproveita tudo o que você tem direito!
    Quando o casal já estava devidamente acomodado dentro do avião, uma
comissária de bordo se aproximou, deu boas vindas a eles e disse que
estaria a disposição durante o voo.
Quando a comissária saiu, o casal voltou a olhar um para o outro:
— Lembra quando a gente viajou em lua de mel? - perguntou Florianópolis
tentando se controlar pra não cair na risada com a lembrança que lhe
ocorria naquela hora:
— Voo atrasado, uma bela de uma tempestade caindo e você enjoando a
beça!
— Eu fiquei super nervosa; um temporal danado, aquele avião balançando
pra caramba, eu achei que aquela coisa fosse cair; enjoei muito! Daí
você me colocou deitada no seu ombro, ficou mexendo no meu cabelo e eu
fui ficando mais calma, o enjoo foi passando e correu tudo bem!
— A gente lutou muito para que Blumenal viesse pro lado de cá com saúde,
não é, minha querida!
— É, a gente lutou muito! Você lutou do meu lado mesmo sabendo que...
— Não, meu amor, não vamos falar nisso agora; pra mim esse é um detalhe
que não significa absolutamente nada! Você me deu quatro filhas, quatro
meninas que são motivo de orgulho pra gente; Blumenau com o temperamento
forte que ela tem, Joinville que agora encontrou o seu caminho e está
feliz à sua maneira, Palhoça que sempre foi arteira como ela só, e
Jaraguá, nossa Jaraguá, que nasceu sem querer querendo!
O avião finalmente decolou, e assim como fez durante sua viagem de lua
de mel, Florianópolis deixou cair a cabeça no ombro do marido. Dessa
vez não havia tempestade, turbulência, enjoo; o que havia era o grande
amor que continuava forte entre eles, mesmo depois de tanto tempo de
casamento.
    Blumenau saía do aeroporto com as três irmãs e a cunhada; eram raras
as vezes em que aquela futura advogada dirigia a palavra à Chapecó, eram
raras as vezes em que ela pedia ajuda:
— Chapecó, eu preciso que você leve as minhas irmãs até em casa; eu
marquei um encontro no shopping com quatro colegas de faculdade e já
estou atrasada!
— Claro que sim! Pode ir tranquila, eu deixo suas irmãs em casa!
Blumenau deu um sorriso forçado, de leve, antes de entrar no carro;
Chapecó ficou encarregada de levar Joinville, Palhoça e Jaraguá até em
casa, e assim o fez.
    As quatro chegaram no apartamento; Palhoça e Jaraguá foram pra sala
e se sentaram no chão, de frente para a televisão; Joinville e Chapecó
ficaram na cozinha:
— Dorme lá em casa hoje? - perguntou Chapecó inclinando o corpo e
puxando Joinville para um abraço:
— Pode ser; eu só preciso ver se a Márcia vai mesmo dormir aqui, se ela
for mesmo ficar, eu apareço lá mais tarde!
— Tudo bem; vou ficar lá te esperando! Comprei um bom vinho, faço um
jantarzinho gostoso, pode ser?
— Claro que pode! Depois eu apareço lá!
E Chapecó deixou o apartamento; Joinville ficou observando a namorada da
porta, até ela sumir pela porta do elevador.


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