A Aurora de Castelobruxo - A Harry Potter Story escrita por ThaylonP


Capítulo 1
A Descoberta




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Era sempre daquela forma. A garota chegava da escola, pronta para um almoço em família, mas havia algum recado que dizia: “Tivemos que sair. Beijo, papai e papai” ou “O almoço está na geladeira! Beijos” ou “Desculpa ter perdido sua apresentação de piano. Com amor, papais”. Isso cansava um bocado. Ficava o dia inteiro no apartamento grande demais para ela, arrumando coisas para fazer além de estudar e ver o tempo passar. Só para, novamente, verem os pais discutindo sobre trabalhos incompletos ou outros assuntos de pais não-presentes.
Sempre conviveu com os dois pais. Nunca lhe foi um problema, apesar dos amigos acharem estranho ou diferente, ela levava como se fosse apenas um formato a mais de família, porque segundo ela, o amor era o mesmo. Luiz Magalhães ou seu pai n°1, como gostava de chamar, era um cineasta novato, mas promissor, segundo ele. Era jovem, cabelos castanhos claros e barba rala, além de um físico grande e largo. Parecido com um urso, ou, pelo menos, era assim que o pai n°2 chamava de vez em quando. Lucas Magalhães, era um pouco diferente, elegante e muito bonito, pois trabalhava como modelo fotográfico, então precisava ser. Tinha olhos azuis e cabelos loiros sempre bem-arrumados, cortados e modelados. Eram um casal bonito, na opinião dela.
Bem, e a própria Aurora, apenas vivia em contato com muitas coisas. Tantas coisas, que ela conseguia conciliar tudo surpreendentemente bem para seus poucos onze anos de idade. Os Magalhães foram capazes de criar uma garota responsável, atenciosa e prestativa, embora a mesma fosse regada de direitos maiores que a maioria das crianças. Era uma vida acima da média, que a pequena mal se importava muito. Era magra, porque independente da fartura, não engordava por nada no mundo e seu pai n°2 adorava esse detalhe. Tinha tudo que uma garota queria e poderia querer, mas talvez, um pouco de atenção de vez em quando cairia bem. Sabia que não devia culpá-los por estarem ocupados e tentava o máximo esquecer esse detalhe, porém tratava-se de algo difícil. Principalmente, depois que sua lista de muitas coisas ficou maior.
Uma vez, a menina ouvira uma conversa de seus pais sobre algo relacionado à magia e bruxaria de Hozarts, ou qualquer coisa parecida. Não entendeu muito bem do que se tratava e achou que podia ser um conto de fadas ou uma história de ninar. Adoraria que fosse, pois ainda gostava na época, mas uma investigação profunda de um detetive esperto (a própria) revelou o contrário. Ainda em dúvida, questionou os pais, que disseram coisas que até hoje pareceram sem nexo. Aliás, algumas visitas ao passado eram esquisitas, porém Aurora se confundia ao tentar pensar se eram confusas por causa da pouca idade ou porque alguns detalhes das histórias faltavam. Tentava não pensar muito nisso, principalmente quando coisas bizarras aconteciam; como copos quebrando sozinhos, materiais escolares desaparecendo misteriosamente ou simplesmente quando colocou fogo no micro-ondas por acidente.
Naquela tarde, Aurora fazia lição de casa em seu quarto. Já passavam das duas e aquela lição de Matemática era complicada demais para sua cabeça infanto juvenil. Por que eu tenho que descobrir onde está o X? Se ele está escondido, não quer ser encontrado, pensava ela. Entretanto, havia mais um motivo para a concentração se perdia por outro motivo: Seu aniversário. O post-it de hoje, dizia que teriam uma comemoração à noite e estava ansiosa por isso. Poderia contar aos pais sobre seu progresso na escala diminuta e como ela poderia usá-los sobre outros tipos de acordes, como o acorde dominante, por exemplo.
Ainda escrevia rapidamente em seu caderno, visando terminar o mais rápido possível. Um vento invadia o cômodo e sacudia as páginas, atrapalhando no seu dever. Estava deitada de bruços na cama, com o caderno à sua frente. Os travesseiros que deveriam estar na cama bagunçada, estavam no chão, jogados. A cômoda na parede que ficava de frente a ela, também abrigava canetas e papéis espalhados e a televisão suspensa estava desligada. Percebeu a zona e imaginou que talvez a festa ou o que fosse que os pais estavam planejando, pudesse ser prejudicado por isso. Levantou-se, recolheu os travesseiros e as almofadas, pôs em cima da cama e jogou cada papel de prova e atividades no lixo. Até que, olhou em uma das prateleiras e sentiu falta de algo.

