Shot Night escrita por Natur Elv


Capítulo 1
Easy Blue


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tenho algumas coisas importantes p dizer sobre essa fic - e esse cap, lol - aqui nas notas, então dá um ligue:

Então! Eu tava c muita vontade já há muito tempo de escrever um plot nesse nipe e finalmente saiu graças à algumas músicas que me deu saudade de ouvir e aí quando eu escutei de novo me encheram de inspiração! Also, quem acompanha minhas fics, seja de YoI ou não, já deve ter percebido que eu tenho alguma coisa por colocar música e dança no meio da coisa toda, lol.

Anyway, nesse cap em especial não descrevi nenhuma letra específica de música, mas a que eu ouvi enquanto escrevia ele todo foi Buzzcut Season, da Lorde, então ouçam ela, também! Eu honestamente não sou fã da Lorde, acho as músicas do primeiro álbum dela (não posso dizer nada sobre o segundo, porque não ouvi) bem pombas, acho as letras bem "rich teenager's life" e odeio, a única coisa que me atrai muito são os instrumentais!

Nesse plot, como vocês bem devem ter notado pela sinopse, o Yuuri está bêbado (aqui no primeiro cap) e, nossa, eu sinto que o Yuuri é meu espírito animal, e quando mostrou ele bêbado no anime eu tive certeza disso. Tentei deixar o mais fiel a ele e à realidade possível aqui, tanto que escrevi ele da maneira como eu fico quando estou bêbada, e quando percebi isso não consegui parar de rir, porque, nossa... hahahahahah o Yuuri é realmente meu espírito animal e o amor da minha vida todinha! Uma coisa que eu acho importante dizer: quando eu tava revisando, percebi que tudo pareceu ficar um pouquinho corrido e já tava pronta p procurar erros de ligações etc, mas lembrei que enquanto escrevia, pensei em como quando a gente tá bêbada/e as coisas parecem passar devagar (pelo menos p mim(?)) e até mesmo uma música de pouco mais de três minutos parece durar muito mais do que isso! Então, por favor, levem isso em consideração, porque vocês vão estar dentro da perspectiva do Yuuri (???), yup.

Bem, então é isso. Como sempre, por favor, me avisem sobre qualquer erro e não deeeeeixem de me dizer o que acharam do cap etc etc

Boa leitura! ♥



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Yuuri se sentia quente no meio de toda aquela gente, sua pele suava e tudo ao redor parecia estar confortavelmente desconectado do plano material em que vivia. As coisas se moviam e pareciam fazê-lo mais fora do seu controle do que o normal. A música alta ecoava em seus ouvidos, cérebro e corpo e vibrava em seu peito. 

Yuuri se lembrava de estar procurando por Phichit, mas não tinha qualquer ideia de onde o melhor amigo poderia estar. Ele estava ao seu lado em um minuto e então não mais. E antes de recordar que havia deixado o celular no apartamento, Yuuri teve um pequeno momento de desespero achando que tinha perdido o aparelho ao tatear os bolsos e não sentir nada além das chaves de casa. 

Yuuri estava bêbado em uma festa da faculdade, num campus que não era o de seu curso e que a única pessoa que conhecia havia sumido. E a todo momento sua mente turva vagava para longe da preocupação em achar Phichit. 

Apesar de metade do lugar em que se concentrava a festa ser ao ar livre, havia um grande vão que dava acesso às salas de aula, bibliotecas, lanchonetes – todas fechadas –, e aos banheiros. E ali debaixo do vão não havia muita iluminação e era onde a música vibrava com mais força em seu peito. 

Sem muita dificuldade, apesar de bêbado e da quantidade de gente, ele abria espaço entre as pessoas dançando. Uma nova música começou, a batida era leve e marcante e Yuuri passou as mãos pelos cabelos, sentindo o suor na testa. A música era suave e o fazia sentir a batida ecoando na mesma frequência de seu corpo... E então encontrar Phichit não era, mais uma vez, sua prioridade, e ele não havia percebido que tinha parado até se dar conta dos movimentos dos próprios braços, o corpo seguindo o ritmo da música, os dentes prendendo de leve o próprio lábio. 

