Sem Você escrita por Liblika


Capítulo 2
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Gostaria que soubessem, que é claro pego alguns trechos do livro, e gosto de misturar partes do filme. Espero que gostem *--*'



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POV Bella

 

-Bella? Bella!- chamou Charlie- Está me ouvindo?- perguntou. Ah, estava tão aérea, que me esquecia de dar respostas mais completas que Hu-hum.

-Sim, pai. Estou..- disse com a voz monótona.

-Bella...- me olhou com pesar- Você deveria ir para casa de sua mãe. Ela sente sua falta.

-Porque? Fiz algo errado?- perguntei confusa, já que não havia me envolvido em nenhuma encrenca

-Não, Bella. É só que.. Bella, você não se diverte mais, nem sai mais com suas amigas.

-Eu vejo elas todos os dias.- me contrai involuntariamente.

-Fora da escola?- perguntou, mas só abri a boca e fechei, pois sabia que era verdade. Não saia com Jéssica ou Ângela, desde.. desde... Coloquei os braços em volta de meu pulmão. Estava sufocando.

Não consegui pensar, porque doía. Charlie percebeu isso.

-Ele não vai voltar, e seria melhor que sua mãe pudesse te ajudar, Bella- continuou, mas o interrompi:

-Eu sei. Mas não vou sair de Forks.- disse finalmente.

-Bella...- recomeçou ele. Antes que pudesse me fazer cair no chão sem ar, como às vezes acontecia, inventei uma desculpa.

-Pai... Vou.. sair hoje. Preciso ir pra escola... Tchau.- disse, e antes que ele pudesse contestar, sai rapidamente para a escola.

Chegando ao estacionamento, estacionei meu velho carro e andei na chuva. Antes de seguir em direção a sala de aula, me virei para a vaga que eles sempre estacionavam, agora ocupada por outros alunos...

A dor que sempre consumia meu ar, começou, arrebatadora. Não queria fazer uma cena no estacionamento. Me virei e segui em direção a sala, em modo automático novamente. Aquela conversa com Charlie havia me acordado por enquanto. Mas isso só me fazia lembrar do que eu queria esquecer.

Entrei na sala, sentei-me e esperei que o professor chegasse. Ninguém mais vinha falar comigo. Não que isso importasse, na verdade era bem melhor. Não gostaria de pessoas sofrendo comigo, ou se aborrecendo com meu sofrimento. Após mais uma aula sem abrir a boca pra falar nem uma vez, a não ser responder uma questão do professor, o sinal tocou. Andei sem pressa para o refeitório, coloquei algumas coisas na bandeja, e peguei uma limonada. Sentei-me na mesa vazia e comecei a mordiscar a maçã. Soltei-a abruptamente, me lembrando...

 

-- Flash Back on --

 

Andei pela bancada pegando minha comida enquanto fazia uma pequena decoração nela.

 

-Arte comestível?- assustei-me com a chegada dele. Foi quando derrubei a maçã, e ela foi parar perfeitamente em sua mão, após quicar.

 

-- Flash Back off --

 

Empurrei a maçã para o outro lado da bandeja e tentei me distrair com a limonada. Peguei a lata gelada, e comecei a fazer desenhos na tampa. Após algum tempo de minha brincadeira involuntária. Rejeitei a garrafa assim como fiz com a maçã, lembrando-me...

 

-- Flash Back on --

 

Desenhei na tampa da garrafa, nervosamente, antes de responder.

Ele pegou a garrafa e abriu-a.

Tomei de gole a gole, durante nossa conversa. Até perceber que estávamos atrasados, e correr para sala de aula.

 

-- Flash Back off --

 

Tudo me lembrava ele. Cada lugar que olhava, me lembrava ele. E agora sua doce voz só vivia em minhas lembranças. O som da melhor voz que já ouvira na vida, agora eram só lembranças, lembranças de situações que nunca mais aconteceriam.

