Solstice - Interativa escrita por Ren


Capítulo 14
「IV • Jieun」 Desabrochar


Notas iniciais do capítulo

O mistério finalmente estava começando a florescer.



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Jieun fechou as portas da floricultura após dar mais uma olhadela de contemplação às belas flores de verbena que estavam expostas na vidraça da loja. As frágeis pétalas de cor púrpura davam um charme especial àquela planta, transmitindo uma sensação de bem-estar e harmonia.

Aquela beleza pura e delicada recordava a garota de boas memórias do seu último relacionamento. Seu ex era tudo o que desejaria num companheiro: alguém que respeitasse seus limites e medos, que não se impusesse e que fosse carinhosamente gentil sem ser melosamente exagerado. Ele era definitivamente diferente de seus namorados anteriores e de todos os outros rapazes que tentaram aproximar-se dela... Mas infelizmente aquele romance era bom demais para ser verdade e em poucos meses se desmanchou em cinzas. E o afastamento não foi de forma suave como havia acontecido em seus dois namoros anteriores.

Por algum motivo Jieun não conseguia achar um par ideal, mas isto não a deixava triste de verdade. Ela não se importava muito com romance mesmo; seus maiores objetivos eram apenas tornar-se uma desenhista profissional, trabalhar em filmes de animação e levar uma vida pacata e feliz.

Mas era tão complicado alcançar seus sonhos... Ah, por que a vida não podia ser mais simples? Tanta dor, tantos problemas...

Pelo menos ainda havia beleza no meio daquilo tudo. Assim como aquelas bonitas flores.

Jieun põe as mãos dentro dos bolsos de seu suéter de tricô e começa a andar pela calçada da rua, que estava quase vazia. Gostava assim; lugares com muitas pessoas a faziam sentir-se sufocada.

Já estava na esquina quando ouviu alguém atrás dela gritar “moça!”. A jovem virou-se e viu duas meninas correndo em sua direção. Ela lembrava-se vagamente de seus rostos, mas não fazia ideia de onde havia as visto antes.

— Moçaa! Espera aí, a gente precisa de você! — a de cabelo mais longo falou alto após as duas se aproximarem mais.

— Vocês... Precisam de mim?

— Sim, sim! — a outra menina, de bochechas rosadinhas, respondeu atônita. — Eu sei que parece estranho o que vamos lhe dizer, mas é muito importante e precisamos que você se una a nós.

— Como assim?

— Você também foi convidada ao Solstice, né? — a primeira perguntou.

— Sim, eu...

— Ótimo. Escute o que tenho para lhe dizer.

Os nomes das duas eram Astrid e Yeri. As garotas explicaram com um longo resumo tudo o que tinha acontecido, desde o folheto que estava grampeado em suas avaliações até o que aconteceu com o irmão de Astrid e também o que elas haviam deduzido dos bilhetes misteriosos que receberam no teatro.

Quando terminaram o relato, a cabeça de Jieun estava doendo com tantas informações. Parecia se tratar de algo perigoso; coisa de máfia, talvez? Havia assistido a um filme com esse tema recentemente e estava com teorias borbulhando em sua mente.

— OK, eu vou tentar ajudar... Mas preciso ir pra casa, meu envelope está lá.

— A gente pode ir com você? — Depois que Astrid disse isso, Yeri lançou um olhar de desaprovação à amiga. Realmente, passar um tempo na casa de alguém completamente desconhecido era uma atividade meio desconfortável de se fazer.

— Bom... Por mim tudo bem. Eu moro bem perto daqui. Está anoitecendo e pode ficar perigoso fazer grandes caminhadas na rua. Meu irmão tem um carro, quando ele chegar do trabalho posso lhes dar uma carona pra voltarem para casa depois que fizermos o que temos de fazer.

As duas garotas concordaram com a ideia da jovem e começaram a acompanhá-la no curto percurso até o pequeno imóvel onde ela morava. Era uma casa simples e um pouco apertadinha, mas era bem bonitinha – tanto por dentro como por fora.

Ao adentrarem, Yeri pegou de imediato o smartphone de seu bolso e perguntando a Jieun qual era a senha do wi-fi.

— A senha é, melhores irmãos vinte vinte e seis. Tudo junto, sem acento.

Chegando na porta do quarto em que Jieun dormia, as duas garotas foram logo parando na porta para respeitar sua privacidade.

— Podem entrar, eu não me importo.

Jieun abriu a segunda gaveta de seu armário e pegou o envelope que havia recebido na noite anterior. Ela retirou com cuidado o folheto que tinha dentro e o mostrou para Astrid.

“7 S1: ‘frente’

Recompensa: MDD + CDC

Punição: SD”

— OK. Já temos as palavras “frente”, “semana” e “suas”. Precisamos agora achar os outros convidados... — Astrid notou que Jieun não está com uma expressão facial muito receptiva. — Isso se você quiser ir atrás deles com a gente. Você não é obrigada a fazer algo que não queira...