Yuuri se sentia quente e aquela música parecia acariciar seu corpo da forma mais suave. 

Ele fechou os olhos e continuou a dançar, o álcool se misturando aos seus movimentos e causando uma sensação incrível, como se ele tivesse se tornado a coisa mais leve e fluída do mundo, como se estivesse se fundindo com a batida da música. 

Quando Yuuri abriu os olhos, finalmente, um sorriso largo riscou seus lábios ao encontrar o rosto de um completo desconhecido. Na sua visão não cem por cento nítida – ainda que estivesse usando óculos – pelo efeito do álcool e a pouca luminosidade, ele reparou nos olhos azuis e no cabelo muito claro, mas não se deu conta de que mordera o próprio lábio quando o homem à sua frente o ofereceu um sorriso ridiculamente lindo. 

A música continuava e Yuuri continuou a dançar com ela, bem como o desconhecido à sua frente. E enquanto o faziam, trocavam olhares e risadinhas completamente mudas devido ao volume do som. Yuuri se aproximou mais e o outro fez o mesmo, sempre sorrindo um para o outro. E Yuuri se sentia quente como nunca ao passar a mão pelo cabelo mais uma vez. 

Ele movia o quadril com a música e o desconhecido o acompanhava, e quanto mais eles dançavam, mais se aproximavam um do outro, até Yuuri se dar conta, bem lá no fundo de sua cabeça, de que seus olhos estavam fixos nos lábios finos à frente. Yuuri conseguia pensar nas coisas que fazia enquanto bêbado, ainda que muitas vezes com um delay, mas era uma vozinha mínima e fraca, muito facilmente silenciada pelo álcool, e, dessa forma, sem qualquer poder de impedi-lo de fazer qualquer coisa que viesse em sua mente naquele estado. 

Então seus olhos seguiram para os azuis do homem e os dois sorriram largos sorrisos, sem vergonha nenhuma de mostrar um para o outro que tinham consciência do clima que os estava cercando, como uma neblina lenta, mas imponente. 

Yuuri ergueu os braços e então os descansou nos ombros do outro, mas não os demorou ali, precisava mexer o corpo de todas as formas que pudesse. No entanto, o rápido contato incentivou a mão do desconhecido para sua cintura e uma nova vez Yuuri estava consciente do quão quente se sentia. 

Seus braços voltaram aos ombros do desconhecido e seus olhos aos lábios dele. Yuuri sentiu o pouco suor da nuca do outro contra a ponta de seus dedos e então a textura dos cabelos curtos. Ele lambeu os próprios lábios e o toque em sua cintura apertou levemente antes de se inclinar e beijar o completo desconhecido à sua frente. 

Eles sorriram diante do contato entre as bocas e Yuuri afundou os dedos nos cabelos curtos ao deslizar a língua pela do outro. O beijo era quente e molhado e Yuuri mordia o lábio inferior do homem, puxando-o de leve apenas para lambê-lo em seguida ao passo que as mãos pálidas que o tocavam o apertavam deliciosamente, sem exagero, sem machucá-lo. 

Eles continuavam a se beijar quando a música finalmente acabou, mas tão logo precisaram buscar por ar, ainda sorrindo um para o outro ao se separarem. Outra música tocava agora, mas Yuuri não se importou em processar a batida sequer para saber se a conhecia ou não, e, apoiando-se nos ombros do homem, disse em seu ouvido, num tom de voz que ele pudesse ouvir: “Estou morrendo de calor.” 

“Quer ir um pouco lá para fora?” A voz desconhecida perguntou no mesmo tom e Yuuri fez que sim com a cabeça para então ser puxado por uma mão perfeitamente agarrada à sua. 