Quando ouvi o barulho da lata se abrindo, abri meus olhos famintos desejando que minha lembrança se repetisse, mesmo quando isso parecia impossível. Ele voltou!, gritava desesperadamente minhas últimas esperanças.

Mas quando meu olhos se focaram na figura que me observava com o rosto coberto de confusão, descobri que era só Mike Newton... só Mike Newton.

-Ah, desculpe...-começou ele- Pensei que precisasse de ajuda. Você estava tão agarrada a lata, e com uma cara péssima, que pensei que tivesse tendo dificuldade em abri-la.- não tinha percebido que me agarrara a lata fortemente com a lembrança.

É, claro que não seria ele. Como podia ser tão idiota, de acreditar, que ele voltaria do nada, após tudo... Ofeguei.

-Você está bem?- perguntou Mike preocupado.

-Estou, Mike. Obrigada.- disse e agradeci sarcasticamente, mas esperava que ele não pudesse notar o sarcasmo em minha voz.

Acho que não pois continuou passivo, não era de grande surpresa, já que Charlie dizia que minha voz não demonstrava nenhum sentimento mais.

-Eu sei que não nos falamos há um tempão, mas você estava ai, e me perguntei a mim mesmo “Ei Mike, porque não vai ajudar uma velha amiga?”, então decidi vir aqui..- disse longamente, e que grande parte de seu discurso nem sequer escutei.

-Preciso ir.- disse me levantando e deixando Mike em parado em frente a mesa.

Segui para minha próxima aula, e o restante das aulas foi normal como sempre. Após a aula, no estacionamento, sentei-me no banco, e voltei para almoçar. Sabia que iria ter de dar alguma desculpa a Charlie de sair a tarde, então decidi que iria ler no parque. Não estaria mentindo, pois só disse à ele que sairia hoje. Quando cheguei em casa, preparei o almoço e logo Charlie chegou, almoçamos em silêncio e depois disse que hoje sairia e voltaria mais tarde. Ele pareceu gostar disso, eu... não. Arrumei-me e peguei uma bolsa para guardar os livros para me distrair. Andei até o parque já que não era longe, e por sorte não houve nenhum acidente no caminho, só alguns tropeços, mas nada de grave.

Sentei-me ao pé de uma grande árvore, e comecei a ler. Não sei quanto tempo fiquei lendo até que adormecesse. Em meu sonho, estava de volta ao lugar em que ele me deixara...

 

-- Flash Back on --

 

A floresta era obscura.

-Será como se eu nunca tivesse existido.- disse ele dura e friamente.

-Por favor...- pedi. Tudo começara a rodar, as árvores se moviam freneticamente, e o ar era roubado de mim a cada segundo.

-Adeus.- disse. E me beijo a testa, como o último beijo.

Com as pernas trêmulas, ignorando o fato de que minha atitude era inútil, eu o segui para a floresta. O sinal de sua passagem desapareceu de imediato. Não havia pegadas, as folhas estavam imóveis de novo, mas avancei sem pensar. Não podia agir de outro modo. Precisava continuar em movimento. Se parasse de procurar por ele, estaria tudo acabado. O amor, a vida, o significado... acabados.

 

-- Flash Back off --

 

Acordei ouvindo um grito lancinante, que no início não consegui distinguir de onde vinha, mas depois percebi que era meu. Meu grito de horror e dor.

Tinha apertado a dura casca da árvore, e agora minha mãos sangravam com os recentes ferimentos. Limpei o sangue em um lenço que sempre ficava na bolsa. Levantei-me, e sequei as lágrimas. Peguei meus livros me preparando para sair dali, já estava escuro, e precisava voltar logo. Uma breve brisa me atingiu, e minha testa, onde fora o ultimo beijo, ardeu, latejante. Não sabia mais sobre mim, estava definitivamente perdida, acabada...


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Notas finais do capítulo

Obrigada aos leitores.
Reviews? '
Postarei o próximo capítulo, provavelmente, quarta-feira.