— Cadê? - perguntou ela, vasculhando a cômoda. 

Pensou: onde havia deixado Emília? A menina nunca fora tão ligada a bonecas, mas aquela era especial. Ganhara há muito tempo, aos 9 anos (que para uma garota de 11, é muito tempo), quando ela e o pai n°1 tinham ido a uma feirinha. O sr. Magalhães, tinha achado a boneca numa exposição de souvenires típicos da literatura brasileira, mais especificamente de um autor muito conhecido, que ela lembrava apenas das sobrancelhas conectadas, porém esquecera o nome. Ele havia dito que nos contos do escritor, a boneca de pano de cabelos vermelhos e amarelos, tinha nascido muda e falara devido a uma “pílula falante”. E o pai, que adorava a história quando pequeno, disse à filha que talvez, um dia, a boneca falaria para a ela, já que segundo ele, sua filha parecia com a personagem principal que recebe o brinquedo no conto infantil. O nome dela era Narizinho. E isso me lembra alguém, dissera o pai dando um peteleco leve no nariz de Aurora. Não era o brinquedo mais bonito ou o mais divertido, nem sequer havia brincado com ela muitas vezes, mas o valor simbólico era gigantesco. Olhou à sua volta, um pouco aflita por não estar na estante como sempre. Investigou o resto do móvel e tornou sua visão para a cama. Lá estava ela, sentada, em meio aos travesseiros que a garota havia posto instantes atrás.

— Hã? Está aí? Mas… - a garota pôs a mão sobre o queixo enquanto olhava para sua cama – Não lembro de ter posto você aí.

— E de que você lembra, garota? - disse a boneca, debochando a menina de repente.

— Ah! - grita a garota, assustada, caindo para trás de traseiro no chão.

— Não grita, para! Ah! - o pequeno brinquedo também gritou, mas cobriu seus supostos ouvidos com as minúsculas mãos de pano. - Parece uma louca desvairada!

— Desculpa – a menina ainda chocada, arfava em pânico – É que a primeira vez que vejo uma boneca viva!

A expressão do brinquedo foi, de fato, indignada. Ela apoiou as mãos na pequena cintura e olhou Aurora com desprezo.

— Como assim? Já conversamos outras vezes! - afirmou ela.

— Claro que não! Era algo mais… retórico. - resmungou Aurora.

O bizarro da situação inacreditável, mesclava o interior da garota entre terror e surpresa. Não sabia o que achar. Imaginava o quão fantástico era o fato de uma boneca falar! E por outro lado, quão fantástico era o fato de uma boneca falar?

— Pensei que soubesse! Como não sabe? Quer dizer que você falou sozinha esse tempo todo? Que menina esquisita! - disse ela, entre risinhos agudos.

— Quê?

— Estranha! - a boneca riu, porém dessa vez era uma gargalhada.

— Satisfeita? - disse a garota, aguardando o término da graça.

— Muito – disse o brinquedo, limpando uma lágrima inexistente de seu rosto – Tudo bem… agora… nós temos que ir.
— Quê? Ir para onde? Espera… hã?

— Você faz muitas perguntas, loirinha! “Blá-blá-blá… você foi selecionada… blá-blá-blá… escola de Magia… enfim, é isso!

— Fui selecionada? Escola de Magia? - aquilo a lembrava de algo, mas a memória era vaga.

— Ah… você é um saco! - a boneca disse, como se revirasse os olhos.

— Você também! - afirmou a menina, referindo-se à forma de pano da pequena.

— Vai vir comigo ou não? - perguntou, ignorando a piada.

— Para essa tal escola, quer dizer?

— Isso! Seus pais nunca lhe falaram? Pensei que você fosse puro-sangue.