O ar fresco os cumprimentou com imenso alívio ao deixarem o vão, e agora sob uma melhor iluminação, Yuuri podia claramente ver o rosto – e o corpo; e que corpo – do desconhecido à frente: seus olhos azuis eram muito mais vívidos e brilhantes àquela luz, uma franja muito clara escondia pouco de seu olho esquerdo, e sua pele era pálida, ele era alto, seus ombros largos e usava uma camisa preta de gola V, que permitia Yuuri ver sua clavícula, e cujas mangas alcançavam seus cotovelos. 

Yuuri já queria beijá-lo de novo. 

"Você é muito bonito." As palavras deixaram sua boca antes mesmo de dá-lo a oportunidade de notá-las em sua cabeça. 

O desconhecido piscou confuso por um segundo e então aquele sorriso largo e tão injustamente mais bonito agora que Yuuri podia vê-lo nitidamente voltou ao seu rosto. Dedos gentis tocaram suas bochechas e Yuuri o observou abrir a boca para falar, mas foi mais rápido: 

"Eu quero te beijar de novo." O Yuuri consciente, sem o efeito do álcool, acreditava na possibilidade de que jamais diria algo como aquilo para alguém, tampouco a um desconhecido. O Yuuri bêbado queria morder o lábio daquele homem nada familiar e afundar os dedos nos cabelos dele mais uma vez. 

"Você pode me beijar quantas vezes quiser." Foi a resposta que Yuuri recebeu. E sem demorar qualquer outro instante, alcançou os lábios dele, num beijo cheio de desejo. Ele sentiu uma mão firme em suas costas e outra em seu maxilar, deslizando para sua nuca, cheias de confiança, e um suspiro foi de sua boca para a do outro. 

Quando o contato cessou, Yuuri passou a receber beijinhos em torno da orelha. "Tudo bem se eu beijar você aqui, também?" 

Yuuri se arrepiou. As palavras o alcançavam um pouco arrastadas – sem dúvidas aquele homem também estava sob efeito de bebida – e, segurando-se nos ombros dele, fez que sim com a cabeça. 

"Como você se chama?" A voz voltou ao seu ouvido, bem como os olhos azuis aos seus castanhos. 

"Yuuri." 

"Yuuri." O desconhecido repetiu, tocando seu lábio inferior com o polegar, experimentando o nome na própria língua. 

"Como você se chama?" Yuuri repetiu a pergunta. 

"Victor." 

"Victor." E fez a mesma coisa, provando o nome. "Vikutoru." Ele pronunciou as sílabas como se com sotaque, e laçou o pescoço de Victor com os braços uma nova vez naquela madrugada. 

Victor sorriu, descansando as mãos em sua cintura, e o teria beijado de novo se sua atenção não tivesse sido capturada por uma voz que chamava por seu nome. Ele olhou, junto com Yuuri, para o homem loiro que se aproximava, o sorriso ainda no rosto. 

"Chris!" 

"Você tem bebida!" Yuuri apontou para a latinha de cerveja na mão de Chris. 

"Chris, eu achei meu príncipe encantado." 

Os olhos verdes indo de Chris iam de Victor para Yuuri e repetia. Então ele sorriu. "E vocês parecem estar vivendo num ótimo conto de fadas, meu amigo." 

"Por favor, posso beber um pouquinho da sua cerveja?" Yuuri perguntou. 

"Eu também quero." Victor disse. 

"YayVikutoru!" Yuuri deu um pulinho. 

"Eu acho que vocês já beberam demais, meus queridos." 

As expressões dos dois instantaneamente mudaram para uma falsa tristeza e Chris riu. "Você realmente achou seu príncipe encantando, então, huh?" 

"O seu nome é Chris?" Yuuri quis saber, de repente, esquecendo completamente a cerveja. 

"Oui. E como-" 

"Eu sou o Yuuri. Você viu meu melhor amigo?" 

"Huh?" 

"Ele tem mais ou menos essa altura," Yuuri gesticulou com as mãos "e tem uma franjinha assim." 

"Sinto muito, mon amour, não o vi." 

Yuuri fez um bico. 

