Sunhee havia voltado atrás.

E se aquela história realmente se tratasse de algo sério, e sua punição fosse justamente a verdade? Ninguém devia saber que ela e seu primo haviam incriminado Len Park. Teoricamente apenas eles dois, o senhor Chang e alguns capangas sabiam disso, mas…

Se alguém foi capaz de deixar um folheto de teatro em meio a seus documentos pessoais convidando-a ao Solstice, então esta pessoa certamente estaria infiltrada em sua vida de maneiras que Sunhee mal conseguia imaginar.

Melhor não arriscar.

A garota contatou Daehwi cerca de duas horas depois de ter terminado seu trabalho. Claro que ainda não estava muito disposta, mas as siglas no seu bilhete lhe eram bastante intimidantes.

“13 – S1: ‘a’

Recompensa: MDD+CDC

Punição: D”

Durante a ligação, Daehwi passou-a o endereço em que deveriam se encontrar. Era a residência onde o próximo convidado a ser encontrado, Hansol Lacroix, morava.

Apesar da rua ser de predominância residencial, já havia três carros estacionados do lado de fora da casa onde iriam encontrar o alvo. Sunhee deixou o carro um pouco distante por causa disso e caminhou até onde Alyssa estacionara o carro.

Soube que o grupo tinha achado outro convidado, Jiho. Sunhee se apresentou a ele e os seis andaram até a entrada da residência. A mulher abriu o portão sem cadeado do pequeno muro e tocou a campainha ao chegar na porta.

— Boa noite! O que desejam? — Um velho os recepcionou depois de certo tempo.

— Desejamos falar com o senhor Hansol Lacroix — falou de imediato, como se fosse a porta-voz de seu grupo. — É de extrema urgência.

— Huh. Entrem, por favor… Creio que ele chegará do trabalho em breve. — O senhor parecia estar confuso.

Adentrando a casa pelo pequeno corredor de entrada, Sunhee deparou-se com mais doze pessoas de aparência familiar na sala de estar. Doze outros convidados do Solstice, que encaravam ela, Daehwi, Henri, Jiho, Evelyn e Alyssa com a mesma perplexidade que os seis de seu grupo.

— Vou preparar um chá para todos — O idoso disse e dirigiu-se à cozinha, deixando os dezoito a sós.

O clima naquela sala de estar estava bastante estranho.

— Hey, eu lembro de vocês! Evelyn e Alyssa — Lorelei quebrou o silêncio e se aproximou das duas. — As que disseram que receberam os folhetos por carta, se me lembro bem.

— E a garota do seu lado se chama Charlotte, não é? — Alyssa avançou um passo. — Lembro que quando você a viu no teatro, ficou bastante surpresa.

Os dezoito convidados começaram a conversar entre si, ainda surpreendidos pelo encontro repentino.

Sunhee chegou perto de Francis e puxou-o para a parede com o intuito de falar-lhe em particular.

— Onde está Len? Lembro que vocês dois saíram juntos do teatro.

— Bom, sinceramente eu não sei. Deixei ele ficar em meu apartamento, mas no dia seguinte, quando voltei do trabalho, ele tinha sumido junto com algumas de minhas roupas.

— Oh. — Ela ficou em silêncio e deu um sorriso, tentando esconder a sua preocupação. — Mas ele não é procurado pela polícia? Por que você deu abrigo para um criminoso?

— Ele me garantiu que estava sendo acusado injustamente. Eu tinha que dá-lo uma chance.

Pensou um pouco e balançou a cabeça positivamente com a resposta, como se estivesse aprovando a ação de Francis.

De repente, Daehwi aproximou-se dos dois sorrindo.

— Oi, gente~! Evelyn e eu queríamos saber se vocês também estariam disponíveis amanhã para nos reunirmos na casa dela. Queremos descobrir qual é a frase que nossos bilhetes formam. Mando-lhes o endereço por Kakao Talk, é só me darem seus números — O olhar dele ficou fixo em Francis durante alguns segundos, como se estivesse hipnotizado, e então desviou para outro lado constrangido.

— Por mim tudo bem — disse Sunhee. — E você, Francis?

— Hã… Tá, Claro.

— Que bom! Já falamos com os outros e todos concordaram em ir. Agora--

A porta da frente abriu, e entrou na residência um homem com um cordão de pedra azulada no pescoço. Chegando na sala de estar, ele parou bruscamente encarando a todos.

— O que estão fazendo aqui?!

Com todos os outros hesitando, Lorelei tomou a iniciativa:

— Precisamos falar com você.