A lembrança veio em partes para ela. Era tudo muito nublado. Ofuscado.

— Devem ter mencionado… - mentiu Aurora.

— Então, melhor ainda! Temos que ir. Você vai se atrasar.

— Atrasar? Ah… - tudo ainda era muito confuso. - Espera – lembrou-se de algo. - Você é uma criatura mágica, não é?

— Eu? Quê? Jura? Não sabia… obrigado por me dizer. Toda minha vida foi uma mentira, porque eu não sabia disso! - o brinquedo remexeu-se, indignado.

Está bem – Aurora ignorou o sarcasmo. - Fale o que precisar… - ela sentou-se na cama, ao lado da criatura. Finalmente teria explicações decentes.

— Como eu disse… - ela se esforçou por ter que repetir. - Você foi selecionada… blá-blá-blá… é isso!

— Só tem isso pra me dizer?

— Deve ter mais coisa, mas eu esqueci. Sou uma boneca, ora bolas! - protestou Emília.

— Inacreditável… - a criança estava inconformada.
— Então, agora podemos ir…

— Que escola é essa? Onde fica? No Sítio do Pica-Pau Amarelo!? - perguntou incisivamente.

A boneca se irritou. Aquilo realmente parecia deixá-la com os nervos à flor da pele. Seus olhos de botões verdes sem vida, pareciam torcer para uma expressão de raiva e seus cabelos eriçaram-se um bocado.

— Maldito Lobato! É essa a impressão que tem de mim? - disse ela, sentando na cama, emburrada.

O jeito com que Emília estava parecia uma criança fazendo pirraça; o vestidinho de trapos cobria suas pernas cruzadas. Os braços, também cruzados, sobre o peito e a boca de linha de costura fazendo um beiço infantil. Por um segundo, após a fala suja de sua boneca de pano, Aurora pensou: Onde estão os modos dessas tais “criaturas mágicas”?

— Ei! Vai com calma… não foi minha intenção…

— Não! Agora deixa! Não quero mais! - a pequena criatura virou a cabeça para o lado oposto de Aurora.

— Não é assim, Emília – consolou. Era inacreditável. Toda a revelação de uma vida de busca, e estava sendo ocupada para uma terapia de brinquedo. Inacreditável.

— Sabe como é difícil, reduzir sua existência a um conto infantil… - a boneca chorava. Lágrimas não podiam ser vistas, mas o som de fungar era alto. As mãos de pano recolheram o cobertor sobre a cama e foram levados até o rosto da pequena.

— Eu sei… eu sei…mas e aquele lugar, hein? Pode me contar mais? Você estava tão animada - Aurora tentou retorná-la à conversa.

— Ah, amiga! Você vai adorar! - disse ela, esquecendo os momentos anteriores. Aparentemente as criaturas como ela tinham memória curta.

— Como é lá? Onde fica? - a garota ficou sedenta por informações.

— Lá é bonito demais! Tem… acho melhor você ver por conta própria! - disse, agarrando um dos dedos da garota e correndo, levando (ou tentando levar) a criança para fora dali.

O brinquedo tentou, mas seu tamanho de cerca de uma caneta e meia de altura e a largura de um palmo fechado, fizeram a loura segurar um riso.

— Não é melhor me dizer onde temos que ir, que eu vou andando? - perguntou ela.

— Sim, claro. É melhor mesmo – afirmou ela, apertando os músculos inexistentes de seu braço, que estariam doendo caso estivessem ali.

— Então, fala! - Aurora não aguentava mais tanta enrolação.

— Tá bom, tá bom, estressadinha… - Emília se recompôs – Nós vamos p-

A boneca interrompeu sua fala quando as duas ouviram um barulho. A fechadura estava se abrindo e a porta da entrada começava a ranger. O pai havia chegado em casa.

— Ele chegou mais cedo por causa da festa! - sussurrou Aurora.

— Filha? - chamou o pai em voz alta, ecoando pelo apartamento até a porta do quarto da menina. Ele estava vindo até o cômodo.

Emília se desesperou, correndo de um lado para o outro com as mãos na cabeça, enquanto Aurora tentava acalmá-la. Talvez, devesse ser o contrário, acreditava ela.