"Eu também não o vi." Victor se juntou à conversa. 

"Você gosta de dançar?" Yuuri perguntou a Chris. 

"Eu adoro." 

"Então vem!" Ele puxou o loiro por uma das mãos e começou a dançar ao redor dele junto com a música que tocava. Victor riu e bateu palma. 

"Devo dizer que adorei o seu príncipe, Victor, está aprovado."  

"Eu quero dançar com o Victor." Então Yuuri deixou Chris e voltou para perto de Victor, que o recebeu imediatamente, mas não houve dança. No lugar disso, um novo beijo veio. 

Chris assobiou antes de bebericar a cerveja e quando Yuuri e Victor se separaram, ele mexia no celular. Não ficaria simplesmente admirando o amigo beijar outro cara. 

"Chris, tire uma foto nossa!" A voz alta e animada de Victor voltou ao ar. 

"Yay, foto!" 

"Me dê seu celular." Chris pediu, sua voz e expressão tranquilas como se não tivesse um amigo bêbado junto com um desconhecido igualmente – ou pior – bêbado à sua frente. 

Victor entregou o aparelho a ele e Yuuri fez pose no mesmo instante. Chris tirou no mínimo dez fotos – incluindo duas selfies com ele junto – antes de devolver o celular a Victor. 

"Sinto em dizer, mas a carruagem real já está chegando, queridos." Chris falou, tomando a atenção dos dois, que viam as fotos até então. 

"O quê?" Victor fez bico novamente. 

"Lamento, Victor, mon ami, mas há muito passou da meia noite e está na hora de voltar para o castelo." 

"Você vai embora? Ahh, não vai, não." Yuuri pediu. "Chris, pare de querer roubar o Victor." Ele guiou as mãos de Victor para sua cintura e descansou as próprias sobre os ombros dele para tomar seus lábios logo em seguida, sentindo-se derreter sob a sensação. Yuuri moveu o quadril de encontro a Victor e este mordiscou sua boca, puxando seu lábio entre os dentes. No fundo de suas cabeças, eles ouviram Chris resmungar algo em surpresa, mas tão logo quanto o som os alcançou, fora esquecido. 

"Eu adoro a ideia de uma safadeza em público, mas precisamos mesmo ir." Chris tentou chamar a atenção dos dois, mas precisou de mais algum esforço para efetivamente interrompê-los. 

"Chris!" Victor choramingou. 

"Phichit!" Yuuri olhava por cima do ombro de Victor: um pouco longe de onde eles estavam, havia um pequeno grupo de pessoas. "Achei ele!" 

"Alguma daquelas pessoas é seu melhor amigo?" Chris perguntou. 

"Sim, aquele com a jaqueta vermelha. Ele é o Phichit." 

Phichit mexia no celular e, pelo que Chris conseguia enxergar daquela distância, parecia preocupado. 

"Parece que sua carruagem também o espera, senhor príncipe. E a sua já está aqui." Ele lançou o olhar a Victor, tirando do bolso a chave do carro. "Deixe seu sapatinho de cristal com ele, vamos." 

Victor, apesar de bêbado, não demorou a entender a analogia do amigo. Ele beijou a bochecha de Yuuri e então o ofereceu um selinho. "Yuuri, anote meu número." 

"Com certeza." Yuuri sorriu torto, tateando os bolsos da calça, mas não encontrou nada. "Ah! Eu não trouxe celular. Anote o meu..." 

Victor desbloqueou o celular e digitou o número conforme era informado. My Prince Yuuri era o nome de contato (Yuuri soletrou o próprio nome para Victor), junto com um coração. E no momento em que Victor guardou o celular de volta no bolso, Yuuri o puxou para um novo beijo, sem demora, e que se transformou em inúmeros selinhos e beijos no canto da boca e nas maçãs do rosto enquanto se despediam. 

Quando Chris conseguiu que Victor finalmente o acompanhasse, Yuuri acenou um tchau e se apressou para perto de Phichit.


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