P.O.V. Nick.

A menininha que antes estava amedrontada, atravessou a barreira e disse:

—Você é policial não é?

—Sou.

—Então sabe que se você pega algo que não é seu sem a permissão do dono é roubo. Não sabe?

—Sim eu sei.

—Você é ladrão. Os Grimms roubam as coisas dos Wessen e das bruxas e dos lobisomens e dai dizem que é deles. A máscara dos reis caídos pertence ás bruxas da linhagem de Asheron e você está com ela. É roubo.

—Se me disser como é a máscara posso trazê-la de volta.

—Você promete? Jura pela luz que vai trazer de volta?

—Eu prometo.

A menina estendeu a mão e seus olhos ficaram esbranquiçados. Sua mão brilhava.

—Jure.

—Eu juro que vou trazer a tal máscara de volta. Garotinha assustadora.

Os olhos dela voltaram ao castanho de antes.

—Eu coloquei medo no coração do Grimm! Vovô vai ficar orgulhoso.

—Quem é o seu avô?

—Lúcifer.

Um homem britânico usando um terno chique veio caminhando.

—Vovô! Vovô! Eu assustei o Grimm! Ele tremeu que nem uma vara verde!

—Eu senti o cheiro da comida chinesa de longe. Eu soube que o Grimm prometeu devolver a máscara dos reis para Ariadne. Você fez um pacto com uma criança metade demônio, se você não cumprir ela vai ficar com a sua alma.

—A Tia Chloe e a Trixie vieram?

—Oi Emma. Eu trouxe uma amiga.

—Trixie! 

Elas se abraçaram.

—Essa ai também é meio demônio?

—Não seu bobo, eu sou humana. Meu nome é Beatrice, mas todos me chamam de Trixie. Qual é o seu nome?

—Sou Nicholas, mas todos me chamam de Nick.

—O seu nome rima com o do Rick. Você veio jantar com a gente?

A bruxa da delegacia apareceu.

—São bem vindos pra ficar. Contanto que não machuquem nenhum dos meus moradores.

Comemos, mas a comida chinesa deles do pai, da menina e do avô era separada da nossa. E eles enchiam de pimenta.

—Porque a sua comida chinesa é separada?

—Porque a sua é feita com carne de porco e de vaca, a nossa é feita com carne de gente culpada.

—Estão comendo carne humana?

—Quanto maior a culpa, melhor o sabor. 

—Vocês comem carne humana!

—E você come carne de vaca! 

Disse a menininha no mesmo tom que eu. Tom de indignação.

A garota chegou cantando, dançando e sentou á mesa.

—Desculpem o atraso, estava alimentando os dragões.

—Dragões?

—Dragões. Qual é de carne de gado?

—Essa. 

—Obrigado.

Eles comeram rolinhos primavera, rolinhos de queijo, yakisoba e brincaram entre eles.

—Então, você finalmente vai nos devolver o que é nosso por direito Senhor Burkhardt? Uau! Estou chocada.

—Alguns dos seus moradores comem carne humana.

—E daí? Eles não mataram nenhum inocente e a Chloe é policial como você e ela tá satisfeita.

Eu fui até o Trailer e peguei a máscara, parecia um polvo e devolvi-a nas mãos de Ariadne.

—Obrigado.

Ela estava segurando a máscara olhando para frente como se estivesse vendo algo que ninguém mais conseguia. Lindo. Os humanos se lembraram de nós e  não mais irão perseguir a minha raça.

—Não vão?

—Não. Não vão. Nunca mais. Raça ingrata. Protegemos suas famílias, curamos suas doenças, concedemos dons a alguns como você por exemplo e nos caçaram á beira da extinção!