— O que vamos fazer? Tenho que… tenho que… Ah, meus paninhos! - exclamou a criatura, tremendo de medo.

— O.k., ah… vira uma boneca comum de novo!! Ou, pelo menos, finge!! - sussurrou em ordem, porém com firmeza.

— Ah… tá!

A boneca parou de correr e caiu na cama, imóvel, como uma boneca comum. Aurora ainda se recompunha enquanto a porta de seu quarto começou a ser aberta.

— Filha… - perguntou o sr. Magalhães, abrindo lentamente a passagem para o quarto. A criança podia sentir a animação do pai n° 1 apenas pelo ar que ele emanava.

— Sim, pai n°1! O que é? - ela disse, nervosa pelo flagra.

— Está tudo bem, filha? - o pai perguntou, fechando a expressão para preocupação, conhecendo o nervosismo da criança. Adentrou o quarto, sentou-se em cima da boneca, sem ao menos reparar que ela estava ali – É algum problema na escola? - tentou ele.

— O quê? Escola? Não. Nada disso… - respondeu ela, evasiva com um sorriso amarelo.

— Você não disse que não tem problema. Quer dizer, que tem um problema. Só não é na escola – sugeriu o pai, atento aos detalhes.

— Ah, pai…

— Pode falar, não tem problema.

— Não sei como te contar… não sei se tem uma forma de contar… - murmurou ela, encarando o nada, sem graça.

— O que é? É sobre garotos? - questionou ele, curioso, aproximando-se com a cabeça.

— É mais esquisito que isso.

— Então é sobre garotas? - o pai estava confuso.

— Não, pai! - repreendeu ela.

— O que é, então? Está me deixando nervoso, Aurora.

— É… - a menina tentava arranjar um jeito de explicar. Desviou do olhar preocupado de seu pai por um momento e pensou em acabar com tudo e mandá-lo ir embora, mas estava realmente muito confusa e sabia que ele lhe orientava em momentos assim – Tenho uma amiga… - começou ela.

— Sim? - o sr. Magalhães estava atento.

— Eu tenho uma amiga, que… bom, ela crê que está ficando maluca. Porque, coisas esquisitas acontecem com ela, mas essas coisas parecem tão reais… uma boneca sua ganhou vida e falava sobre lugares mágicos… ela está bem estressada com isso e não sei como ajudar.

Profundamente, ela aguardou que o pai entendesse.

— Ah… - o pai disse, ficando mais preocupado ainda – A Emília falou contigo? Aquela pestinha… - falou ele, surpreendendo a garota.

— Falei, sim! Agora sai de mim, bunda! - reclamou uma voz abafada, debaixo do pai de Aurora. A boneca saiu depois que o pai levantou-se para permitir a liberdade do brinquedo. - Você fez de propósito, né?

— Desculpe, Emília – disse ele, enquanto a mesma andava até seu colo.

Naquele momento, Aurora se deu conta que suas definições de surreal estavam sendo atualizadas. O pai realmente sabia do que se tratava em níveis que ela não esperava. Ela o encarava, mesmerizada. Também estava um pouco nervosa. Tudo era muito novo, muito chocante.

— O quê!? - ela levantou-se da cama, esbaforida e irritada – Como assim? Comece a falar! - exclamou ela.

— Filha…

— Ela é lerda, hein! - resmungou a boneca, interrompendo o pai.

— Nós não queríamos… esconder isso de você – começou ele, fazendo inúmeras pausas em seu discurso. - Seu pai quis te deixar alheia… a isso tudo… mas – ele tentava explicar, mas muitas coisas precisavam ser ditas.

— Esconder algo de mim? Como pai? O que é isso tudo? - ela perguntava, confusa.

— Sim… acho que… - ele disse, entristecido – Você… deve ver por sua conta.