— Sim, eu sei... É só que isso parece um pouco arriscado. Um dos que foram convidados ao teatro está sendo procurado pela polícia no momento. E se tiver mais gente perigosa entre os outros? Não acho que seja sensato sair procurando um por um... Vocês tiveram sorte que eu não sou má pessoa, mas e se eu fosse? Vocês entrariam na minha casa de qualquer jeito?

— Nossa, você parece minha mãe falando. Mas acho que está certa... Não devíamos confiar assim em desconhecidos a ponto de irmos até onde eles moram. — Astrid sentou-se na cama de Jieun e ficou pensativa com as mãos nas bochechas. — A ideia foi minha, na verdade. Yeri nunca se proporia a fazer uma coisa dessas...

— Verdade — a outra menina falou distraidamente enquanto mexia no celular.

As três ficaram em silêncio por um instante, até que Astrid voltou a falar.

— Yeri, você tentou ligar de novo para seu primo?

— Nah. Se ele não atende uma ligação minha é porque realmente não pode pegar no telefone. Deve estar trabalhando. Mas eu tenho uma boa notícia. Lembra de Amélie, da noite passada? Achei o facebook dela. Tudo bem que tem pouquíssimas coisas lá que estão visíveis aos que não são amigos dela, mas deu pra ver algumas curtidas de páginas. Dentre elas, uma página de uma cafeteria. Por sorte nossa, ela deixou semana passada uma avaliação de cinco estrelas elogiando o atendimento e também disse que é “o melhor local para passar uma noite sossegada com a família; sempre vamos lá pelo menos quatro vezes por semana”. Vamos torcer para que hoje não seja um dos três dias que ela não vai jantar lá e, hã, chegar chegando.

— Wow — Astrid ficou boquiaberta. — Arrasou geral, detetive! Não sabia que você tinha esse lado Hercule Poirot.

— Romances de investigação sempre fizeram parte da minha vida. Vamos?

— Esperem aí. Vocês não se lembram do que eu disse sobre abordar desconhecidos? Pode ser perigoso... — Jieun colocou uma mão no rosto, preocupada.

— Olha, eu falei com essa menina ontem e ela me deu uma boa impressão. Parece ser legal... E inclusive ela também conhecia outro dos convidados, então essa é nossa chance de conseguir mais duas palavras de uma vez só — Yeri respondeu sem pestanejar e foi até a saída do quarto. — É pegar ou largar, gente.

Astrid e Jieun se entreolharam por um tempo e concordaram com o plano da menina.

— Seu irmão vai demorar pra chegar, Jieun? A cafeteria é um pouco longe daqui e precisamos que você dirija.

— Yeri, não force ela a ser nossa motorista! Acho que ela nem quer se envolver com nossa busca.

— Bom... De fato eu não sou a favor de continuarem indo atrás de gente que não conhecem, mas eu me sentiria super culpada se deixasse vocês irem sozinhas. Eu... Faço parte da equipe agora. Afinal também recebi um convite para ir ao Solstice, certo? — Jieun mordeu o lábio e se dirigiu para Yeri. — E não, meu irmão não vai demorar a chegar em casa. Ele sempre sai do trabalho de oito horas da noite, já deve estar chegando. Enquanto isso... Vocês querem sorvete?

As meninas aceitaram e foram com a moça até a pequena cozinha, onde se deliciaram com tacinhas de sorvete de morango.

Em poucos minutos o irmão mais velho de Jieun chegou. Tudo acontece muito rápido: ela o cumprimentou afetuosamente e apresentou Yeri e Astrid como suas novas amigas; então disse que queria sair com elas naquela noite e pediu a chave do carro. O homem a entregou com alegria e recomendou para a irmã tomar cuidado quando estiver dirigindo.

— Não é para contar pra ele o que está acontecendo, né? — Jieun perguntou para as duas após entrarem no veículo que estava estacionado na frente de sua casa. Ele era um pouco antigo e não era dos melhores modelos, mas dava para o gasto.

Enquanto dirigia, Jieun começou a pensar na situação em que estava envolvida. Tudo aquilo que estava ocorrendo tornava a vida de Jieun justamente o contrário da definição de “vida pacata” que a garota tanto almejava...

Chegando à cafeteria, as três avistaram Amélie imediatamente. A ruiva estava sentada a uma mesinha bem no fundo, junto de um homem mais velho que provavelmente era seu parente. O trio anda na direção dela, meio sem jeito.

Ao ver as três ali, Amélie levantou-se e encarou-as, surpresa.

— Yeri? Astrid? O que vocês estão fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Mais uma convidada se junta à dupla! O que vocês acham que irá acontecer? Quais suas opiniões sobre a fic? Comentem ♥ バイバイ

Ficha 1 para personagens: https://goo.gl/forms/teoOSKYMF6lzJkMd2 [VAGAS FECHADAS]
Ficha 2 para personagens: https://goo.gl/forms/jye593wsBnZRu0wu2 [VAGAS ABERTAS]



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