Visita inesperada - Reverse falls escrita por Triz Carstairs


Capítulo 1
Eu mereço...


Notas iniciais do capítulo

Num sei o que eu to fazendo da minha vida



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No silêncio profundo e sombrio daquelas masmorras, a única coisa que se dava para ouvir era o barulho do arrastar discreto das correntes nos pulsos de Will no chão de pedra. Mesmo fora do olhar dos Gleeful, o azulado acabou criando o costume de fazer o mínimo de barulho possível, pois algumas vezes até mesmo alguns soluços baixos deixava Mason - em especial - irritado, Mabel por outro lado parecia achar divertido de se ver.
Nesse exato momento nem sabia ao certo o que tinha feito para estar acorrentado lá, talvez seus mestres apenas não estivessem de bom humor no momento.
Por ter que ficar lá até segunda ordem ele não podia evitar se deitar encolhido no chão frio e deixar lágrimas quentes e silenciosas escorrerem por suas bochechas e queixo até caírem no chão.

Aquilo era praticamente uma versão deturpada de quando colocam crianças de castigo em seus quartos por se comportarem mal. Sem dúvidas mil vezes pior.

Estava afogando em seus piores pensamentos quando ouviu o som de passos ao mesmo tempo que uma luz - estranhamente brilhante, ou talvez sua mente estivesse o pregando uma peça por ficar tanto tempo no escuro - preencheu a sala em que estava, por um ele momento prendeu a respiração engolindo em seco, seu corpo começando a arrepiar por inteiro enquanto achava que talvez um de seus mestres teria entrado lá, até virar o rosto hesitantemente para a origem do som e se deparar com a última pessoa - ou demônio, melhor dizendo - que esperava ou queria ver.

Assim que o olhou foi cumprimentado com o sorriso de desdém e uma risadinha daquele ser que conhecia tão bem.
Bill continuava o mesmo aparentemente, embora não se lembrasse dele usando uma forma humana antes, mas lá estava ele de pé, apoiado com um dos braços em sua bengala de maneira tão casual e ao mesmo tempo tão confiante.

É, Bill exala confiança e casualidade mesmo, Sem contar a histeria de vez em quando.

—Bill...? - Foi a única coisa que conseguiu dizer, afinal. ainda estava meio incrédulo e confuso com essa aparição.

—Hey, irmãozinho! - Disse em meio a mais risadas enquanto se agachava para olhar o outro mais de perto, como se não fosse afetado pelo clima pesado daquele lugar, ou não se importasse de qualquer jeito. - Sentiu minha falta? Ahhh, deve ter sentido, claro.

—Por que veio aqui? - o azulado desviou da pergunta, indagando num suspiro cansado, não sabia se teria capacidade de conversar com Bill agora, não nesse estado.

—Hm, porque eu quis serve de resposta pra você? - Perguntou apoiando o queixo em uma mão - Preciso de motivo para fazer as coisas agora? Oras! Você não me conhece mais.

—Eu te conheço mais do que gostaria...aliás; como se libertou daquele estado petrificado?

Com a simples menção ao que aconteceu, deu para notar como o olhar do outro ficou mais sombrio embora a expressão continuasse a mesma

—Sshhh! Não vamos tocar nesse assunto nunca mais, sim? NUNCA MAIS - gritou com sua voz demoníaca, antes de pigarrear voltando ao estado normal. - Em vez de focar nisso; ora, ora, que belo acordo você fez, não?

Will inconscientemente abaixou o olhar com o que ele disse, sabia que alguma hora ele iria começar a falar disso, mas isso não o tornava mais preparado para ouvir

—Bill, n-não...você não sabe o quanto aqueles gêmeos são diferentes dos que você conhece...não fale disso! - Por um breve momento, depois de tanto tempo, deu para se notar o tom de raiva na voz de Will.

Por algum motivo isso só fez Bill soltar uma de suas gargalhadas histéricas e exageradamente estranha.

—Oh? Por que não? Ainda bem que nossas apostas sobre você ser ou não competente não eram sérias, concorda?

—E-está errado! Pare - Will bufou, sua raiva foi embora tão rápido quanto veio, agora só queria voltar a ficar sozinho, chorando - Você é tão competente quanto eu.

Bill murmurou algo em protesto, parecendo bem ofendido com a comparação, seu rosto no momento era a retratação do desgosto.

—É mesmo? Não acho que alguém acorrentado possa falar da competência de alguém.

Por um breve instante, Will riu. Uma risadinha triste, mas mesmo assim...

—Posso sim. o todo poderoso Bill Cipher também acabou sendo parado por duas crianças. - Will ergueu o rosto, olhando bem para o olho do ''irmão'' - duas crianças com menos da metade da astúcia e inteligência das que me aprisionaram.

Bill estalou a língua, cruzando os braços e revirando os olhos com o que o outro disse. Gostava de pensar que se estava de volta agora, nunca tinha sido derrotado, mas Will tocou bem no ponto frágil de seu orgulho.

—Will, sua situação continua deplorável. Não sei por que insiste em compar-

Antes que o demônio pudesse continuar a falar, foi interrompido pelo ranger da porta daquela sala escura e pequena e pela figura de olhos e terno azuis parado lá, observando os dois com sua típica expressão gélida e ilegível.

—Ora, ora, quem temos aqui - A carranca de Bill em minutos se transformou de volta no sorriso de orelha à orelha de sempre enquanto o mesmo ficava de pé novamente.

Will por outro lado, estava pálido e tremendo sem nem mesmo piscar olhando para Mason.

—Soube pelo meu irmão que você é mais interessante que o pine tree que eu conheço. - Dizia enquanto caminhava até bem perto do garoto - Quem sabe um dia eu ainda venha te atormentar? - e com um último olhar de relance para Will, piscou de um modo nada simpático antes de sumir entre gargalhadas ecoantes e uma luz amarela brilhante.

O moreno se virou para Will assim que o outro desapareceu, caminhando até ele do seu jeito predatório enquanto o encarava profundamente com aqueles olhos gélidos e amedrontadores. Will já estava a ponto de desmaiar.

—E-e-eu, posso explicar, m-mestre--

Disse já se preparando para algum golpe, virando o rosto e fechando os olhos com força, acabando por ser puxado firmemente para cima pelos pulsos.

—É melhor que não poupe nenhum detalhe. 

 

 


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