O pai tirou do bolso uma espécie de galho ou uma vareta, Aurora não sabia dizer. Era de madeira, isso era confirmado, mas tinha ranhuras e bifurcações, irregular e instável. Tinha um brilho semelhante a verniz, porém ela não podia saber ao certo. Ele a sacudiu em frente ao rosto da filha, que se sobressaltou, mas logo sentiu algo em sua cabeça. Um lapso de memória se reconstituiu, e a menina viu várias coisas que antes eram encobertas e nubladas. Presenciou-se aos nove anos, vendo uma briga entre os pais. Eles discutiam se permitiriam que a menina se tornasse ou não uma bruxa. Se a escola era adequada para ela. Se a mesma poderia ou não conseguir lidar com tudo isso. Citaram uma palavra que se lembrava, Hogwarts, mas pararam a conversa quando a notaram escondida no canto, ouvindo tudo. Pararam em frente a ela, conversaram um pouco entre si, discutindo uma atitude que discordavam. A briga resultou no pai n° 2 tomando a frente e estendendo um pedaço de madeira na frente do rosto dela. Mais tarde, outra lembrança, do ato de comprar Emília. O pai, depois de conversar com ela, fez-lhe um gesto semelhante ao do outro pai, abrindo seus caminhos de memória. Aurora entendeu. Enquanto um, tentava apagar vestígios dessa vida secreta de bruxaria (era seguro chamar assim), o outro, se recusava a manter a filha longe do inacreditável belo mundo escondido. A criança voltou a realidade. Viu-se de frente para o pai, observando-a com atenção e apreensão. Chorava uma lágrima única, esperando uma reação não-destrutiva. A menina não respondeu por um momento. Fechou os olhos, prendeu a respiração e digeriu aquilo com calma.

— Por quê?

— Juro que não queria! Mas… - o pai não conseguiu se justificar.

— Isso é muito…

— Eu sei, eu sei… peço perdão… - o pai abaixou a cabeça, envergonhado. Emília, estava calada pela primeira vez desde que começara a falar.

— Não estou com raiva de você! - o descontrole a fez exclamar a frase – Mas… por quê? Por que quiseram fazer isso comigo! É tão injusto!

— Acreditamos que não seria algo seguro… somos pais, tente entender… - explicou ele, triste consigo mesmo.

— Quero só saber o porquê. Por que não seria seguro?

— Filha… nenhum pai quereria… por causa de… - ele tentava segurar as palavras – Escárnio. - finalmente, o nome surgiu. Emília estremeceu. Parecia ter calafrios.

— Escárnio? - a menina encarou o pai, confusa.

— É. Um bruxo… - ele reprimiu um termo, na tentativa de protegê-la, mas abandonou isso e completou: - das trevas. É o que acontece quando um bruxo faz atos nefastos com o poder mágico – explicou. - Ele se formou em Castelobruxo – contou. - Anos atrás. Toda a comunidade bruxa foi avisada do perigo dele. Os pais da época, deveriam impedir os filhos de se matricularem na escola. Não sabíamos o propósito dele, então todo o cuidado era pouco.

A quantidade de nomenclaturas era complicada, porém Aurora tentava raciocinar o mais rápido que pudesse, para tentar acompanhar a história.

— Mas… fazem mais de anos desde a última aparição notificada dele… - esclareceu. - O seu pai ainda tinha medo e alguns pais ainda tem. Tentei convencê-lo de que não era mais perigoso, mas não deu certo. Até hoje. Estava decidido a contar tudo a você e tentarmos chegar em um acordo. É a sua decisão, não a nossa. Sempre foi sua decisão. Não devíamos ter interferido – terminou, pondo as mãos em volta da delicada mão direita de Aurora. Esperava que ela compreendesse tudo, mesmo que fosse difícil absolver.

— Por favor – a mágoa era notória, mas ela entendia a preocupação –, não sejam mais injustos assim.

— Não seremos – o pai enxugou uma lágrima sua. Depois, dirigiu as mãos até o rosto de sua filha e encostou sua testa na dele. - Prometo.

— Tudo muito bem… tudo muito bom! - interrompeu Emília, faladora como sempre. - Agora a gente vai, certo?

O pai não respondeu. Finalmente, ele havia dado a chance de escolha para sua filha. Poderia dizer se gostaria de embarcar naquele universo mágico. Virou-se para ela, fazendo uma expressão questionadora. A decisão estava nas mãos de Aurora.

— Eu… - ela prendeu a resposta. A sua vida toda poderia ter outra visão. Uma melhor explicação dos eventos fantásticos que passaram por ela. - Aceito – disse, sorrindo para o pai, empolgada.


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